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Bolsonaro ataca Lula e governadores do Nordeste por serem contra redução do ICMS

O presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e governadores do Nordeste por criticarem a lei que estabelece teto na alíquota do ICMS dos combustíveis cobrado por estados. Líder nas pesquisas de intenções de voto e principal adversário de Bolsonaro no processo eleitoral, Lula tem dito em entrevistas que a redução do tributo não vai baratear o preço da gasolina e do diesel, além de provocar prejuízo aos governos estaduais endash; o ICMS é a principal forma de arrecadação dos estados. eldquo;Esse cara que diz que vai baixar os combustíveis quando for eleito presidente. Ele é contra redução dos impostos. Como você pode reduzir preço dos combustíveis? Reduzindo impostos e brigando na ponta para que a Petrobras some sua cota de sacrifícios, que vai somar, no meu entender, para reduzir o preço na refinaria. Ele deve achar que está barata a gasolinaerdquo;, disse Bolsonaro durante transmissão nas redes sociais nesta quinta-feira, 30. O presidente ainda afirmou que o eldquo;PT não vai chegar tão cedo ao poder, com toda certezaerdquo;. Pressionada pelo aumento dos combustíveis, a alta da inflação é um dos principais obstáculos para a campanha de reeleição do presidente e vem sendo explorada por Lula como sinal da inabilidade do governo para driblar os efeitos da crise econômica. Bolsonaro ainda criticou governadores do Nordeste, região onde Lula lidera com larga vantagem nas pesquisas eleitorais, por terem ingressado com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a lei que reduz o ICMS. eldquo;Doze governadores entraram na justiça contra essa redução. Você sabe que a região Nordeste comporta nove estados. Esses nove governadores entraram na justiça para não diminuir o preço dos combustíveis. Ou seja, os governadores do Nordeste estão unidos contra você, contra o contribuinte e contra o trabalhador. Governadores que o apoiam PT estão contra a redução dos combustíveiserdquo;, reclamou. O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, pediu que os governadores reduzam a alíquota do ICMS para que haja queda no preço dos combustíveis. eldquo;O preço da gasolina já foi reduzido. Em Brasília, combustível já está abaixo de R$ 7. Se os governadores nos ajudarem nesse momento tão difícil para o Brasil, vamos reduzir o preço da gasolina em mais de R$ 1,00erdquo;, estimou. eldquo;Estamos adotando solução estrutural para o Brasil. Estamos abaixando tributos. Às vezes, dizem elsquo;ah, estão abaixando preços na canetadaersquo;. Não, estamos respeitando todos os agentes privados, estamos respeitando contratos, estamos diminuindo tributoserdquo;, defendeu também o ministro. Fonte: Novacana.com

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Preços do petróleo recuam 3% com incerteza de produção futura da Opep+

Os preços do petróleo caíram cerca de 3% hoje (30), quando a Opep+ confirmou que só aumentaria a produção em agosto tanto quanto anunciado anteriormente, apesar da oferta global apertada, mas deixou o mercado se perguntando sobre a produção futura. O petróleo Brent para setembro caiu US$ 3,42 (R$ 17,9), ou 3%, para fechar a US$ 109,03 (R$ 571,03) por barril. O contrato para agosto, que expira hoje (30), recuou US$ 1,45 (R$ 7,59), ou 1,3%, para fechar a US$ 114,81 (R$ 601,30) o barril. O WTI (o petróleo dos EUA) caiu US$ 4,02 (R$ 21,00), ou 3,7%, para fechar a US$ 105,76 (R$ 553,90) o barril. O grupo de produtores da Opep+, incluindo a Rússia, concordou em manter sua estratégia de produção após dois dias de reuniões. O clube de produtores evitou discutir política a partir de setembro. Anteriormente, a Opep+ decidiu aumentar a produção a cada mês em 648 mil bpd (barris por dia) em julho e agosto. As quedas de preços no mercado de petróleo foram exacerbadas, uma vez que os comerciantes dos EUA ajustaram posições antes do fim de semana prolongado devido ao feriado de 4 de julho. Fonte: Reuters

