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Petrobras: Conselho discute hoje mudança na política de preços dos combustíveis

O Conselho de Administração da Petrobras se reúne nesta quarta-feira com uma pauta polêmica envolvendo a atual política de preços dos combustíveis praticada pela estatal, que alinha os valores cobrados pelas refinarias às variações da cotação internacional do petróleo e do câmbio. Os conselheiros vão discutir uma proposta que prevê que, a partir de agora, seria o próprio Conselho de Administração da companhia o responsável por estabelecer a política de preços. Com isso, a diretoria executiva da estatal passaria a apenas executar as decisões. Hoje, quem decide sobre reajustes dos combustíveis na Petrobras é o presidente da estatal, o diretor financeiro e o diretor de logística. Os três decidem, com base na cotação do dólar e do petróleo, e informam ao Conselho de Administração. O encontro do colegiado marcado para hoje começa às 9h na sede da estatal, no Centro do Rio de Janeiro. O presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, que também é um dos 11 conselheiros, não deverá participar do encontro, pois se recupera de uma cirurgia. Segundo uma fonte, o principal assunto na pauta é a proposta de uma nova regra para a política de preços, que está sendo tratada como "uma mudança estrutural para a companhia". Mas há quem classifique como "jogada eleitoral". Pressão para reduzir preço do diesel Uma outra fonte lembrou que a mudança faz parte do projeto do governo de baixar ainda mais os preços dos combustíveis às vésperas da eleição. No último dia 19 de julho, a estatal anunciou redução de 4,9% no preço da gasolina nas refinarias. O governo também já vem pressionando a estatal para reduzir o preço do diesel nas refinarias, mas a diretoria vem resistindo alegando que ainda não há espaço. Dados da Abicom, que reúne os importadores de combustíveis, apontam que o preço do diesel no Brasil vem alternando cenários de equilíbrio e de preços mais caros em relação ao cenário internacional nas duas últimas semanas. Dividendos superiores a R$ 50 bi Na quinta-feira, o Conselho volta a se reunir para tratar dos resultados da companhia no segundo trimestre -- cujo balanço será divulgado no mesmo dia com a perspectiva de novo lucro bilionário -- e deliberar sobre o pagamento de dividendos. Uma fonte disse que a empresa tem hoje fluxo de caixa para pagar dividendos superiores a R$ 50 bilhões a seus acionistas. A ideia, conforme revelou O GLOBO, é que a estatal antecipe a distribuição de dividendos para ajudar na engenharia fiscal do governo para compensar o aumento dos gastos públicos às vésperas da eleição. O mercado financeiro espera dividendos robustos de R$ 38 bilhões. Na segunda-feira, a estatal informou que não havia uma decisão tomada sobre o tema. No ano passado, a estatal, sob o comando de Joaquim Silva e Luna, aprovou o pagamento de antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2021. A ideia é fazer algo semelhante esse ano. A União, por ser a maior acionista da empresa com 28,67% de todo o capital, fica com a maior parte dos dividendos. O aumento no pagamento de dividendos ocorre após pedido do governo federal e deve ser seguido por outras estatais como a Caixa e o BNDES. Troca de conselheiros Os encontros do Conselho de Administração da Petrobras desta semana serão os últimos com os atuais representantes. No dia 19 de agosto, os acionistas vão se reunir para votar a nova composição do colegiado. O governo decidiu manter as indicações do secretário-executivo da Casa Civil, Jônathas Castro, e do procurador-geral da Fazenda Nacional, Ricardo Soriano de Alencar, para integrar o colegiado, apesar de parecer contrário do Comitê de Elegibilidade (Celeg) e do atual Conselho de Administração.

