Ano:
Mês:
article

Percepção de que alta da gasolina é culpa de Bolsonaro cai sete pontos em dois meses

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (3) aponta queda de sete pontos, em dois meses, da percepção de que a alta do preço dos combustíveis seria culpa do presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o levantamento, 21% dos entrevistados acreditam que o aumento do preço do combustível é culpa de Bolsonaro. Há dois meses, em junho, esse número era de 28%. Entre junho e julho, o governo conseguiu aprovar no Congresso medidas que reduziram a cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis e permitiram o aumento no valor de programas sociais, como o Auxílio Brasil. Ao mesmo tempo, aumentou a percepção de que as variações nos preços dependem de fatores externos. Essa causa é apontada por 34% dos entrevistados na pesquisa divulgada nesta quarta. Em julho, o número era de 25%. Houve, portanto, um aumento de nove pontos percentuais em um mês. Os que culpam a Petrobras somam 18%, governadores, 12%, todos, 4%, e donos de postos de combustíveis, 1%. Os que não souberam ou não responderam são 10%. Entre os entrevistados que têm a intenção de votar em Jair Bolsonaro (PL), 42% atribuem a alta dos preços a fatores externos, 23% à Petrobras, 20% aos governadores dos estados e 2% ao próprio presidente. Entre os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 38% creditam a alta a Bolsonaro, enquanto 24% culpam fatores externos e 14% apontam a Petrobras como responsável. Já para os que têm a intenção de votar em outros candidatos, 45% acreditam ser a culpa de fatores externos, e 16% culpam o presidente Jair Bolsonaro. A pesquisa Genial/Quaest mediu a intenção de voto dos eleitores brasileiros entre 28 e 31 de julho. O levantamento entrevistou 2.000 pessoas presencialmente e foi registrado no TSE sob o número BR-02546/2022. O nível de confiança é de 95%.

article

Banco Central promove 12ª alta seguida nos juros e Selic chega a 13,75% ao ano

O Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa básica de juros, a Selic, de 13,25% para 13,75% ao ano nesta quarta-feira. Essa é a 12ª alta seguida e coloca os juros no mesmo patamar de novembro de 2016. A alta nos juros deve aumentar a atração da renda fixa. Para a próxima reunião, em setembro, o BC disse que vai avaliar a necessidade de uma nova alta "residual" em menor magnitude. Esse movimento provavelmente será de 0,25 ponto percentual (p.p), elevando a Selic para 14%. Para Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos, o BC sinalizou a intenção bem clara de encerrar o ciclo de alta de juros em 13,75% ou em 14%. A aposta de Sobral é de mais uma elevação de 0,25 p.p. emdash; Ele falou que pode ser que mais um ajuste, no singular, de menor magnitude caso seja necessário, Então ele tá no cenário base fechando bem o leque de possibilidades, tirou da frente dar uma alta de 0, 50 ponto percentual a não ser que alguma coisa extraordinária aconteça daqui até setembro emdash; disse o economista. A trajetória de elevações na Selic começou em março de 2021, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa de 2%, a mínima histórica, para 2,75% ao ano. A movimentação tem como objetivo controlar a inflação, que acumula alta de 11,39% em 12 meses. Ao sinalizar mais um aumento, o Copom afirmou que "seguirá vigilante" e que os passos futuros da taxa básica de juros poderão ser ajustados a depender da conjuntura econômica. "O Copom considera que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista", diz o comunicado. Risco fiscal No comunicado, o Copom ainda ressaltou que há fatores que podem elevar ou rebaixar o índice de inflação. No caso da alta, dois pontos foram destacados, uma maior persistência da inflação global e a "incerteza" sobre o futuro do arcabouço fiscal e de estímulos sobre a demanda. Tesouro Selic, fundos ou poupança? Alta dos juros torna renda fixa ainda mais atraente. Veja onde aplicar Neste ponto, o BC fez um alerta sobre a possibilidade de tornar permanentes medidas fiscais de estímulo à demanda. Na avaliação do Copom, isso "acentua os riscos de alta para o cenário inflacionário". Desde da aprovação da PEC Eleitoral com o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600, há uma discussão política e eleitoral sobre a viabilidade de diminuir esse valor para R$ 400 no fim do ano, como já está previsto. Tanto a campanha de Lula e quanto o presidente Jair Bolsonaro, os dois candidatos que lideram as pesquisas para presidente, já sinalizaram que o valor deve continuar no próximo ano. Alessandra Ribeiro, sócia e diretora da área de Macroeconomia e Análise Setorial da Tendências Consultoria, acredita que a Selic chegará a 14% neste ano e vê uma elevação no tom em relação ao risco fiscal no comunicado. Segundo a economista, o risco não seria só de extensão do Auxílio Brasil, mas de outros benefícios previstos na PEC Eleitoral, como o vale-gás e o vale-caminhoneiro. emdash; O auxílio tem um peso relevante, mas todas as outras também porque no fundo elas acabam sendo medidas de suportar a demanda. Seja por um voucher, ou se você mantém a redução do preço do combustível, a renda disponível das famílias melhora, então você acaba sustentando a demanda, o que dificulta ainda mais o trabalho do Banco Central de controlar a inflação emdash; destacou. Por outro lado, o Copom também avalia que o aumento do risco da desaceleração global da economia, com juros mais altos ao redor do mundo, eleva também as chances da inflação diminuir.

