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Estudo aponta que substituição de ônibus a diesel por veículos elétricos tem custos competitivos

Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) traçou alternativas para reduzir o impacto ambiental e o custo do transporte público. A dissertação do pesquisador Guilherme Rugeri comparou a frota de ônibus a diesel de Porto Alegre com cenários em que seriam utilizados percentuais da frota de ônibus elétricos. "O estudo demonstra que os custos totais de um ônibus elétrico já são competitivos, e qualquer alteração ou incentivo governamental futuro podem torná-los, inclusive, a melhor alternativa para os coletivos urbanos", afirma o pesquisador. Com orientação do professor Fabiano Perin Gasparin, do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais, o trabalho utilizou dados disponibilizados pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). "Os três cenários apresentados têm por objetivo analisar o impacto das variações de alguns dos custos atuais no futuro", explica Rugeri. O pesquisador analisou três possibilidades em cada cenário hipotético, em que seriam introduzidos percentuais de 10%, 20% e 30% de ônibus elétricos na frota que circula em Porto Alegre, hoje com 1.479 veículos. "O intuito da criação dos cenários é apresentar uma noção de escala, em que um ônibus elétrico tende a custar entre 97% de um ônibus similar a diesel, em um cenário favorável à eletrificação das frotas, até 118%, em um cenário desfavorável", diz. Para efetivação de uma substituição futura para uma frota mais sustentável, o pesquisador acredita que "a apuração de dados sobre a redução das emissões será a principal ferramenta para a tomada de decisão da eletrificação da frota, para justificar o maior investimento inicial, nos próximos anos". Rugeri afirma que os resultados ainda não foram compartilhados com o município, mas "existe o interesse de tornar essa linha de pesquisa uma ferramenta para auxílio de tomada de decisões". Cenários Os cenários criados foram "padrão" (com a frota atual), "favorável aos ônibus elétricos" e "favorável aos ônibus a diesel". No cenário padrão, foram mantidos os dados atuais cedidos pela EPTC, simulando o uso do modelo de hoje no futuro. "O cenário com os custos encontrados no momento da realização do trabalho [2022] definiram o que consideramos o e#39;cenário padrãoe#39;, no qual a proporção dos custos atuais se manteria constante para os anos posteriores da simulação", fala o pesquisador. O cenário favorável aos ônibus elétricos apresentou, segundo o pesquisador, a variação de dados que possam ocorrer no futuro que favoreçam a implantação deste tipo de veículo, como a redução do custo de aquisição e da taxa de juros para financiamento. "Foi apontado o uso da energia solar, através de sistema fotovoltaico on grid, para o abatimento dos novos custos com energia elétrica dos ônibus, além da consideração de um valor residual para as baterias usadas dos ônibus elétricos, em uma segunda vida como baterias estacionárias", comenta. Já o cenário favorável aos ônibus a diesel é baseado, segundo Rugeri, na não concretização da tendência esperada: a redução dos custos dos ônibus elétricos. "Foi considerada uma diminuição do custo dos ônibus diesel para os anos futuros, além do aumento do custo dos veículos elétricos", avalia. Análise Para a análise de custos, o estudo utilizou o indicador Total Cost of Ownership (TCO), que contabiliza tanto os custos de aquisição quanto os para a operação do ônibus, como infraestrutura necessária, abastecimento, manutenção e valor residual. "O TCO é o principal indicador utilizado na implantação dos ônibus elétricos por considerar todos os custos ao longo da vida útil da frota, justificando, com isso, a implantação (ou não) dos veículos elétricos", analisa Rugeri. Para análise ambiental, foram levantados dados da emissão dos poluentes gerados pelos ônibus urbanos. "Como os ônibus elétricos não emitem poluentes durante sua operação, foi possível analisar a redução de gases e emissões da frota de acordo com o percentual de ônibus elétricos na mesma", diz. Além disso, o pesquisador fez uma análise ambiental do Balanço Energético Nacional, "demonstrando que, dado o percentual de recursos renováveis na geração elétrica brasileira e o percentual de recursos renováveis na produção de combustível, a eletrificação das frotas contribuiria com o uso de recursos renováveis, do ponto de vista de consumo energético brasileiro". Iniciativas do município A Secretaria de Mobilidade Urbana de Porto Alegre afirma que o uso de veículos elétricos está no horizonte do município e que realiza visitas para conhecer projetos de eletrificação da frota com o foco no desenvolvimento de um piloto. Entre os locais visitados estão São José dos Campos (SP) e São Paulo. "Uma das ações previstas no programa Mais Transporte é a eletrificação da frota. Para a construção de um projeto piloto bastante sólido para Porto Alegre estamos buscando referências nas cidades que já têm veículos elétricos, bem como nos fabricantes dos veículos", afirma o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior O estudo feito pela UFRGS e a troca de experiências com cidades e fornecedores da tecnologia ajudarão o município a "avaliar a melhor forma de investimento". O secretário cita que, após conhecer experiências exitosas, haverá um estudo aprofundado e o desenho do projeto. "Nossa ideia é trabalhar no piloto ao longo de 2023 para, até o final do próximo ano, ter o projeto estruturado para implementar na Capital", diz. Conforme o secretário, atualmente já está sendo feita renovação de parte da frota com priorização da sustentabilidade e previsão de 100 ônibus novos até 2023. "Os veículos novos vêm com a normatização Euro 6, que possui padrões rígidos de emissão, com exigência de propulsores que minimizem em 77% o volume de Óxido de Nitrogênio emitido e cortem, pela metade, a quantidade de material particulado soltado na atmosfera", detalha.