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Petrobras anuncia novo lucro bilionário amanhã e governo quer redução do diesel

A Petrobras vai anunciar no início da noite de amanhã, o seu balanço do segundo trimestre. Os números, segundo um consenso entre analistas financeiros, devem ser robustos. Semelhantes ao estrondoso lucro do primeiro trimestre, que foi de R$ 44,5 bilhões. No governo, alguns ministros julgam que a Petrobras deveria anunciar hoje um redução do preço do diesel em torno dos 5% emdash; assim como foi feito na semana passada com a gasolina, cuja queda foi de 4,96%. O governo acha que há espaço no caixa para a redução e politicamente seria uma atitude importante para amortecer as críticas que recairão sobre a empresa.

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Bolsonaro destaca crise dos combustíveis e não descarta novas trocas na Petrobras

O presidente Jair Bolsonaro (PL) almoçou na tarde desta segunda-feira (25) com 135 empresárias e executivas no Palácio Tangará, em São Paulo, voltou a falar dos preços dos combustíveis, tema sensível para o eleitorado, e reafirmou que trocaria o presidente da Petrobras sempre que necessário. No evento, organizado pelo Grupo Voto, Bolsonaro aproveitou para elogiar algumas realizações de seu governo, como o Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família e é pago sobretudo às mulheres de baixa renda que são chefes de domicílio. O presidente mencionou também a Lei de Liberdade Econômica, uma tentativa de desburocratizar o processo de abertura das empresas. Ele também anunciou a criação de uma linha de crédito de R$ 50 bilhões, voltada para pequenos empresários e MEIs (Microempreendedores Individuais). Ao mencionar a crise no preço dos combustíveis, Bolsonaro disse que o Brasil ocupa hoje o primeiro quartil dos 25 países que têm os combustíveis mais baratos, reforçando que vai trocar o comando da Petrobras sempre que for necessário. O evento foi organizado pelo Grupo Voto, presidido pela empresária Karim Miskulin. Também estiveram presentes Esther Schattan (presidente e fundadora da Ornare), Carla Sarni (fundadora da Sorridents), Claudia Papa Scarpa (vice-presidenta para a América Latina da Star Insurance Company), Ana Carolina Paiffer (da Atom) e Marly Parra (da iHub e embaixadora da Endeavor Brasil). O almoço serviu para Bolsonaro tentar aproximar do empresariado paulista o seu pré-candidato ao governo de São Paulo, o ex-ministro Tarcísio de Freitas. O evento também acontece após uma série de demonstrações públicas por parte do empresariado, que tem feito declarações em defesa do sistema eleitoral e da democracia, alvos de ataques recorrentes de Bolsonaro. Na semana passada, ele chegou a protagonizar um evento com diplomatas estrangeiros em que repetiu críticas sem comprovação contra o sistema eleitoral. O episódio foi interpretado por empresários e juristas e#8203;como um dos mais graves capítulos na escalada antidemocrática de Bolsonaro e atos foram marcados para o próximo dia 11 de agosto na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). Na sexta-feira (22), por exemplo, o presidente da Natura, Fábio Barbosa, recordou, por meio de uma postagem em seu perfil no LinkedIn, que esteve envolvido com o manifesto "Eleições serão respeitadas", de 2021, e aproveitou para reiterar os princípios do movimento em defesa da democracia. Com Bolsonaro em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto emdash;atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) emdash; há um esforço para conquistar mais votos do eleitorado feminino. Acompanharam Bolsonaro no evento desta segunda o ministro Paulo Guedes (Economia), Ciro Nogueira (Casa Civil), Daniella Marques (a nova presidente da Caixa Econômica Federal), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o deputado federal Capitão Derrite (PL-SP) e Flávio Rocha (secretário especial de Assuntos Estratégicos). Também estiveram o ex-ministro Marcos Pontes, Luiz Eduardo Ramos (ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República), Cristiane Britto (ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), Joaquim Alvaro (ministro do Meio Ambiente) e Marcos Montes (ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Segundo os organizadores, Lula e Simone Tebet (MDB) também foram convidados para eventos semelhantes, mas ainda não confirmaram presença. Em abril do ano passado, o presidente se reuniu no mesmo local, com mais de 40 executivas. Na ocasião, disse que o Paulo Guedes não apitava na parte política de seu governo. "Converso com eles [ministros] antes de tomar qualquer decisão, seja a mais simples, a mais normal. Chamo Damares e pergunto o que fazer. Paulo Guedes, na economia, quase nada falo. Temos um bom relacionamento porque eu não apito em economia e ele não apita em política", afirmou Bolsonaro em um vídeo obtido pela Folha à época.

