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Mudança em plano da Petrobras levará tempo, diz diretor

A nova administração da Petrobras e o novo governo Lula devem rever, a partir de janeiro, o plano estratégico 2023-2027 da companhia para considerar maiores investimentos em projetos de energia renovável, como eólicas offshore e hidrogênio verde, mas a tarefa não será fácil nem rápida, segundo indicaram ontem os atuais diretores da petroleira. A dificuldade está no fato de que a governança da empresa exige que as decisões de investimento passem por várias instâncias até chegar ao conselho de administração, etapa final de análise. A complexidade para alterar o plano, porém, já é conhecida pela equipe de transição. Para ler esta notícia, clique aqui.

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BC altera regras do Pix; sistema poderá pagar salários e pensões

O Banco Central (BC) anunciou ontem mudanças operacionais no Pix para viabilizar o pagamento de salários, aposentadorias e pensões pelo Tesouro Nacional por meio do sistema de pagamentos instantâneo. O órgão também anunciou novas regras para os limites de valor para as transações noturnas. O BC pôs fim à obrigação do limite por transação e manteve apenas o limite por período de tempo. Nesse caso, as regras para alteração dos limites a pedido dos clientes continuam, de maneira que pedidos de redução devem ser acatados imediatamente, enquanto as solicitações para aumento dos limites são processadas entre 24 e 48 horas. Segundo o BC, a customização do horário noturno diferenciado passa a ser opcional e fica a critério do banco oferecer a possibilidade de o usuário solicitar que o período noturno fique entre 22h e 6h endash; normalmente, o período vai das 20h às 6h. As novas regras passam a valer em 2 de janeiro de 2023, com exceção dos ajustes feitos na gestão dos limites para os clientes por meio dos canais digitais, que, nesse caso, valem a partir de 3 de julho do ano que vem. Em agosto de 2021, o BC estabeleceu um limite de R$ 1 mil para transferências noturnas, para tentar dificultar a ação de criminosos, como assaltos e sequestros relâmpagos. Mas permitiu que os usuários alterassem o horário de início desse período, assim como o valor permitido por operação durante o dia. Essa flexibilidade, contudo, foi considerada pouco demandada pelos usuários, com baixa efetividade para limitar os crimes. O BC também determinou que as instituições poderão definir os limites para pessoas jurídicas. Outra mudança foi a alteração do balizador para definição dos limites transacionais nas operações com finalidade de compra, que passa a ser a TED em vez do cartão de débito. eldquo;O Banco Central (BC) atualizou as regras sobre os limites de valor para as transações no âmbito do Pix com o objetivo de simplificar as regras de implementação e de aprimorar a experiência dos usuários ao efetuar a gestão de limites por meio de aplicativos, mantendo o atual nível de segurançaerdquo;, diz o órgão, em comunicado sobre o assunto. PIX SAQUE E TROCO. Outra mudança nos limites foi o aumento para a retirada de dinheiro por meio de transações de Pix Saque e Pix Troco. O limite para o saque com Pix passa de R$ 500 para R$ 3 mil, durante o dia, e de R$ 100 para R$ 1 mil durante a noite. eldquo;Essa medida tem como objetivo adequar os limites usualmente disponibilizados nos caixas eletrônicos para saques tradicionais. Assim, com o Pix Saque, os usuários terão acesso ao serviço com condições similares às do saque tradicionalerdquo;, informou o BC. A autarquia ainda informou que mudou as regras do Pix para facilitar o recebimento de recursos por correspondentes bancários, a exemplo do que já acontece nas lotéricas, e viabilizar o pagamento de salários, aposentadorias e pensões pelo Tesouro Nacional por meio do sistema. Segundo o BC, as mudanças no Pix atendem a uma demanda do próprio Tesouro, que não estava preparado operacionalmente para realizar pagamentos de servidores pelo sistema. eldquo;Do ponto de vista do Tesouro, o pagamento por meio do Pix diminui bastante os seus custos operacionaiserdquo;, disse o BC. ebull;

