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OCDE/AIE: apoio aos combustíveis fósseis quase dobrou em 2021

As principais economias do mundo aumentaram acentuadamente o apoio à produção e consumo de carvão, petróleo e gás natural, de acordo com análise divulgada nesta segunda-feira, 29, pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Agência Internacional de Energia (AIE, na sigla em inglês). Isto ocorre em um momento em que muitos países lutam para honrar seus compromissos assumidos no passado, para eliminar subsídios aos combustíveis fósseis e proteger os cidadãos do aumento de preços de energia. Novos dados da OCDE e da AIE mostram que o apoio geral do governo aos combustíveis fósseis em 51 países em todo o mundo quase dobrou para US$ 697,2 bilhões em 2021, de US$ 362,4 bilhões em 2020, à medida que os preços da energia aumentaram com a recuperação da economia global. Além disso, prevê-se que os subsídios ao consumo aumentem ainda mais em 2022 devido ao aumento dos preços dos combustíveis e do uso de energia. eldquo;A guerra da Rússia contra a Ucrânia causou aumentos acentuados nos preços da energia e minou a segurança energética. Aumentos significativos nos subsídios aos combustíveis fósseis incentivam o consumo exagerado, embora não necessariamente atinjam as famílias de baixa rendaerdquo;, disse o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann. eldquo;Precisamos adotar medidas que protejam os consumidores dos impactos extremos das mudanças de mercado e forças geopolíticas de uma maneira que nos ajude a manter no caminho da neutralidade de carbono, bem como da segurança energética e acessibilidadeerdquo;, conclui o secretário.

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IGP-M passa a cair 0,70% em agosto com novo alívio de combustíveis, diz FGV

Os preços de combustíveis continuaram fornecendo alívio e o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) passou a cair 0,70% em agosto, marcando a primeira taxa negativa desde setembro do ano passado, depois de ter subido 0,21% no mês anterior. O dado divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de queda de 0,54%. Com isso, o índice passou a acumular em 12 meses avanço de 8,59%, desacelerando com força ante a taxa de 10,08% em julho e marcando o patamar mais fraco desde junho de 2020 (7,31%). Em agosto de 2021, o IGP-M havia subido 0,66% sobre o mês anterior e acumulava alta de 31,12% em 12 meses O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 0,71% no mês, depois de ter avançado 0,21% em julho. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, acelerou a queda a 1,18% em agosto, depois de ceder 0,28% no mês anterior. eldquo;Os combustíveis fósseis endash;dada a redução do ICMS e dos preços na refinariaendash; seguem exercendo expressiva influência sobre os resultados do IPA e do IPC, ambos com taxa negativa em agostoerdquo;, explicou em nota André Braz, coordenador dos índices de preços. No atacado, ele destacou as quedas nos preços da gasolina (-8,23%, de +4,47% em julho) e do diesel (-2,97%, de +12,68%) como principais responsáveis pelo arrefecimento da inflação. Para o consumidor, o alívio mais expressivo partiu dos custos de passagens aéreas (-17,32%, contra -5,20% no mês anterior) e etanol (-9,90%, de -9,41%). O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de 0,33% no período, de 1,16% antes. O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

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Postos relatam desabastecimento de combustíveis na Bahia

