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PIB cresce 1% no primeiro trimestre, abaixo do esperado

Influenciada pelo processo de reabertura, a economia brasileira segue sua trajetória de recuperação após dois anos de pandemia de Covid-19. Dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira mostram que o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) avançou 1% no primeiro trimestre de 2022 em comparação com o quarto trimestre do ano passado. Economistas projetavam alta de 1,4%, de acordo com mediana das projeções de 96 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Econômico na semana passada. O desempenho foi influenciado pela expansão do setor de serviços, que foi duramente afetado durante os períodos de maiores restrição ao funcionamento dos estabelecimentos considerados não essenciais. Pela ótica da demanda, o resultado positivo do consumo das famílias aponta que está respondendo aos estímulos fiscais concedidos no período. Perspectivas Analistas avaliam que a atividade deve seguir no campo positivo, embora com alguma desaceleração na margem. Isso porque há uma continuidade do processo de reabertura econômica e da injeção de estímulos fiscais no período, que podem impulsionar o consumo das famílias por mais tempo. O desafio com relação ao desempenho da atividade se concentra nas projeções para o segundo semestre, quando é esperado que a economia perca força diante do impacto das altas de juros, ocorridas desde o ano passado. emdash; Esses fatores que ajudaram no primeiro semestre vão perder força no segundo, e a nossa expectativa é que a economia sinta os impactos de uma politica monetária mais contracionista emdash; afirma Mirella Hirakawa, economista da AZ Quest.

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Petrobras lança novo site sobre composição de preços de combustíveis

A Petrobras lançou nesta quarta-feira (1º) um novo site onde apresenta de forma didática e com visual mais amigável as parcelas envolvidas na formação dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha (GLP). O objetivo, segundo a empresa, é facilitar o acesso às informações sobre os preços de combustíveis. O novo site, além de trazer informações sobre a formação dos preços ao consumidor final, possibilita filtrar os valores pela média nacional ou por Estados, considerando os impostos estaduais e outras variáveis locais. eldquo;A companhia divulga há anos, em seu site institucional, os valores cobrados em suas refinarias e a composição média do preço final, tema de grande interesse do público em geral. Nos últimos seis meses, essa foi a informação mais acessada no site da Petrobras, com quase 1,5 milhão de visualizaçõeserdquo;, destaca. A estatal lembra que em novembro de 2021, a Petrobras já havia lançado campanha publicitária veiculada em TV, na qual informava sobre a formação de preços ao consumidor final. eldquo;O novo ambiente virtual é mais uma ação da Petrobras para manter a sociedade informada sobre os preços de venda dos seus produtoserdquo;, explica. A empresa ressalta ainda que também tem prestado, regularmente, esclarecimentos às autoridades regulatórias, de defesa da concorrência, dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Transparência e qualidade das informações prestadas são valores praticados pela Petrobras, com reconhecimento do público externo, diz a companhia.

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Após 82 dias sem reajuste, defasagem da gasolina salta para 13%, diz associação

Há 82 dias congelado nas refinarias da Petrobras, o preço do litro da gasolina já mantém uma diferença de 13% em relação aos preços internacionais, enquanto o preço do diesel registra uma defasagem média de 6%, depois de ter sido reajustado em 10 de maio. A alta reflete uma nova escalada do preço do petróleo e derivados no mercado internacional. Na terça-feira (31) o barril do Brent chegou a encostar nos US$ 120 o barril, mas nesta quarta-feira (1) opera em torno dos US$ 117 o barril. O câmbio, que ajudou a manter os preços mais perto do alinhamento nas últimas semanas, voltou a pesar negativamente sobre o preço das importações com alta moderada no início de junho. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), se a Petrobras quiser alinhar os preços terá que aumentar a gasolina em R$ 0,56 e o diesel em R$ 0,33. Um reajuste é esperado a qualquer momento, já que com a defasagem, as importações não são realizadas pelos pequenos e médios produtores e aumenta o risco de desabastecimento do país. Fontes do setor avaliam que por enquanto não há indícios de falta de diesel, como já ocorre na Argentina, por exemplo. A expectativa é de que o atual presidente demissionário da estatal, José Mauro Coelho, alinhe os preços para evitar desabastecimento de diesel no Brasil, já que não teria mais nada a perder. Na terça, Coelho esteve na comemoração dos 50 anos da Replan, maior refinaria da estatal, localizada em Campinas, São Paulo. O executivo trabalha normalmente enquanto aguarda seu sucessor, o que só deve ocorrer em dois meses. Para tentar explicar os preços da companhia, motivo da demissão de Coelho, a Petrobras lançou nesta quarta-feira um novo site (precos.petrobras.com.br).

