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Governo espera queda de R$ 0,10 no diesel com decreto que muda regra ambiental

Se a gasolina registrou uma queda de 20,3% em pouco mais de um mês, o diesel não acompanhou a redução, caindo 1,72% no mesmo período. Segundo o último boletim divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do combustível é de R$ 7,44. Mas o governo federal projeta uma diminuição para o diesel como consequência do decreto que adia o cumprimento de metas ambientais pelas distribuidoras de combustíveis, publicado na última sexta-feira (22). As empresas terão até março de 2023, não mais até o fim deste ano, para a comprovação dos Créditos de Descarbonização (CBIOs), obrigatórios para compensação da emissão de gases do efeito estufa. O adiamento derrubou os preços do CBIOs, que chegaram a ultrapassar R$ 200 em junho. Na última quinta-feira (21), o ativo era vendido a R$ 97 na bolsa de valores. Com a mudança no prazo e a queda no valor, a expectativa do ministro de Minas e Energia é que haja uma redução na gasolina e no diesel. eldquo;A medida que nós tomamos hoje dos CBIOs vai baixar em mais de R$ 0,10, dessa vez vai abaixar o dieselerdquo;, declarou o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, na última sexta-feira, ao visitar um posto de combustíveis com o presidente Jair Bolsonaro. Em junho, o preço médio do diesel comum ultrapassou pela primeira vez, desde o início da série histórica da ANP, o valor da gasolina: R$ 7,56 contra R$ 7,39. Diante da política de paridade com o mercado internacional mantida pela Petrobras, os valores foram pressionados pela alta do petróleo em meio à guerra entre Ucrânia e Rússia. O presidente Jair Bolsonaro iniciou uma série de ações para conter o aumento dos combustíveis: mudou a presidência da Petrobras e também sancionou um projeto que limita a alíquota do ICMS sobre os combustíveis. A lei do ICMS teve efeito imediato sobre a gasolina, que chegou a R$ 5,89 na última semana, patamar que não era atingido desde agosto do ano passado. No entanto, como a alíquota do diesel, na maioria dos estados, já era abaixo do limite, a mudança não trouxe efeitos significativos para o combustível. Agora, além da mudança dos CBIOs, o governo fala em importar diesel mais barato da Rússia. Na última sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro foi questionado se a negociação deve ocorrer até setembro, como havia anunciado anteriormente. eldquo;Olha, se estiver tudo desembaraçado o mais rápido possível. O meu relacionamento com o governo russo não é bom não, é excepcional. Então, não temos problemas se depender do governo russo tratar desse assuntoerdquo;, respondeu o presidente. Decreto dos CBIOs divide opiniões O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, defendeu que o decreto foi necessário diante dos efeitos da guerra na Ucrânia para o mercado de combustíveis. eldquo;A medida está em consonância com o atual estado de emergência no Brasil, decorrente da elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados e dos impactos sociais dela decorrentes, reconhecido pelo Congresso Nacional por meio da promulgação da Emenda Constitucional nº 123/2022erdquo;, divulgou a pasta. Por conta do aumento nos preços dos CBIOs, o ministério também solicitou uma investigação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de possível infração à ordem econômica. A Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis (BRASILCOM) disse à CNN que apoia e considera oportuna a decisão do governo. eldquo;A medida vai resultar em redução de custos dos combustíveis, que será repassada no preço ao consumidorerdquo;, declarou a entidade em nota, acrescendo que eldquo;um estudo realizado pelo Departamento de Engenharia Industrial do CTC/PUC-Rio, sob o comando do professor Márcio Thomé e apoio da BRASILCOM, com um balanço dos três anos de implementação da Política Nacional de Biocombustíveisendash; RenovaBio, mostrou que, com o CBIO a R$ 200 (valor alcançado no final do último mês de junho), o impacto no preço do litro de combustível (gasolina e diesel) era um acréscimo de R$ 0,15.erdquo; Procurada pela CNN, a Associação Brasileira da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) preferiu não se manifestar sobre o decreto. Na semana passada, antes da medida ser oficializada, o presidente da entidade, Evandro Gussi, havia apontado a expectativa de que o assunto fosse discutido publicamente no Conselho Nacional de Política Energética. eldquo;A gente não vê sustentação legal, amparo legal. Para nós, fica claro que o cumprimento dessas metas deve ser feito anualmente. Quando o CBIO estava em R$ 29, nós não fizemos reclamação de que estava muito baixo, mesmo diante dos nossos custos. O preço é um mecanismo de mercado, a gente tem hoje um governo liberal, que gosta do processo econômico ortodoxo, ou seja, que respeita a livre organização do mercadoerdquo;, declarou o presidente da Unica, na última quarta-feira (21). Adriano Pires, diretor da consultoria Centro Brasileiro de Infraestrutura, que chegou a ser indicado pelo governo para a presidência da Petrobras este ano, acredita que o decreto traz problemas para o setor de biocombustíveis. eldquo;O CBIO foi criado para gerar previsibilidade para quem produz etanol, como uma maneira de criar receita. Quando você muda a regra, acaba criança uma certa instabilidade jurídica e regulatória. E o etanol já vem perdendo competitividade para a gasolina. Do ponto de vista da política energética e ambiental, esse adiamento é um retrocessoerdquo;, avalia. A CNN procurou o Ministério de Minas e Energia sobre as críticas ao adiamento e aguarda um retorno.