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Desaceleração da economia traz dilemas para o próximo governo

O PIB do terceiro trimestre deu sinais de desaceleração da economia brasileira, a despeito do forte empuxo fiscal que o governo tentou fazer no período. Mesmo com o aumento do Auxílio Brasil em agosto, e todas as benesses que o governo concedeu, o crescimento perdeu fôlego. Mas vale dizer que grande parte da responsabilidade do crescimento brasileiro desde o ano passado tem sido muito mais das commodities do que da política fiscal. O forte empuxo de preços em reais, especialmente no agronegócio, tem tido o impacto de forte expansão de renda, emprego e PIB nos Estados em que esse setor tem forte presença. A história do crescimento brasileiro nos últimos dois anos tem mais a ver com isso do que com o voluntarismo fiscal do governo. Isso tende a se inverter ano que vem. Com commodities estáveis na agropecuária e em queda nas metálicas e petróleo, não haverá fonte de crescimento tão forte como tivemos desde o ano passado. Além disso, a taxa de juros já começa a ter efeito. Parte dessa desaceleração no terceiro trimestre tem a ver com um consumidor de baixa renda impactado pela alta da inflação. Importante aqui lembrar que diminuir preço de combustível ajuda muito mais a classe média do que a classe de renda mais baixa, que segue fortemente impactada pela inflação de alimentos. Essa combinação de renda real crescendo lentamente com juros elevados tem aumentado a inadimplência e diminuído a capacidade de consumo das famílias. Essas questões estarão fortemente presentes no ano que vem. Tanto as commodities quanto os juros serão responsáveis pela nossa desaceleração, sem falar de um mundo desenvolvido em recessão, que também não ajudará. A tentação nesse cenário tão adverso é o governo querer usar a política fiscal para reativar a economia, e aqui está nosso dilema: precisamos ajustar a política fiscal em um ano de crise e com um tipo de governo que gosta de olhar o fiscal como solução para o crescimento, especialmente porque não virá ajuda do Banco Central. Será importante o governo dar os sinais certos na área fiscal para que essa desaceleração que agora começa não vire algo pior lá na frente.

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Em ritmo mais lento, PIB do País cresce 0,4% no terceiro trimestre

Soma de todos os bens e serviços produzidos no País, o PIB perdeu força e cresceu 0,4% no terceiro trimestre de 2022, ante o mesmo período de 2021. Ainda assim, foi o quinto trimestre consecutivo de alta. Cenário externo, juros, consumo das famílias e agropecuária pesaram na redução do ritmo de crescimento. O Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no País) perdeu força e registrou crescimento de 0,4% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021. Ficou abaixo da estimativa de 0,6% do mercado, segundo levantamento do Projeções Broadcast, e também do crescimento de 1% do indicador apurado pelo IBGE no intervalo de abril a junho. Ainda assim, foi o quinto trimestre consecutivo de alta, levando o PIB a seu maior valor monetário da série histórica do IBGE, iniciada em 1996 endash; de R$ 2,54 trilhões. Analistas chamam a atenção para o ganho acumulado de apenas 1,4% em relação ao recorde anterior, no primeiro trimestre de 2014. É insuficiente para acompanhar o crescimento da população no período. Segundo economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, pesaram na redução do ritmo de crescimento a demanda externa menos favorável, o mau desempenho da agropecuária, o fim do processo de normalização das atividades afetadas pelas medidas de contenção da pandemia de covid-19 e os efeitos dos juros mais elevados sobre a demanda. Ainda na avaliação desses economistas, a desaceleração seguirá no ano que vem. Com os dados do terceiro trimestre endash; e revisões que revelaram um PIB maior em 2021, com alta de 5%, ante 4,6% calculados anteriormente endash;, as estimativas colhidas em pesquisa do Projeções Broadcast apontam para avanço de 3%, neste ano, e de 0,7% em 2023. Para a economista Silvia Matos, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), está claro que o cenário econômico deste segundo semestre será pior do que o do primeiro. Neste, a força da volta ao normal do funcionamento de uma série de negócios, especialmente no setor de serviços, surpreendeu positivamente. eldquo;Há vários sinais de que o cenário está pior, e o terceiro trimestre está no meio do caminhoerdquo;, disse Silvia. Segundo ela, indicadores mais recentes eldquo;mostram perda de impulso no crescimento econômicoerdquo;. É o caso dos dados sobre geração de empregos formais de outubro, registrados pelo Caged (cadastro do Ministério do Trabalho e Previdência), e dos índices de confiança calculados pela própria FGV, que caíram em outubro e novembro. Apesar das restrições impostas pelos juros altos, o consumo das famílias cresceu 1% e continuou puxando a economia. Aqui funcionou a combinação dos estímulos dados pelo governo endash; destaque para o Auxílio Brasil de R$ 600 por mês endash; com a melhoria do mercado de trabalho, o arrefecimento da inflação e resquícios do movimento de normalização. Pelo lado da oferta, o setor de serviços seguiu ditando o ritmo, com crescimento de 1,1% sobre o segundo trimestre. O PIB industrial cresceu apenas 0,8%, enquanto a agropecuária recuou 0,9%, após o excesso de chuva prejudicar a safra de cana-de-açúcar.