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Consumo de diesel segue em alta e ANP propõe aumento de estoques

Puxado pelas vendas de diesel, o consumo de combustíveis no Brasil cresceu 6,1% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando o país ainda sofria efeitos do isolamento social. Na comparação com 2019, antes da pandemia, a alta é de 1,9%. Diante dos riscos de falta de diesel no mercado internacional, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) propôs nesta quinta-feira (30) aumentar os estoques obrigatórios do produto, para garantir o abastecimento dos postos no fim do ano. Considerando os primeiros cinco meses de 2022, o Brasil consumiu 56,7 bilhões de litros de combustíveis, alta de 2,9% em relação a 2021. O volume é 0,6% maior do que o verificado no mesmo período de 2019. A alta ocorre em um cenário de escalada de preços, que já derrubou dois presidentes da Petrobras este ano. As vendas de diesel cresceram 6,2% na comparação com maio de 2021. Em relação ao mesmo mês de 2019, a alta é de 11,2%. Essencial para o transporte de mercadorias e da produção agrícola, o produto não sofreu tanto impacto da pandemia. Com as sanções à produção russa e o aumento do consumo para geração de energia em países que sofrem com interrupção das vendas de gás da Rússia, o mercado de diesel hoje vive um cenário de aperto entre oferta e demanda. "O objetivo da agência é atuar de forma preventiva", disse, em nota, a ANP. A proposta é que empresas responsáveis por uma fatia de mercado acima de 8% guardem estoques suficientes para nove dias de vendas. A regra vale apenas para o diesel S-10, menos poluente e obrigatório nos centros urbanos, que hoje responde por 61% do consumo do combustível no país. Com estoques maiores, a ANP acredita que o país conseguiria sobreviver 45 dias sem importações. A ANP propõe que a medida vigore entre o início de setembro e o fim de novembro, "por serem os meses de maior demanda histórica nacional, decorrente do período de safra agrícola, e da temporada de furacões na região do Golfo do México, Estados Unidos, de onde se origina a maior parte das importações brasileiras". No momento, a agência garante que o abastecimento "ocorre com regularidade". O risco de falta do produto é um dos argumentos usados pelo setor para justificar a paridade dos preços internos com as cotações internacionais. Um represamento dos preços no país, dizem Petrobras e distribuidoras de combustíveis, inviabiliza importações privadas para abastecer o mercado nacional. As refinarias brasileiras têm capacidade para produzir cerca de três quartos do volume consumido no país. Mesmo com os preços batendo sucessivos recordes durante o ano, as vendas de gasolina cresceram 13,4% na comparação com maio de 2021, para 3,4 bilhões de litros. Em relação a maio de 2019, antes da pandemia, a alta é de 9,1%. Mas as estatísticas da ANP indicam que essa alta reflete a substituição do etanol hidratado, que também atingiu recordes de preço durante o ano. Em maio, as vendas do biocombustível caíram 19,1% em relação a maio de 2021. Na comparação com o mesmo mês de 2019, a queda é ainda maior: 30%. Somando gasolina e etanol hidratado, o consumo de combustíveis por veículos leves no país ainda é menor do que no período pré-pandemia. Nos primeiros cinco meses de 2022, foram 22,9 bilhões de litros, contra 24,5 bilhões no mesmo período de 2019.

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PEC foi aprovada com aval da oposição e de Tebet; veja como senadores votaram

