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Guerra de Putin torna Ocidente mais dependente do que nunca de combustível da Ásia

A guerra na Ucrânia está reforçando o papel da Ásia e do Oriente Médio como principais fornecedores mundiais de combustíveis como diesel e gasolina, cruciais para a economia global. Enquanto a Europa e os Estados Unidos buscam cortar a sua dependência do petróleo e dos produtos petrolíferos russos, eles enfrentam uma escassez de suprimentos em casa. Isso está abrindo oportunidades para megarrefinarias em lugares como China e Kuwait, permitindo que inundem o mercado global com combustível. emdash; Ao virar as costas para os produtos petrolíferos russos, a Europa e os EUA estão aumentando a sua dependência dos barris de longa distância do Oriente Médio e da Ásia emdash; disse Eugene Lindell, chefe de produtos refinados da consultoria industrial FGE, com sede em Londres. A invasão da Rússia está criando uma maior disparidade entre as duas regiões, após as nações ocidentais reduzirem significativamente a sua capacidade de refino nos últimos anos, enquanto o outro lado do mundo a expandia Os mercados ocidentais, incluindo as Américas e a Europa, reduziram sua capacidade líquida de refino em 2,4 milhões de barris por dia nos últimos três anos, enquanto o Oriente Médio e a Ásia aumentaram a sua capacidade em 2,5 milhões de barris, segundo a FGE. Espera-se que essa diferença aumente. Cerca de 8 milhões de barris por dia de nova capacidade de refino devem entrar em operação nos próximos três anos, com a Ásia expandindo mais sua capacidade e a Europa menos, de acordo com estimativas da Rystad Energy. emdash; Veremos a Ásia e o Oriente Médio se tornando cada vez mais os fornecedores de combustível do mundo emdash; disse Mukesh Sahdev, diretor da Rystad. Os fluxos Oriente-Ocidente de produtos de refinaria eldquo;se tornarão mais estruturaiserdquo;, acrescentou. A mudança sísmica na indústria global de refino acelerou-se durante a pandemia, quando usinas mais antigas fecharam porque as quarentenas ao redor do mundo esmagaram a demanda por petróleo. Desde então, a China inaugurou refinarias maiores e mais sofisticadas para atender à crescente necessidade de petróleo do país, enquanto os EUA e a Europa se concentraram na transição dos combustíveis fósseis. A invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções dos países ocidentais ao combustível vindo do país pegaram os mercados globais de energia de surpresa, e os países sem capacidade suficiente de refino passaram a ter enormes preocupações com a segurança de seu abastecimento de combustível. Nesse clima, quaisquer interrupções nas refinarias decorrentes de greves de trabalhadores ou de cortes inesperados serão ainda mais sentidas nos mercados. emdash; Governos europeus e seus cidadãos atormentados com enormes contas de serviços públicos e inflação crescente agora estão priorizando os próximos anos em vez de 2040-2050 emdash; disse Eugene Lindell, da FGE. O Ocidente está sentindo a pressão de ter menos refinarias. Os estoques europeus de diesel estão diminuindo e atingirão seu nível mais baixo no início do segundo trimestre do ano que vem, de acordo com uma previsão da Wood Mackenzie Ltd., já que a União Européia pretende cortar as importações marítimas de combustível russo em fevereiro. Enquanto isso, a crescente escassez de diesel e gasolina na Costa Leste dos EUA está levando o presidente americano Joe Biden a considerar um impor uma ordem exigindo que as empresas de petróleo armazenem mais combustível no país. A crise da gasolina provavelmente piorará ainda mais no pico da temporada no meio do ano, durante o verão do Hemisfério Norte, disse Sahdev da Rystad. A América Latina tornou-se mais dependente de importações, já que várias refinarias no Caribe foram fechadas e as instalações na Venezuela e no México continuam a sofrer interrupções significativas e baixas taxas de operação, de acordo com John Auers, diretor-gerente da RBN Energy. O México está comprando gasolina da China, onde as refinarias estão aproveitando as cotas de exportação mais altas, operando em maior intensidade e enviando mais. As exportações de combustíveis de transporte da Ásia para as Américas são atualmente mais do que o dobro dos níveis do ano passado, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. O transporte de produtos petrolíferos para o Ocidente por longas distâncias está aumentando drasticamente os custos de transporte e impulsionando uma recuperação nos ganhos dos navios-tanque. O volume de combustível transportado por via marítima é 3% superior às médias verificadas nos últimos cinco anos, segundo dados da Vortexa Ltda. Esse índice é liderado pelo diesel da Ásia e do Oriente Médio para a Europa, e os volumes podem se expandir à medida que este último proíbe o fornecimento da Rússia, disse Serena Huang, principal analista da Vortexa para a Ásia. Certamente, os EUA continuam a ser um grande exportador de diesel, e os seus esforços para fortalecer a segurança energética podem ajudar a aliviar a escassez, mas os analistas não veem a insuficiência de capacidade diminuindo tão cedo. emdash; Devemos ver uma política energética mais realista daqui para frente, mas os planos para o abandono dos combustíveis fósseis ainda existem emdash; disse Lindell da FGE. emdash; É só que o foco está no curto e médio prazo agora, e não no longo prazo.

