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Consumo de GNV sobe no 2º tri, mas política para combustíveis líquidos preocupa

O consumo médio de gás natural por automóveis subiu 19,6% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado. De abril a junho, foram consumidos 6,71 milhões de metros cúbicos diários (m³/dia) ante os 5,62 milhões de m³/dia no segundo trimestre do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). A associação atribui o aumento às altas nos preços dos combustíveis registradas no trimestre passado e teme que a falta de ajustes das políticas do governo para contemplar também o gás natural prejudique o segmento. "No primeiro semestre, o mercado foi muito impactado pelo aumento dos combustíveis líquidos e, com isso, houve um crescimento muito grande do mercado de GNV [gás natural veicular]. Quem utiliza muito o GNV são os taxistas, os motoristas de aplicativo, então o GNV deu uma sobrevida para esse público", explicou o diretor de Estratégia e Mercado da Abegás, Marcelo Mendonça. Ele avalia que o gás natural está com uma "política descasada" com relação a combustíveis como gasolina e etanol. "Quando você cria uma política específica e esquece algum combustível, você acaba criando condições artificiais para beneficiar certos combustíveis. Essa é uma questão que precisa ser corrigida. Vários estados já estão correndo atrás desse acerto", afirmou Mendonça ao Broadcast Energia, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A associação avalia que o desarranjo pode ter influenciado a inflação já que muitas empresas que fazem esse serviço de transporte dentro do estado utilizam GNV. "A gente tem esse impacto, e essa é uma medida que precisa ser acertada para que não acabe reduzindo esse crescimento que a gente vem observando no mercado de GNV", completou. Consumo total segue em queda No total, o consumo médio de gás natural no Brasil caiu para 53,56 milhões de metros cúbicos diários (m³/dia) no segundo trimestre deste ano. A redução foi de 27,1% na comparação com o volume acumulado de abril a junho do ano passado, quando foram consumidos 73,44 milhões de m³/dia. A queda é explicada, assim como no primeiro trimestre, pela diminuição do despacho térmico para geração de energia elétrica. Com a melhora na condição dos reservatórios das hidrelétricas observada desde o início do ano, o consumo de gás natural para geração elétrica despencou 70,1% frente ao segundo trimestre do ano passado, caindo de 32 milhões de metros cúbicos/dia de abril a junho de 2021 para 9,6 milhões de metros cúbicos/dia nos mesmos meses de 2022. Sem considerar a geração termelétrica, o consumo médio de gás natural no País registrou alta de 6,2%, na mesma base de comparação, para 44 milhões de m³/dia ante os 41 milhões de m³/dia no segundo trimestre de 2021. A melhora é identificada em quase todos os outros segmentos de consumo e é justificada, entre outros fatores, pelas condições mais favoráveis após o período mais crítico da pandemia de covid-19. No segundo trimestre de 2021, o País enfrentava uma onda grave de infecções pela doença. Na comparação entre os dois períodos, além da alta no consumo veicular, cresceu o consumo industrial (5,2%), residencial (2,2%), comercial (23%) e na cogeração (2,8%).

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Brasil deixa de arrecadar R$ 118 bi por reinjetar gás natural em vez de usá-lo

Brasil deixou de arrecadar R$ 118 bilhões nos últimos cinco anos com a reinjeção de gás natural nos campos de extração de petróleo. Ou seja: em vez de o insumo ser consumido, ele volta para os poços de onde os volumes são extraídos. Segundo a Cbie Advisory, consultoria ligada ao Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), as perdas financeiras cresceram 120% endash; foram de R$ 14,7 bilhões em 2017 para R$ 32,4 bilhões -, no ano passado. Em volume, foram reinjetados 27,61 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d) em 2017, evoluindo para 60,84 milhões de m3/d em 2021. Segundo o diretor e sócio do Cbie, Pedro Rodrigues, o valor é maior que toda a arrecadação do governo com o setor energético no ano passado. Se forem somados os valores que o governo recebeu de dividendos da Petrobras, impostos sobre combustíveis, leilões e outras participações governamentais, eldquo;o valor é menor do que o que ele deixou de receber reinjetando o gás naturalerdquo;, diz ele. Gargalo na infraestrutura de escoamento impede uso O principal motivo para a reinjeção do gás natural é a falta de investimento em infraestrutura de escoamento. Além de prejudicar a arrecadação, que poderia ser destinada a áreas como saúde, segurança e educação, o Brasil perde a oportunidade de garantir a segurança energética. De acordo com Rodrigues, apesar de o País ter uma produção capaz de atender a demanda nacional, atualmente importa 50% do consumo de gás natural eldquo;porque não há infraestrutura para que o produto chegue até o consumidor finalerdquo;. Por falta de gasodutos entre as unidades produtoras e a costa brasileira, o Brasil reinjeta quase a metade do gás natural produzido. Em maio, último dado disponível na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), dos 131,7 milhões de metros cúbicos de gás extraídos diariamente das bacias brasileiras, 67,5 milhões de metros cúbicos foram reinjetados. Situação se agravou este ano A situação se agravou este ano, após o impasse criado pela paralisação das obras da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Gaslub (ex-Comperj), em Itaboraí, no Rio de Janeiro, que adiou a entrada em operação da Rota 3, um gasoduto que traria este ano gás natural do pré-sal para ser processado na UPGN. Com a Rota 3, a estimativa é de que a oferta de gás cresça cerca 40% no País.