e#8203;Apesar das críticas ao caráter eleitoreiro das medidas, senadores da oposição, ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a pré-candidata Simone Tebet (MDB-MS) deram votos favoráveis à PEC (proposta de emenda à Constituição) que institui um estado de emergência e abre os cofres públicos para turbinar benefícios sociais. O apoio dos senadores ajudou o presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, a emplacar sua agenda de gastos fora das regras fiscais. O presidente tenta melhorar seu desempenho eleitoral a poucas semanas do início oficial da campanha. O chefe do Executivo aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás de Lula. Embora a medida possa beneficiar Bolsonaro, os petistas votaram em peso a favor da PEC. Todos os sete senadores da legenda disseram "sim" à proposta, entre eles Jaques Wagner (BA), integrante da campanha de Lula. "Se a moda pega, governos, em final de mandato, vão criar caos no começo do ano, para, no final, tirar o bode da sala e tentar uma recuperação eleitoral. Então, contra isso eu já me insurjo. Mas, enfim, conceitualmente, evidentemente, isso não pode pesar mais do que a necessidade dos benefícios. Deixo isso bem claro, para que eu não seja acusado disso. É apenas um alerta", disse o líder da minoria, senador Jean Paul Prates (PT-RN), que também votou favoravelmente à PEC. A pré-candidata Simone Tebet, que foi escolhida como o nome do bloco da terceira via, justificou o seu voto favorável à proposta afirmando que brasileiros e brasileiras estão passando fome e precisam de auxílio. "Quem tem fome tem pressa", disse a senadora. "O nosso papel institucional e político nós estamos fazendo no Senado Federal, mas estamos fazendo dentro daquilo que nos foi oferecido. E aqui eu quero dizer, de forma muito objetiva: este é o caminho certo no que se refere a essa questão dramática que o Brasil está vivendo." A senadora, por outro lado, criticou a tramitação rápida da proposta no Senado, que impediu uma melhor avaliação sobre a inclusão do estado de emergência no texto. "Nós podemos entregar um projeto como esse no mesmo tempo, como estamos fazendo hoje, mas, entre ontem e hoje, nós poderíamos ter encaminhado isso aqui para a Comissão de Constituição e Justiça, que poderia ter convocado de forma extraordinária os seus membros, eu sou membro dela, e nós poderíamos resolver lá pelo menos dois ou três itens que foram apresentados aqui", afirmou Tebet. A pré-candidata votou a favor da proposta, seguindo a posição da bancada do MDB, a maior do Senado, com 12 parlamentares. Todos apoiaram a PEC de Bolsonaro. Alvos constantes do presidente durante a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, os senadores Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu o colegiado, e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente, também votaram a favor. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), que foi o relator da CPI, não votou porque está licenciado do cargo, mas seu suplente, Rafael Tenório (MDB-AL), também disse "sim" à proposta. A PEC dá aval ao governo para turbinar programas sociais até o fim do ano sem esbarrar em restrições da lei eleitoral, que existem para evitar o uso da máquina pública em favor de algum candidato. As bondades terão um custo total de R$ 41,25 bilhões. As medidas serão executadas fora do teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação. Também ficarão livres de amarras previstas na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). A proposta foi aprovada em dois turnos pelo Senado na noite desta quinta-feira (30) com o voto contrário apenas do senador José Serra (PSDB-SP). O pacote inicialmente previa medidas para reduzir a alta dos preços dos combustíveis. No entanto, na última semana, a PEC se transformou em um pacote de bondades no ano em que Jair Bolsonaro vai buscar a reeleição. Ela prevê medidas como elevar para R$ 600 o valor do Auxílio Brasil neste ano e zerar a fila de espera pelo benefício. Também inclui o pagamento de um auxílio de R$ 1.000 para caminhoneiros, uma ajuda para taxistas e repasse em dobro para beneficiários do Auxílio Gás. Como antecipou a Folha, o texto da PEC inclui a decretação do estado de emergência para amparar juridicamente a criação de novos benefícios e a ampliação de programas. O mecanismo busca driblar as vedações previstas na legislação eleitoral. QUEM VOTOU A FAVOR DA PEC: Eliziane Gama (Cidadania-MA) Confúcio Moura (MDB-RO) Eduardo Braga (MDB-AM) Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) Giordano (MDB-SP) Jader Barbalho (MDB-PA) Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) Marcelo Castro (MDB-PI) Nilda Gondim (MDB-PB) Rafael Tenório (MDB-AL) Rose de Freitas (MDB-ES) Simone Tebet (MDB-MS) Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) Acir Gurgacz (PDT-RO) Leila Barros (PDT-DF) Weverton (PDT-MA) Carlos Portinho (PL-RJ) Carlos Viana (PL-MG) Flávio Bolsonaro (PL-RJ) Jorginho Mello (PL-SC) Marcos Rogério (PL-RO) Romário (PL-RJ) Wellington Fagundes (PL-MT) Álvaro Dias (Podemos-PR) Eduardo Girão (Podemos-CE) Flávio Arns (Podemos-PR) Jorge Kajuru (Podemos-GO) Lasier Martins (Podemos-RS) Marcos do Val (Podemos-ES) Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) Styvenson Valentim (Podemos-RN) Eliane Nogueira (PP-PI) Elmano Férrer (PP-PI) Esperidião Amin (PP-SC) Kátia Abreu (PP-TO) Luis Carlos Heinze (PP-RS) Mailza Gomes (PP-AC) Margareth Buzetti (PP-MT) Zenaide Maia (PROS-RN) Dário Berger (PSB-SC) Dra. Eudócia (PSB-AL) Luiz do Carmo (PSC-GO) Alexandre Silveira (PSD-MG) Angelo Coronel (PSD-BA) Daniella Ribeiro (PSD-PB) Lucas Barreto (PSD-AP) Nelsinho Trad (PSD-MS) Omar Aziz (PSD-AM) Otto Alencar (PSD-BA) Sérgio Petecão (PSD-AC) Vanderlan Cardoso (PSD-GO) Alessandro Vieira (PSDB-SE) Izalci Lucas (PSDB-DF) Mara Gabrilli (PSDB-SP) Plínio Valério (PSDB-AM) Tasso Jereissati (PSDB-CE) Fabiano Contarato (PT-ES) Jaques Wagner (PT-BA) Jean Paul Prates (PT-RN) Paulo Paim (PT-RS) Paulo Rocha (PT-PA) Rogério Carvalho (PT-SE) Fernando Collor (PTB-AL) Roberto Rocha (PTB-MA) Randolfe Rodrigues (Rede-AP) Mecias de Jesus (Republicanos-RR) Chico Rodrigues (União Brasil-RR) Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) Eduardo Velloso (União Brasil-AC) Fabio Garcia (União Brasil-MT) Reguffe (União Brasil-DF) Soraya Thronicke (União Brasil-MS) QUEM VOTOU CONTRA A PEC: José Serra (PSDB-SP)

