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Cenário de crescimento nos preços do petróleo será teste para Petrobras, diz especialista

Em entrevista à CNN, nesta segunda-feira (3), o comentarista de energia da CNN Adriano Pires avaliou que, se confirmado, um cenário de crescimento nos preços do petróleo será um teste para a Petrobras. eldquo;Até agora o governo deu sorte, o petróleo vem caindo de preço, o que propiciou à Petrobras reduzir o preço da gasolina e do diesel de maneira correta. Se o cenário for de crescimento do preço do barril, vai colocar a Petrobras na seguinte situação: ela vai seguir mercado internacional ou vai criar uma nova política de preços? Esse vai ser o teste driveerdquo;, disse. Pires comentou sobre a decisão da Arábia Saudita e outros produtores de petróleo da Opep+, que anunciaram, no domingo (4), cortes voluntários em sua produção, com Riad dizendo que reduzirá a produção em 500.000 barris por dia (bpd) de maio até o final de 2023. Segundo o especialista, nos últimos meses, o petróleo registrou queda nos preços. Por conta disso, a organização optou pelo corte para fazer com que a commodity fosse valorizada novamente. Sendo assim, Pires acredita que o barril deve sofrer um aumento nos preços no segundo semestre deste ano. Os Emirados Árabes Unidos disseram que reduziriam a produção em 144.000 bpd, o Kuwait anunciou um corte de 128.000 bpd, enquanto o Iraque disse que reduzirá a produção em 211.000 bpd e Omã anunciou um corte de 40.000 bpd. A Argélia disse que cortará sua produção em 48.000 bpd. O ministério da energia saudita disse em comunicado que o corte voluntário foi uma medida de precaução destinada a apoiar a estabilidade do mercado de petróleo.

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Plano de investimento vai definir distribuição de dividendos da Petrobras, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 3, que a resposta da diretoria da Petrobras sobre a suficiência de recursos em caixa para o plano de investimentos da estatal vai definir a distribuição de dividendos aos acionistas. erdquo;Toda questão debatida pela diretoria e conselho (sobre distribuição de dividendos) é se vão faltar recursos para o plano de investimentoserdquo;, disse o ministro aos jornalistas após uma reunião na Casa Civil para discutir sobre o assunto. Além de Haddad, participaram do encontro o ministro da Casa Civil Rui Costa e o de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Haddad afirmou que não há ainda um cronograma definido, mas reforçou que o governo aguarda uma posição da diretoria, com informações detalhadas sobre o caixa da empresa, após provocações feitas pelo Conselho da estatal. No início de março, a Petrobras anunciou que não iria distribuir dividendos extraordinários, o que frustrou o mercado e levou a companhia a perder R$ 56 bilhões em valor de mercado em um único dia, devido ao temor de ingerência política do governo na estatal. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a petroleira não tem que pensar apenas em acionistas, mas em investimentos. Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse ter considerado uma distorção o governo ser classificado de intervencionista por conta do episódio da retenção dos dividendos extraordinários da Petrobras. eldquo;Não podemos admitir que a Petrobras tenha o único e exclusivo objetivo de ter lucros exorbitantes para poder distribuir a seus acionistaserdquo;, disse em entrevista à GloboNews. Como mostrou o Estadão, a retenção de dividendos, ainda que não possam ser usados para bancar esses investimentos, contribui para a melhora das métricas da companhia, dando segurança ao financiamento do plano de investimentos e às futuras distribuições aos acionistas. A avaliação dos conselheiros, porém endash; tanto os do governo quanto os que representam os acionistas privados endash;, é que atualmente a empresa não tem restrição financeira para implementar o plano. Para os privados, isso indicaria que a Petrobras poderia distribuir dividendos no curto prazo e fazer retenções no futuro, caso necessário. O governo, no entanto, preferiu manter cautela em relação a incertezas futuras, principalmente quanto à flutuação para baixo no valor do barril do petróleo no mercado internacional. A baixa poderia afetar o caixa da Petrobras e comprometer a capacidade da companhia em entregar os investimentos prometidos. Governadores Haddad disse ainda que levará ao presidente Lula demandas dos governadores do Nordeste sobre o auxílio da União nos cofres estaduais. Como mostrou o Estadão/Broadcast, os Estados avaliam mudanças em três frentes: repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE), medidas para espaço fiscal e política de precatórios. Haddad também afirmou que precisa conversar com bancos sobre a demanda para alongamento de dívidas dos Estados. Participaram do encontro com Haddad, além de governadores do Nordeste, os ministros da Casa Civil (Rui Costa), das Relações Institucionais (Alexandre Padilha), e o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. Haddad ainda tratou com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, sobre a possibilidade de ampliar o crédito do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários (Reintegra), como antecipou o Estadão em fevereiro. O foco seriam as micro e pequenas empresas (MPEs) exportadoras. No programa, que existe desde 2011, as companhias brasileiras que vendem para fora têm direito a uma parcela de restituição dos tributos que incidem no preço de bens industrializados comercializados no exterior. Atualmente, o crédito para abatimento é de 0,1% sobre a receita do bem exportado. A ideia é elevar esse porcentual para as MPEs, reforçou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) em nota sobre o encontro entre os ministros. O ajuste vem sendo chamado de eldquo;Reintegra de transiçãoerdquo; porque, com a reforma tributária, a partir de 2027, não haverá mais o problema de cumulatividade de impostos sobre as exportações. Portanto, o aumento do benefício para as MPEs estudado pelo Mdic e pela Fazenda valeria apenas para os próximos dois anos (2025 e 2026). Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC (Secex), do total de 28,5 mil empresas exportadoras brasileiras, 11,5 mil são MPEs.

