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Renault vai reduzir de 40% para 15% participação na Nissan

A Renault deve reduzir de 40% para 15% a participação acionária na Nissan, segundo comunicado da fabricante japonesa divulgado nesta segunda-feira, 30. A decisão teria sido tomada após eldquo;vários meses de discussões construtivaserdquo; para redefinir os termos da parceria. A nota também aponta que a questão ainda precisa passar pelo conselho de diretores das duas empresas. Segundo o comunicado, a intenção é fortalecer a aliança e maximizar a criação de valor, com abordagem em três frentes: reforçar a parceria com projetos operacionais de alta criação de valor; garantir maior agilidade estratégia com novas iniciativas nas quais parceiros possam também atuar; e uma governança equilibrada, com mudanças na participação acionária de uma empresa na outra. Sobre este último ponto, a Renault deve passar a ter 15% de participação na Nissan, reduzindo o nível atual de mais de 40%, e essa diferença seria transferida para um trust francês, no qual os votos seriam eldquo;neutralizadoserdquo; para a maioria das decisões, mas com os direitos econômicos beneficiando a Renault sempre que alguma ação fosse vendida. Já sobre o primeiro ponto, uma das áreas citadas para projetos é a América Latina, sem mais detalhes. Os acordos ainda seriam finalizados e a transação depende do aval dos diretores dos conselhos da Renault e da Nissan, acrescenta o texto. Após o anúncio, a ação da Renault recuava 1,85% na Bolsa de Paris, perto das 8h (de Brasília).

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Mercado eleva para 5,74% projeção de inflação no ano

As previsões do mercado financeiro para a inflação neste e nos próximos anos voltou a subir, segundo o Boletim Focus divulgado ontem. A estimativa para o IPCA (o índice oficial de inflação) neste ano saltou de 5,48% para 5,74%. Para 2024, horizonte que fica cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a previsão foi de 3,84% para 3,90%. Segundo analistas, esses resultados ainda refletem as declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionando a autonomia do BC e acenando com mudanças nas metas de inflação. Para Lula, as metas deveriam ser mais altas, de forma a aliviar a pressão dos juros na economia. Outro fator foi a surpresa com o IPCA-15 de janeiro, considerado uma prévia da inflação no mês, que registrou alta de 0,55% endash; acima das estimativas do mercado.

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Haddad diz a empresários que governo fará reformas com 'alta intensidade'

Durante participação em reunião da diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que as reformas terão eldquo;alta intensidadeerdquo; no novo governo e que ele enxerga receptividade tanto na Câmara quanto no Senado em relação à agenda do Executivo. eldquo;Não vejo intenção de postergar aquilo que precisa ser discutidoerdquo;, disse o ministro, que tem sido pressionado pelos empresários a adotar medidas de cortes de gastos e de desoneração de impostos. Especificamente em relação à reforma tributária, disse que a ideia eldquo;é copiar o que deu certoerdquo; em outros países e, numa crítica a seu antecessor, acrescentou que a mudança na estrutura dos impostos não prosperou antes porque a estratégia do governo Bolsonaro foi propor a volta de tributo nos moldes da antiga CPMF para compensar a desoneração da folha de pagamentos. eldquo;Não houve vontade política de aprovar a reforma tributária. Havia entendimento na Câmara e no Senado de que a reforma estava no caminho certoerdquo;, disse Haddad. Sem dar detalhes, Haddad afirmou ainda que o governo vai eldquo;desengavetarerdquo; iniciativas de democratização do crédito apresenadas pelo Banco Central (BC), e que ficaram paradas no governo anterior. Segundo ele, o assunto já foi discutido com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. O objetivo, acrescentou ele, é encaminhar esses projetos até março para a Casa Civil. eldquo;A notícia que recebi é de que várias iniciativas ficaram pelo caminho por questões formaiserdquo;, declarou Haddad, ao falar das medidas na Fiesp. eldquo;A Selic é uma trava para todos nós, e para a democratização do crédito, mas sabemos do potencial que isso teria na economia brasileiraerdquo;, disse. elsquo;ACORDO DE PAZersquo;. O presidente da Fiesp, Josué Gomes, aproveitou a reunião da diretoria para estender a bandeira branca na federação. Ele convidou o ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf, líder da oposição na entidade, para compor a mesa que recebeu o ministro da Fazenda. Na semana passada, os dois selaram um acordo de paz que encerrou a crise na entidade patronal endash; e que envolveu uma tentativa de destituição de Josué. O discurso de abertura de Josué repetiu ao ministro as queixas do setor aos juros altos, eldquo;a maior taxa real do mundoerdquo;, e à pesada carga tributária, que reduz a disponibilidade de recursos para investimentos. Segundo Josué, a indústria de transformação deixou de ser a locomotiva do PIB brasileiro, condição que ostentava até a década de 1980, por conta das condições eldquo;inóspitaserdquo; para o setor endash; responsável, lembrou ele, por 30% do total de tributos recolhidos no País. ebull;