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Ernesto Pousada será o novo CEO da Vibra Energia, dizem fontes

A Vibra Energia deve anunciar nesta terça-feira a contratação Ernesto Pousada para o cargo de CEO, ocupado interinamente por André Corrêa Natal, apurou o Valor. Pousada, que é atualmente presidente da VLI Logística, já comunicou a decisão internamente, segundo uma fonte a par do assunto. Já a divulgação ao mercado está prevista para ser feita amanhã cedo, antes da abertura do pregão. A Vibra estava em busca de um novo CEO desde que Wilson Ferreira Júnior anunciou sua decisão de deixar o cargo, em julho. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Governo Lula quer colocar Petrobras na transição energética

O plano estratégico 2023-2027 da Petrobras, que será divulgado nesta quarta-feira (30) após o fechamento do mercado, pode ser revisto pelo futuro governo Lula caso considere necessário alterar diretrizes de investimentos. Hoje a estatal foca grande parte dos esforços na exploração e produção de campos de petróleo do pré-sal. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Preço do etanol sobe em 15 estados e no DF, diz ANP; média nacional aumenta 0,52%

Os preços médios do etanol hidratado subiram em 15 Estados e no Distrito Federal, caíram em seis e ficaram estáveis em quatro Estados na semana passada, encerrada em 26 de novembro. No Amapá não houve coleta, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o País, o preço médio do etanol subiu 0,52% na semana em relação à anterior, de R$ 3,84 para R$ 3,86 o litro. Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média subiu 0,27% na semana, ficando em R$ 3,78 ante R$ 3,77 o litro nos sete dias anteriores. O Piauí registrou a maior queda porcentual de preços na semana, de 1,99%, de R$ 4,03 para R$ 3,95. Já Mato Grosso foi o Estado com o maior avanço de preços na semana, de 4,34%, de R$ 3,46 para R$ 3,61 o litro. O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 3,23 o litro, em Mato Grosso, e o menor preço médio estadual, de R$ 3,51, foi registrado em Sergipe. Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no País subiu 9,04%. O Estado com maior alta porcentual no período foi Mato Grosso, com 15,34% de aumento no período. A maior baixa porcentual ocorreu no Amazonas (-5,09%). (Estadão Conteúdo)

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Os preços dos combustíveis e a complexidade tributária