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Fenabrave prevê alta de 12% na venda de veículos no ano

A Fenabrave, associação que representa as concessionárias de veículos, projeta crescimento de 12% nas vendas de automóveis novos neste ano. Em 2023, foram comercializadas 2.179.356 unidades, entre veículos de passeio e comerciais leves. No primeiro trimestre do ano, foram emplacados 483.303 unidades. O volume é 10,66% superior ao do mesmo período do ano passado. Em março, foram vendidas 175.982 unidades, 13,34% a mais do que em fevereiro (155.270 veículos). Em relação a março do ano passado, houve queda de 5,67%. No entanto, a entidade lembra que neste ano, por causa do feriado da Páscoa, que caiu em março, o mês passado teve apenas 20 dias úteis, ante 23 em março de 2023. Durante apresentação do balanço do setor no primeiro trimestre, ontem, o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, disse que a expectativa é a de que as vendas aumentem o ritmo a partir do segundo semestre. eldquo;O que projetamos lá no início do ano vem acontecendo, e a tendência é de uma economia sempre mais forte no segundo semestre do que no primeiro, com menos despesas e economia aquecendo. Estamos otimistas: o ano começou bem e o viés é positivo para o segundo semestreerdquo;, disse Andreta Júnior. FINANCIAMENTO. A queda da taxa básica de juros (Selic) e o aumento de crédito para pessoas físicas são citados pelo presidente da Fenabrave como os principais vetores para esse crescimento. eldquo;Historicamente, sempre tivemos de 60% a 70% das compras de veículos por meio de financiamentos. Essa proporção diminuiu bastante no ano passado, mas deve caminhar de volta para esse nível.erdquo; O cenário projetado pela Fenabrave é de Selic encerrando este ano em 9,5%, conforme detalhou a economista da associação, Tereza Fernandez. Ela destacou que o cenário é eldquo;benignoerdquo; para a economia doméstica neste ano, com aumento do crédito e da demanda, inflação sob controle, e com eldquo;poucos sustoserdquo; do ponto de vista cambial. eldquo;O risco principal vem da geopolíticaerdquo;, disse, referindo-se a conflitos no Oriente Médio e à guerra entre Rússia e Ucrânia. ebull;

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Raízen desiste da compra da FAN Distribuidora

