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Petróleo fecha em alta, com desvalorização do dólar e cautela com China

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta, em sessão marcada pela desvalorização do dólar+0,28%, principalmente em relação ao iene, e com perspectivas de reabertura da China no radar de investidores. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro de 2023 fechou em alta de 1,13% (US$ 0,85), a US$ 76,23 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 0,24% (US$ 0,19), a US$ 79,99 o barril. Os contratos de petróleo mostraram volatilidade hoje. Após uma tentativa de recuperação, ajudada pelo recuo do dólar, eles inverteram o sinal à tarde. No noticiário, a Bloomberg reportou que a Alemanha negou que planeje comprar petróleo da Rússia no ano que vem, importando em vez disso óleo do Casaquistão. Por outro lado, a cautela com o quadro na China continua a ser um freio para os contratos. O país libera controles contra a covid-19, o que tende a apoiar a atividade, mas alguns analistas veem riscos de novas ondas da doença, que poderiam tornar esse processo mais acidentado e demorado. Segundo relatório da BTG Pactual, 2023 deverá ser marcado pela manutenção do desequilíbrio entre oferta e demanda de petróleo, o que deve contribuir para o aumento dos preços. Para o banco, o barril do Brent deve ficar acima de US$ 100, a menos que ocorra uma recessão forte nos EUA ou na Europa, o que o BTG considera que não deve ocorrer.

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Petrobras recebe US$ 1,1 bi por campos em Sergipe e avança na venda de operações na Argentina

Na reta final do governo de Jair Bolsonaro, a Petrobras anunciou nesta terça-feira a conclusão da venda de um conjunto de 11 concessões de campos terrestres de produção de óleo e gás, com instalações integradas, localizadas no estado de Sergipe, denominados conjuntamente de Polo Carmópolis, para a empresa Carmo Energy. O valor da venda foi de US$ 1,1 bilhão, segundo a Petrobras. O campo foi descoberto em agosto de 1963, e chegou a ser um dos maiores campos petrolíferos da América Latina. A produção média do Polo Carmópolis em novembro foi de 4,5 mil barris de óleo por dia e de 22 mil m3/dia de gás. Carmópolis é tida como a principal responsável por ter permitido a descoberta do primeiro campo em mar no Brasil, localizado em águas rasas na Bacia de Sergipe (o campo de Guaricema). O anúncio ocorre após o fechamento da venda da venda da refinaria de Manaus, no mês passado. Na segunda-feira, a estatal anunciou o fim do processo de venda da unidade de fertilizantes em Araucária. Segundo fontes, a norueguesa Yara desistiu da compra. O negócio ocorreu mesmo após os pedidos da equipe de transição do futuro governo Lula para que todos os processos de desinvestimentos da estatal fossem suspensos. Além disso, a estatal informou que iniciou a fase não-vinculante para vender 100% de sua participação na subsidiária da Argentina, a Posa, que detém 33,6% no Campo de Rio Neuquén. A Petrobras tem como sócios na subsidiária a a YPF S.A, operadora do campo, com 33,3% de participação, e a Pampa Energia, com 33,1%. Pelo acordo de acionistas, os sócios têm preferência na compra. eldquo;Os potenciais compradores habilitados para essa fase receberão instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para elaboração e envio das propostas não vinculantes, além de acesso a um data room virtual contendo informações adicionaisetilde;, disse a estatal em nota. O campo de Rio Neuquén está localizado nas províncias de Rio Neuquén e Rio Negro e é conhecido por suas reservas não convencionais de gás (o chamado tight gas, que é semelhante ao shale gas). Para produzir o gás, é preciso usar técnicas como a do fraturamento hidráulico. A área também produz petróleo. A produção média entre janeiro e novembro de 2022 foi de 9,6 mil barris de óleo equivalente por dia.