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Bolsonaro vai a posto para fiscalizar preços dos combustíveis e diz esperar novas reduções

Empenhado em faturar politicamente com a queda dos preços dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi a um posto em Brasília, nesta sexta-feira (22), conferir o valor praticado nas bombas. Em sua ronda, ele disse esperar da Petrobras novas reduções, caso a cotação internacional do petróleo caia novamente. Ao seu lado, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse que o adiamento das metas individuais de compra dos Créditos de Descarbonização (CBios) tem potencial de reduzir R$ 0,10 no preço final da gasolina e do diesel. Segundo ele, os Cbios, quando começaram, estavam em R$ 30, R$ 40 [preço do título na B3]. Na semana passada, chegaram a R$ 200. "Então, a nossa medida agora tem potencial de reduzir em R$ 0,10 o preço da gasolina e do dieselerdquo;, afirmou Sachsida. O governo federal publicou um decreto, nesta sexta-feira (22), regulamentando o adiamento do cumprimento das metas individuais de compra dos CBios. A medida estabelece, em caráter excepcional, que as distribuidoras de combustíveis terão até setembro de 2023 para comprovar a meta de 2022. A decisão de prorrogar o prazo para cumprimento das metas foi tomada na sexta-feira (15) passada pelo comitê do RenovaBio. Desde então, os preços dos CBIOs, que estavam em alta, derreteram, como mostrou o Valor. A medida foi duramente criticada por representantes do setor produtivo sucroenergético. O segmento teme pela perda de credibilidade do programa. O decreto publicado nesta sexta (22) define 31 de março como data de comprovação de atendimento à meta individual de CBIOs, com a excepcionalidade para 2022/23. O posto escolhido por Bolsonaro para conferir os preços fica na área central de Brasília e passou a ser conhecido nacionalmente por ter sido o local que deu início às investigações da operação Lava-Jato. O presidente também estava acompanhado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, responsável pela secretaria que monitora eventuais abusos de preços, a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor). O presidente incentivou os motoristas a cobrar a redução de preços nos pontos de venda. "A gente pede para o usuário que fique com a nota fiscal. Lá na frente, a gente pode, talvez, se reunir e entrar com uma ação contra quem não está reduzindo o preço dos combustíveiserdquo;, afirmou. eldquo;Estamos divulgando, fazendo pressão... De modo que o que está sendo deixado de arrecadar, de imposto estadual e federal, que não fique com distribuidoras ou alguns postos de gasolina. Essa diferença tem que ficar com o consumidor.erdquo; Petrobras Bolsonaro elogiou a atual gestão da Petrobras, comandada por Caio Mario Paes de Andrade, e disse esperar novas quedas de preços. "O pessoal reclama de interferência. Eu sou um acionista lá, dos que mais têm ações. Então, eu converso com as pessoas, dou sugestões", afirmou. Acho que, com a outra diretoria, a gente não esperaria diminuir estes R$ 0,20 de agora. Eu espero que, se o brent cair mais um pouquinho, certamente a Petrobras vai rever o preço para baixo", afirmou. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Brasil cai em ranking global de preços de combustíveis