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Empresas correm para elevar estoques de diesel, e governo estuda plano de contingência

Diante do risco de falta de diesel no segundo semestre, as principais distribuidoras estão aumentando seus estoques, de acordo com executivos e fontes do setor. Na Vibra (ex-BR), a maior empresa do país no segmento, o volume armazenado aumentou preventivamente de sete para nove dias de consumo. Raízen e Ipiranga também estão guardando uma quantidade maior, ampliando o estoque de três para quatro dias, de acordo com fontes. O assunto também preocupa o governo, que estuda criar um protocolo de crise para o abastecimento de diesel. O temor das empresas é motivado por um cenário que conjuga expectativa de crescimento maior do PIB do que o previsto anteriormente emdash; o que significa consumo maior de combustível emdash;, previsão de uma das piores temporadas de furacões no Golfo do México nas últimas décadas, fim do lockdown na China (o que estimula a economia global e a demanda pelo produto) e aumento do embargo efetivo ao petróleo russo. Segundo o relato de participantes das últimas reuniões do Comitê de Monitoramento do Suprimento Nacional de Combustíveis e Biocombustíveis, no âmbito do Ministério de Minas e Energia, chegou a ser apontado que já no próximo mês a demanda por diesel poderia superar a oferta, o que inclui tanto a produção nas refinarias quanto a importação. Mais biodiesel na mistura Diante deste cenário, o protocolo de crise em estudo no governo visa a garantir a importação com antecedência, além da segurança de que os estoques sustentem o consumo. A iniciativa também daria prioridade para o abastecimento de infraestruturas críticas, como carros de polícia, veículos ligados à saúde e transporte de alimentos. A ideia é garantir a integração entre distribuidoras e importadores, além de medidas para atender rapidamente regiões com menor estoque e maior demanda. Experiência similar foi adotada no país durante a greve dos caminhoneiros, em 2018. Mas esta não é a única hipótese na mesa. O foco no momento é ampliar estoques. Cerca de 30% dos volumes consumidos no país dependem de importação. Um estrangulamento global no fornecimento de combustível afetaria diretamente o país. Outra opção em discussão é elevar o percentual do biodiesel no diesel, o que seria uma forma de ampliar a disponibilidade de combustível no país. Hoje, a mistura está em 10% e poderia ser elevada a 12%. O setor afirma ter capacidade de responder com aumento de produção de 1,2 bilhão de litros em 30 a 45 dias. Essa alternativa, porém, esbarra em outros entraves. O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, é historicamente a favor de reduzir a mistura dos biocombustíveis na gasolina e no diesel, e não de aumentá-las. Além disso, o governo teme que a mudança eleve o preço final do produto, no momento em que o controle de preço dos combustíveis se tornou uma meta do governo antes da eleição. No governo, a preocupação maior é com os postos de bandeira branca, que não têm escala na importação. No caso das grandes distribuidoras, elas adotam contratos de longo prazo e de maior volume. Até agora, o que se constata no dia a dia é falta pontual de combustível, em alguns pontos, como na saída do Rio. O caminhoneiro Ronaldo Bento disse não ter conseguido abastecer com diesel na semana passada em dois postos próximos à Via Dutra, na altura de Belford Roxo, quando ia entregar uma carga em Teresópolis. emdash; Com o preço alto do diesel, imagino que os postos não queiram comprar muito e fique escasso emdash; opinou. O caminhoneiro autônomo Nasareno da Silva também já teve dificuldade momentânea para encher o tanque: emdash; Quando vi que não tinha como abastecer acabei indo em um posto próximo. Um relatório da Agência Nacional do Petróleo (ANP) estima que as vendas de diesel nos primeiros quatro meses do ano chegaram a 20 milhões de metros cúbicos, o maior volume para o período já registrado na série histórica, que começou no ano 2000. E representa alta de 2,07% em relação ao período de janeiro a abril do ano passado. Os maiores percentuais de aumento do consumo foram vistos no Centro-Oeste (5,34%), no Norte (8,44%) e no Sudeste (2,37%). Defasagem de 6% No texto, a ANP cita o índice ABCR, que mede o fluxo de veículos nas estradas com pedágio no país, calculado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, que aponta aumento de 22,2% em abril na comparação com igual mês do ano passado. A tendência é que o ritmo de vendas de diesel siga forte no segundo semestre, segundo Valeria Lima, diretora executiva de Downstream (Abastecimento) do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP): emdash; O segundo semestre está alinhado com a safra. Se ela vier boa, vai ter demanda maior. Temos trabalhado junto com o MME e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para monitorar o mercado. Não tem risco de desabastecimento no curto prazo. Os agentes têm se mostrado eficientes emdash; afirma, acrescentando um alerta: emdash; Não dá para brincar com isso, pois quando se fala de controle de preço, isso representa um risco para o país. A Petrobras informou, em nota, que contribui para o planejamento da oferta de combustíveis, considerando os cenários do mercado doméstico e internacional. E lembrou que o Brasil terá eldquo;situação desafiadora no segundo semestre, já que é época de colheita agrícola e aumenta o consumo para o transporte da safraerdquo;. Historicamente, o estoque geral de diesel no Brasil sempre oscilou entre 13 e 15 dias. Hoje está em torno de 20 dias, segundo as empresas. Na semana passada, o MME informou que os volumes armazenados do óleo diesel S10 (o menos poluente) somavam 38 dias de importação. Ou seja, se as compras do exterior fossem suspensas, os estoques e a produção nacional seriam suficientes para suprir o país por 38 dias. Somente a Petrobras representa cerca de 45% de toda a importação no país. Segundo a Abicom, associação dos importadores, a defasagem no preço do diesel persiste após o reajuste de 8,9% em maio. Ontem, a diferença de preço entre o valor cobrado pela Petrobras e o mercado internacional era de 6% (ou R$ 0,33 por litro).