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Aeroportos voltam a registrar paralisações

O protesto organizado por pilotos e comissários entrou ontem em seu segundo dia, com paralisações em nove dos principais aeroportos do País durante a manhã. O movimento, que teve início na segunda-feira, tem provocado atrasos e mesmo cancelamento de alguns voos. Os tripulantes reivindicam melhores salários e pedem que as empresas aéreas respeitem os horários de descanso de pilotos e comissários. Por determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a greve pode atingir somente 10% dos funcionários das empresas aéreas. Em transmissão em rede social ainda na segunda-feira, o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Henrique Hacklaender, afirmou que o primeiro dia de paralisações foi eldquo;um sucessoerdquo; e que a greve deverá continuar. eldquo;Esse é só o primeiro (dia) de muitos até que a gente encontre uma solução. A hora é agora, o momento é esse, e isso precisa ser feito. Tem de ter um basta. As empresas precisam alterar a sua forma de tratar os seus tripulanteserdquo;, disse. Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) informa que acompanha o movimento e que as companhias aéreas trabalham para minimizar quaisquer impactos aos passageiros. Também destacou que foi apresentada uma proposta pelo TST, aceita pelas empresas aéreas, mas rejeitada pelos tripulantes, que mantiveram a decisão de fazer paralisações.

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Câmara aprova PEC em 1º turno

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira, 20, em primeiro turno, o texto-base Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, principal aposta do governo eleito para bancar as promessas de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Votaram a favor 331 deputados (eram necessários 308) e 168 foram contrários. O presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), suspendeu a sessão e deixou a análise de um destaque (pedido de alteração) e a votação em segundo turno para esta quarta-feira, 21. Com as alterações feitas pelos deputados, a proposta precisa retornar ao Senado e também deve ser votada nesta quarta-feira. Mais cedo, líderes do Congresso fecharam um acordo com Lula para reduzir a validade da proposta de dois para um ano. A costura para viabilizar a aprovação da PEC na Câmara incluiu o rateio das verbas do orçamento secreto, derrubado na segunda-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta começou a ser analisada no plenário da Câmara por volta das 19h30. eldquo;Não tenho dúvidas de que a proposta é fundamental para que o País supere as dificuldades decorrentes do pós-pandemia, com forte limitação de recursos decorrente das restrições fiscaiserdquo;, disse o relator da PEC na Câmara, deputado Elmar Nascimento (União-BA), ao apresentar o parecer. O texto aprovado pela Câmara em primeiro turno, além de reduzir o prazo da PEC à metade, mantém dentro do teto de gastos (que limita as despesas do governo à variação da inflação) recursos de operações de crédito internacional endash; que o texto aprovado no Senado excluía da regra fiscal. Em uma votação para encerrar a discussão e iniciar a votação do texto, houve 322 votos favoráveis, 14 a mais do que o necessário para aprovar a medida. eldquo;Um ano ou dois anos é irrelevante. A proposta acaba com o teto de gastos no ano que vem e espero que o novo governo apresente uma nova e boa âncora fiscal como foi o teto de gastoserdquo;, disse o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (PSDB-RJ), que reassumiu o mandato e anunciou voto favorável à proposta. PL, Republicanos e Novo resolveram ficar contra a aprovação da PEC, demonstrando que, apesar do acordo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não conseguiu atrair todos os aliados para a aprovação. eldquo;Não há urgência para votar a PEC. Não são os mais pobres que estão correndo riscos, mas se trata de uma autorização para o governo entrar em janeiro e gastar em demasia sem discutir com o novo Congresso que toma posse em cérebroerdquo;, afirmou o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Já o o vice líder do PL na Câmara, Capitão Alberto Neto (AM), criticou o valor da PEC e a proposta para mudar a âncora fiscal. eldquo;É um cheque em branco para quem não acredita em responsabilidadeerdquo;, disse. A PEC continua sendo o plano A do governo eleito para acomodar as promessas de Lula. O texto aumenta o teto de gastos em R$ 145 bilhões para bancar um Auxílio Brasil de R$ 600 e libera da regra fiscal R$ 23 bilhões para investimentos já a partir deste ano, além de permitir outras exceções ao teto. Ao tirar R$ 23 bilhões da regra fiscal deste ano, a PEC desafoga o fechamento de contas do governo do presidente Jair Bolsonaro e destrava os recursos que estavam vinculados ao orçamento secreto e que ficarão com os ministérios, após decisão do Supremo. Lira quer manter influência sobre a destinação desses recursos junto ao governo, usando o dinheiro para manter domínio sobre aliados na Câmara. A PEC prevê ainda o prazo até 31 de agosto de 2023 para o governo apresentar uma nova regra fiscal. O texto foi construído para que a revogação do teto de gastos e sua substituição possa ser feita por lei complementar sem precisar de aprovação de uma nova PEC endash; o que trairia mais custo político a Lula para aprovação de um nova emenda constitucional. Desidratação O acordo para votar a PEC, chancelado pela Comissão Mista de Orçamento, foi fechado na residência oficial da Câmara entre o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), e o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad endash; que, mais cedo, já havia se encontrado com o presidente eleito. Inicialmente, a equipe do presidente eleito desejava que a proposta retirasse o Auxílio Brasil (que voltará a ser chamado de Bolsa Família) do teto de gastos de forma permanente. Depois, o PT cedeu para quatro anos, prazo do mandato. Para conseguir aprovar a proposta no Senado, porém, foi articulado um acordo que baixou o prazo para dois anos, além da redução de R$ 30 bilhões no valor. Agora, o acordo para a nova redução do prazo em troca da aprovação da PEC foi condicionada à eldquo;herançaerdquo; de R$ 19,4 bilhões do orçamento secreto. Da aprovação da PEC depende a votação do Orçamento de 2023, prevista para esta quarta-feira, 21.