A Raízen desistiu de comprar a FAN Distribuidora. O contrato celebrado entre as duas empresas foi rescindido, e ambas solicitaram ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) o arquivamento da análise do negócio. Os motivos foram mantidos em sigilo. eldquo;Sobreveio condição que autoriza que o acordo seja terminado a qualquer tempo, por qualquer das parteserdquo;, diz o documento protocolado nessa segunda (3/4). Desde que a operação foi comunicada ao órgão antitruste, em outubro do ano passado, o caso mobilizou concorrentes como Vibra e Ipiranga, diante da possibilidade de a Raízen incorporar um benefício tributário concedido à FAN. Associações do mercado de combustíveis, como Abicom (importadores), Brasilcom e IBP (distribuidoras) também se manifestaram contra a aprovação irrestrita da operação. Pediram que o benefício não fosse incorporado pela Raízen. O benefício vem sendo contestado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que tenta reverter uma decisão anterior do próprio tribunal, que autorizou a FAN a aproveitar créditos de PIS e Cofins sobre a comercialização de diesel e gasolina. Em dezembro, o STJ negou o pedido de medida cautelar da PGFN para rescindir o acórdão. Em fevereiro deste ano, a corte reabriu o prazo para apresentação de novas informações. Compra da FAN pela Raízen mobilizou concorrentes O temor de concorrentes da Raízen é que a vantagem tributária fosse incorporada pela Raízen, a segunda maior distribuidora de combustíveis do país em participação de mercado. A FAN tem entre 1% e 2% do mercado de gasolina comum e diesel B da região Nordeste. Essa informações foram publicadas em dezembro de 2022, pela agência epbr. Na época, a ABD, divisão do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) que atua no mercado de downstream, defende a neutralização do benefício fiscal eldquo;para que se mantenha a simetria tributária entre os agentes econômicos do mesmo setorerdquo;. A Brasilcom, por sua vez, defendeu junto ao Cade que a Raízen é uma das três grandes empresas que detêm, juntas, mais de 70% do mercado nacional de distribuição endash; as outras são Vibra, maior do país, e Ipiranga, do grupo Ultra. eldquo;Caso a operação de compra e venda se concretize, a Raízen poderá ter um diferencial competitivo de alcance nacional e de larga escala, o que somado ao seu já conhecido poderio econômicoerdquo;, diz a Brasilcom. A entidade representa distribuidoras regionais, de diferentes portes. Ipiranga calculou vantagem em R$ 10 bi Individualmente, a Ipiranga reforçou a oposição à incorporação do benefício fiscal pela Raízen. Apresenta cálculos que indicam que o benefício representará ganho de R$ 10,2 bilhões anualmente para a compradora. eldquo;Não se está a comprar uma empresa, mas um bilhete de loteria, às custas do contribuinte e da predação direta aos concorrenteserdquo;, argumentou a Ipiranga ao Cade. A Petrobahia, aproveitou a oportunidade para lembrar que a própria Raízen já se manifestou anteriormente contra este tipo de manobra, com o argumento de que provocaria desequilíbrio concorrencial. O caso recuperado ocorreu em 2017, quando o Cade analisou (e vetou) a aquisição da Alesat pela Ipiranga. À época, a Raízen argumentou que o aproveitamento de benefício tributário de isenção de recolhimento de CSLL, concedido à Alesat, poderia causar um relevante impacto no mercado. Por isso, pediu que o tribunal adotasse medidas que impedissem essa possibilidade. A Dislub Equador afirma que a compra da FAN pela Raízen pode ampliar a concentração de mercado. eldquo;Apesar da empresa que está sendo comprada não ter tamanho relevante nacionalmente, a empresa compradora possui conhecido potencial, larga experiência no ramo, infraestrutura relevante e também atua como supridora de etanol e de derivados de petróleo na região [Nordeste], concorrendo com Petrobras!erdquo;. Raízen nega prejuízo à concorrência Em defesa do negócio, a Raízen afirmou que as respostas enviadas por associações e sindicatos, distribuidoras e revendedoras de combustíveis, majoritariamente, eldquo;confirmam que o nível de concentração gerado pela operação não apresenta qualquer risco ou preocupação concorrencialerdquo;. Procurada pela agência epbr, na época, a empresa preferiu não comentar o caso. Ao tribunal, a empresa argumentou que o negócio representa uma eldquo;oportunidade de realizar uma gestão mais eficiente do seu processo de distribuição, alinhada à sua estratégia empresarial na região [Nordeste]erdquo;. Ao Cade, afirmou que a compra da FAN representa eldquo;uma boa oportunidade de aumento de capacidade operacional no mercado de distribuição de combustíveiserdquo; e cita tanto o eldquo;aproveitamento de benefícios fiscais da FANerdquo; como a compra da base distribuidora em Guamaré (RN), eldquo;que será a primeira base da Raízen no estadoerdquo;.