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Senado aprova PEC que autoriza bilhões para caminhoneiros, taxistas e aumenta Auxílio

O Senado aprovou nesta quinta-feira (30) a PEC (proposta de emenda à Constituição) que institui um estado de emergência para permitir que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fure o teto de gastos e abra os cofres públicos a pouco mais de três meses das eleições. O texto dá aval ao governo para turbinar programas sociais até o fim do ano sem esbarrar em restrições da lei eleitoral, que existem para evitar o uso da máquina pública em favor de algum candidato. Bolsonaro ocupa o segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As medidas terão um custo total de R$ 41,25 bilhões emdash;valor maior que os R$ 38,75 bilhões acertados na véspera, em mais um movimento de aumento da fatura. Quando as medidas para atacar a alta de combustíveis começaram a ser discutidas, o gasto extra era projetado em R$ 29,6 bilhões. A PEC prevê a ampliação temporária do Auxílio Brasil em R$ 200, levando o benefício mínimo a R$ 600 até o fim do ano. O texto também autoriza o governo a zerar a fila do Auxílio Brasil, criar um auxílio para caminhoneiros autônomos e dobrar o valor do Auxílio Gás. De última hora, as lideranças do governo fecharam um acordo para incluir um benefício de R$ 2 bilhões a taxistas e ampliar em R$ 500 milhões os recursos para o programa Alimenta Brasil, que financia a aquisição de alimentos para doação a famílias carentes. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente da República, reconheceu que a ampliação da fatura enfrentou oposição do Ministério da Economia. "O presidente Bolsonaro teve que entrar no circuito por uma certa resistência da parte da Economia", disse durante a sessão. Técnicos da área econômica acompanharam a votação com apreensão diante do aumento no tamanho do cheque. A proposta foi aprovada em primeiro turno por 72 votos a favor, inclusive da oposição, e apenas 1 contrário, do senador José Serra (PSDB-SP). No segundo turno, foram 67 votos a 1. Eram necessários 49 votos favoráveis nas duas rodadas de apreciação. A PEC agora segue para a Câmara dos Deputados. "Hoje, fui o único senador a votar contra a PEC 16, aprovada em conjunto com a PEC 1/22, apelidada de PEC Kamikaze. Por esse nome já sabemos que se trata de uma bomba fiscal. Essa PEC viola a Lei de Responsabilidade Fiscal e fura o teto de gastos", afirmou Serra em uma postagem no Twitter. A PEC recebeu duras críticas por conter o polêmico estado de emergência. A justificativa do governo instituir esse dispositivo em ano eleitoral é a Guerra da Ucrânia emdash;deflagrada no fim de fevereiroemdash; e seu impacto nos preços de combustíveis. Parlamentares temem que a proposta abra um precedente perigoso e ressaltaram o caráter eleitoreiro da medida, além do risco de dar um cheque em branco a Bolsonaro. Ainda assim, o voto contrário seria politicamente difícil de explicar para as suas bases. Por isso, mesmo senadores contrários votaram a favor argumentando a necessidade de atender a população mais carente. O senador Confúcio Moura (MDB-RO) foi um dos que anunciou o voto favorável à medida, embora critique as condições do texto articulado pelo governo. "É claro que vamos votar elsquo;simersquo;, mas é doloroso. É doloroso pela forma como está sendo apresentado. As finalidades são ótimas, mas a forma, o momento e a inoportunidade são visíveis", afirmou. A inclusão do estado de emergência para possibilitar o pagamento dos benefícios sem riscos à campanha de Bolsonaro foi antecipada pela Folha. A medida tem sido encarada como um drible nas vedações da lei eleitoral. A legislação proíbe a implementação de novos benefícios no ano de realização das eleições. As únicas exceções são programas já em execução ou quando há calamidade pública ou estado de emergência. O senador Fernando Bezerra (MDB-PE), relator da PEC, argumentou que o estado de emergência valeria apenas para os benefícios previstos na proposta, rechaçando a crítica de que o texto daria um cheque em branco. Ele fez uma defesa a distância da proposta, pois votou de forma remota emdash;ele viajou a seu estado, Pernambuco. Na quarta-feira (29), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também buscou afastar as resistências à medida. "Não considero precedente perigoso, porque cabe a um Senado ter responsabilidade em relação ao teto de gastos públicos e a responsabilidade fiscal, e nós temos essa responsabilidade. O que nós não podemos desconsiderar é que vivemos recentemente dois momentos muito atípicos: o momento da pandemia, que durou dois anos ou mais e que exigiu medidas excepcionais inclusive fora do teto, como foi o Auxílio Emergencial", afirmou Pacheco. Alguns senadores, no entanto, questionaram o fato de o texto blindar as medidas no âmbito do estado de emergência contra "qualquer vedação ou restrição prevista em norma de qualquer natureza". Opositores viram nesse trecho uma carta branca para Bolsonaro agir de olho