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Governo espera eleição no Congresso para definir passos de reforma tributária

Favorito à reeleição para o comando da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) já sinalizou que vai apoiar a reforma tributária para ser a marca da sua gestão, mas prefeitos das capitais e representantes dos setores mais resistentes à proposta querem negociar com o governo antes de a tramitação ser retomada no Congresso. A reforma é a agenda número 1 da equipe econômica no Congresso. O governo já intensificou o diálogo com os Estados. Há uma preocupação com a pressa do governo em aprovar a reforma ainda no primeiro semestre espremer o espaço para o diálogo. Um dos riscos é de a proposta ir direto para o plenário, como já aconteceu na votação recente de Propostas de emenda à Constituição (PECS). A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já foi alertada para a necessidade de chamar logo para conversar os grupos de maior resistência, para não fomentar o crescimento de um movimento antirreforma. Os detalhes do caminho da tramitação da proposta só vão sair depois da votação das presidências e das mesas diretoras da Câmara e do Senado, prevista para amanhã. A preocupação é maior no caso do Senado, onde Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do governo Bolsonaro, disputa o cargo contra o atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A definição das prioridades da agenda econômica e as relatorias dos principais projetos fazem parte também dos acordos de apoio na eleição de amanhã. Um desses pontos é de onde a tramitação será retomada: pelo Senado ou pela Câmara. Um grupo de trabalho poderá ser criado pelo presidente da Câmara para discutir os pontos mais sensíveis. Lira prefere que a reforma seja retomada pela Câmara, onde está a PEC 45, de autoria do presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), e que teve como relator o deputado Aguinaldo Ribeiro (PPPB). Ribeiro teve reuniões com o time de Haddad e é candidato a ficar com a relatoria. Já o relatório da PEC 110, que tramita no Senado, é resultado de um amadurecimento da PEC 45 e tem apoio dos Estados. Até o momento, a maior chance é de que a tramitação seja feita pela Câmara, com um texto que misture os pontos das duas propostas. ARRECADAÇÃO. Presidente do Fórum dos Secretários de Fazenda e Finanças das grandes e médias cidades, Giovanna Victer destacou que as grandes cidades apoiam a reforma tributária e reconhecem sua importância para o crescimento da economia do País, mas há preocupação com possíveis choques na arrecadação. eldquo;As cidades possuem compromissos constitucionais com a manutenção do ensino fundamental, da atenção básica da saúde e assistência social, além de toda zeladoria e manutenção das cidadeserdquo;, disse ela, que é secretária da Fazenda de Salvador. No campo da negociação política, João Hummel, diretor da consultoria Action Relações Governamentais, disse que o governo vai ter de sentar à mesa com os setores do agronegócio e de serviços, mas ponderou que há espaço de negociação para um acordo. eldquo;É uma necessidade. A única pauta para dar visibilidade em pouco espaço de tempo é a reforma tributária e já está maduraerdquo;, avaliou. ebull;

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A petroleira brasileira 'desconhecida' que quer levantar R$ 1 bilhão na Bolsa de Oslo