As medidas tomadas pelo governo para baixar o preço da gasolina e a redução que a Petrobras (PETR3, PETR4) anunciou na venda do combustível nas suas refinarias parecem estar fazendo efeito. O preço da gasolina no Brasil caiu no ranking global e está abaixo da média de preços praticados em outros países, de acordo com a plataforma de monitoramento Global Petrol Prices. No dia 27 de junho, o Brasil estava na 93ª posição. Agora, com base nos valores do dia 18 de julho, o país recuou para a 124ª posição. Na segunda-feira passada, o litro da gasolina estava custando US$ 1,12, ante a média global de US$ 1,43. Hong Kong segue como o local mais caro para abastecer o carro, com um custo de US$ 3 por litro. Em seguida, estão Islândia e Israel, com US$ 2,49 e US$ 2,41, respectivamente. A Venezuela está em último lugar, com o litro custando US$ 0,02. No entanto, o site deixa claro que o valor não é o oficial. Para países que não fornecem os dados oficiais, a plataforma utiliza o último preço divulgado e ajusta de acordo com a taxa de câmbio corrente e as alterações do preço do petróleo em escala mundial. Confira os locais mais caros: Hong Kong Islância Israel Noruega Finlância Rep. Centro-Africana Barbados Grécia Mônaco Belize Dinamarca Países Baixos Reino Unido Suiça

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Preços dos combustíveis voltam a cair na semana

Os preços da gasolina, do diesel e do etanol voltaram a recuar nos postos de combustíveis esta semana, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgados nesta sexta-feira (22). De acordo com o levantamento da ANP, o preço médio do litro da gasolina caiu de R$ 6,07 para R$ 5,89, uma diminuição de 3%. Trata-se do menor patamar desde a semana encerrada em 14 de agosto do ano passado (R$ 5,866). O valor máximo encontrado nos postos foi R$ 7,75. Foi a quarta semana seguida de queda acentuada do preço da gasolina. Nesse período, o recuo acumulado é de 20%. Já o valor médio do litro do diesel passou de R$ 7,48 para R$ 7,44, redução de 0,5%. O valor mais alto encontrado pela agência foi R$ 8,99. No mês passado, os preços do litro do diesel e da gasolina alcançaram os maiores valores nominais pagos pelos consumidores para os combustíveis desde que a ANP passou a fazer levantamento semanal de preços, em 2004. Desde que os preços dos combustíveis começaram a cair, porém, o diesel teve queda acumulada de apenas 1,7%. Por fim, o preço médio do etanol passou de R$ 4,41 para R$ 4,32, uma queda de 2%. É o menor patamar desde a semana encerrada em 10 de julho do ano passado (R$ 4,273). Apesar da média, o levantamento chegou a encontrar oferta do etanol pelo máximo de R$ 7,89. A ANP coletou preços em mais de 5 mil postos de combustíveis no Brasil. Vale lembrar que o valor final dos preços dos combustíveis nas bombas depende não só dos valores cobrados nas refinarias, mas também de impostos e das margens de lucro de distribuidores e revendedores. Queda da preços A redução dos combustíveis sente o efeito da limitação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) adotada pelos estados depois que foi sancionado o projeto que cria um teto para o imposto sobre itens como diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. Pelo texto, esses itens passam a ser classificados como essenciais e indispensáveis, o que impede que os estados cobrem taxa superior à alíquota geral que varia de 17% a 18%, dependendo da localidade. Até então, os combustíveis e outros bens que o projeto beneficia eram considerados supérfluos e pagavam, em alguns estados, até 30% de ICMS. Além disso, na última quarta-feira, a Petrobras realizou a primeira redução do ano do preço de venda da gasolina para as refinarias. O valor do litro passou de R$ 4,06 para R$ 3,86 por litro. A Petrobras se vale da redução dos preços do petróleo Brent desde fevereiro, que chegaram perto dos US$ 140 no estouro da guerra na Ucrânia e hoje giram em torno dos US$ 100. Segundo a petroleira, a redução "acompanha a evolução dos preços internacionais de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio". Após a redução de 5%, os preços da gasolina no Brasil se igualaram aos do mercado internacional. Segundo relatório divulgado pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a diferença é de apenas R$ 0,01 por litro do combustível. Na data da redução, a gasolina no mercado brasileiro estava R$ 0,30 mais cara que no exterior. O litro do diesel A (sem adição de biodiesel) continua custando, em média, R$ 0,13 a mais no mercado interno que o produto importado.

