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Volta de imposto sobre os combustíveis terá pouco efeito na inflação

O retorno da cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos combustíveis, que deve ocorrer em 50 dias, não vai trazer um peso significativo para o bolso dos motoristas brasileiros, segundo avaliação de economistas ouvidos pelo R7. Produto de maior peso no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial, a gasolina fechou 2022 com uma queda superior a 25%, resultado acompanhado pelo etanol. Ambos os combustíveis foram beneficiados pelo corte de ICMS. A determinação de desoneração ocorreu após a parada nos postos afundar o bolso dos motoristas, com variações do preço do etanol e da gasolina acima de 50% e 40%, respectivamente, no acumulado de 12 meses. Com o arrefecimento dos preços, ambos os combustíveis fecharam o ano em queda na mesma base de comparação. Everton Pinheiro de Souza Gonçalves, superintendente da assessoria econômica da ABBC (Associação Brasileira de Bancos), afirma que há muita incerteza na avaliação a respeito da volta do imposto federal. Ele conta que a aposta majoritária é de um efeito pequeno na taxa final do IPCA. "Na pesquisa de mercado realizada pelo Banco Central na semana anterior à da reunião do Copom, a mediana das projeções de inflação encaminhadas apontava para um impacto de apenas 0,1 ponto percentual da reoneração dos combustíveis no IPCA de 2023", diz ele. Pedro Afonso Gomes, economista e presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo), classifica a decisão de manter o corte de ICMS até o início de março como uma estratégia do novo governo para estudar a situação e limitar o impacto até o consumidor. "Os subsídios sempre têm que ser dados para o benefício da população em geral, e é isso que eles vão ter que medir. [...] Vai haver algum desarranjo, que eu acho que o governo vai ter resolvido para inibir o impacto final [do preço]", destaca Gomes ao reforçar o efeito cascata na economia de todas alterações que envolvem o valor dos combustíveis. Gomes reforça ainda que a estratégia para atenuar a volta do ICMS envolve a decisão da Petrobras de abandonar a reserva técnica para moderar os custos ao consumidor final. "Em um primeiro momento, o preço dos combustíveis vai aumentar para ampliar o e#39;fundoe#39; e ser usado quando existir a necessidade de aumentar os preços, como se fosse uma compensação pela diminuição do lucro da Petrobras por litro", explica ele.

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Bolsonaro prometeu diesel russo, mas importações foram de apenas 0,5%