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Diretor da Petrobras admite que plano de negócios pode ser revisto

Perspectiva de mudanças no plano de negócios, investimentos em energias renováveis e ampliação do refino foram alguns dos questionamentos feitos por analistas à atual gestão da Petrobras. Diretores da estatal detalharam nesta quinta-feira ao mercado financeiro o novo plano de negócios da companhia que prevê investimentos de US$ 78 bilhões para o período entre 2023 e 2027. Os questionamentos do mercado ocorrem em meio a declarações de integrantes do grupo de transição do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva de que serão implementadas mudanças no direcionamento estratégico da companhia a partir do próximo ano. No call com investidores, o diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, Salvador Dahan, disse que o acionista controlador da estatal tem autoridade para imprimir suas estratégias na empresa, mas admitiu que o plano de negócios de cinco ano anos é "um processo". Dahan destacou que a empresa tem a obrigação anual de produzir um plano quinquenal e que pode ser revisto ao longo do ano: - O plano não é uma atividade estanque. É um processo. As equipes de toda a empresa são envolvidas. É uma construção e acontece de forma encadeada. O controlador tem autoridade para imprimir as estratégias que entender razoável e necessária, lembrando sempre dos marcos que regem a companhia como a governança e as leis regulatórias que estamos inseridos no Brasil e no exterior - disse ele, ao ser questionado por investidores. Apesar do foco na produção e exploração de petróleo no pré-sal e na Margem Equatorial, Rafael Chaves, diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da estatal, lembrou que a Petrobras também vai focar em energia renovável. Ele explicou que a empresa terá três pilares, como hidrogênio, eólica offshore (mar) e captura de carbono. O maior investimento em energias renováveis vem sendo apontado por integrantes do grupo de transição como uma das mudanças que serão implementadas pelo novo governo. -Vamos aprofundar o tema e buscar projetos. É preciso ter uma dupla resiliência, com sustentabilidade climática e financeira. Hoje faz mais sentido focar nessas três áreas - afirmou Chaves. Outro ponto questionado por analistas foi o investimento na ampliação da capacidade de refino. Integrantes do grupo de transição já afirmaram que é preciso analisar a construção de novas refinarias no país de forma a reduzir a dependência das importações de forma a deixar o país menos dependente das oscilações dos preços internacionais. Mas a ideia de construir novas refinarias foi descartada pelo diretor de Refino e Gás Natural da estatal, Rodrigo Costa Lima e Silva, durante o call com investidores. - Projetos greenfield (construção de novas unidades) não têm se mostrado com resiliência econômica. Por isso, metade do nosso plano de investimento em refino é em expansão de unidades existentes e em projetos de aumento de eficiência - afirmou Silva. Nessa área, a empresa analisa a construção de uma unidade no antigo Comperj (hoje Gaslub), no Rio, para produção de lubrificantes, a conclusão das obras da segunda unidade na Rnest, em Pernambuco, entre outros projetos. O presidente atual da empresa, Caio Paes de Andrade, não participou do evento virtual.