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Cortes na oferta de petróleo pela Opep+ podem levar mundo à recessão, diz IEA

A decisão do grupo produtor de petróleo Opep+ na semana passada de conter a produção elevou os preços e pode levar a economia global à recessão, disse a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) nesta quinta-feira (13). "A deterioração implacável da economia e os preços mais altos provocados por um plano da Opep+ para cortar a oferta estão diminuindo a demanda mundial de petróleo", disse a agência com sede em Paris, que inclui os Estados Unidos e outros países consumidores importantes. "Com pressões inflacionárias implacáveis e aumentos das taxas de juros cobrando seu preço, as cotações mais altas do petróleo podem ser o ponto de inflexão para uma economia global já à beira da recessão", acrescentou em seu relatório mensal do petróleo. O alerta da agência destaca uma divergência com a Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo e líder de fato da Opep. O presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu "consequências" não especificadas para as relações com a Arábia Saudita após a medida da Opep+, mas Riad rejeitou as críticas e disse que a medida não era política e visava equilibrar o mercado e conter a volatilidade. As perdas reais de oferta provavelmente serão de cerca de um milhão de barris por dia e não os dois milhões de barris anunciados pela Opep+, bloco que une o clube de produtores e aliados como a Rússia, disse a AIE. As restrições de capacidade que afetam a produção em outros membros da Opep significam que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos entregarão a maior parte das reduções, disse a AIE, enquanto novas sanções do G7 e da União Europeia à Rússia podem restringir ainda mais a oferta global. (Reuters)

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Bunge e Olleco criam joint venture para coleta de óleo e produção de combustível renovável

A Bunge e a Olleco, divisão de energias renováveis e#8203;e#8203;do ABP Food Group, anunciaram nesta quinta-feira um acordo para formar uma joint venture para criação de um negócio que englobe todo o ciclo de vida de óleos comestíveis, na coleta e utilização como matéria-prima de biocombustíveis. Cada empresa terá 50% de participação na joint venture. eldquo;Espera-se que a joint venture trabalhe com clientes de food service e fabricação de alimentos na Europa endash; excluindo o Reino Unido e a Irlanda endash; para fornecer óleos e garantir que o óleo de cozinha usado (UCO) seja coletado com eficiência e usado como matéria-prima na produção de combustíveis renováveiserdquo;, disseram as empresas em comunicado conjunto. As soluções e serviços a serem oferecidos ajudarão a enfrentar os desafios ambientais e de segurança energética dos principais mercados da Europa, ressaltaram as companhias. Além disso, há expectativa de que a parceria, com sede em Amsterdã, alavanque o relacionamento com os clientes, a presença e a experiência global da Bunge na produção de óleos vegetais e o modelo de mercado da Olleco no fornecimento, coleta e conversão de óleos de cozinha.