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Governo antecipa para o dia 9 Auxílio de R$ 600 e R$ 2 mil para caminhoneiros

Com pouco tempo até as eleições de outubro, o governo Jair Bolsonaro divulgou que no dia 9 de agosto começa o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil e do bolsa-caminhoneiro, que deve ter duas prestações de R$ 1 mil pagas no mesmo dia. O Ministério da Cidadania antecipou o calendário de pagamento dos benefícios do Auxílio Brasil referente ao mês de agosto. De acordo com instrução normativa publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 25, as parcelas serão pagas a partir do dia 9 do mês, a depender do Número de Identificação Social (NIS) do beneficiário. Antes da mudança, os pagamentos seriam feitos nos últimos dez dias úteis de cada mês (dia 18). O calendário do restante do ano não foi alterado. Os beneficiários do Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família, recebem em média R$ 400 mensais. Depois da aprovação da chamada PEC Kamikaze, o valor passará a ser de R$ 600 mensais, mas a parcela turbinada só será desembolsada pelo governo de Jair Bolsonaro de agosto a dezembro deste ano eleitoral. Bolsa-caminhoneiro O Ministério do Trabalho divulgou nesta segunda-feira, 25, o calendário de pagamento da bolsa-caminhoneiro de R$ 1 mil. As duas primeiras parcelas serão pagas no dia 9 de agosto, segundo o ministério, porque são referentes aos meses de julho e agosto. Depois, o calendário segue até dezembro. Oficialmente, o programa foi batizado de Benefício Emergencial aos Transportadores Autônomos de Carga (BEm Caminhoneiro) e, pelas contas do governo, deve beneficiar cerca de 900 mil transportadores autônomos de cargas. O benefício faz parte do pacote social pré-eleitoral criado pela chamada PEC Kamikaze, promulgada pelo Congresso no dia 14 de julho. Entre outros pontos, a emenda constitucional aumentou o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, ampliou o vale-gás e criou um eldquo;vouchererdquo; para caminhoneiros e um auxílio para taxistas. O custo total do pacote pré-eleitoral chega a R$ 41,2 bilhões. No caso dos caminhoneiros, o total liberado é de R$ 5,4 bilhões. As informações de cadastro dos caminhoneiros foram repassadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e já estão em processamento pela Dataprev para permitir o pagamento aos elegíveis. Os detalhes sobre o pagamento do benefício serão regulamentados em breve por meio de portaria. Bolsa-taxista No caso dos taxistas, os prefeitos poderão enviar as informações de cadastro a partir de hoje. As orientações para a inserção dos dados e demais informações sobre o pagamento do auxílio estarão no portal. O sistema ficará aberto para receber os cadastros até o dia 31 de julho. Aqueles que no dia 25, eventualmente, ainda não tiverem recebido a comunicação do Ministério poderão acessar o sistema igualmente para enviar as informações. O envio dos cadastros dos taxistas pelas prefeituras é necessário pela competência municipal ou distrital do tema. Os dados cadastrados serão processados pela Dataprev. Serão considerados os motoristas de táxi com Carteira Nacional de Habilitação válida e alvará em vigor no dia 31 de maio de 2022. O valor e o número de parcelas do benefício poderão ser ajustados de acordo com o número de beneficiários cadastrados, respeitando o limite global disponível para o pagamento do auxílio, previsto na Emenda.