Nos últimos dias, a revenda de combustíveis na Bahia está enfrentando dificuldades para abastecer os postos com gasolina e óleo diesel. A informação foi revelada pelo Sindicato do Comércio do Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniência do Estado da Bahia (Sindicombustíveis-BA), que reúne os proprietários dos estabelecimentos. Dentre os principais problemas, está a demora na chegada das remessas dos derivados, levando motoristas a procurarem outras opções para encher o tanque. Num posto de gasolina do Largo do Papagaio, um funcionário que pediu para ter seu nome não revelado confirmou o desabastecimento. eldquo;A gente já não vende diesel aqui, só gasolina e etanol, mas de fato a carga de gasolina comum atrasou nessa semana. O pessoal vem muito por causa do preço, e tem que ir pra outro lugarerdquo; Em outros postos procurados pela Tribuna, frentistas confirmaram a falta ou baixo estoque de gasolina e diesel. O presidente do Sindicombustíveis-BA Walter Tanuus Freitas confirmou a escassez desses derivados de petróleo, bem como a dificuldade para a chegada: algumas revendedoras pediram remessas de gasolina com antecedência, mas que só chegaram na tarde desta terça-feira (30). Outras sequer viram o caminhão tanque das distribuidoras, e já apresentam ausência de itens como óleo diesel. Tanuus argumenta que os fornecedores estariam criando dificuldades para a entrega dos carregamentos aos postos. eldquo;Há uma semana estamos recebemos reclamações quanto à dificuldade de abastecimento pelas distribuidoras e não temos qualquer informação sobre os motivos dessa restrição em vender os produtos aos postoserdquo;, disse Freitas. Na Bahia, praticamente 100% dos combustíveis vendidos nos postos são distribuídos pela Acelen.Procurada para dar um posicionamento sobre a situação, a atual administradora da Refinaria Mataripe afirmou que entregou todas as remessas de combustível solicitadas pelas revendedoras, sem citar quantos metros cúbicos foram entregues. Já o Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom-BA) informou que esse desabastecimento é uma questão pontual causada pelo aumento na demanda pela gasolina e óleo diesel, atingindo principalmente os postos de combustíveis que não possuem contrato com nenhuma distribuidora. Entretanto, a expectativa do Sindicom é de que o desabastecimento seja resolvido até a próxima semana, com um equilíbrio maior nos estoques.

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Petrobras intensifica anúncios de corte nos combustíveis às vésperas da eleição

Nesta terça-feira (30), a Petrobras divulgou comunicado informando corte de 6,4% no preço do asfalto em suas refinarias. Na segunda (29), já havia informado redução de 15,7% no preço da gasolina de aviação e na sexta (26), de 10,6% no querosene de aviação. Foi o segundo corte seguido nos três produtos, que têm seus preços reajustados mensalmente. Foi também a segunda vez, ao menos desde o início do governo Jair Bolsonaro (PL), em campanha pela reeleição, que as mudanças foram divulgadas de forma proativa. Embora os cortes acompanhem as cotações internacionais, a Petrobras aumentou a frequência de comunicados ao público anunciando os reajustes. A mudança começou em julho. A empresa afirma que quer aumentar a transparência. No primeiro corte dos preços dos combustíveis de aviação e do asfalto, anunciado em julho, a estatal optou por fazer as divulgações em um mesmo comunicado. Agora, liberou as informações em três dias diferentes, com textos quase idênticos, que explicam a política de preços da companhia. "O método de precificação busca o equilíbrio com o mercado e acompanha as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo, mas sem repassar a volatilidade diária das cotações internacionais e do câmbio", diz o texto. As quedas eram esperadas pelo mercado, diante do recuo das cotações internacionais após os picos do primeiro semestre, quando os três produtos tiveram altas seguidas nas refinarias. O preço do querosene de aviação, por exemplo, subiu todos os meses entre janeiro e julho, gerando críticas das companhias aéreas e jogando forte pressão sobre as passagens. O valor do cimento asfáltico 50/70, principal produto desse segmento, foi elevado em fevereiro, abril e julho, impactando diretamente obras públicas e contratos de concessão de rodovias. Em nenhum dos casos houve divulgação dos aumentos. A empresa alegava que os reajustes nesses produtos são mensais conforme fórmula contratual negociada com as distribuidoras e que os percentuais eram informados aos clientes rotineiramente. Para uma pessoa da alta administração da companhia, a mudança na comunicação dos reajustes é motivada pela proximidade das eleições. Em nota enviada à Folha, a empresa afirmou que, "com o objetivo de promover a transparência, a Petrobras tem adotado a prática de divulgar comunicados públicos sobre os preços dos combustíveis" e que as informações também estão disponíveis em seu site. Após um semestre de pressão nos preços dos combustíveis, Bolsonaro conta hoje com o recuo do petróleo e com os efeitos dos cortes de impostos sobre gasolina, diesel e etanol para tentar reverter danos à imagem às vésperas da eleição. O tema é destaque nas redes sociais bolsonaristas e já motivou visitas a postos do próprio presidente e de seus ministros. Em agosto, a Petrobras já havia anunciado dois cortes no preço do diesel e um no preço da gasolina. No fim de julho, houve outro corte no preço da gasolina. O próprio presidente tem divulgado os cortes em suas redes sociais e, em mais de uma ocasião, prometeu que o Brasil terá uma das gasolinas mais baratas do mundo. Os movimentos acompanham, de fato, a queda das cotações internacionais. Mas a periodicidade dos anúncios aumentou após a posse de Caio Paes de Andrade na presidência da estatal, no fim de junto. Indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, Paes de Andrade chegou à empresa com a missão de segurar reajustes durante o período eleitoral, mas teve seu trabalho facilitado pelo recuo das cotações internacionais do petróleo. Sua nomeação se deu após um conturbado processo de troca de comando, que foi iniciado com a demissão de José Mauro Coelho pouco mais de um mês após sua posse, e enfrentou questionamentos no comitê interno que avalia os currículos para a estatal. ANÚNCIOS DE REAJUSTES NA GESTÃO CAIO PAES DE ANDRADE 19 de julho -4,9% no preço da gasolina 28 de julho -3,9% no preço da gasolina; -2,6% no querosene de aviação; -5,7% na gasolina de aviação; -4,5% no asfalto 04 de agosto -3,5% no preço do diesel 11 de agosto -4% no preço do diesel 15 de agosto -4,8% no preço da gasolina 26 de agosto -10,4% no preço do querosene de aviação 29 de agosto -15,7% no preço da gasolina de aviação 30 de agosto -6,4% no preço do asfalto