Ao contrário do que o ex-presidente Jair Bolsonaro prometeu no ano passado, a importação de diesel russo por importadoras brasileiras continuou insignificante e similar ao nível registrado em anos anteriores. Segundo executivos e outros profissionais do setor, as promessas do antigo governo pretendiam apenas diminuir a pressão política em torno dos altos preços de combustíveis no país naquela época endash;na prática, a administração pública pouco fez para garantir as transações. Ainda em julho, Bolsonaro anunciou que seu governo negociava um acordo para comprar diesel da Rússia, e que as primeiras cargas poderiam chegar ao Brasil em dois meses. "Estamos bastante avançados na questão do fornecimento de diesel para o Brasil. O preço mais barato. Quantos por cento? Não sei. Quanto mais barato, melhor", disse ele. O saldo dos meses seguintes evidenciou que seu governo realmente pouco sabia sobre como efetuar as operações. Até novembro, o diesel russo significou apenas 0,5% das importações de diesel por importadoras brasileiras, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O número é muito próximo ao registrado em anos anteriores endash;0,2% em 2021 e 0,6% em 2018 e 2017. Em 2020 e 2021, o país não importou diesel da Rússia. O principal entrave, segundo importadores ouvidos pela Folha, era como pagar as petrolíferas russas em meio à série de sanções contra o país europeu devido à Guerra da Ucrânia. Alguns dos principais bancos russos foram excluídos do Swift, sistema internacional que as instituições financeiras usam para transferir dinheiro, e efetuar as transações obrigaria contornar esses obstáculos. Além disso, instituições financeiras americanas deixaram de conceder garantia bancária àquelas importadoras de diesel russo. Isso aconteceu, por exemplo, com a Uptime, empresa catarinense que ainda em maio obteve licenças da ANP para trazer 25 mil toneladas de diesel russo para o Brasil. Na ocasião, porém, o banco que geralmente emitia as garantias para a empresa desistiu da operação, e a compra precisou ser interrompida endash;o deferimento de licenças não obriga a empresa a seguir com a transação. "O governo brasileiro deveria ter oferecido uma garantia e ficado como colateral na operação, já que o Brasil não tem problemas com a Rússia. O próprio Banco do Brasil poderia ter criado mecanismos para oferecer essa garantia", diz Eraldo Rosa, presidente da empresa. Situação semelhante aconteceu com uma outra empresa ouvida pela Folha sob anonimato. Nesse caso, porém, a importadora conseguiu resolver o problema, importando o diesel da Rússia por meio de portos da Índia. Entre julho e agosto, as importadoras chegaram a se reunir várias vezes com representantes do governo Bolsonaro e de petrolíferas russas em busca de soluções para os impasses. Funcionários do Itamaraty e do Banco Central também teriam participado dos encontros, mas nenhum acordo foi acertado. "Em alguns momentos, o governo dizia que estava importando e avançando, quando na verdade não tinha nada fechado e nenhum navio vindo", afirma Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis. "O governo anunciava que a solução estava desenhada, quando na verdade não estava." Procurado, o Ministério de Minas e Energia disse que não se manifestaria sobre o caso. A Folha também procurou o ex-secretário-executivo da pasta, Hailton Madureira, e o ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Rafael Bastos, mas ambos disseram não ter informações sobre as negociações. A insistência retórica do governo Bolsonaro tinha razões políticas: em julho, o litro do diesel custava mais do que o da gasolina e do etanol em alguns postos de combustíveis e superava até mesmo o valor cobrado na gasolina aditivada. Além disso, o Executivo tinha pouco o que fazer para reduzir os valores, uma vez que já havia zerado os impostos federais sobre o produto. Bolsonaro escolheu, então, vender a ideia de que seu contato político com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ajudaria o Brasil a controlar os preços do combustível endash;sob críticas dos Estados Unidos, os dois se reuniram em fevereiro, dias antes de o russo ordenar a invasão da Ucrânia. Pelo que tudo indica, seus ministros também teriam sido orientados a seguir esse caminho: no final de setembro, o então chefe de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, comemorou a chegada de 35 milhões de litros de diesel russo no porto de Santos. Quatro dias depois, o próprio Bolsonaro anunciou no Twitter a chegada da mesma quantidade em Santos e disse que outras operações de importação estavam em progresso. Àquela altura, porém, o governo Bolsonaro já sabia que a importação era irrisória. Ao todo, o país importou até novembro mais de 14 bilhões de litros de diesel endash;importações desse combustível representam entre 25% e 30% do consumo interno, sendo que a grande maioria vem dos EUA. Para Eric Gil Dantas, economista do Observatório Social do Petróleo, a importação de diesel russo, como anunciada pelo governo, não fazia sentido. "É mais fácil para a Rússia vender a países como China e Índia do que vender ao Brasil. A produção de diesel dos russos é muito grande, então o percentual que é importado pelo Brasil não resolveria em nada a vida deles ", diz.

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Preço médio do litro da gasolina cai 1,5%, a R$ 5,04, na segunda semana de janeiro, diz ANP

O preço médio da gasolina nos postos de abastecimento do País caiu 1,5%, para R$ 5,04 nesta semana, que vai de 8 a 14 de janeiro. Na semana anterior, esse preço era de R$ 5,12. As informações são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Embora permaneça acima dos R$ 5, o preço da gasolina volta a cair após duas semanas seguidas de alta, que interromperam cinco quedas consecutivas entre o fim de novembro e o natal, então alimentadas por uma redução no preço de refinaria da Petrobras em 9 de dezembro (-6,1%). A queda desta semana se deve, em parte, ao leve recuo do etanol anidro, cujo preço médio nas usinas paulistas recuou 0,34% na semana até 6 de janeiro, o que inverteu o movimento altista das duas semanas anteriores, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura da USP (Cepea/Esalq-USP). Por lei, o etanol anidro compõe 27% da mistura da gasolina comum comercializada no Brasil. Além disso, refinarias privadas que vinham praticando aumentos semanais desde o fim do ano passado, atenuaram ou não promoveram reajustes nos últimos dias. A Acelen, dona da Refinaria de Mataripe (BA) e que responde por 14% do mercado nacional, anunciou leve redução de preços ontem, 12. Essa e outras empresas privadas seguem à risca a política de preços de paridade de importação (PPI), atrelada às cotações internacionais do petróleo e derivados. Esses preços caíram no início do ano. Há uma semana, o barril do tipo Brent chegou a ficar abaixo do patamar de US$ 80, mas vem se recuperando nos últimos dias na esteira do otimismo com relação à demanda da China. Houve queda no preço da gasolina em todas as cinco regiões do País, sendo a maior delas no Centro Oeste, de -3,35%. A segunda maior queda aconteceu no sudeste (-1,97%), seguido de Norte (-0,98%) e Nordeste (-0,96%) e Sul (0,78%). Diesel S10 e GLP O diesel também viu o preço cair, mas ficou mais próximo da estabilidade. O preço médio do diesel S10 nos postos recuou 0,6%, para R$ 6,47 esta semana, ante R$ 6,51 na semana anterior. Com isso, depois da alta da semana passada (2%), o combustível volta a trajetória de queda que chegou a acumular sete baixas consecutivas. À exceção da alta do etanol anidro, os outros fatores que favorecem a queda da gasolina, como as oscilações do petróleo e derivados no exterior, também se aplicam ao diesel. O mesmo vale para o gás liquefeito de petróleo (GLP) ou o gás de cozinha, amplamente consumido pela população, que experimentou queda de 0,2% no preço ao consumidor. Entre 8 e 14 de janeiro, o botijão de 13 quilos do insumo custou, em média, R$ 108,29 ante R$ 108,50 na semana imediatamente anterior. Trata-se da quinta semana seguida de queda no preço desse insumo ao consumidor final.

