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Mercado vê inflação fora da meta em 2022 e 2023

As projeções para a inflação no ano continuaram a perder fôlego, enquanto as estimativas para 2023 endash; foco da atual política monetária do Banco Central endash; se distanciaram um pouco mais do teto da meta. Conforme novo relatório Focus, divulgado ontem, a projeção para o IPCA de 2022 caiu de 7,96% para 7,67% na última semana. Já a estimativa para 2023 subiu de 5,01% para 5,09%. Há um mês, as apostas eram de 8,50% e 4,70%, respectivamente. Mesmo com a redução nas projeções para este ano, a estimativa continua muito acima do teto da meta (5%), configurando o segundo ano consecutivo de rompimento do mandato principal do BC. No caso das estimativas para o IPCA de 2023, em alta há 14 semanas, o resultado do Focus também está acima do teto, de 4,75%. Ainda pelo relatório divulgado ontem, a projeção para a Selic (a taxa básica de juros) no fim de 2022 ficou estável em 13,75%. Atualmente, a taxa está em 13,25% ao ano. Para 2023, os economistas do mercado financeiro também mantiveram a projeção anterior, de 10,50%. Em relação ao PIB, o Focus mostra um novo aumento na previsão mediana para este ano, de 1,51% para 1,59%. Há um mês, a estimativa era de 1,42%.

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Compra de diesel russo planejada por Bolsonaro pode trocar uma crise pela outra

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que está eldquo;quase certoerdquo; um acordo para o Brasil importar óleo diesel da Rússia para reduzir risco de desabastecimento, já que o país não produz todo o combustível que consome. No entanto, segundo especialistas ouvidos pelo GLOBO, aumentar a oferta de combustível tende a reduzir o preço, porém, importar diesel da Rússia, país alvo de sanções econômicas das potências ocidentais, pode ter um custo alto para o Brasil. Há duas semanas, ele já havia afirmado que a possibilidade existia e que o tema havia sido tratado em uma conversa telefônica com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ontem, porém, foi mais enfático, dizendo que a possibilidade é consequência de sua viagem a Moscou, pouco antes da invasão da Ucrânia pela Rússia. emdash; Está quase certo um acordo para comprarmos diesel bem mais barato da Rússia. Onde a Petrobras, alguns, compravam mais caro emdash; afirmou Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, onde voltou ao tema mais tarde. emdash; Está acertado. Em 60 dias já pode começar a chegar aqui, já existe essa possibilidade. A Rússia continua fazendo negócio com o mundo todo, parece que as sanções econômicas não deram certo. Alinhamento indesejado O advogado Fábio Pimentel, sócio do escritório Pimentel e Aniceto Advogados, diz que, legalmente, não há impedimento na importação em si. Porém, ao transacionar com a Rússia neste momento, o Brasil acaba explicitando um alinhamento econômico enquanto outros parceiros comerciais do país estão impondo embargos ao país. O melhor, diz o jurista, seria buscar alternativas neutras. emdash; Buscar outros fornecedores fora do eixo da guerra pode ser uma boa alternativa, senão o Brasil corre o risco de trocar uma crise energética por uma crise econômica internacional. É obrigação do governo brasileiro garantir a segurança energética nacional emdash; afirmou Pimentel, que vê risco de o país se tornar alvo de sanções, caso fique claro que há outros mercados com produto disponível. emdash; Pior que comprar combustível russo é não explicitar que essa compra é feita por falta de opção. Bolsonaro defendeu a medida afirmando que o país importa cerca de 30% do diesel consumido e que é preciso importar de quem está vendendo mais barato e não de quem pratica preços maiores. A aquisição seria feita pela Petrobras, que compraria o combustível russo por meio de traders (comercializadoras), segundo uma fonte do setor. Procurada, a companhia não se manifestou. Operação não é simples Segundo Sérgio Araujo, presidente da Abicom, associação dos importadores, o Brasil não importa diesel da Rússia atualmente. Para colocar a operação de pé, seria necessário vencer dificuldades como o valor do seguro da carga e até mesmo a forma de pagamento, já que o sistema bancário russo está parcialmente desconectado dos sistemas internacionais que utilizam o dólar como moeda de troca. Outra fonte do setor ressalta que as empresas que atuam no segmento de distribuição no Brasil, com acionistas ou sede na Europa ou nos Estados Unidos, precisariam de uma autorização especial. A compra de derivados de petróleo é feita por meio de traders. As empresas do segmento que atuam no Brasil, mas têm sede nos EUA ou na Europa, não podem fazer negócios com a Rússia em razão das sanções econômicas impostas após a invasão da Ucrânia. A Rússia pode descontar o preço do frete na venda do diesel a fim de se equiparar ao valor do produto oriundo do Golfo, de acordo com fontes do mercado. Segundo o executivo de uma distribuidora, a importação da Rússia é inexistente hoje por uma questão de preço. Atualmente, a maior parte do diesel importado pelo Brasil vem do Golfo do México, por uma questão de logística e menor custo de transporte. Porém, desde o início da Guerra na Ucrânia, a oferta de diesel no mercado vem se tornando mais restrita. Hoje, o estoque de diesel no país, sem considerar importações, seria suficiente para abastecer o mercado por apenas 48 dias. Na avaliação de integrantes do governo, o Brasil deve ser livre para fazer negócios com o mundo todo. Esse ponto é lembrado por Edmar Almeida, professor do Instituto de Energia da PUC-Rio. Ele destaca que o governo brasileiro já deixou claro que não apoia sanções contra a Rússia, portanto não vê risco na operação: -- O Brasil não está apoiando as sanções contra a Rússia. Não faz sentido não se alinhar com a Europa e deixar de comprar. Mas não acho que, se comprar (petróleo russo), vai ter algum efeito sobre o alinhamento dos preços com o mercado internacional. A restrição na oferta de diesel no segundo semestre é um fenômeno global. No Brasil, coincidiria com o período da safra agrícola, o que poderia ter impacto sobre os preços dos alimentos. Além disso, é o combustível usado no transporte público. Uma crise por escassez de diesel a menos de três meses da eleição é tudo que o governo busca evitar no momento. Na avaliação de fonte da área diplomática, o abastecimento do produto é prioridade total e qualquer erro poderia ter consequências graves para o governo em ano eleitoral. No primeiro semestre, o país aumentou em 91,8% suas importações da Rússia, de acordo com dados do Ministério da Economia. Do total de itens comprados daquele país, 77% são adubos e fertilizantes, que registraram alta de 172% nas aquisições.