Uma petroleira brasileira que quase nenhum brasileiro conhece se prepara para levantar US$ 225 milhões (R$ 1,1 bilhão) em um IPO (sigla em inglês para oferta inicial de ações) na Bolsa de Oslo. Trata-se da Seacrest, que faz parte de uma novíssima geração de firmas de petróleo que nasceu no espaço deixado pelo enxugamento da Petrobras desde o governo Temer. A Seacrest Petróleo foi fundada poucos meses antes da pandemia e pertence ao fundo de private equity (participações) Seacrest Capital, sediado nas Bermurdas e especializado em investir no setor de energia emdash; é dono também da petrolífera norueguesa Okea. O foco da Seacrest Petróleo é explorar ativos de óleo e gás considerados maduros e postos à venda pela Petrobras. Por enquanto, a companhia já fez duas aquisições no Espírito Santo: o Polo Cricaré (em 2021) e o Polo Norte Capixaba (2022), pelos quais pagou US$ 700 milhões. Esses campos produzem cerca de 9 mil barris de petróleo por dia, mas o plano da companhia é aumentar essa produção. eldquo;Os recursos líquidos do IPO serão usados e#8203;e#8203;para pagar parte da aquisição do Norte Capixaba e para objetivos corporativos em geral. A conclusão da aquisição do Norte Capixaba está prevista para logo depois do IPO. Com a conclusão da aquisição do Norte Capixaba, a companhia espera se tornar a terceira maior produtora de petróleo e gás elsquo;onshoreersquo; do Brasil em termos de reservas e produçãoerdquo;, disse a companhia em comunicado. O IPO deve acontecer já neste trimestre e, se o valor for confirmado, será a maior operação na Bolsa de Oslo em quase um ano. Entre os bancos que participarão da oferta estão os brasileiros Itaú BBA e BTG Pactual. elsquo;Vento favorávelersquo; Em entrevista à agência Bloomberg, o analista Mads Johannesen, do banco norueguês Nordnet, disse que a Seacrest Petróleo desfruta de eldquo;sólidos ventos favoráveis por causa dos altos preços do petróleo e do gás, fazendo deste momento o melhor para uma listagem em muito tempo.erdquo; A companhia é presidida por Michael Stewart, que fez carreira no setor financeiro em Nova York e, posteriormente, na área de commodities com foco na América Latina. No ano passado, a Seacrest anunciou a contratação como diretor-financeiro de Rafael Grisolia, que ocupou o mesmo cargo na Petrobras, entre 2017 e 2019, e depois presidiu a BR Distribuidora. Os dois ficam baseados no escritório da Seacrest no Rio. O presidente do conselho da Seacrest é o norueguês Erik Tiller. (A expertise do time no mercado da Noruega com a Okea e a vocação da Bolsa local para precificar empresas de energia explicam o desejo de listar a firma brasileira em Oslo). Nova geração A empresa integra uma nova geração de companhias que exploram as oportunidades surgidas no plano de desinvestimento da Petrobras, que se desfez de uma série de ativos na reestruturação implementada depois da operação Lava Jato. Outro exemplo dessa geração é a Origem Energia, fundada como Petro+, em 2017, por Luiz Felipe Coutinho e Luna Viana. (Mais tarde, o americano Nathan Biddle entrou para a sociedade). Em 2020, o controle foi vendido à Prisma, gestora de João Mendes de Oliveira Castro, Lucas Canhoto e Marcelo Hallack. Em 2021, a gestora fundiu a Petro+ com a Eagle, outra petroleira de sua carteira, resultando na Origem Energia. Em 2021, a Origem pagou US$ 300 milhões pelo Polo Alagoas, que pertencia à Petrobras, e planeja investir quantia equivalente para triplicar sua produção.

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Fiesp pede redução de imposto a Haddad; ministro diz que reforma poderia ter saído em 2022

