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Mercado volta a reduzir estimativa para inflação

Divulgado ontem, a dois dias da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o novo boletim Focus mostrou mais uma vez uma melhora das expectativas para a inflação neste ano e em 2023, ao mesmo tempo que apontou para uma deterioração do indicador em 2024. Para este ano, a estimativa para o IPCA (o índice de inflação oficial) foi reduzida pela 12.ª semana seguida, caindo de 6,40% para 6% endash; reflexo principalmente das desonerações patrocinadas pelo governo para baixar combustíveis e energia e também do recuo dos preços de gasolina. Há um mês, a projeção era de 6,82%. Em relação a 2023, a projeção recuou pela quinta semana consecutiva, de 5,17% para 5,01%, ante 5,33% quatro semanas antes. Contrariando o movimento firme observado nas projeções para 2022 e 2023, a estimativa de inflação para 2024 avançou pela terceira semana seguida, saindo de 3,47% para 3,5% endash; depois de ficar em 3,41% há um mês. Apesar da melhora considerável nas últimas semanas, os resultados continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta, após o descumprimento do mandado do Banco Central em 2021, quando o IPCA bateu em 10,06%. O alvo para 2022 é de 3,50%, com teto de até 5%, enquanto para 2023 a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%. Já para 2024 e 2025, a meta é de 3%, com intervalo de 1,5% a 4,5%. Ainda pelo boletim Focus, a projeção para o PIB em 2022 saltou de 2,39% para 2,65% endash; na 12.ª alta seguida. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 continuou em 0,50%. O relatório Focus ainda mostrou redução na projeção para o crescimento do PIB em 2024, de 1,80% para 1,70%. GUEDES. O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou ontem o BC pelos alertas feitos pela instituição sobre a situação das contas públicas do País. Em entrevista para a Rádio Guaíba, Guedes disse que o BC errou as projeções econômicas por não perceber eldquo;a mudança no eixo de crescimentoerdquo; com reformas e marcos legais aprovados pelo Congresso. eldquo;O BC errou por não perceber que mudamos o eixo da economia. O BC errou ao falar o tempo todo em risco fiscal, desajuste fiscal, quando íamos para superávit. O BC estava preocupado com o fiscal e eu, com o juro negativoerdquo;, disse.

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Mercado espera que Copom mantenha taxa de juros em 13,75%