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Barril de petróleo volta a fechar em forte alta

Os contratos futuros de petróleo fecharam nesta segunda-feira com ganhos. A commodity foi apoiada pela possibilidade de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) corte sua oferta, com a temporada de furacões na região do Atlântico também no radar. Além disso, o Irã continuava a negociar com potências um acordo nuclear, por enquanto sem desfecho nesse diálogo. O petróleo WTI para outubro fechou em alta de 4,24% (US$ 3,95), em US$ 97,01 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro avançou 3,96% (US$ 3,92), a US$ 102,93, na Intercontinental Exchange (ICE). Os contratos já subiam no início do dia, após declarações recentes da Arábia Saudita e aliados de que a Opep+ poderia reduzir a oferta, a fim de equilibrar mais o mercado. O ANZ comentava, em relatório a clientes, que a Arábia Saudita se uniu à Líbia e ao Congo na semana passada para apoiar a visão de que pode ser necessário cortar a oferta para estabilizar o mercado. Segundo o banco, havia ainda a notícia de que as exportações de petróleo do Casaquistão poderiam ser negativamente afetadas durante meses, com reparos que demoravam mais que o previsto. O ANZ disse também que sinais de demanda mais forte surgiam, com os preços elevados do gás natural levando a maior consumo de diesel e combustíveis derivados de petróleo em geral. O Bank of America, por sua vez, afirmava em relatório que de fato pode haver apoio aos preços do carvão e também do petróleo, após rali recente nos preços do gás. Em outro relatório, o Swissquote mencionava a potencial redução na oferta da Opep+ e também o fato de que ainda não há acordo entre o Irã e as potências. Caso esse acordo volte a ser fechado com Teerã, os iranianos poderiam expandir suas exportações do óleo.

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Mercado prevê PIB maior em 2022 e IPCA menor em 2023

O Boletim Focus divulgado ontem mostrou nova redução na estimativa para o IPCA endash; índice de inflação oficial endash; de 2023, mas ainda acima do teto da meta (4,75%). Pela segunda semana seguida, a estimativa cedeu, agora de 5,33% para 5,30%. Fora essa sequência, a última vez que a projeção havia caído foi no Boletim Focus da primeira semana de janeiro. Para 2022, a projeção continuou a trajetória de recuo, guiada principalmente pelas medidas do governo para baixar os combustíveis e pelas recentes reduções nos preços da gasolina pela Petrobras. A estimativa desacelerou de 6,82% para 6,70%, a nona redução seguida, também acima do limite superior do alvo do Banco Central (5,0%). Há quatro semanas, a mediana era de 7,15%. As estimativas registradas pelo Focus desta semana continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta a ser perseguida pelo BC, após o descumprimento já observado em 2021, com o IPCA de 10,06%. O alvo para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5%, enquanto para 2023 a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%. A expectativa para o IPCA de 2024 continuou em 3,41%, ante 3,30% há um mês. A previsão para 2025 permaneceu em 3%, porcentual igual ao de 59 semanas atrás. A meta para os dois anos é de 3%, com intervalo de 1,5% a 4,5%. TAXA BÁSICA. A projeção para a Selic no fim de 2022 completou a 10.ª semana consecutiva em 13,75% no Boletim Focus. Este é o atual patamar da taxa básica de juro, o que mostra a percepção majoritária do mercado financeiro de que o ciclo de alta se encerrou no Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto. Há um mês, o porcentual já era de 13,75%. Da mesma forma, a mediana para a Selic no fim de 2023 permaneceu em 11%. PIB. Ainda pelo Focus, o mercado financeiro continuou melhorando os prognósticos para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, na esteira de indicadores mais fortes, do estímulo fiscal do governo e da surpresa com a retomada do emprego. A projeção para a alta do PIB em 2022 passou de 2,02% para 2,10%, nona alta seguida, ante 1,97% há um mês. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 piorou, de 0,39% para 0,37%, enquanto a projeção para 2022 se manteve em 1,80%. ebull;

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País cria 218,9 mil vagas com carteira assinada em julho, indica Caged

O mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo de 218,9 mil empregos com carteira assinada em julho, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. O número ficou abaixo do resultado de junho passado (278.753) e de julho de 2021 (306.477 postos). Especialistas veem uma desaceleração na oferta de vagas com carteira assinada, principalmente no setor de serviços. O resultado do mês passado decorreu de 1.886.537 de admissões e de 1.667.635 de demissões. No acumulado dos sete primeiros meses de 2022, o saldo do Caged está positivo em 1.560.896 de vagas endash; ante 1.785.489 no mesmo período do ano passado. O mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês, segundo estimativas coletadas pelo Estadão/broadcast. Mas o saldo anunciado pelo governo veio abaixo da maioria das previsões, calculada em 250 mil postos de trabalho. Com ajuste sazonal, ou seja, ponderações feitas para comparar períodos diferentes, as contratações registradas pelo Caged recuaram 1,5% na margem. As demissões, em contrapartida, cresceram 1,9% em julho, também dessazonalizadas. eldquo;Eu leio como um número positivo, mas consigo ver uma certa perda de ímpetoerdquo;, afirma o economista do Banco Original Eduardo Vilarim. O Caged trata apenas do mercado formal, com carteira. Já o mercado de trabalho brasileiro é formado, na sua maior parte, pelo trabalho informal endash; daí a diferença com os números do IBGE. eldquo;Desde janeiro de 2014, quando se iniciou uma crise econômica relevante no País, o saldo entre novos contratados e desligados é positivo em 2,8 milhões (num período de um ano)erdquo;, analisou o economistachefe da Necton Investimentos, André Perfeito. eldquo;Provavelmente, devemos ver uma acomodação na criação de vagas. Afinal, ela avançou bastante ao longo dos últimos meses.erdquo; SETORES. O setor de serviços foi o que puxou a geração de vagas com carteira assinada, com a criação de 81.873 postos formais, seguido pela indústria em geral, que abriu 50.503 vagas. Para o economista da GO Associado Lucas Godoi, a desaceleração na geração de vagas de serviços é o principal destaque do resultado. eldquo;Essa desaceleração, de certa forma, era previsível, tanto pelo aumento dos juros quanto pelo setor já ter recuperado um pouco o tempo perdido nos últimos dois anos.erdquo; Já o comércio gerou 38.574 vagas em julho, enquanto houve um saldo de 32.082 na construção civil. Na agropecuária, foram abertas 15.870 vagas no mês. Para Godoi, a tendência nas próximas divulgações é de continuidade dessa desaceleração. eldquo;Não que vá passar muito disso, os serviços já contrataram bastante em 2022, o setor tem um saldo positivo no ano que ultrapassa as 870 mil vagaserdquo;, afirma o economista. ebull;

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Projeto deve manter desoneração de combustível em 2023

Uma das principais vitrines do presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral, a redução a zero dos impostos sobre combustíveis, deverá ser mantida em 2023. A previsão legal atual é que o benefício fiscal acabe no dia 31 de dezembro, mas o presidente já sinalizou que buscaria sua prorrogação. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, que será encaminhado ao Congresso até amanhã, vai prever renúncia de receitas da ordem de R$ 50 bilhões devido à desoneração de combustíveis, informa-se na área técnica. Só do diesel, serão cerca de R$ 18 bilhões. Outra importante promessa de campanha, porém, não deverá estar contemplada na proposta orçamentária. O Auxílio Brasil irá com previsão de pagamento de R$ 400. Para pagar os R$ 600 prometidos pelo presidente candidato à reeleição e também por alguns de seus adversários, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a senadora Simone Tebet (MDB), é necessária previsão legal que atualmente não existe. Bolsonaro incluirá a previsão de pagar R$ 600 em 2023 na mensagem que acompanhará o PLOA ao Congresso. A ideia enfrentou alguma resistência dos técnicos, pois escapa ao usual. Porém, foi a forma encontrada para reforçar a promessa. No debate na TV no domingo, Lula cobrou dele a ausência dos R$ 600 na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023. Na propaganda eleitoral, o presidente tem dito que os R$ 600 serão pagos eldquo;dentro da responsabilidade fiscalerdquo;. Nos bastidores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem defendido que a fonte de financiamento para a despesa adicional de R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões seja a cobrança do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) sobre a distribuição de dividendos. As estimativas apontam que a arrecadação seria mais ou menos no mesmo montante. Essa tributação consta de projeto já aprovado pela Câmara, mas que encontrou resistências no Senado. No debate, Bolsonaro disse que buscaria os meios para elevar o auxílio e financiá-lo em diálogo com o Congresso após as eleições. Promessa da campanha de 2018, a correção da tabela do IRPF não deverá constar da proposta orçamentária, informam fontes. Um dos motivos é que a medida exigiria a apresentação de uma fonte de arrecadação alternativa. Para ler esta notícia, clique aqui.

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