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AEA vai trabalhar para tornar viável o diesel renovável no país

A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) criou o grupo de trabalho de HVO (Hydrotreated Vegetable Oil) para debater temas ligados ao diesel renovável oriundo de óleo vegetal hidrotratado, os caminhos para viabilizar e a expansão da produção e o aprimoramento na matriz energética brasileira. A iniciativa será coordenada por Nilton Shiraiwa, da Mercedes-Benz, e tem como vice-coordenadora a Ana Mandelli, do IBP. De acordo com Shiraiwa, esta comissão vai estimular o diálogo do setor com os demais parceiros envolvidos no tema HVO para contribuir com o desenvolvimento da produção, distribuição e uso de misturas, assim como garantir o bom funcionamento nos veículos e máquinas equipadas com motor diesel. Os membros do grupo irão estudar a viabilidade técnica do HVO no Brasil, abordando questões relacionadas à tecnologia de produção, armazenagem, manuseio, matérias-primas, especificação, além de tratar dos assuntos relativos à viabilidade econômica, logística e tributos. Fabricantes de veículos e motores, além de fornecedores de componentes para a indústria automotiva irão se juntar a produtores e distribuidores de combustíveis no Brasil, produtores de óleos vegetais, potenciais produtores de HVO, órgãos reguladores, universidades e institutos de pesquisa à semelhança do que foi realizado desde 2005, quando a AEA criou uma comissão técnica de biodiesel. O que é HVO? O HVO é um óleo vegetal hidrotratado, conhecido como diesel verde ou diesel renovável que, diferentemente do biodiesel, não possui oxigênio em sua molécula. É um hidrocarboneto puro, sendo assim muito mais estável. Pode ser usado puro, misturado ao biodiesel, misturado ao diesel mineral ou em uma mistura ternária diesel mineral-HVO-biodiesel. Segundo a AEA, o HVO é excelente para ser utilizado em veículos da atualidade e futuros, sem a necessidade de adaptação nos motores. A produção de HVO pode ser realizada a partir de várias matérias-primas sem concorrer com a produção de alimentos, aponta a AEA. Pode ser produzido a partir de óleos vegetais, como óleo de soja, óleo de girassol, óleo de palma, além de gordura animal. A introdução do HVO pode aumentar a participação de fontes limpas e renováveis na matriz energética, colocando o Brasil em uma posição ainda mais privilegiada no cenário internacional. Em médio prazo, se forem realizados os testes necessários para aperfeiçoamento da matriz, o HVO pode se tornar uma importante fonte de divisas para o país, somando-se ao álcool e ao biodiesel como fonte de energia renovável que deve ser oferecida à comunidade mundial. Diferença do HVO para o biodiesel O HVO e o biodiesel são combustíveis para o ciclo diesel derivados de biomassa renovável e produzidos a partir dos mesmos tipos de matéria prima. Enquanto o HVO é uma mistura de hidrocarbonetos (carbono e hidrogênio), o biodiesel é uma mistura de ésteres (carbono, hidrogênio e oxigênio). O HVO é produzido pelo processo químico de hidrotratamento (HDT), por meio do qual a matéria prima reage com hidrogênio em condições controladas de temperatura e pressão, para produzir um combustível semelhante ao diesel mineral. Pode também ser produzido por coprocessamento nas refinarias de petróleo juntamente com a hidrogenação do óleo diesel mineral. Já o biodiesel é produzido por transesterificação por meio da qual a matéria prima reage com o metanol (álcool) para produzir um combustível bem distinto do diesel mineral, conhecido internacionalmente como FAME (Fatty Acid Methyl Ester).

