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Preço do diesel deve se manter em alta em 2022

Os preços do diesel podem voltar a subir até o fim deste ano, segundo especialistas. A diferença entre as cotações do petróleo cru e dos derivados, conhecida pela expressão em inglês eldquo;crack spreaderdquo;, cresceu em 2022, o que levou a um aumento dos preços dos combustíveis aos consumidores finais. O cenário é um reflexo da guerra na Ucrânia, que restringiu as exportações russas, combinada com a redução da capacidade de refino global e com o aumento da demanda depois das restrições mais severas para combater a pandemia. Para o gerente de preços do petróleo e perspectivas regionais da SeP Global Commodity Insights, Lenny Rodriguez, no caso do diesel, o eldquo;crack spreaderdquo; pode voltar ainda em 2022 ao patamar de US$ 70 por barril, nível alcançado no primeiro semestre do ano. No momento, essa cotação está próxima aos US$ 35 por barril. eldquo;Esses valores vão seguir relativamente altos provavelmente até o próximo ano. Os estoques em todas as regiões importantes, como Estados Unidos, Cingapura e Amsterdã, estão muito baixoserdquo;, disse Rodriguez. Segundo o especialista, esse cenário levou a um aumento das margens no setor de refino, o que pode seguir pelos próximos três anos. Como consequência, a SeP Global estima que os investimentos em refino vão crescer. A previsão é que, entre 2021 e 2025, a capacidade global de refino tenha uma adição de 3,1 milhões de barris por dia de processamento. Em apresentação ontem no Rio, Rodriguez mostrou que nesse cenário o nível de utilização das refinarias brasileiras está alto. Segundo ele, o consumo de diesel no Brasil está eldquo;resilienteerdquo;. eldquo;Existe estímulo para produzir o máximo possível [nas refinarias brasileiras], dado o alto custo das importações e o crescimento da demandaerdquo;, afirmou. Essas variáveis, no entanto, podem não ser suficientes para atrair investimentos para o refino brasileiro. O estrategista de downstream (refino) da consultoria para a América Latina, Felipe Perez, afirmou que cerca de metade dos custos operacionais de uma refinaria corresponde aos custos de energia, o que reduz a competitividade desses investimentos no Brasil, por exemplo. Por causa dos baixos investimentos nesse setor nos últimos anos, a dependência brasileira das exportações aumentou. Atualmente, o país depende de importações para atender de 20% a 30% da demanda nacional por diesel, segundo Rodriguez. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Mesmo após corte, gasolina segue mais cara no Brasil do que no exterior