em sua reeleição, lançando mão de novos programas e gastos a poucos meses do pleito. Bezerra inicialmente resistiu a mudar o texto, mas acabou cedendo e retirando o dispositivo mais polêmico. O relator também acatou pedido da oposição para incluir no texto uma vedação expressao ao uso dos recursos do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás para propaganda institucional. A proposta aprovada pelos senadores é diferente dos planos iniciais do governo Bolsonaro, que pretendia usar recursos bilionários para segurar a alta dos preços dos combustíveis. A PEC original, apresentada pelo líder do governo Carlos Portinho (PL-RJ), previa a compensação de até R$ 29,6 bilhões para estados que optassem por zerar as alíquotas de tributos sobre diesel e gás. Como a adesão seria opcional, o governo passou a temer que o efeito fosse inócuo. Por isso, governo e Congresso decidiram dar uma guinada e abandonar a compensação, usando os recursos para turbinar benefícios sociais e criar o auxílio a caminhoneiros. Bezerra preferiu inclusive deixar em segundo plano o texto apresentado pelo líder do governo e inseriu as mudanças na PEC que havia sido apelidada pelo Ministério da Economia de Kamikaze, por prever medidas que teriam impacto superior a R$ 100 bilhões. A maior parte dos mecanismos da PEC Kamikaze, no entanto, foi alterada. "Apesar de o objetivo das duas PECs ser similar, a PEC nº 1, de 2022, sugere instrumentos mais adequados para tratar dos impactos das altas dos combustíveis ao propor medidas mais focadas, como o auxílio ao caminhoneiro, ampliação do programa Auxílio Gás para os brasileiros e transferência para estados e municípios subsidiarem seus sistemas de transportes públicos", afirmou Bezerra. O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, durante sua live de quinta-feira, que a aprovação da PEC irá ajudar caminhoneiros, apesar de avaliar que o valor é pequeno. Nos últimos dias, o preço do diesel ultrapassou o da gasolina e do etanol em diversos postos do país, algo inédito segundo o Sincopetro (sindicato representante dos postos). O aumento deixou a categoria, parte importante da base eleitoral do presidente, insatisfeita. "O Senado está votando nesse momento uma Proposta de Emenda à Constituição. Em comum acordo o governo federal, senadores e deputados, a grande maioria. Foi aprovado o primeiro turno, são dois turnos. O Auxílio Brasil vai de R$ 400 para R$ 600. Tem o auxílio caminhoneiro de R$ 1.000, sei que é pouco, sei que o caminhoneiro gasta bastante combustível, mas é uma ajuda que a gente está dando aqui. E vamos dobrar também o valor do vale-gás",disse. AS MEDIDAS E OS RISCOS As medidas contra o impacto da alta dos combustíveis Ampliar o piso do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 até o fim do ano; 18,15 milhões de famílias já estão hoje no programa Zerar a fila de espera do Auxílio Brasil; governo prevê que pode elevar público contemplado a 19,8 milhões de famílias Ampliar o Auxílio Gás a R$ 120, pagos a cada bimestre; em junho, 5,7 milhões de famílias receberam R$ 53, equivalente a 50% do preço médio do botijão de 13 kg Criar um auxílio de R$ 1.000 para caminhoneiros autônomos Autorizar repasse de R$ 2,5 bilhões para bancar gratuidade de idosos no transporte público urbano Autorizar até R$ 3,8 bilhões em subsídios ao etanol Criar um auxílio para taxistas, até o limite de R$ 2 bilhões Autorizar um repasse extra de R$ 500 milhões para o programa Alimenta Brasil, que financia a aquisição de alimentos de agricultores familiares para doação a pessoas carentes Quais são os riscos eleitorais? A lei eleitoral proíbe a implementação de novos benefícios no ano de realização das eleições, para evitar o uso da máquina pública em favor de um dos candidatos. As únicas exceções são programas já em execução ou quando há calamidade pública ou estado de emergência. Qual é a solução do governo? Instituir um estado de emergência, regulamentado via PEC, permitindo a criação do novo benefício a caminhoneiros e a ampliação dos benefícios já existentes, mesmo sendo ano eleitoral.

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ANP vai exigir que distribuidoras elevem estoque mínimo de diesel

A diretoria da ANP se reúne hoje para deliberar sobre um item fundamental em tempos de dúvidas em relação ao abastecimento de diesel no Brasil neste segundo semestre, por causa das incertezas oriundas da guerra na Ucrânia: a elevação do estoque regulador. Hoje, a ANP exige que cada distribuidora e cada refinaria de diesel tenha um estoque mínimo entre 3 e 5 dias. A ideia é que esse mínimo seja estipulado entre 8 e 10 dias. A mudança seja aprovada vai ser aprovada sem dificuldade, de acordo com informações que o Ministério de Minas e Energia recebeu. Mas nada será implantado imediatamente. A decisão será colocada para consulta pública para os agentes do setor se manifestarem. A expectativa, então, é que a medida entre de fato em vigor dentro de um mês.

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