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Bolsonaro nega interferência na Petrobras e no preço dos combustíveis

Ao ser sabatinado por empresários dos setores de comércio e serviços, o presidente e candidato à reeleição ao Planalto, Jair Bolsonaro (PL), disse nesta terça-feira, 30, que nunca interferiu no preço dos combustíveis e nem na Petrobras (PETR3 ; PETR4). eldquo;A gente não quer violentar mercado, não quer interferirerdquo;, afirmou no evento elsquo;Diálogos com Candidatos à Presidência da Repúblicaersquo;, organizado pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs). Desde que assumiu, Bolsonaro já trocou o comando da estatal quatro vezes. Quando o comando estava nas mãos do general Joaquim Silva e Luna, Bolsonaro dirigiu ataques diretos a ele e sugeriu que havia interesses do militar e dos sócios majoritários da empresa no elevado preço dos combustíveis, que bateram recordes no meio do ano. Durante o evento, o presidente comemorou a queda do dólar nas últimas semanas e disse que a tendência é que esse cenário influencie diretamente no preço dos combustíveis. eldquo;Quero que o dólar continue caindoerdquo;, afirmou, completando que o cenário econômico é de deflação e, com isso, as taxas de juros também devem começar a cair. Enfático defensor das privatizações, o presidente disse também que foi seu ministro da Economia, Paulo Guedes, quem o fez acreditar na iniciativa privada. eldquo;Eu era estatizante.erdquo;

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Cade aprova venda de refinaria da Petrobras em Manaus