Mesmo após o corte de 4,8% anunciado pela Petrobras nesta segunda-feira (15), o preço da gasolina nas refinarias brasileiras segue acima da paridade de importação, conceito usado pela estatal que simula quanto custaria para trazer o produto do exterior. Segundo cálculos da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço médio do produto nas refinarias do país estava R$ 0,27 por litro acima da paridade na abertura do mercado desta terça (16), já considerando a queda anunciada pela Petrobras. Isso significa que há margem ainda para novos cortes, caso as cotações internacionais do petróleo e o câmbio não disparem. A Petrobras tem repetido que prefere não repassar volatilidades momentâneas para o consumidor brasileiro. O corte de 4,8%, que entrou em vigor nesta terça, foi o terceiro em menos de um mês, com uma redução acumulada de 13%, o R$ 0,53 por litro. A empresa diz que o movimento acompanha a queda das cotações internacionais do petróleo. A queda ajuda a campanha pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja popularidade vinha sendo afetada pela escalada dos preços dos combustíveis desde o fim do período mais duro de isolamento da pandemia de Covid-19. Em maio, os preços da gasolina e do diesel atingiram recordes históricos nos postos brasileiros, movimento que culminou com a demissão de dois presidentes da Petrobras em pouco mais de um mês. O governo decidiu ainda enfrentar estados no Congresso e aprovou uma lei limitando as alíquotas de ICMS a 17% ou 18%. Os impostos federais sobre os combustíveis também foram zerados. Desde o fim de junho, quando a lei do ICMS foi aprovada, o preço da gasolina vem em forte queda nas bombas. Na primeira quinzena de agosto, segundo a empresa de pagamentos eletrônicos ValeCard, caiu 9,16% em comparação com a média de julho, chegando a R$ 5,779. A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) não vem publicando sua pesquisa semanal de preços dos combustíveis, principal indicador sobre o assunto, devido a um ataque hacker a seus sistemas. Com a sequência de quedas nas bombas, Bolsonaro vem repetindo que o Brasil terá em breve uma das gasolinas mais baratas do mundo. Mas dados do site especializado Global Petrol Prices indicam que o país tem oscilado no ranking, já que o produto também ficou mais barato em outros países. Na última atualização do levantamento, com preços do dia 15 de agosto, o Brasil ocupava a 49ª posição em uma lista de 169 países. É uma colocação pior do que o 44º lugar verificado um mês antes, mas melhor que o 51º da semana anterior. Como os preços são convertidos para o dólar, porém, a variação cambial também tem efeito na comparação. A lista da Global Petrol Prices traz o Brasil com preço médio de revenda a US$ 1,15. O 20º colocado, a Arábia Saudita, tinha preço médio de US$ 0,62. O 30º, o Afeganistão, de US$ 0,98. Em julho, a queda do preço da gasolina após corte de alíquotas de ICMS já havia levado o país a registrar deflação, segundo dados divulgados pelo IBGE na semana passada. A queda de 0,68% foi influenciada principalmente pelo grupo dos transportes, que teve a redução mais intensa, de 4,51%. O segmento contribuiu com o maior impacto (-1 ponto percentual) no resultado geral do IPCA.

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Preço do leite ultrapassa o da gasolina

O preço do litro de leite engatou escalada nos últimos meses e superou o da gasolina em cidades como São Paulo, indicam pesquisas. A situação reverte o quadro anterior, no qual a bebida custava menos do que o combustível. De junho para julho, o valor médio do litro de leite UHT saltou 24,8% na capital paulista, chegando a R$ 6,79, conforme levantamento do Procon-SP em parceria com o Dieese. Essa marca supera em 14,1% endash;ou R$ 0,84endash; o preço médio do litro da gasolina comum no município em julho, calculado em R$ 5,95 pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O combustível caiu 13,5% no mês passado em São Paulo, em um movimento similar ao registrado em outras cidades do país, conforme a pesquisa da agência. Em julho do ano passado, o litro da gasolina na cidade de São Paulo estava em R$ 5,468, conforme a ANP. O valor superava em 38,4% o preço médio do litro de leite à época, calculado em R$ 3,95 na pesquisa divulgada pelo Procon-SP. Também em julho do ano passado, o consumidor paulistano gastava R$ 13,04, em média, para comprar um litro de leite (R$ 3,95) e um pacote de café em pó de 500 gramas (R$ 9,09). Um ano depois, em julho de 2022, a quantia total ficou 71,5% maior: R$ 22,36. Além de o preço do leite subir, para R$ 6,79, o café também avançou, para R$ 15,57. O café aumentou em um contexto de demanda global firme e oferta menor no país. A baixa da gasolina, dizem analistas, está associada ao corte de alíquotas de ICMS (imposto estadual) sobre os combustíveis. O teto para a cobrança do tributo foi sancionado no final de junho pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta conter a pressão inflacionária e melhorar sua popularidade às vésperas das eleições. O petróleo também passou a dar sinais de trégua no mercado internacional recentemente, o que deu munição para a Petrobras reduzir os preços nas refinarias. Nesta segunda-feira (15), a estatal anunciou o terceiro corte consecutivo no valor da gasolina desde a segunda metade de julho. O leite, por sua vez, disparou com os efeitos do período de entressafra, que deve se estender até setembro ou outubro, segundo analistas. Com as pastagens mais secas no campo, a produtividade das vacas diminui, e a alimentação dos animais é complementada com rações, cujos preços subiram ao longo da pandemia. A oferta menor da bebida no mercado e os custos altos de produção levam a inflação da bebida para cima. A situação pesa mais sobre o bolso dos mais pobres, que comprometem uma fatia maior do orçamento para a compra de produtos de primeira necessidade, como o leite, e não possuem carro próprio. "Na gasolina, a grande questão foi a tributária. Em paralelo, também há agora a queda do preço nas refinarias", diz o economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). Em julho, o combustível e o leite foram destaques no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o índice oficial de inflação do país calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A gasolina, por um lado, baixou 15,48%. Assim, teve o maior impacto individual na deflação (queda) de 0,68% do IPCA. Já o leite subiu 25,46%, de acordo com o IBGE. Com isso, exerceu a maior pressão para cima no índice. "A percepção da queda da inflação foi maior para quem já conseguiu encher o tanque do carro gastando menos dinheiro", aponta o economista Fabio Astrauskas, da Siegen Consultoria. "A população que depende de ônibus, do transporte público, ainda não notou, até porque uma parte dos alimentos seguiu em alta", completa. De acordo com ele, a tendência é que a inflação de alimentos e bebidas, incluindo o leite, desacelere no segundo semestre, após a sucessão de aumentos. Isso, contudo, não quer dizer que os produtos básicos deixarão de pesar no bolso do consumidor, sobretudo dos mais pobres, pondera Astrauskas. Custos de produção seguem pressionados. Braz, do FGV Ibre, vai na mesma linha. Ele também projeta perda de fôlego para os preços de alimentação e bebidas, mas em um nível ainda elevado. "A desaceleração de alimentos tende a ser mais lenta", diz.