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Gasolina recua 2,44% no começo de outubro; etanol cai 6,05%, mostra pesquisa

O último levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL) apontou que o preço do litro da gasolina fechou os primeiros dias de outubro a R$ 5,20, valor 2,44% menor se comparado a setembro. eldquo;Esse recuo ainda é reflexo da última redução de 7% para a gasolina vendida às refinarias, válida desde o último dia 2 de setembroerdquo;, destaca Douglas Pina, diretor-geral de Mainstream da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil. Também em queda, o etanol fechou o período a R$ 4,14, com redução de 6,05% em relação ao mês anterior. No recorte regional, o Sul registrou a gasolina mais barata do país, comercializada a R$ 4,94, com redução de 2,16%. Apesar de apresentar o recuo mais expressivo no preço em relação a setembro, de 3,31%, os postos de abastecimento do Norte comercializaram o combustível pela média mais cara entre as regiões, de R$ 5,43. Já o etanol mais barato foi encontrado nas bombas de abastecimento do Centro-Oeste, a R$ 3,61, com redução de 2,67%. O recuo mais expressivo para esse combustível foi de 9,75%, registrado no Nordeste, onde o preço médio passou de R$ 4,616 para R$ 4,166. Na análise por estado, o IPTL apurou que o Rio Grande do Norte comercializou a gasolina a R$ 5,35 e foi o único estado brasileiro a registrar aumento no preço do litro, de 3,56%. O Amapá teve a maior redução, ante o mês anterior, para a gasolina, de 6,41%, que passou de R$ 5,43 para R$ 5,08. Já o Rio Grande do Sul registrou o menor preço médio para a gasolina, de R$ 4,83. Roraima comercializou esse combustível pela média mais cara, a R$ 5,92. Ainda entre os estados, São Paulo foi um dos únicos a registrar alta no preço do etanol, de 3,56%, comercializado a R$ 3,42, ante R$ 3,39 do mês anterior. Além de apresentar o maior preço médio do país para esse combustível, de R$ 5,64, Roraima também registrou um aumento de 0,05% no valor do litro. Alagoas se destacou com a maior redução entre os estados no preço do etanol, de 15,75%, se comparado a setembro, que fechou o mês com a R$ 4,19. Já a menor média foi encontrada no Mato Grosso, a R$ 3,31, com recuo de 1,84%. eldquo;No período, subiu de quatro para seis o número de estados que tiveram o etanol como o combustível mais vantajoso para abastecimento, sendo Bahia, Paraíba, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Os demais estados tiveram a gasolina como combustível mais vantajoso, de acordo com o último levantamento da Ticket Logerdquo;, conclui Pina. O IPTL é um índice de preços calculado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log, que tem grande confiabilidade, por causa da quantidade de veículos administrados pela marca: 1 milhão ao todo, com uma média de oito transações por segundo.

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Estudo da UFRB desenvolve mecanismo para identificar gasolina adulterada na Bahia