No último dia 5, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em evento que o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) avaliaria um novo aperto na taxa de juros. No dia seguinte, o diretor de Política Monetária da autarquia, Bruno Serra, acrescentou ser eldquo;inconsistenteerdquo; o mercado projetar inflação acima do centro da meta em 2024 enquanto discute a queda dos juros em 2023. Ou seja, o recado era de que o banco não iria eldquo;baixar a guardaerdquo;. Mesmo assim, bancos e consultorias acreditam que o ciclo de alta da Selic, a taxa básica de juros, chegou ao fim na reunião de agosto. Para 41 das 50 instituições financeiras ouvidas pelo Projeções Broadcast, a taxa deve ser mantida em 13,75% na reunião que começa hoje e termina amanhã, movimento que encerraria o mais longo ciclo de aperto monetário da história. No entanto, economistas reconhecem que aumentou o risco de ajuste residual de 0,25 ponto. Para Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco Alfa, o cenário é de manutenção dos juros em 13,75%, em uma decisão que deve ser acompanhada de um discurso duro por parte do BC. O economista reconhece que, diante do aumento das projeções de inflação para 2024, o Copom pode optar por um aperto residual como forma de sinalizar ao mercado o seu comprometimento com a meta. eldquo;O único motivo pelo qual eu vejo o risco de um aumento para 14% é para reforçar não só com palavras, mas com ações, esse discurso elsquo;hawkishersquo; (inclinação por taxas de juros mais altas para conter a inflação). Em termos de convergência da inflação, não vejo esse 0,25 ponto de diferença ter um impacto relevante, mas poderia ser uma forma de fazer o mercado reverter essa expectativa de 2024erdquo;, diz. CENÁRIO DIVIDIDO. O economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria Integrada, espera alta da Selic para 14% em setembro, mas reconhece um eldquo;cenário divididoerdquo; na reunião. eldquo;A possibilidade de encerrar o ciclo em 13,75% está em jogo, até porque os sinais desde o último Copom não foram claroserdquo;, diz. O economista-chefe da Trafalgar Investimentos, Guilherme Loureiro, afirma que o mais provável é a manutenção da Selic em 13,75%, embora reconheça o risco de um aumento residual de 0,25 ponto. eldquo;Do ponto de vista prático, muda pouco, porque a gente está na boca de encerrar o cicloerdquo;, afirma. Loureiro pondera que a redução das projeções para a inflação de 2022 e 2023 no boletim Focus (leia mais na pág. B2) pode comprar um grau de conforto para o BC. Na mesma linha, a perspectiva de melhora do fiscal no curto prazo, com superávit primário este ano, sugeriria um cenário mais tranquilo. ebull; O nível de inadimplência nas carteiras dos bancos está sendo acompanhado de perto pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), especialmente com a revisão das projeções do mercado de corte da taxa Selic neste segundo semestre, além do aumento da exposição dos poupadores às instituições menores. O diretor executivo do FGC, Daniel Lima, afirmou que o volume de depósitos entre as instituições de menor porte endash; classificadas pelo Banco Central como S2, S3, S4 e S5 endash; dobrou em pouco mais de dois anos, velocidade nunca vista anteriormente. Segundo ele, de R$ 1,86 trilhão em depósitos que compõe o limite de cobertura do fundo, R$ 320 bilhões são de instituições S2, S3, S4 e S5. Esse risco era de cerca de R$ 150 bilhões antes da pandemia, diz Lima. Criado em 1995, o fundo tem a função e ressarcir depositantes e investidores em caso de intervenção e liquidação extrajudicial de uma instituição financeira, respeitando determinados eldquo;É um período em que temos de estar de olho e para ser acompanhado de perto.erdquo; Daniel Lima, diretor executivo do Fundo Garantidor de Crédito limites de valores. eldquo;É um aumento que precisa ser observado. O risco está crescendo e tem mais depósitos no mercado em instituições não S1erdquo;, disse Lima. Ele ponderou que esse crescimento fora do S1 é natural, como reflexo da popularização de corretoras e distribuidoras de valores mobiliários e da agenda de descentralização do mercado. eldquo;Antes, quem queria captar tinha de gastar muita sola de sapato, agora está mais fácilerdquo;, lembrou. O FGC começou a publicar mensalmente o detalhamento da exposição de sua cobertura entre as instituições financeiras S1 (de porte igual ou superior a 10% do PIB) e as S2 (abaixo desse patamar, mas superior a 1% do PIB). Lima disse que o fundo sempre teve essa visão segmentada de sua exposição, mas que resolveu torná-la pública para aumentar a transparência e dar ferramentas de análise de risco ao mercado. Segundo ele, a inadimplência é uma questão que tem permeado as preocupações de todo o sistema financeiro, que, por sua vez, já vem se preparando para a nova realidade de pelo menos um ano e meio de inflação mais alta e de taxa de juro em patamar mais elevado. eldquo;Temos conversado bastante com as associadas, não enxergamos nenhum risco grande, mas é um período em que temos de estar de olho e para ser acompanhado de pertoerdquo;, afirmou. MEDIDAS. Lima observou ainda que, com a inadimplência no radar, os bancos anteciparam a gestão de suas carteiras, com mudanças nas linhas de concessão para àquelas mais seguras, renegociações de contratos e tomada de mais garantias, especialmente de empresas. eldquo;Mas as instituições terão de trabalhar muito ainda.erdquo; De olho na sua própria liquidez, Lima disse que o FGC tem reciclado seu patrimônio, tendo vendido metade das matrículas da carteira de imóveis do fundo e carteiras de crédito, entre 2020 e 2021. O executivo afirmou que o FGC não abre esses números detalhadamente em seu balanço, inclusive para preservar a estabilidade do sistema e não gerar especulações. ebull;

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Startup brasileira Mileto promete carros elétricos a partir de R$ 98 mil