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Com Comperj parado, Petrobras adia entrada em operação de gasoduto do pré-sal

Após a paralisação das obras no Comperj (hoje chamado de Gaslub), a Petrobras admitiu que está reavaliando a data de início de operação do Projeto Integrado Rota 3, que tem como objetivo usar o gás do pré-sal. A rota 3 é uma rede de gasodutos que liga campos do pré-sal ao Comperj, que hoje se resume à construção de uma UPGN (Unidade de Processamento de Gás Natural). De lá, esse gás é tratado para ser injetado na rede. A quantidade maior de gás é essencial para acelerar os planos do governo de baratear o produto no Brasil. A previsão inicial era que a Rota 3 já estivesse em operação. Agora, está eldquo;previsto para o segundo semestre de 2022erdquo;. Mas a estatal não definiu um data. Segundo a estatal, o adiamento ocorre em eldquo;função da desmobilização da força de trabalho da empresa SPE Kerui-Método, responsável pelas obras da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Polo Gaslub, em Itaboraí, Rio de Janeiroerdquo;. Reportagem do GLOBO revelou que a UPGN terá novo aumento de custo e cerca de dois mil demitidos. Atualmente, não há uma previsão para que as obras sejam retomadas. A companhia esclareceu ainda em comunicado que eldquo;as desmobilizações ocorreram nas últimas semanas por decisão unilateral da empresa SPE Kerui-Método e, por este motivo, a obra está paralisada, sendo realizadas apenas atividades de preservação dos equipamentos e das instalaçõeserdquo;. A estatal disse ainda que eldquo;está em dia com todos os seus compromissos com a referida empresaerdquo;.

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PEC Eleitoral: governo mobiliza base, mas há dúvidas sobre votação hoje na Câmara