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Com cortes nos combustíveis, IPCA-15, prévia da inflação, desacelera e atinge 0,13% em julho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) subiu 0,13% em julho, após ter avançado 0,69% em junho, informou nesta terça-feira, 26, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a menor variação mensal desde junho de 2020, quando o IPCA-15 subiu apenas 0,02%. A desaceleração foi puxada pela queda no grupo dos Transportes (-1,08%), com recuo nos preços dos combustíveis (-4,88%), em particular da gasolina (-5,01%) e do etanol (-8,16%). O óleo diesel seguiu na contramão dos demais combustíveis, com alta de 7,32%. O resultado ficou dentro das estimativas do mercado financeiro, consultadas pelo Estadão/Broadcast, que variavam de uma queda de 0,70% a uma alta de 0,70%, perto da mediana de 0,16% de alta. Com o resultado anunciado nesta terça, o IPCA-15 registrou um aumento de 5,79% no acumulado do ano. No acumulado em 12 meses, a alta foi de 11,39%. As projeções para o acumulado em 12 meses iam de avanço de 9,80% a 11,94%, com mediana de 11,41%.

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Ao apurar suspeitas com CBios, que já vêm de abril, MME sacrifica o RenovaBio sem precisar

Desde abril o movimento com Créditos de Descarbonização (CBios) mostra estranheza e semana passada o governo resolve apurar, mas sacrificando a programação de metas a serem cumpridas do RenovaBio. O Ministério de Minas e Energia (MME) acionou o Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade) para que verifique abuso de poder econômico na emissão dos títulos, que dispararam até o começo do mês, passando dos R$ 200. Mas, "desnecessariamente" jogou para setembro de 2023 o volume que as distribuidoras deveriam comprar em 2022, "gerando prejuízos socioambientais, insegurança jurídica e ampliando o desgaste, já insistente, do RenovaBio por parte de muitos agentes distribuidores da cadeia", diz Paulo Leal, presidente da Feplana, que representa 60 mil canavieiros. Como Money Times publicou, com exclusividade, dia 11 de abril, houve um movimento atípico na B3, em um só dia (8), quando uma distribuidora comprou numa só tacada 825 mil CBios, fazendo disparar o papel. E os rumores apontavam que havia um acordo com alguns vendedores, ou seja, usinas. Pelo sigilo compulsório, até hoje não se sabe qual foi, mas certamente está entre as três maiores do mercado, que possuem metas de compras acima de 1 milhão de títulos por ano. São eles, Raízen (RAIZ4), Vibra Energia (VBBR3) e Ipiranga. Na média de negociações diárias para o período, com safra mal começada, havia a troca de mãos entre todos os operadores de no máximo 90 mil CBios, cujas colocações por parte das usinas e destilarias correspondem ao volume correspondente de venda de etanol às distribuidoras -- ou de biodiesel. Agora, por insistência das distribuidoras, o governo resolveu deixar que elas demonstrem seus compromissos de aquisição, a que são obrigadas pela lei do RenovaBio, para o segundo semestre do ao que vem. O CBio caiu para em torno de R$ 95 a R$ 100 nos últimos dias, perdendo praticamente R$ 100 assim que as críticas começaram. O tamanho da perda também é desproporcional. Segundo comentários, as usinas estariam represando a emissão de CBios para fazê-los disparar, embora também as vendas de etanol estejam muito fracas. No meio desse cenário, a Feplana vê também a situação ficando ruim para os produtores rurais, especialmente para aqueles fornecedores de usinas que estão repassando os ganhos com a venda dos papéis. Se as distribuidoras podem postergar a aquisição, a cadeia fica manca, pontua o presidente da Feplana, garantindo que é a favor da investigação. No caso da usina cooperativista Coaf, de Pernambuco, presidida por Alexandre Lima, vice da Feplana, os produtores recebem 100% pelo CBio e na safra 22/23, que começa em setembro, poderão sofrer, já que não há obrigatoriedade de as distribuidoras os adquirirem.

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