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Ex-diretor-geral da ANP diz que gasolina deve sofrer forte alta após eleições

Na avaliação do ex-diretor geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) David Zylbersztajn, o preço do combustível deve sofrer forte alta após as eleições, com o realinhamento ao mercado internacional. Em entrevista à CNN, neste sábado (23), o ex-diretor afirmou que parece haver uma ordem na Petrobras de não mexer nos preços até o pleito. Zylbersztajn criticou a redução dos preços dos combustíveis para o consumidor no país. Ele classificou o movimento do governo para baixar os preços como eldquo;artificialerdquo;. eldquo;O fato da gente estar mais barato significa que, se a gente precisar importar, alguém precisará pagar essa diferença. Se não for o consumidor, ou vai ser a Petrobras ou o governoerdquo;, pontua. Para ele, é possível que eldquo;depois das eleições, a gente tenha um realinhamento forte dos preços dos combustíveis, dependendo de como se comportar o mercado internacionalerdquo;, disse. O ex-diretor citou que dois movimentos impactaram o preço dos combustíveis nas últimas semanas. O primeiro foi a queda do preço do petróleo. O brent chegou a ficar abaixo dos US$ 100. Por outro lado, a recente depreciação do real frente ao dólar puxa os preços para cima. eldquo;Esse embate entre queda do petróleo e depreciação do real é que vai determinar se tem que aumentar, diminuir ou deixar estável. A minha impressão é que a valorização do dólar foi mais expressiva do que o preço do barrilerdquo;, afirma o ex-diretor da ANP. eldquo;Você não pode, de uma maneira brusca como foi feita, cortar receita dos estados. Inclusive, choca a passividade da maioria dos governadoreserdquo;, diz. Segundo o ex-diretor da ANP, caso houvesse uma redução no imposto, deveria ocorrer eldquo;no bojo de uma reforma tributária maior, de uma forma organizada, com estratégia e com prazo de implementaçãoerdquo;. eldquo;O impacto disso com a redução da receita dos estados vai ser na hora que faltar merenda escolar, faltar investimento na segurança pública, faltar investimento para consertar equipamentos em hospitais, afirma Zylbersztajn.

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O que as pesquisas para campanha de Bolsonaro mostram sobre percepção do preço de combustíveis

De acordo com pesquisas qualitativas encomendadas pela própria campanha de Jair Bolsonaro, por enquanto a percepção sobre a queda dos preços dos combustíveis ainda está restrita aos que já apoiam o presidente emdash; sobretudo nas classes A e B. A expectativa, entretanto, inclusive na oposição, é que essa sensação se espalhe por todas as classes sociais.

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