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ANP comemora 25 anos de implantação

No dia 14 de janeiro de 2023, a ANP comemorou 25 anos de implantação. A criação da Agência se deu pelo Decreto nº 2.455, de 14 de janeiro 1998, e já estava prevista na Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, conhecida como Lei do Petróleo. Ao longo deste um quarto de século, a ANP vem trabalhando para o desenvolvimento do setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis no Brasil. São aproximadamente 137 mil agentes econômicos regulados pela Agência, que vão de postos de combustíveis e revendas de GLP a grandes petroleiras. Para comemorar essa trajetória, a ANP publicou uma página especial com textos e infográficos sobre a evolução do setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis nesse período, além de um vídeo que traz uma mensagem do Diretor-Geral da Agência, Rodolfo Saboia. Ao longo dos próximos meses, serão realizadas atividades e publicados novos conteúdos. + Clique aqui para conhecer a página especial sobre os 25 anos da ANP Veja também as ações do Especial 25 anos nas redes sociais da ANP: - Facebook - Twitter - Instagram - Linkedin

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Hidrogênio brasileiro deverá ser um dos mais baratos do mundo, diz diretor da Petrobras

- O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, afirmou que o hidrogênio produzido no Brasil deverá ser um dos mais baratos do mundo, devido à abundância de energias renováveis no País. Ele participou nesta segunda-feira, 13, do Fórum Internacional de Energia, em Oslo, Noruega, ao lado do presidente da companhia, Jean Paul Prates. eldquo;Acabo de falar em evento em Oslo que a produção de hidrogênio produzido no Brasil a partir de energias renováveis pode ser mais barato que o produzido a partir de gás natural em 2030, e que ele deverá ser um dos mais baratos do mundo, graças ao baixo custo de produção de renováveiserdquo;, disse o executivo em uma rede social. Tolmasquim participou do painel Horizontes globais: explorando projetos internacionais em hidrogênio, que destacou parcerias e o impacto do novo combustível no cenário energético global. A discussão abrange inovações tecnológicas, implicações geopolíticas e o papel da cooperação internacional no avanço do hidrogênio como uma solução energética sustentável. Já o presidente da Petrobras integrou a abertura do Fórum, no painel A perspectiva global, que debateu a urgência de se reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE). Ele aproveitou o evento para divulgar eldquo;os novos direcionadores estratégicos e a conjuntura brasileira em que está atuando pela Petrobraserdquo;, informou também em uma rede social. O evento é patrocinado pela indústria energética norueguesa, organizações comerciais da indústria e pelo governo norueguês, e termina nesta terça-feira, 14. A Petrobras estuda desenvolver as energias eólica e solar no Brasil. No exterior, avalia parcerias para ganhar experiência em energia eólica offshore. A nova e robusta fonte de energia deverá ser implantada no Brasil em alguns anos. Ainda sem um marco regulatório, mais de 70 projetos de energia eólica offshore aguardam licença do Ibama, entre eles os da Petrobras, que planeja ser a maior geradora da energia a partir dos ventos no mar no Brasil, chamada de eldquo;playmobilerdquo; por Prates, devido à grande experiência da empresa com atividades de exploração e produção no mar. A estatal já encaminhou ao Ibama dez áreas para geração total de 23 gigawatts (GW).

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MP ajusta forma de aproveitamento de créditos do ICMS por contribuintes

Anunciada nesta quinta-feira (12) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está publicada no Diário Oficial da União (DOU) a Medida Provisória 1.159, que exclui o ICMS da incidência e da base de cálculo dos créditos do PIS/Pasep e da Cofins. A MP está publicada em edição extra do DOU. Durante anúncio do seu primeiro pacote de medidas econômicas, Haddad afirmou que a medida irá ajustar a forma de aproveitamento de créditos do ICMS pelos contribuintes. Segundo cálculos da equipe econômica, o ajuste tem potencial de gerar uma economia de R$ 30 bilhões em 2023 para os cofres da União e é baseado no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2017 decidiu pela retirada do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. eldquo;PIS/Cofins não serão calculados sobre o ICMS e, coerentemente, os créditos tampouco serão computados dessa formaerdquo;, afirmou o governo durante o anúncio.

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