A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Eleitoral hoje na Câmara se tornou uma dúvida depois de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adiar a sessão do Congresso marcada inicialmente para segunda-feira. Pacheco marcou a sessão conjunta de Câmara e Senado para hoje pela manhã, mesmo dia em que está prevista a votação da PEC que amplia benefícios sociais a um custo total de R$ 41,2 bilhões. O governo tem pressa em aprovar a PEC, que faz parte da estratégia eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. A oposição deve votar a favor do texto principal da PEC, mas tenta retirar a decretação do estado de emergência emdash; desenhado para driblar a lei eleitoral. Aliados do Palácio do Planalto estão mobilizando a base para garantir quórum para a aprovação, enquanto a oposição trabalha para angariar apoio para derrubar o estado de emergência do texto. Após adiamento da votação da PEC, apesar das manobras da Câmara para avançar a tramitação do texto, a expectativa do governo era de que a proposta fosse analisada e votada em dois turnos no plenário nesta terça-feira. O governo já monitorava com os líderes a adesão dos deputados para contabilizar os votos favoráveis, mas o atraso na discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo Congresso pode embolar a votação. Para aprovar uma PEC, é necessário o apoio de pelo menos 308 dos 513 deputados. Esse é o mesmo número que o governo precisa para manter o estado de emergência numa votação em separado que a oposição deve insistir. O presidente da Câmara, Arhur Lira (PP-AL), planeja uma reunião de líderes hoje antes da sessão, para sentir o quórum e se haverá deputados na Casa. O monitoramento do quórum, que foi determinante para a decisão de Lira suspender a última votação, é ainda mais crucial para o governo. Se a LDO for aprovada, os parlamentares não são obrigados a votar mais projetos e podem entrar em recesso. Líderes e deputados governistas afirmaram ao GLOBO, em caráter reservado, que a mobilização da base está sendo realizada e que há uma contagem dos deputados que já confirmaram presença. O objetivo é garantir que haverá mais de 308 governistas em plenário. Líder do PT na Câmara, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), diz que a decretação do estado de emergência é o que mais preocupa a oposição, que considera que a alteração fere a democracia: emdash; Queremos tirar o estado de emergência. Temos destaques e pensamos em recorrer ao STF, porque entendemos que é possível garantir R$ 600 para a população sem a necessidade do reconhecimento do estado de emergência, porque em várias outras PECs que furaram o teto e romperam a regra de ouro não foi necessário decretar estado de emergência. Já a oposição, por sua vez, está trabalhando para conseguir emplacar os destaques que retiram a menção de estado de emergência do texto. O PT apresentou três destaques nesse sentido, e o partido Novo também quer suprimir o artigo que permite a instituição de estado de emergência. Na última semana, devido ao baixo quórum, líderes governistas avaliaram que havia possibilidade de derrubar a emergência, e isso pesou para a decisão de adiar a votação. O estado de emergência é um dos pontos mais polêmicos da PEC e é criticado por juristas. A legislação eleitoral proíbe a criação e ampliação de benefícios no ano do pleito, a não ser em caso de emergência ou calamidade. A PEC dribla leis fiscais e eleitorais para abrir caminho para R$ 41 bilhões em despesas públicas com a instituição de um estado de emergência no Brasil até dezembro. Os gastos vão financiar benefícios como a ampliação do Auxílio Brasil (para R$ 600) e a criação do "Pix Caminhoneiro", no valor de R$ 1 mil, para subsidiar gastos com combustível de caminhoneiros autônomos. A pressa do governo com a aprovação é para tentar antecipar esses pagamentos, para que haja efeitos na popularidade do presidente Jair Bolsonaro antes das eleições.

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COMUNICADO: DECRETO Nº 11.121 DE 06 DE JULHO DE 2022

Informamos que no dia 07 de julho de 2022, foi publicado o Decreto de nº 11.121/2022, que determina às empresas do setor de combustíveis a exibir de forma clara, ostensiva e legível os preços dos combustíveis praticados ANTES e DEPOIS da publicação da Lei complementar nº 194/2022, que foi publicado no dia 22/06/2022. O Decreto Federal estabeleceu que os postos deverão mostrar o preço final e a parcela de impostos, de forma separada em placas visíveis ao consumidor dos tributos ICMS, PIS/ Confins e Cide. A fim de evitar possível autuação, o SINDIPOSTO envia o modelo de placa padrão juntamente com o presente comunicado, conforme as normas contidas no novo Decreto. Para fins de cumprimento do referido Decreto, orientamos a revenda que imprima a placa enviada abaixo; preencha os valores de venda de cada combustível do dia 22/06/2022; e exponha imediatamente ao consumidor até que a placa definitiva seja providenciada. Atenção para o tamanho da placa sugerido pela ANP - A2 (420x594mm). Informamos ainda que a fiscalização do PROCON se iniciará a partir desta segunda-feira (11/07/2022). Em caso de dúvidas e para mais informações entre em contato conosco por meio do telefone (62) 3218-1100/ (62) 99698-7005 (WhatsApp).

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Petróleo sobe 2% nesta sexta, mas registra perda semanal por temores de recessão

Os preços do petróleo subiram cerca de 2% nesta sexta-feira (8), mas tiveram um declínio semanal à medida que os investidores se preocupam com uma potencial recessão e impactos na demanda, mesmo com a oferta global de combustível apertada. Os contratos futuros do Brent subiram US$ 2,37, ou 2,3%, para liquidar a US$ 107,02 o barril. O petróleo WTI, negociado nos EUA, subiu US$ 2,06, ou 2%, para US$ 104,79 o barril. O Brent registrou uma queda semanal de cerca de 4,1% e o WTI uma perda de 3,4%, após a primeira queda mensal desde novembro. Bancos centrais de todo o mundo estão aumentando as taxas de juros para controlar a inflação, estimulando temores de que os custos crescentes dos empréstimos possam sufocar o crescimento, enquanto testes em massa de Covid-19 em Xangai esta semana trouxeram preocupações sobre possíveis bloqueios que também podem afetar a demanda por petróleo. No primeiro semestre, porém, os preços do petróleo dispararam. O Brent atingiu um valor perto do recorde histórico de US$ 147 depois que a Rússia lançou seu invasão da Ucrânia em fevereiro, aumentando as preocupações de abastecimento. "Preocupações econômicas podem ter abalado os preços do petróleo esta semana, mas o mercado ainda está dando sinais de alta. Isso porque é mais provável que o aperto da oferta se intensifique a partir deste ponto do que dê trégua", disse Stephen Brennock, da corretora de petróleo PVM.

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