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Petrobras vai investir US$ 600 milhões em biorrefinaria de combustível sustentável de aviação

A Petrobras vai investir US$ 600 milhões em uma nova planta para o refino de biocombustível, seu primeiro investimento na produção de renováveis e que vai atender uma demanda reprimida do setor aéreo, responsável por 2% das emissões causadoras do aquecimento global, mas que recentemente se comprometeu a zerar seu impacto até 2050. Enquanto por aqui a produção anida não começou, o consumo global por combustível sustentável de aviação (SAF) este ano será de 100 milhões de litros. A expectativa da IATA, a associação das empresas aéreas internacionais, é de que esse número salte para 5 bilhões de litros em 2025. A planta da Petrobras está prevista para entrar em operação em 2027, mas não será a primeira. Em 2025 está prevista a inauguração da planta da BrasilBioFuels, que está investindo R$ 2 bilhões em parceria com a Vibra (ex-BR Distribuidora) para produzir combustível sustentável de aviação com óleo de palma em Manaus. A biorrefinaria terá capacidade para 500 milhões de litros/ano, repartida entre SAF e de diesel verde HVO (hidrotratamento de óleo vegetal). A biorrefinaria da Petrobras terá capacidade de produzir 870 mil litros por ano, sendo 40% emdash; ou 6 mil barris por dia (bpd) emdash; de bioquerosene de aviação (BioQAV) e 4% de diesel 100% renovável. A planta será localizada na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão. Em todo o mundo, mais de 30 países já definiram metas de compensação e redução de emissões domésticas a partir do uso de SAF. No início do ano, o Ministério das Minas e Energia colocou em discussão uma proposta para a redução de 1% das emissões de CO2 a partir de 2027, mas ainda não há metas aprovadas. O compromisso global de zerar emissões até 2050, tendo como referência 85% das emissões de 2019, foi firmado em outubro pelos 193 países membros Organização Internacional de Aviação Civil (OACI), ligada à ONU. O acordo prevê que já a partir de 2027, as empresas aéreas que operam rotas internacionais sejam obrigadas a compensar emissões que estejam acima de 85% do que foi emitido em 2019. No próximo dia 8, a Abear (associação das empresas aéreas brasileiras), a IATA e representantes das companhias aéreas que operam no Brasil vão se reunir para discutir a adoção no Brasil das metas aprovadas pela OACI. As empresas defendem metas baseadas no percentual de mistura do combustível, uma vez que o impacto na redução de emissões varia com a origem da matéria-prima. A grande preocupação do setor é que o produto esteja disponível e a preços competitivos, uma vez que o combustível representa cerca de 40% dos custos do setor. A produção de origem renovável quebra o monopólio da Petrobras no setor aéreo: hoje elas está sozinha no refino e na importação do produto de origem fóssil, que só este ano acumula alta de mais de 60%. Dentre as empresas, a Latam estabeleceu a meta de ter pelo menos 5% de combustível renovável no seu abastecimento até 2030. A empresa pretende reduzir as emissões em 50% a partir de 2030, e zerar as emissões até 2050. A Gol está alinhada com a meta da OACI de zerar a emissão de carbono até 2050, enquanto a Azul pretende fazê-lo em 2045. A planta da Petrobras integra um orçamento de US$ 4,4 bilhões para projetos de descarbonização anunciado ontem como parte do Plano Estratégico 2023- 2027, que prevê investimentos de US$ 78 bilhões.

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