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Etanol está mais competitivo em relação à gasolina apenas no Amazonas e em MT

O etanol ficou competitivo em relação à gasolina somente nos Estados do Amazonas e de Mato Grosso na semana entre 26 de março e 1º de abril. No restante dos Estados e no Distrito Federal, continuava mais vantajoso abastecer o carro com gasolina. Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas, no período, na média dos postos pesquisados no País, o etanol está com paridade de 70,99% ante a gasolina, portanto desfavorável em comparação com o derivado do petróleo. No Amazonas, a paridade estava em 69,54% e, em Mato Grosso, a paridade estava em 66,12%. Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado.

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Alta do petróleo eleva pressão por mudança em política de preços da gasolina no Brasil

A escalada das cotações do petróleo após anúncio de corte na produção por países exportadores eleva a pressão sobre a diretoria da Petrobras, que tomou posse na última sexta-feira (31) tendo como uma de suas missões alterar a política de preços da companhia. Diante do risco de novos aumentos, sindicatos e aliados do governo reforçaram o pleito por mudanças nessa política, que é baseada no conceito de paridade de importação, que simula quanto custaria para importar os produtos. Mantido o modelo atual, a expectativa do mercado é que a estatal se veja forçada a repassar a alta nas cotações em um momento já de pressão nos preços pela alta dos impostos estaduais. Nesta segunda (3), as ações da empresa subiram nas bolsas, diante da perspectiva de ganhos com o petróleo mais caro. De acordo com dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), as refinarias brasileiras já operam com defasagem na gasolina desde o dia 23 de março, logo após corte promovido pela Petrobras. No fim do pregão de sexta-feira (3), ainda antes do anúncio do corte de produção feito pela Opep+., a diferença era de R$ 0,10 por litro. Para o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), era ainda maior, de R$ 0,32 por litro. No domingo, a Opep+, grupo de países exportadores que inclui Arábia Saudita e Rússia, anunciou corte de um milhão de barris por dia, o que levou a cotação do Brent a superar os US$ 80 (R$ 405) por barril pela primeira vez desde 12 de março. Após o anúncio, analistas chegaram a projetar que o barril volte a se aproximar dos US$ 100 (R$ 507). O Goldman Sachs, por exemplo, elevou sua projeção para o fim do ano de US$ 90 (R$ 456) para US$ 95 (R$ 481) por barril. O pesquisador do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) Adhemar Mineiro defendeu nesta segunda que o cenário demanda revisão da política de preços da estatal. "Deixar os preços praticados no Brasil flutuarem ao sabor dos movimentos internacionais é perder o papel de protagonista e ficar à mercê da estratégia de outros países", afirmou. O Ineep é ligado à FUP (Federação Única dos Petroleiros). Dois de seus ex-pesquisadores ocupam hoje cargos na cúpula da Petrobras, como assessores do presidente da companhia, Jean Paul Prates. "A conjuntura torna ainda mais urgente a mudança da política de preços", reforçou o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo. "Jean Paul Prates tem em suas mãos o momento ideal para cortar esse mal pela raiz. Essa precisa ser sua primeira ação à frente da companhia." Prates já afirmou que a política será alterada, deixando de considerar a paridade de importação, mas ainda assim com algum nível de acompanhamento das cotações internacionais. Ele argumenta que o modelo atual favorece os concorrentes da estatal, ao praticar o preço deles. Procurada, a Petrobras ainda não havia respondido a pedido de entrevista até a publicação deste texto. A empresa costuma esperar para repassar momentos de alta volatilidade de preços e a Folha apurou que a direção atual manterá a estratégia. Por enquanto, a empresa seguirá monitorando a situação, dizem fontes. O cenário é ruim para reajustes já que gasolina e diesel serão pressionados pela mudança no modelo de cobrança do ICMS, que passará a ter alíquotas maiores que as atuais. No caso da gasolina, a mudança ocorre no dia 1º de junho. A nova alíquota, de R$ 1,22 por litro, é maior do que a cobrada em quase todos os estados, à exceção do Piauí. Com relação a São Paulo, por exemplo, representa um aumento de R$ 0,32 por litro. No diesel, o impacto é menor, de cerca de R$ 0,13 por litro, em média, considerando os valores praticados na segunda semana de março. O produto, porém, também será pressionado pelo aumento da mistura de biodiesel, mais caro que o diesel de petróleo. A posse da nova diretoria, por outro lado, dá início ao processo de revisão da política de preços, que precisa também ser aprovada pelo conselho de administração da companhia, que deve ser renovado em assembleia no fim do mês.

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