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ANP: Precisamos ter estoques de combustíveis compatíveis com países de porte semelhante ao do Brasil

O Brasil precisa ter estoques de combustíveis de porte compatível ao de países com PIB e demanda semelhante, disse Rubens Cerqueira Freitas, superintendente de distribuição e logística da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo ele, que participou do primeiro dia da Rio Oil e Gás, a Europa possui estoques para atender a demanda de 60 dias e o Brasil não tem uma capacidade para atender em situações como a atual. Freitas acrescentou ainda que até há algum tempo a Petrobras conseguia remanejar a produção de diesel de regiões diferentes para atender eventuais riscos regionais de desabastecimento, mas que esse caminho será mais difícil com a política de desinvestimentos da estatal. Diante do cenário global atual, investimentos em estoque de combustíveis se fazem extremamente necessários. O superintendente da ANP ponderou, porém, que a formação de estoques requer cuidado, mas observou que os investimentos são necessários dados os riscos de novos episódios de desabastecimento. Freitas ainda ressaltou que o país conseguiu passar pela crise causada pela guerra na Ucrânia, mas um bloqueio eventual de suprimento de diesel no mercado externo poderia ser um grave problema. Segundo ele, a falta de diesel, que é altamente demandado pelo agronegócio, por exemplo, traria prejuízos incalculáveis para a economia brasileira.

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Biden adverte indústria do petróleo contra alta de preços por causa do furacão

O residente dos EUA, Joe Biden, alertou a indústria do petróleo contra o aumento dos preços da gasolina em resposta ao furacão Ian nesta quarta-feira. E ameaçou fazer uma investigação sobre a exploração, se os preços subirem após a tempestade. "Não. Deixe-me repetir. Não. Não use isso como desculpa para aumentar os preços da gasolina ou extorquir o povo americano", disse Biden. "Este pequeno impacto temporário da tempestade na produção de petróleo não oferece desculpa, nenhuma desculpa para aumentos de preços na bomba. Nenhuma", disse ele. "Se as empresas de gás tentarem usar essa tempestade para aumentar os preços na bomba, pedirei às autoridades que verifiquem se está acontecendo manipulação de preços." Biden novamente pediu aos moradores da Flórida que prestem atenção aos conselhos das autoridades locais e levem a sério a ameaça do furacão. "Esta tempestade é incrivelmente perigosa, para dizer o óbvio. É uma ameaça à vida. Você deve obedecer a todos os avisos e instruções das autoridades de emergência. Não tome nada como garantido. Use o julgamento deles, não o seu", disse ele. (Estadão Conteúdo)

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XP Investimentos reduz projeção de IPCA em 2022 e 2023

A XP Investimentos reduziu as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022, de alta de 6,1% para 5,6%, e 2023, de 5,3% para 5,2%. A alteração ocorreu após o recuo além do esperado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) em setembro, que teve deflação de 0,37% endash; mais intensa do que a mediana negativa de 0,20% das estimativas da pesquisa Projeções Broadcast. eldquo;A divulgação trouxe composição melhor que a esperada, com desaceleração de bens industriais e serviços subjacenteserdquo;, afirma a economista Tatiana Nogueira, em relatório. eldquo;Esta dinâmica corrobora o cenário mais benigno já capturado nas coletas de alta frequência e preços no atacado, sugerindo que a inflação deve ser menor do que a projetada inicialmente também em outubro e novembro.erdquo; As quedas recentes nos preços de combustíveis no mercado internacional também contribuíram para a modificação. eldquo;Retiramos o reajuste altista da gasolina que tínhamos no final do anoerdquo;, diz Nogueira. A mudança teve impacto negativo de 0,15 ponto porcentual sobre a projeção de IPCA em 2022. A revisão reduziu ainda a estimativas para alimentação no domicílio (10,5% para 10,1%), bens industriais (9,6% para 9,4%), serviços (9,3% para 8,8%) e administrados (-3,8% para -4,4%) ao fim deste ano. A mudança na projeção de IPCA 2023 ocorreu, segundo Nogueira, pela inércia menor proveniente de 2022. O cenário considera a reoneração do Pis/Cofins sobre combustíveis, com impacto positivo previsto de 0,50 ponto porcentual.