article

Senado aprova MP que altera o vale-alimentação, mas Flávio indica que Bolsonaro pode vetar saque

O Senado aprovou, na noite desta quarta-feira, a Medida Provisória (MP) que altera as regras para a concessão do auxílio-alimentação pago aos trabalhadores e regulamenta adoção do teletrabalho (chamado popularmente de home-office) pelas empresas. A proposta, que havia sido aprovada mais cedo na Câmara, permite a possibilidade de o trabalhador sacar o saldo não utilizado do tíquetes refeição ou de mercado ao final de 60 dias. O relator do projeto na Casa, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), porém, indicou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) pode vetar esse artigo do texto. A medida provisória foi editada em março pelo governo Jair Bolsonaro e, caso não fosse aprovada pelo Congresso nesta semana, perderia a validade no próximo domingo, dia 7. Por causa do curto tempo para a tramitação do projeto, o Senado não fez mudanças em relação ao texto que foi enviado pela Câmara. A MP segue agora para a sanção presidencial. A celeridade na tramitação, com pouca margem de tempo para fazer alterações no projeto que veio da Câmara, foi alvo de críticas dos senadores. O próprio relator, filho do presidente, questionou a forma como o texto veio da outra Casa. Inicialmente, o relator da matéria na Câmara, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), cogitou permitir que o auxílio-alimentação fosse pago aos trabalhadores em dinheiro, o que foi fortemente criticado pelo setor de restaurantes. Em novo parecer, Paulinho da Força retirou o dispositivo, mas incluiu a possibilidade de o trabalhador sacar o saldo não utilizado ao final de 60 dias. emdash; O texto, como veio da Câmara, vai gerar uma insegurança jurídica e é até um risco para o trabalhador. Porque, obviamente, a partir do momento em que criasse a possibilidade de você desvirtuar o auxílio-alimentação, ou seja, a possibilidade de que esses recursos sejam sacados pelo trabalhador após o prazo de 60 dias, isso vai ser encarado pela Receita Federal como caráter remuneratório e passível de que seja tributado, o que é penoso para o trabalhador emdash; disse Flávio. Alguns senadores pediram a Flávio para que o texto da MP fosse alterado ou que fosse vetado parcialmente por Bolsonaro. O filho do presidente, porém, afirmou que não poderia se comprometer com as eventuais medidas que seu pai tomaria quando recebesse o texto final da MP, pois não conversou ainda com os assessores do Planalto. No entanto, indicou que poderia Bolsonaro poderia vetar o saque do auxílio alimentação. emdash; Eu acredito que esse artigo [saque do VR] deverá ser sim objeto de veto. Acho que além do mérito, por questões de legalidade emdash; disse. Apesar da possibilidade do saque, a MP pretende impedir que o auxílio-alimentação seja usado para nenhum outro gasto que não seja a compra de comida. A proposta também proíbe que as fornecedoras de tíquetes-alimentação deem descontos para as empresas que contratam o serviço. Por exemplo: antes, uma empresa poderia contratar R$ 50 mil em auxílio-alimentação, mas pagar menos emdash; essa diferença era compensada com cobrança de taxas para os restaurantes e supermercados. Na avaliação do governo, o método fazia com que a alimentação dos trabalhadores ficasse mais cara. A MP estabelece multa de R$ 5 mil a R$ 50 mil, aplicada em dobro em caso de reincidência ou embaraço à fiscalização. Estão sujeitos ao pagamento os empregadores, as empresas emissoras dos cartões de pagamento do auxílio e os estabelecimentos que comercializam produtos não relacionados à alimentação. O Senado também aprovou a possibilidade de as centrais sindicais terem acesso ao saldo residual das contribuições sindicais, que se tornaram facultativas com a reforma trabalhista.