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta terça-feira a venda da refinaria Isaac Sabbá, em Manaus, da Petrobras, para a Ream Participações, do Grupo Atem. A operação faz parte do programa de desinvestimentos da estatal no âmbito de um acordo firmado com o órgão de defesa da concorrência para aumentar a competição no mercado de produção de combustíveis. Os conselheiros do órgão decidiram pela aprovação do negócios com restrições. Foram seis votos nesse sentido e um pela aprovação sem restrições, justamente o da relatora Lenisa Prado. Esta será a segunda refinaria da Petrobras a ser transferida para a iniciativa privada. A Landulpho Alves, na Bahia, foi vendida para o fundo árabe Mubadala no fim do ano passado. O acordo firmado entre Petrobras e Cade em 2019 prevê que a estatal deve vender oito de suas refinarias no país, que somam metade de sua capacidade de refino. Também já foi negociada a venda da Repar, no Paraná. A venda da refinaria de Manaus foi fechada em agosto do ano passado por um valor de US$ 189,5 milhões. O caso chegou ao tribunal no início do mês, mas a relatora pediu mais tempo para a análise. Há duas semanas, a conselheira apresentou seu relatório defendendo a aprovação sem restrições, mas a decisão foi adiada por um pedido de vista de outro integrante do colegiado do Cade. No último dia 17, Lenisa Prado apresentou um longo voto em que defendeu que a transação não apresenta risco para o fechamento de mercado ou transferência de monopólio do refino na região da Petrobras para a Ream, do grupo Atem. O Grupo Atem conta com cinco bases de distribuição e 300 postos franqueados nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A empresa atua nos estados do Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. O Grupo Atem já teve participação no capital das distribuidoras de energia elétrica Amazonas Energia e Roraima Energia. Uso do porto O conselheiro Gustavo Augusto, que pediu vista na última sessão, apresentou um voto diferente da conselheira, prevendo restrições para a operação. Segundo ele, a venda levantava preocupações sobre o uso dos píeres portuários pelas concorrentes. emdash; Sem o acesso portuário portanto não há como se refinar, distribuir ou comercializar combustível líquido na referida capital uma vez que o custo do transporte terrestre é proibitivo e considerando, que não há oleoduto de transporte ligando a cidade a outras refinarias. Os terminais portuários são portanto estruturas essenciais para essa cadeia de produção emdash; apontou, lembrando que se a operação fosse concretizada, a Atem teria 4 dos 5 píeres disponíveis. O acordo aprovado prevê, entre outros pontos, que a Atem preste serviços de movimentação de gasolina e diesel no terminal em Manaus a qualquer empresa que tenha interesse e com condições eldquo;não discriminatóriaserdquo;. emdash; A importância de se manter a abertura dos serviços portuários dos terminais aquaviários para se permitir a contestação desse mercado seja transportando produtos de outras refinarias do país seja importando derivados emdash; afirmou. Contraponto A conselheira Lenisa Prado acabou sendo a única que defendeu a aprovação sem restrições da operação. Na sessão do dia 17, destacou que a Petrobras já atende distribuidoras de combustível na região por meio de cabotagem, não só pela refinaria, e esse atendimento continuará sendo feito após a venda. emdash; Isso é mais um indicativo de que a Petrobras continuará a ser uma força competitiva na região Norte após a operação. A Petrobras continuará atuando mediante fornecimento de insumos via cabotagem originados de outras refinarias ou importados como já é feito atualmente emdash; disse na oportunidade. Concorrentes argumentaram contra No início da sessão do último dia 17, algumas empresas interessadas pediram pela rejeição da operação ou pela aprovação com algumas restrições. O advogado Vitor Rufino, representante da Raízen combustíveis e Gabriel Dias, representante da Ipiranga, apresentaram contrapontos ao processo de venda. A advogada Ana Paula Paschoalini, representante da distribuidora Equador, defendeu a rejeição da operação argumentando que a venda traria custos logísticos relevantes para as distribuidoras da região. emdash; Existe sim a possibilidade de danos severos à concorrência e existe sim probabilidade de abuso de poder do grupo Atem e de outro lado não há eficiências econômicas diretas que possam neutralizar as preocupações concorrenciais emdash; disse. O advogado Ricardo Botelho, representante da Ream Participações, argumentou no plenário que a operação traria investimentos, elevaria a produção da refinaria, além de inserir uma empresa rival da Petrobras na região. emdash; A operação significa a introdução na concorrência efetiva no mercado de refino da região Norte emdash; afirmou.

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