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Petrobras reduz preço do querosene de aviação em 0,84%

A Petrobras anunciou nesta quarta-feira, 28, a terceira queda consecutiva no preço do querosene de aviação (QAV), acompanhando a redução do preço do petróleo no mercado internacional. O preço vai cair 0,84% a partir de 1º de outubro para as distribuidoras, informou a estatal. Em agosto, a redução foi de 2,6%, e a de setembro, 10,4%. Os reajustes do QAV são mensais e seguem uma fórmula contratual com os clientes, informou a Petrobras em nota.

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Petróleo fecha em alta robusta, impulsionado pelo recuo do dólar

Os contratos futuros de petróleo chegaram a recuar no início do dia, mas terminaram a quarta-feira em alta robusta. A queda do dólar colaborou, com o movimento apoiado também pelos dados do relatório semanal de estoques nos Estados Unidos, publicado pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). A movimentação da União Europeia para impor mais sanções contra a Rússia, inclusive seu petróleo, também esteve no radar, bem como a passagem do furacão Ian e seus impactos na produção do Golfo do México. O petróleo WTI para novembro fechou em alta de 4,65% (US$ 3,65), em US$ 82,15 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para dezembro avançou 3,75% (US$ 3,18), a US$ 88,05 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). A commodity exibiu sinal negativo no início do dia, após o relatório do American Petroleum Institute (API) ter mostrado em sua prévia aumento robusto nos estoques dos EUA na última semana. O dólar ainda estava forte e investidores em geral mostravam mais cautela com os riscos para a economia global. O quadro melhorou após o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) anunciar compra de bônus (gilts) do governo do Reino Unido. A medida do BC britânico fez o dólar perder força e ajudou o petróleo. Além disso, a Comissão Europeia, braço executivo da UE, propôs mais sanções à Rússia por causa da guerra na Ucrânia, inclusive um teto para o preço do petróleo do país. Na agenda do dia, o DoE informou que os estoques de petróleo dos EUA caíram 215 mil na última semana, ante expectativa de recuo de 300 mil dos analistas, com queda na produção média diária do país, a 12,0 milhões de barris. Em meio ao noticiário e com a perda de força do dólar, o petróleo ganhou mais impulso. A LPL Financial comenta, em relatório a clientes, que a passagem do furacão Ian pela América do Norte apoiava os preços, ajudados também pelo câmbio. A corretora ainda afirma que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) deve agir para apoiar os preços, em sua reunião marcada para a próxima semana. A LPL prevê, de qualquer modo, que continue a haver volatilidade nos mercados de energia, em meio a temores de recessão, com potencial impacto na demanda.

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'Nossos líderes precisam de uma dose de ousadia', diz presidente da Firjan