Enquanto os veículos elétricos ainda eldquo;patinamerdquo; para atrair o consumidor no mercado brasileiro, a Mileto, startup voltada para a mobilidade urbana sustentável, pretende democratizar essa relação com modelos e valores abaixo da concorrência. Com fábrica localizada em Porto Real (RJ), a Mileto lançou os seus primeiros veículos, que a princípio serão comercializados para empresas, com opções de motos, mini trucks e veículos urbanos. Foram dois anos de pesquisa e desenvolvimento para chegar na melhor relação entre custo e benefício, com veículos que vão custar menos que as opções disponíveis hoje no mercado nacional (o mais barato é o Renault Kwid E-Tech, a partir de R$ 146.990), com motos a partir de R$ 17 mil, um mini truck a partir de R$ 98 mil e carros a partir de R$ 100 mil. Os planos da Mileto para 2023 incluem a abertura de eldquo;concept storeserdquo; e atender também pessoas físicas, que já podem se inscrever em uma lista de reservas pelo site da empresa. Na sequência devem ser lançados produtos que estão em desenvolvimento e que serão inéditos no país, como um carro elétrico solar e um carro elétrico impresso. Motos disponíveis Os três modelos de motocicletas elétricas (Raiden, Minato e Rivia) da startup têm motor de potência de 3000 W, velocidade máxima de 90 km/h e bateria com autonomia de 70 km. O Fortis, um mini truck, têm capacidade para até 800 quilos de carga, zero emissões de CO2 e ruídos, autonomia elevada de até 150 km e motor com potência de 5KW, preparados para operações non stop para turnos de trabalho contínuo. O Fortis da Mileto também possui uma versão com carregamento solar, além de opção de customização da carroceria basculante ou com versão baú. A linha de veículos urbanos vai contar com dois modelos, que serão lançados em outubro: o Mileto Duo e o Mileto Primis. Nome O nome da empresa é uma homenagem a Tales de Mileto, filósofo e astrônomo da Grécia Antiga que descobriu a eletricidade ao esfregar uma pedra de âmbar em uma pele de carneiro e notar que pequenos fragmentos de palhas e lascas de madeira foram atraídos. O âmbar, que inspirou o logotipo da Mileto, deu origem à palavra eletricidade, já que significa, em grego, elektron.

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Preço do etanol cai em 16 estados, mostra ANP

Os preços médios do etanol hidratado caíram em 16 estados e subiram em 9 estados e no Distrito Federal na semana passada, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Não houve levantamento no Amapá. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o país, o preço médio do etanol recuou 2,83% na semana em relação à anterior, de R$ 3,530 para R$ 3,430 o litro. Em São Paulo, principal estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média subiu 38,02% na semana, ficando em R$ 4,610 o litro. Maranhão foi o estado com a maior queda porcentual de preços na semana, de 29,63%, a R$ 3,230. Já Mato Grosso foi o estado com o maior avanço de preços na semana, de 43,91%, a R$ 4,490 o litro. O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 2,61 o litro, em Mato Grosso, e o menor preço médio estadual, de R$ 2,99, também foi registrado em Mato Grosso. O preço máximo, de R$ 6,99 o litro, foi verificado em um posto do Rio Grande do Sul. O maior preço médio estadual, de R$ 5,56, foi observado no Acre. Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no país caiu 15,31%. O estado com maior queda no período foi Sergipe, com 33,67% de desvalorização. Etanol está mais competitivo do que gasolina em Sergipe, MS, Maranhão e Pará O etanol continua com pouca competitividade em relação à gasolina na maior parte dos estados do país. O etanol está competitivo apenas em Mato Grosso do Sul, Sergipe, Maranhão e Pará, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Os critérios consideram que o etanol de cana ou de milho, por ter menor poder calorífico, tenha um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso. O estado em que o biocombustível é mais competitivo é Mato Grosso do Sul (60,40%), seguido de Sergipe (67,29%), Maranhão (67,43%) e Pará (69,37%). Na média dos postos pesquisados no país, o etanol está com paridade de 69,01% ante a gasolina, portanto mais favorável do que o derivado do petróleo. Em São Paulo, a paridade está em 92,76%. Executivos do setor afirmam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado.

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Petrobras acompanhou PPI, mas desta vez em ritmo mais acelerado, avalia Ineep

A queda nos preços do óleo diesel anunciada hoje pela Petrobras indica que a estatal acompanhou os preços internacionais, mas num ritmo mais acelerado, quando se compara o novo valor nas refinarias (R$ 4,89) com a média semanal de preços de paridade de importação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A avaliação é de Carla Ferreira, pesquisadora do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). Para ler mais, clique aqui.

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Havia espaço para queda no preço do diesel e redução já era esperada, afirma Ativa

A queda do preço do óleo diesel nas refinarias da Petrobras já era esperada e havia espaço para a iniciativa, de acordo com Ilan Arbertman, analista da Ativa Investimentos. Segundo ele, esse movimento se deu por causa da queda nas cotações do petróleo no mercado externo e do dólar emdash; dois fatores importantes da formação de preços dos combustíveis. Arbertman destacou projeções da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) que indicavam, antes do anúncio da queda pela Petrobras, uma diferença de 10% para cima, entre os preços domésticos e os praticados no mercado internacional. Para ler mais, clique aqui.

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