article

Petróleo fecha em alta com investidores à espera de reunião da Opep

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta terça-feira (2), com os investidores se posicionando antes da reunião de amanhã da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que deve encerrar os cortes de produção estabelecidos durante a pandemia. O contrato do petróleo Brent, a referência global da commodity, para outubro fechou a sessão em alta de 0,50%, a US$ 100,54 por barril, enquanto o do WTI americano para setembro subiu 0,56%, a US$ 94,42 por barril. O índice dólar DXY, que normalmente tem correlação negativa com a commodity, operava em alta de 0,71%, a 106,197 pontos, por volta do horário de fechamento do petróleo. A Opep vem revertendo gradativamente o acordo de corte de produção de 9 milhões de barris diários de petróleo, estabelecido após a crise de demanda gerada pela pandemia em 2020, e esta reunião deve terminar a retirada dos limites de produção.Embora o acordo não termine oficialmente até o fim do ano, o aumento de produção esperado para agosto colocaria a produção em níveis pré-pandemia. O fim dos cortes também marcaria, tecnicamente, o fim da aliança entre a Opep e um grupo de aliados liderado pela Rússia, mas analistas esperam que o grupo, conhecido como Opep+, continue existindo. eldquo;A decisão desta semana nos dirá o quão unificado o grupo ainda está, quão comprometido está em reequilibrar o mercado e se o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem alguma influência no cartelerdquo;, afirmou o analista sênior da Oanda, Craig Erlam. eldquo;E não podemos esquecer que o grupo ainda é incapaz de cumprir o que já foi acordado. Portanto, a menos que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos se comprometam a aumentar a produção, qualquer acordo pode ter pouco impacto.erdquo; Os investidores também estarão atentos aos dados semanais de estoques de petróleo do Departamento de Energia dos EUA (DoE), que serão divulgados na quarta (3). Os dados do DoE da semana passada indicaram que a demanda por gasolina alcançou o segundo maior nível no ano, mas segue 7% abaixo do registrado há um ano.