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Número de chaves Pix cadastradas é mais do que o dobro da população, mostra BC

O total de chaves Pix ativas ultrapassou em julho deste ano os 478 milhões, segundo estatísticas do Banco Central. O número corresponde a mais que o dobro da população brasileira, que é estimada em cerca de 214 milhões de habitantes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Pix é um meio de pagamentos instantâneos, que possibilita transações financeiras gratuitas. O sistema foi desenvolvido pelo Banco Central e foi implementado em 2020. Em julho, o número de usuários cadastrados para utilizar o serviço era de mais de 131,8 milhões. Entre as 478 milhões de chaves Pix cadastradas, 95,6% são de pessoas físicas. O tipo mais usado é a chave aleatória, em que é fornecida uma combinação de números e letras (39,78%), seguida pela chave de CPF (22,75%), número de celular (20,98%) e endereço de e-mail (14,71%). O Pix teve mais de 2 bilhões de transações em julho, movimentando cerca de R$ 933 bilhões. As modalidades Pix Saque e Pix Troco, que começaram a funcionar no fim de 2021 e permitem que os usuários façam saques em estabelecimentos comerciais, não apenas em caixas eletrônicos, movimentaram mais de R$ 37 milhões, em 270 mil transações. A oferta das duas modalidades é opcional e depende dos estabelecimentos.

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Petróleo fecha em queda de 3%, de olho no Irã e à espera de dados nos EUA

O petróleo fechou em forte queda nesta terça-feira (16), com o avanço nas negociações do acordo nuclear entre Irã e União Europeia. Operadores também aguardam dados sobre os estoques de petróleo nos Estados Unidos. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em baixa de 3,22% (US$ 2,88), a US$ 86,53 o barril, e o Brent para outubro recuou 2,90% (US$ 2,76), a US$ 92,34 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Após 18 meses de negociações, progresso foi feito para reviver o acordo nuclear iraniano, afirma o analista para Oanda, Edward Moya. eldquo;Nós já estivemos aqui e vimos as conversas falharem. Dessa vez, o diferente é que os iranianos parecem estar dispostos a debater os termoserdquo;, diz. Na estimativa do analista, caso o acordo seja retomado e o petróleo iraniano ganhe fluxo no mercado internacional, os preços do petróleo podem cair a US$ 80 por barril. A União Europeia considerou a resposta de Teerã eldquo;construtivaerdquo;, reportou a Bloomberg, o que sinaliza maior chance de sucesso nas negociações. Moya nota ainda que os preços do petróleo bruto têm caído à medida que crescem os temores de que a economia chinesa desacelere ainda mais, após a decepção com os dados de segunda-feira. A commodity deve seguir com dificuldades, enquanto a recuperação da China se enfraquece e a Alemanha segue com performance fraca na União Europeia, afirma o analista. No Julius Baer, o chefe de pesquisa em economia, Norbert Ruecker, afirma que o risco de prêmio devido às tensões geopolíticas ligadas à guerra da Rússia na Ucrânia já desapareceram, em sua maioria, com o mercado de volta ao território neutro endash; ou até mesmo com tendência de baixa. eldquo;Mantemos nossa visão cautelosa à medida que o ciclo de humor diminui e os fundamentos têm alívio. Qualquer deterioração econômica inesperada apenas aceleraria o movimento de baixa.erdquo; Nesta terça, o American Petroleum Institute (API) divulga as estimativas sobre os estoques de petróleo nos Estados Unidos. O dado oficial é publicado na quarta-feira pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país.