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Petróleo fecha em queda, com possível aumento de oferta pelo Opep

Depois de operar a maior parte da sessão no azul, os ativos do petróleo fecharam a terça-feira em queda. Alguns membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) estudam elevar a oferta da commodity, de acordo com reportagem do Wall Street Journal. Nem mesmo o anúncio do embargo às importações de petróleo russo pela União Europeia (UE) e otimismo com reabertura de cidades na China foram suficientes para segurar o avanço. Mais cedo, o petróleo operava em alta, com o otimismo garantido pela reabertura de grandes cidades chinesas, como Xangai e Pequim, após os recentes e severos lockdowns e a expectativa por aumento na demanda pelo óleo. Paralelamente, ontem, a União Europeia chegou a um acordo e anunciou o embargo ao petróleo russo. De acordo com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a decisão deve ter efeito imediato sobre dois terços das importações do combustível pelo bloco e, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve reduzir as importações do petróleo russo em 90% até o fim deste ano. Depois do anúncio do sexto pacote de sanções à Moscou, o bloco prometeu que irá revisar eldquo;o mais breve possívelerdquo; o dispositivo que isenta eldquo;temporariamenteerdquo; as entregas por oleodutos do embargo. Em relatório, a Eurasia Group destaca que o movimento pela UE havia sido amplamente antecipado pelo mercado, o que provocou apenas uma alta modesta e temporária nos preços. A consultoria ressalta que a volatilidade no mercado de petróleo diante do atual contexto, mas afirma esperar preços em níveis elevados em meio à temporada de viagens de carro nos Estados Unidos e um mercado ainda mais apertado na UE. O embargo deve reduzir as importações pelo bloco entre 1 e 1,5 milhão de barris por dia, que devem ser direcionados à China ou Índia com descontos, afirma a Eurasia. Em relatório, é destacado que as pressões negativas não se dissiparam totalmente, com os riscos de recessão pelo mundo, inflação crescente e gargalos de oferta.