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) ouviu de empresários e representantes de entidades patronais de segmentos da indústria uma série de pedidos em sua primeira reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta segunda-feira. Após ouvir que a pioridade da indústria é a aprovação de uma reforma tributária, Haddad afirmou que o texto poderia ter sido aprovado em 2022, mas que travou com a proposta do então ministro Paulo Guedes de recriar um imposto nos moldes da antiga CPMF. Haddad ouviu uma série de elogios do presidente da Fiesp, Josué Gomes, e dos presidentes da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvea Vieira, e da FIEB, Antonio Ricardo Alban. Josué lembrou, por exemplo, o passado de Haddad na Mercantil Paulista de Tecidos ao destacar "excelente capacidade de negociação sem criar inimizade" do hoje ministro. Já o presidente da Firjan disse as palavras de Haddad "são como música" para os ouvidos do empresariado. Em seu discurso, Josué argumentou sobre a urgência de uma reforma tributária e propôs a depreciação, de maneira imediata, dos investimentos feitos na indústria de transformação. emdash; Tem uma mudança no fluxo de caixa do governo federal, mas isso ajudaria a indústria a investir mais rapidamente e recuperar produtividade emdash; argumentou. Também relembrou a demanda da indústria para zerar o IPI "até a aprovação de uma reforma tributária". A intenção do governo é acabar com o tributo no âmbito da reforma. emdash; Talvez o senhor tenha de (...) abrir mão um pouco de arrecadação da indústria de transformação num primeiro momento para promover um crescimento que, pouco tempo depois, recuperará a receita com sobra. (...) Conseguir fazer com que os setores todos concordem com a neutralidade diminuindo a carga da indústria de transformação não é fácil. A gente tem de reconhecer que a reforma tributária não foi ainda aprovada porque dentro do próprio setor privado não há consenso sobre ela emdash; afirmou o presidente da Fiesp. emdash; Tivemos 28% do PIB e hoje temos 11%. E não foi porque o empresário industrial brasileiro desaprendeu. (...) O Brasil foi criando condições extremamente inóspitas para o desenvolvimento da indústria de transformação. A indústria de transformação recolhe 30% do total de tributos arrecadados no Brasil, apesar de ter apenas 11% de participação no PIB emdash; disse Josué. Para ele, a alta carga tributária paga pela indústria retira capacidade de investimento e compromete a competitividade. O dirigente da Fiesp também criticou o custo elevado de capital no Brasil, com juros reais de 8% ao ano. Haddad evitou se comprometer com desonerações, mas reiterou seu compromisso com a aprovação de uma reforma tributária e de uma nova âncora fiscal ainda no primeiro semestre. Ao comentar a reforma tributária, criticou a gestão de Paulo Guedes, ex-ministro da Economia do governo de Jair Bolsonaro (PL), sem mencionar o nome do antecessor. emdash; As desonerações feitas no ano passado afetaram dramaticamente as arrecadações estaduais, muitas foram feitas sem critério técnico (...) Os governadores todos, desde ano passado, se manifestaram publicamente a favor da votação da reforma tributária. Não foi votada porque se insistia com agenda da CPMF emdash; afirmou o ministro. Haddad ressaltou que parlamentares reiteraram a ele que a reforma só não foi aprovada devido à pauta da criação de um imposto sobre transações financeiras. emdash; Não houve vontade política (do governo Bolsonaro) para aprovar, mas havia um entendimento no Senado e na Câmara de que a reforma estava no caminho certo emdash; disse. Agora, o ministro disse acreditar que o tema da reforma tributária deve ganhar impulso após a eleição das mesas diretoras do Senado e da Câmara. O clima do encontro foi ameno, com o ministro elogiando "canais de comunicação desobstruídos" entre o governo e o empresariado. Disse compreender a insegurança de parte do empresariado em relação a qual é a agenda do governo federal e se comprometeu com a reindustrialização do país. emdash; É natural que as pessoas tenham uma certa ansiedade de respostas prontas para tudo, como se em 30 dias nós tivéssemos de dar conta de todos os problemas herdados do passado recente e do passado longínquo. Não será assim, mas será um governo de alta intensidade no sentido das reformas necessárias para o país andar emdash; afirmou. Sem citar nomes, o ministro criticou economistas que vaticinaram "o caos econômico no Brasil" no início do governo. Afirmou que a tendência é de valorização relativa do real frente ao dólar, especialmente devido à entrada de investimento estrangeiro no país. emdash; Vejo que o ingresso de capital estrangeiro no Brasil só aumenta. O interesse no Brasil voltou como há muito tempo não se vê, um interesse genuíno na agenda brasileira emdash; ressaltou. O ministro ouviu pedidos de Eugênio Staub, que por décadas comandou a marca de eletroeletrônicos Gradiente, para que o câmbio brasileiro permaneça nos atuais patamares. Escutou também Eduardo Ribeiro Capobianco, representante do Sinduscon-SP na Fiesp, dizer que "não faz sentido" o Brasil financiar obras de infraestrutura no exterior enquanto o país necessita de investimentos na área e o BNDES "tem hoje uma taxa de juros elevada que dificulta muito a captação de recursos" do empresário brasileiro. Sobre isso, Haddad respondeu que o governo federal espera turbinar concessões e parcerias público-privadas, principalmente tirando o que o ministro chamou de "travas burocráticas", sem dar detalhes. Citou ainda conversas com a Abiquim, associação da indústria química, para afirmar que há demanda suficiente para o gás do pré-sal e também pelo que virá do gasoduto argentino de Vaca Muerta. emdash; Com a queda da produção de gás da Bolívia e com a transição (energética) que imaginamos para o Brasil, não vai faltar demanda de gás no Brasil, mesmo que a gente não desperdice o gás do pré-sal. Financiar a indústria de aço no Brasil para fazer gasoduto não é (sem sentido). Você tem grantia, está comprando o gás, o pedágio é o que se paga pelo gasoduto emdash; disse. Hoje, boa parte do gás do pré-sal precisa ser reinjetado e, portanto, perdido, devido à falta de infraestrutura que permita sua comercialização. emdash; A gente pode, em alguns casos específicos como o do potássio e do gás argentinos, pensar em parcerias que somem para os dois países sem criar nenhum tipo de conflito, até porque são projetos sustentáveis e que talvez até dispensem financiamento de banco públicos. Devemos pensar se interessa ao Brasil emdash; afirmou o ministro.

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