article

Venda de refinaria da Petrobras divide Cade

O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vai julgar hoje a validade da aquisição da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), da Petrobras, em Manaus, pela Ream Participações, do grupo Atem. A falta de consenso sobre a aprovação ou não da operação pode levar a um pedido de vista, segundo fontes ouvidas pelo Valor, suspendendo o julgamento. Interrupções de julgamento desse tipo não são muito corriqueiras em atos de concentração. Informações disponibilizadas pelo Cade indicam que o último pedido de vista em um ação do tipo ocorreu em 2016. A venda faz parte de compromisso assumido pela estatal em acordo com o Cade para estimular a concorrência no mercado nacional de refino. Apesar de o negócio ter sido aprovado sem restrições em maio pela Superintendência-Geral (SG), o caso foi avocado (destacado para o Tribunal) pela conselheira Lenisa Rodrigues Prado e por isso será julgado pelo Tribunal da autarquia, que poderá seguir ou não o parecer da Superintendência-Geral. A operação envolve os mercados de refino de petróleo e distribuição de combustíveis e é resultado de obrigação assumida pela Petrobras com o Cade em junho de 2019, em Termo de Compromisso de Cessação (TCC). No acordo, a estatal se comprometeu a vender oito refinarias, incluindo os ativos relacionados a transporte de combustível. Nesse conjunto estava a Isaac Sabbá, no Amazonas. O objetivo do TCC foi estimular a concorrência no setor de refino de petróleo no Brasil, até então explorado quase integralmente pela Petrobras. Em despacho sobre a avocação, a conselheira Lenisa apontou alguns pontos da operação que precisariam ser melhor verificados pelo Tribunal. eldquo;Denota-se que a região Norte possui limitações estruturais. Foram identificados diversos riscos anti competitivos, principalmente com a criação de um monopólio regional privadoerdquo;, afirmou a conselheira no parecer. Ainda segundo o despacho da relatora, apesar de a Petrobras e a Ream alegarem que há falta de investimento das concorrentes e clientes, as especificidades da região Norte - dificuldades logísticas e de infraestrutura - não tornam a expansão de portos e terminais fatores simplórios ou de baixo investimento. A agência Nacional de Petróleo (ANP) opinou pela aprovação da operação com a adoção de restrições. Foram admitidas como terceiras interessadas no caso a Raízen, a Distribuidora Equador de Produtos de Petróleo, a Ipiranga Produtos de Petróleo e a Sociedade Fogás. As companhias foram unânimes ao dizer no processo que são altamente dependentes da Reman. A tendência da relatora, segundo fontes, é de sugerir a aprovação do negócio sem restrições (os chamados remédios). O caso teria sido pautado sem discussão prévia com o colegiado, o que gerou essa situação de incerteza. O debate sobre o ato de concentração também não teria ocorrido na tarde de ontem, na reunião que antecede as sessões, o chamado eldquo;seminário internoerdquo; Outros conselheiros tenderiam a pedir a adoção de remédios, que não teriam sido negociados, o que poderia levar à reprovação da operação. Um dos pontos de preocupação seriam os terminais portuários de Manaus. Por isso, apesar de não existir consenso, há a expectativa de um pedido de vista por parte de algum dos integrantes, se não for apresentado um remédio até a sessão, como forma de se tentar buscar um acordo a respeito do uso dos terminais portuários. Para ler esta notícia, clique aqui.

article

Petrobras e Bunge se unem para produzir diesel verde

A Petrobras e a Bunge se uniram para produzir diesel verde a partir do coprocessamento de óleos vegetais na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), unidade que a estatal colocou à venda. Cerca de 1,5 milhão de litros serão destinados aos primeiros testes comerciais do produto, que irão verificar a receptividade do mercado ao novo combustível, informou a Petrobrás. Maior produtora brasileira de óleo de soja, a Bunge vai fornecer a matéria-prima para ser misturada ao diesel da Petrobras, na proporção de 5% do volume total (R5). eldquo;A matéria-prima começou a ser fornecida no final de julho e a produção ocorrerá em setembro de 2022ePrime;, informou a estatal. O diesel R5 é produzido a partir do coprocessamento de óleos vegetais, neste caso de óleo de soja refinado, com óleo diesel de petróleo. O combustível sai da refinaria com cerca de 95% de diesel mineral (derivado do petróleo) e 5% de diesel renovável, também chamado de diesel verde. As distribuidoras farão a adição dos 10% de biodiesel éster, conforme estabelece a legislação atual. O diesel verde ou renovável é um biocombustível avançado, quimicamente igual ao diesel mineral, só que produzido a partir de matérias-primas renováveis, como óleos vegetais, gorduras animais ou até mesmo óleo de cozinha usado. Ele pode ser produzido em unidades industriais concebidas especificamente para sua produção, ou por coprocessamento em unidades de hidrotratamento já existentes, nas quais a carga da unidade é feita com diesel mineral misturado aos óleos vegetais. eldquo;Nos testes comerciais a serem realizados, o produto será oferecido visando identificar segmentos interessados no uso desse combustível para redução das emissões de gaseserdquo;, explicou a empresa. A Petrobras reforçou, ainda, que planeja expandir a produção do diesel com conteúdo renovável para mais duas refinarias no Sudeste e, futuramente, ter uma unidade dedicada ao processamento da matéria-prima renovável. Até 2026, serão investidos US$ 600 milhões com esse objetivo, por meio do Programa Biorrefino, conforme prevê o Plano Estratégico da Petrobras para o período 2022-2026 e que está sendo revisado.

Como posso te ajudar?