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Posto sem frentista: como briga na Justiça pode mudar jeito de abastecer

Uma rede de postos de combustível de Santa Catarina trava uma disputa na Justiça para atuar sem frentista, ou seja, com um serviço de autoatendimento - em que o próprio consumidor abastece seu veículo. Após vencer uma ação em primeira instância, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, derrubou a decisão que autorizava a modalidade. O serviço de autoatendimento em postos de combustível é comum em todo o mundo, adotado há décadas nos Estados Unidos e países da Europa. No entanto, a Lei 9.956, de 2000, proíbe a modalidade no Brasil. Segundo a decisão do juiz de primeira instância Joseano Maciel Cordeiro, essa legislação é incompatível com a da Liberdade Econômica e da Inovação Tecnológica. Por isso, autorizou que a rede de postos atuasse sem os frentistas. A liminar, no entanto, foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, após um pedido da Advocacia Geral da União (AGU). No texto, a AGU alega risco de dano irreparável à saúde pública, à segurança e à ordem administrativa. Rede de postos vai recorrer UOL Carros entrou em contato com a Rede Mime, de Jaraguá do Sul (SC), autora da primeira ação desse tipo do Brasil, e a empresa afirmou que irá recorrer da decisão ao próprio TRF4 e, depois, aos Tribunais Superiores, caso seja necessário. "A sentença, no entanto, segue favorável à empresa jaraguaense, sendo que a suspensão da liminar não configura em um juízo conclusivo sobre a causa. O mérito será resolvido definitivamente pelo Supremo Tribunal Federal. A Mime reitera que a iniciativa da implantação do sistema de autosserviço nos postos é uma forma de estimular a inovação, e que a figura do frentista seguirá sendo de extrema importância para o negócio", disse a empresa, através de nota. "A mudança proporcionará ainda uma maior qualidade de vida aos colaboradores, pois será possível estabelecer jornadas de trabalho mais flexíveis. Com o novo formato, alguns postos poderão também ter o horário de funcionamento estendido, oferecendo mais comodidade para o cliente", concluiu. Sobre o funcionamento do autoserviço, a empresa esclareceu que existiriam protocolos de segurança, como mangueiras mais curtas e sensores para que o combustível só saísse quando estivesse encaixada no tanque. A ausência do frentista, segundo Gabriel Wulff, diretor da Mime, geraria uma economia de R$ 0,08 a R$ 0,15 por litro de combustível. O cliente também poderia optar por ser atendido por um frentista e não ganharia o desconto do autoatendimento. Como é feito o autoatendimento Em um posto de combustível com serviço de autoatendimento, há alguns dispositivos contra furto. Para usar o serviço, o consumidor tem duas alternativas. Se pagar com o cartão, realiza-se todo o procedimento na bomba, nesse caso, a cobrança é feita após o abastecimento. Para evitar furto, o cartão é inserido antes de a mangueira ser encaixada, e só é liberado após o pagamento. A segunda possibilidade é pagar com dinheiro no caixa do posto. Nessa opção, é necessário dizer o número da bomba e quanto de combustível deseja colocar, só então a bomba é liberada para abastecimento. Se a quantidade contratada não couber no tanque, o estabelecimento devolve o dinheiro restante. Federação quer que frentistas sejam requalificados antes da mudança De acordo com Eusébio Luis Pinto, presidente da Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro), o fim da profissão de frentista é um caminho inevitável, mas é necessário que, antes, exista uma requalificação dos quase 500 mil profissionais que atuam no Brasil. "Em algum momento vai haver uma diminuição significativa da categoria e, possivelmente, até a extinção. No entanto, precisamos de um projeto de transição para assegurar um novo trabalho e requalificação para esses trabalhadores em outras atividades", pondera. Ele explica que a Lei 9.956 é o único artifício que segura esses empregos, mas também alega que o Brasil não está preparado para o autoatendimento em postos de combustível. "A estrutura de postos não está adaptada para o autoatendimento, precisaria de novas bombas, o que não é barato. Além disso, há a exposição a agentes químicos, o frentista tem um curso para atuar da forma correta. Também tem o fator segurança: o brasileiro se sente seguro em descer do carro a noite para abastecer o próprio carro?", enumera Eusébio Luis Pinto. Decisão impacta toda cadeia de produtos e serviços, avalia economista O economista Igor Lucena explica que a análise é um pouco mais complexa do que "empregos versus economia" para o consumidor final. Segundo ele, toda a cadeia de produtos e serviços é impactada pelo valor do combustível, que cairia com a ausência do frentista. "Não se trata de demitir os frentistas, mas dar liberdade para os postos e os consumidores escolherem como querem combustível. Existe uma possibilidade de redução de até 10% do preço do combustível. O que deve ser feito é, agora, incentivar a requalificação desses trabalhadores para novas profissões, porque a Lei não atende mais à realidade da sociedade", opina.

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