Um professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) desenvolveu um método que indica adulterações em combustíveis. A descoberta consiste no uso de um pó e uma luz ultravioleta, que juntos fazem com que o etanol ou gasolina mudem de cor caso não estejam puros. O método desenvolvido na cidade de Amargosa está em fase de patenteamento e contou com a ajuda de alunos graduandos em química. De acordo com o professor e doutor Jorge Menezes ,a ideia de criar o pó surgiu há 12 anos, através da observação de marcadores já existentes, como o de cédula de real e o de cartão de crédito. Todos eles garantem uma maior segurança para o consumidor. "O marcador pode te garantir soluções estratégicas importantes baratas e fáceis", afirma. Ao longo dos estudos, diversas pesquisas foram feitas em parceria com os alunos, que descobriram que é possível verificar a existência de água nos combustíveis adulterados. Atualmente, essa comprovação de qualidade é feita apenas nos postos de combustíveis, através do rastreador de origem e do teste da proveta. O primeiro é feito pelas distribuidoras para garantir aos postos que o material recebido é puro. Já o segundo pode ser solicitado por qualquer consumidor, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Porém, segundo o mecânico Erenilton Santana, se um carro quebrar por causa do uso de gasolina adulterada o consumidor terá problemas para provar. E é aí que entra o mecanismo feito pelo UFRB. "O motor do carro e outras peças não aguentam o combustível adulterado, mas para provar que esse foi o motivo do veículo ter quebrado, o combustível teria que ir para o laboratório, seria uma questão mais rigorosa. Nenhum mecânico pode afirmar que o posto foi o culpado pelo problema", afirmou. Com o novo produto, que promete ser acessível para a população, os testes poderão ser feitos pelo próprio consumidor ou técnicos de oficina, quando suspeitarem dos problemas causados pela adulteração. Segundo o professor, Jorge Menezes, o objetivo da ideia é facilitar a vida de quem usa combustível. "Se a gente não cuida do combustível, o desgaste prematuro das peças dos carros será maior e o consumidor precisará ir mais vezes na oficina. Esses consertos já eram caros há 12 anos e agora estão ainda mais", afirmou. O estudante de química André Marcelino é um dos participantes do projeto. Ele conta como foi importante participar de uma descoberta científica antes mesmo de se formar. "Eu fico bastante orgulhoso de poder iniciar a minha jornada em um trabalho que já vem sendo desenvolvido pelo orientador pelos outros colegas há tanto tempo. Eu fui agraciado em finalizar esse trabalho com eles", comemora.

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Petróleo fecha em alta, com menor produção nos EUA e projeções da AIE

Os contratos futuros do petróleo fecharam em forte alta nesta quinta-feira (13). Apesar do aumento dos estoques da commodity nos Estados Unidos, o corte da produção atraiu a atenção dos investidores. Cortes nas projeções para oferta e demanda de petróleo pela Agência Internacional de Energia (AIE) também ficaram no radar, assim como a inflação acima do esperado nos Estados Unidos. O petróleo WTI para novembro fechou em alta de 2,33% (US$ 1,84), a US$ 89,11 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para dezembro avançou 2,29% (US$ 2,12), a US$ 94,57 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). O Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) norte-americano mostrou alta de 9,879 milhões de barris nos estoques de petróleo na semana mais recente, bem acima do avanço de 1,0 milhão de barris previsto por analistas. Os estoques de gasolina avançaram, contrariando a previsão, e os de destilados recuaram mais que o esperado, enquanto a produção média diária dos EUA caiu. Num primeiro momento, o petróleo manteve a alta demorada após o dado, mas logo ganhou mais força. Mais cedo, a Agência Internacional de Energia (AIE) destacou, em seu relatório mensal, que a recente decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de cortar sua oferta em 2 milhões de barris por dia, para impulsionar os preços da commodity, ocorre em um momento de inflação já elevada e crescimento fraco. Para a AIE, a estratégia do cartel pode levar a economia global à recessão. A agência avalia que a estratégia da Opep+ deixará o mercado de petróleo eldquo;ainda mais apertadoerdquo;, num quadro de extrema vulnerabilidade e com poucas alternativas adicionais de fontes de oferta para compensar a estratégia. A AIE ainda cortou projeções de oferta e demanda no mercado. Em relatório, o UBS afirma que reitera suas projeções para o preço do petróleo, com o Brent em média em US$ 100 o barril ao longo do quarto trimestre de 2022 e do primeiro trimestre de 2023. O banco diz, porém, que o corte da Opep+ reduz riscos de baixa para a commodity. O UBS ainda acredita que persiste um quadro de investimento abaixo do necessário no setor, o que para ele corrobora sua expectativa de que os riscos para a projeção do preço do petróleo no longo prazo sejam de alta. A Oanda, por sua vez, diz esperar cortes nas perspectiva para a demanda por petróleo nos próximos meses, eldquo;mas neste momento o mercado parece que seguirá apertadoerdquo;. Segundo ela, caso a situação da covid-19 na China não leve a lockdowns massivos, o petróleo Brent deve encontrar uma faixa eldquo;abaixo de US$ 100 o barrilerdquo;.

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