Adriano Pires e Pedro Rodrigues - No Brasil, praticamente todos os setores da economia sofrem com alta carga tributária e com a complexidade tributária. São cobrados impostos federais e estaduais sobre renda e sobre consumo, sem falar nas substituições tributárias. Cada setor com a sua peculiaridade. É um verdadeiro emaranhado. A nossa tributação indireta, em particular, é surreal quando comparada ao restante do mundo. Sem dúvidas, de todos os setores pagadores de tributos, o setor dos combustíveis é o de maior grau de complexidade, criando enormes distorções no mercado. Tais distorções promovem concorrência desleal por meio da... Além disso, esse produto tão essencial para a vida de todos virou fonte de arrecadações astronômicas. Só com o ICMS, a arrecadação dos Estados e do Distrito Federal saltou 30% em relação ao ano de 2020 e totalizou R$ 171 bilhões em 2021, segundo levantamento feito pelo IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás).... Esse crescimento explosivo na arrecadação é explicado pelo rally de volatilidade nos preços do petróleo e dos seus derivados no mercado internacional, repassados para o mercado interno. Preços elevados dos combustíveis são muito sentidos pela população e provocam uma escalada da inflação. Em resposta a esse aumento no preço dos combustíveis, o Congresso Nacional entrou em cena e aprovou duas leis complementares: a LC 192 de 2022 e a LC 194 de 2022. Ambas atacam a alta e complexa tributação dos combustíveis para reduzir o preço final nas bombas para o consumidor. Para ler esta notícia, clique aqui.

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IR no Brasil só alcança 20% dos adultos, aponta estudo

Com um sistema tributário complexo, o Brasil se tornou um raro exemplo de País com a grande maioria da população isenta do pagamento de Imposto de Renda (IR). Um levantamento do Centro de Lideranças Públicas (CLP) mostra que apenas 20% dos brasileiros adultos pagam o tributo. O cenário é diferente do observado nas economias mais ricas do mundo. Na França e na Alemanha, por exemplo, 90% dos habitantes são tributados. A distorção apontada pelo estudo pode aumentar ainda mais se a proposta de campanha do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), for adiante. Na disputa eleitoral deste ano, o petista prometeu aumentar a faixa de isenção dos atuais R$ 1,9 mil para R$ 5 mil. Se a mudança vingar, só 5% dos brasileiros pagariam IR. Pelo mundo, há diferentes fórmulas de aplicação do IR, conforme o levantamento do CLP. Há países que cobram de toda a população adulta, como é o caso de Estônia e República Tcheca. Nos EUA, 10% dos adultos pagam uma alíquota mínima de 10%. A fórmula do Brasil é parecida com a do Chile, onde a isenção de IR vale para 80% dos chilenos adultos. eldquo;Quando eu falo em pagar Imposto de Renda, não quero que aumente a carga tributária. É compensar com outro tributo. Há um número considerável de países em que não há isençãoerdquo;, afirma Daniel Duque, gerente de inteligência técnica do CLP e responsável pelo estudo. eldquo;Mas, no Brasil ou na América Latina, fazer com que toda a população pague o imposto seria difícil porque há uma informalidade grande. É difícil captar o rendimento da população mais pobre.erdquo; Ao longo dos anos, o Brasil construiu um arcabouço complexo e com base numa tributação maior sobre o consumo do que sobre a renda, o que torna o sistema do País pouco progressivo. Na prática, isso contribui para manter a economia brasileira como uma das mais desiguais do mundo. DEFASAGEM. A última mudança na tabela do IR ocorreu em 2015, ainda na administração de Dilma Rousseff (PT). No ano passado, o governo Jair Bolsonaro (PL) enviou uma proposta de correção, elevando a faixa de isenção para R$ 2,5 mil hoje equivalente a R$ 2,7 mil. Ela foi aprovada na Câmara, mas não avançou no Senado. De 1996 a outubro deste ano, a defasagem acumulada na faixa de isenção da tabela de Imposto de Renda é de 143,47% em relação à inflação, de acordo com o Sindifisco Nacional, o sindicato que reúne os auditores da Receita Federal. Se a correção tivesse sido feita, os brasileiros que ganham até R$ 4.635,69 não pagariam o imposto. Para Duque, os governos deixam eldquo;a inflação comer as faixas do IR para aumentar a base tributáriaerdquo;. eldquo;Isso é negativo, porque é uma medida pouco transparenteerdquo;, concluiu Duque. ebull;

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