Poucos executivos e administradores construíram, nas últimas quatro ou cinco décadas, uma carreira endash; e com ela a experiência endash; tão sólida quanto a do engenheiro carioca Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira. No setor químico, ele esteve à frente do Grupo Ipiranga endash; comprado em 2010 pela Petrobras, Braskem e Grupo Ultra. E, durante 20 anos, integrou o conselho do BNDES endash; mesmo tempo em que presidiu a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, a Firjan endash; cargo no qual continua. Ao falar do Brasil de hoje, ele o define com uma frase curta e prática: eldquo;Estamos numa democracia, ela tem que funcionar. Mas as lideranças precisam de uma dose de ousadiaerdquo;. Para as eleições do próximo dia 2, ele adverte: eldquo;É responsabilidade de todos votar conscientemente. Não só para o Executivo, para o Legislativo tambémerdquo;. E chama a atenção para dois grandes desafios, a guerra na Ucrânia e a covid, que a seu ver mudaram muito o cenário mundial. eldquo;Ficou evidente que é preciso reindustrializar o Brasil. Não se trata de nacionalismo, mas de precaução.erdquo; Diferente de seu par paulista, Josué Gomes da Silva, da Fiesp, ele não evita falar publicamente em tempos de eleições acirradas. Deixando claro que não torce por este ou aquele, e que seu papel é defender a indústria fluminense, o empresário fala sobre caminhos para um futuro melhor. Daqui a três dias, 156 milhões de eleitores vão às urnas escolher novos governantes, no País e nos Estados. Qual a demanda da indústria para eles? Estamos vivendo duas guerras, a da covid-19 e a da Ucrânia. O que isso muda no cenário? Ficou evidente que é preciso reindustrializar o Brasil. Não se trata de nacionalismo, mas de precaução. Antes, o drive do Ocidente era investir onde fosse mais barato. Hoje, vemos que é preciso investir para suprir nossas necessidades. Dependemos da Ucrânia e da Rússia para o consumo de fertilizantes, apesar de termos capacidade de obtê-los no Brasil. Por que o agronegócio ficou dependente do fertilizante importado? Éramos independentes, tínhamos refinarias suficientes, mas não modernizamos. O mesmo aconteceu com a nafta, matéria-prima da petroquímica, agora 100% importada. Os derivados, os petroquímicos básicos, importamos entre 30% e 40%. Já fomos independentes de amônia, ureia, derivados do nitrogênio, rocha fosfática e potássio. No entanto, não pesquisamos e chegamos agora a esse ponto, de importar tudo. Quando construímos nossas unidades de fertilizantes e petroquímicos, isso era parte de uma política brasileira. Investimos brutalmente nesse setores, e é hora de revisitar essa política. O marco do gás passou no Congresso no ano passado. Temos que construir uma infraestrutura para levar o gás natural do offshore para o litoral a preços razoáveis, o que vai beneficiar o Rio de Janeiro e todo o Sudeste. Mas para atrair os capitais necessários é preciso acabar com o custo Brasil. Como vai a imagem do Rio para atrair investimento? O Rio é territorialmente pequeno, mas em um raio de 500 km à sua volta atingimos 70% do PIB brasileiro. Temos infraestrutura adequada, mais portos por quilômetro, estamos plugados nas malhas rodoviária e ferroviária. Evidentemente, precisa de melhoria. A Firjan está trabalhando com o governo para plugar o Porto do Açu à malha ferroviária brasileira. Um ativo não apenas para o Rio, mas para o Brasil. E além da indústria pesada temos a indústria do conhecimento, a indústria criativa, que equivale a 3% a 4% do PIB. O Rio também passou por crises de governança. O Rio passou por um terremoto de lideranças. Ex-governadores, ex-presidentes da Assembleia e membros do Tribunal de Contas foram presos. Nestas eleições, é responsabilidade de todos votar conscientemente. Não só para o Executivo, também para o Legislativo. O mundo passa por uma crise endash; inflação nos EUA, pandemia, guerra. Como sair dessa situação? Nosso PIB cresceu 1% no primeiro trimestre. Mais do que os Estados Unidos e a França. Nossa inflação caiu. Precisamos aproveitar este momento e insistir com o Congresso para avançar com as reformas necessárias. Para que o custo de produção no Brasil se torne equivalente ao da Ásia e EUA. É preciso ousadia. O empresário assume riscos para colher os frutos depois. Os políticos também. Estamos numa democracia, ela tem que funcionar, mas as lideranças precisam dessa dose de ousadia. E reforma administrativa? Não está resolvida, mas o cenário melhorou. Não tem havido concurso, o que diminui naturalmente o Estado inchado. Sem concurso, as pessoas vão se aposentando e as que ficam terão que dar conta do recado. É uma forma disfarçada de reforma administrativa. Reforma política? Já se falou que essa é a mãe de todas as reformas. Não é razoável um país com mais de 30 partidos. Não existe ideologia nenhuma. Os parlamentares eleitos para o novo Congresso devem se perguntar qual o seu papel, qual o objetivo do seu partido. Eleitores e eleitos devem fazer esse questionamento.

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