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Chile começa a operar primeira usina de produção de gasolina sintética

Os primeiros litros de uma gasolina sintética obtida com a combinação de hidrogênio verde com dióxido de carbono capturado da atmosfera foram produzidos nesta terça-feira (20), no Chile, em uma usina única do tipo, segundo as autoridades do país. "Isto é um evento histórico. Aqui se produz combustível neutro em carbono. [...] Não existe outra usina no mundo que seja capaz de fazer esta produção hoje", disse o ministro da Economia do Chile, Nicolás Grau. Na cerimônia de inauguração da primeira usina de "e-combustível" a base de hidrogênio, também participaram o ministro de Energia do Chile, Diego Pardow, e executivos das empresas HIF Global, Porsche, Enel Green Power e Siemens Energy. Como parte da demonstração, que aconteceu na cidade de Punta Arenas, no extremo sul do país, um automóvel Porsche 911 Carrera foi abastecido com o combustível sintético. "É uma usina que, a partir do vento, a partir da água, a partir da captura de carbono, vai produzir combustível no final, um combustível que é totalmente neutro em carbono. Estamos muito orgulhosos da liderança do Chile nesta matéria", acrescentou Grau. "Estamos inaugurando o nascimento de uma indústria; de um ecossistema que nos levará ao século 22", afirmou, por sua vez, César Norton, presidente da empresa proprietária da usina, HIF Global, que é de origem chilena e desenvolveu o projeto. De acordo com a companhia, os e-combustíveis são uma solução para as mudanças climáticas. "Permitem substituir os combustíveis fósseis sem necessidade de modificar os motores existentes e os sistemas de armazenamento e distribuição atuais", diz um comunicado da HIF. Este "e-combustível" é o resultado de uma mistura de hidrogênio verde e dióxido de carbono (CO2). O primeiro é obtido da água por meio de um processo de eletrólise (que separa o hidrogênio do oxigênio) e que, neste caso, utiliza eletricidade de origem eólica, graças aos fortes ventos da Patagônia chilena. Já o CO2 é capturado do ambiente por meio de um processo de filtragem. A combinação de ambos, mediante um processo de síntese, gera metanol, do qual se obtém a gasolina que pode ser usada em qualquer veículo. As obras principais da usina começaram em setembro de 2021 e é esperado que as operações comerciais de e-combustíveis comecem em março de 2023. A aposta da HIF é ter, no espaço de uma década, seis usinas em todo o mundo, abastecer 5 milhões de carros e retirar 12 milhões de toneladas de CO2 por ano da atmosfera.

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