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Queda de preços do petróleo desafia previsões

Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, no fim de fevereiro, especialistas em energia calcularam que o barril do petróleo poderia chegar a US$ 200, valor que levaria os gastos com envios e transporte de mercadorias para a estratosfera e deixaria a economia global de joelhos. Agora, os preços do petróleo estão mais baixos do que quando a guerra começou, tendo caído mais de 30% em apenas dois meses. Na segunda-feira, as notícias de uma desaceleração na economia da China e uma redução nas taxas de juros chinesas fizeram o preço cair para menos de US$ 90 o barril. Os preços da gasolina caíram todos os dias nas últimas nove semanas, e os preços do combustível de aviação e do diesel também estão em queda. No entanto, seria prematuro comemorar. Os preços da energia podem aumentar bastante com a mesma facilidade que podem despencar. A China, onde os lockdowns para combater a covid19 continuam comuns, acabará por reabrir suas cidades para mais comércio e tráfego, aumentando a demanda pela commodity. As retiradas de petróleo da reserva estratégica dos Estados Unidos vão chegar ao fim em novembro, e o estoque precisará ser reabastecido. E um único acontecimento inesperado poderia fazer os preços dos combustíveis dispararem. eldquo;Os preços do petróleo sempre têm a capacidade de surpreendererdquo;, disse Daniel Yergin, historiador especializado no setor de energia e autor do livro The New Map: Energy, Climate and the Clash of Nations (O Novo Mapa: Energia, Clima e o Duelo de Nações, em tradução livre). Os preços podem diminuir ainda mais se o Irã concordar com um novo projeto de acordo nuclear depois de voltar atrás na exigência de que o Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica fosse retirado da lista de terroristas dos EUA, abrindo uma possível torneira para pelo menos 1 milhão de barris a mais por dia de exportações iranianas de petróleo. Além disso, a perspectiva de um aumento contínuo nas taxas de juros faz com que muitos investidores e economistas prevejam uma recessão endash; e uma redução na demanda. VARIÁVEIS. Prever os preços da energia sempre foi uma atividade inútil porque há muitos fatores, inclusive as expectativas dos traders que compram e vendem combustível, as fortunas políticas de países produtores instáveis, como Venezuela, Nigéria e Líbia, e as decisões de investimento de executivos de empresas petrolíferas. A guerra na Ucrânia continua sendo uma variável importante nas perspectivas da oferta mundial, pois a Rússia costuma fornecer 10% do mercado global de 100 milhões de barris por dia. Desde a invasão da Ucrânia, as exportações diárias russas diminuíram cerca de 580 mil barris. A expectativa é de que as sanções europeias ao petróleo russo aumentem até fevereiro, reduzindo as exportações diárias russas em mais 600 mil barris. Outro fator tem sido a demanda relativamente fraca nos EUA. A temporada de viagens de carro entre o fim de maio e início de setembro normalmente aumenta o consumo em 400 mil barris por dia. Mas até agora a demanda por gasolina continuou estável em relação às médias de abril, de acordo com a pesquisa do J. P. Morgan Commodities. ebull;

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