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Desemprego recua para 9,1%, e renda volta a subir após dois anos, diz IBGE

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,1% no trimestre encerrado em julho deste ano, informou nesta quarta-feira (31) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o menor patamar na série histórica comparável desde o trimestre até outubro de 2015. À época, a taxa também estava em 9,1%, e a economia nacional amargava recessão. O novo resultado veio em linha com as estimativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam 9% na mediana. Depois de dois anos, o rendimento habitual da população ocupada com trabalho voltou a registrar crescimento significativo em termos estatísticos, chegando a R$ 2.693 no trimestre até julho, apontou o IBGE. A renda vinha em uma trajetória de queda em meio ao aperto da inflação. O rendimento analisado contempla apenas os ganhos com o trabalho. Ou seja, não tem o impacto de fontes como benefícios sociais. "A última vez que houve crescimento significativo foi há exatos dois anos, no trimestre encerrado em julho de 2020", afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE. O novo valor (R$ 2.693) é 2,9% maior do que o verificado no trimestre imediatamente anterior, de fevereiro a abril (R$ 2.618). Porém, ainda mostra fragilidade na comparação com períodos anteriores da série histórica. Sinal disso é que a renda está 2,9% abaixo do nível registrado em igual período de 2021 (R$ 2.773). O novo valor é o segundo menor da série para o trimestre até julho. Supera apenas o verificado em igual período de 2012 (R$ 2.685). Conforme o IBGE, o aumento frente a abril foi puxado pelo rendimento dos empregadores (6,1%, ou mais R$ 369), dos militares e funcionários públicos estatutários (3,8%, ou mais R$ 176) e dos trabalhadores por conta própria (3%, ou mais R$ 63). Beringuy destacou que a ocupação cresceu de maneira acentuada entre os empregadores inseridos no comércio. No caso dos funcionários públicos, houve expansão de vagas em setores como saúde e educação. Para os trabalhadores por conta própria, o avanço da ocupação ficou mais disseminado entre as atividades pesquisadas. Conforme a pesquisadora, a leve melhora da renda pode ser relacionada com a recente trégua da inflação. Mas, como o país ainda convive com a pressão sobre os preços, o rendimento segue enfraquecido em termos históricos, ponderou Beringuy. "É uma recuperação incipiente, lenta", define o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores. Ele também considera que a trégua da inflação ajuda a contextualizar o ganho de renda no trimestre. NÚMERO DE DESEMPREGADOS ABAIXO DE 10 MILHÕES O número de desempregados, por sua vez, recuou para 9,9 milhões no trimestre até julho, uma baixa de 12,9% (menos 1,5 milhão de pessoas) frente ao trimestre anterior. É o menor nível desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016 (9,8 milhões), quando o Brasil atravessava recessão. O contingente não ficava abaixo de 10 milhões desde então. Pelas estatísticas oficiais, a população desocupada reúne quem está sem trabalho e segue à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra nesse cálculo. A taxa de desemprego estava em 10,5% no trimestre até abril, período mais recente da série comparável. Na ocasião, o número de desocupados era de cerca de 11,3 milhões. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). De acordo com economistas, os estímulos fiscais adotados pelo governo federal às vésperas das eleições e a reabertura de atividades após as restrições causadas pela pandemia estão entre os fatores por trás da queda do desemprego. Há, ainda, o impacto das pessoas que deixaram de trabalhar durante a crise sanitária e ainda não voltaram a buscar emprego, lembra Imaizumi. No trimestre até julho de 2019, antes da pandemia, o país tinha 61,1 milhões de pessoas fora da força de trabalho. Em igual período de 2022, o número foi de 64,7 milhões. Ou seja, continuou mais alto do que antes da Covid-19. POPULAÇÃO OCUPADA ALCANÇA 98,7 MILHÕES O contingente de pessoas ocupadas com algum trabalho alcançou 98,7 milhões, recorde da série desde 2012. A alta foi de 2,2% (mais 2,2 milhões de pessoas) ante o trimestre imediatamente anterior. A Pnad retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Dessa forma, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos. A população ocupada de maneira informal chegou a quase 39,3 milhões no trimestre até julho. O número também é recorde na série histórica. Do total de 2,2 milhões de vagas a mais frente ao trimestre anterior, 560 mil eram de informais (empregados sem carteira assinada, domésticos sem carteira, trabalhadores por conta própria sem CNPJ, empregadores sem CNPJ e trabalhadores auxiliares familiares). A quantia informal equivale a 26% do número total de novos postos. O percentual, porém, já foi maior. Isso indica que a ocupação foi puxada no trimestre mais recente pelo avanço do mercado de trabalho formal. Somente os empregados no setor privado com carteira assinada subiram 1,6% (mais 555 mil), para 35,8 milhões. O número não é recorde. A maior quantia com carteira foi registrada no trimestre até julho de 2014 (37,6 milhões). Em relatório, a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, destacou que a renda, mesmo com a elevação, segue em um patamar "muito deprimido" no país. Segundo Moreno, a expectativa é que a taxa de desemprego continue caindo até o final do ano, para 8,7%, em um sinal defasado da recuperação econômica. "À frente, no entanto, a história começa a mudar: os efeitos dos juros altos e da desaceleração da economia global vão pesar mais fortemente sobre a economia, impactando negativamente o nível da ocupação em 2023. Projetamos que a taxa volte a subir e termine 2023 em 9,8%", analisou. Até o primeiro turno das eleições, agendado para 2 de outubro, haverá mais uma divulgação da Pnad, prevista para 30 de setembro. A nova edição contemplará dados até agosto.

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PIB deve mostrar crescimento de 0,9% no 2º trimestre, dizem economistas

Impulsionada pela recuperação do setor de serviços e pelo aumento do consumo das famílias e dos investimentos, a economia brasileira deve registrar crescimento de 0,9% no segundo trimestre de 2022, em relação aos três meses anteriores, segundo levantamento com 40 economistas consultados pela agência Bloomberg. O PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre será divulgado nesta quinta-feira (1º) às 9h pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No primeiro trimestre, o crescimento foi de 1% na mesma base de comparação. O período de abril a junho foi marcado por um crescimento forte dos serviços, enquanto indústria e varejo tiveram resultados fracos. Outros fatores que contribuíram para o crescimento do período foram o saque extraordinário de R$ 1.000 do FGTS e a antecipação da primeira parcela do 13º salário para beneficiários do INSS. Das 40 estimativas coletadas pela Bloomberg, 39 estão na faixa de 0,6% (Capital Economics) a 1,4% (Banco C6). Há ainda uma de 2,9%, da Petros, fundo de pensão da Petrobras. O economista Alexsandro Barbosa, da Austin Rating, espera um crescimento de 0,7% no trimestre, mais próximo do piso das projeções. Ele afirma ver uma continuidade do processo de recuperação pós 2020. "Pode ser um pouco mais lento que no primeiro trimestre, mas muito próximo do que já vinha acontecendo, apoiado principalmente pelo setor de serviços, que continua carregando piano nas costas depois de ter sofrido muito", afirma Barbosa. Para ele, o cenário daqui para a frente é de perda de fôlego, mas com novos incentivos governamentais emdash;aumento do Auxílio Brasil, corte de impostos e redução no preço da gasolinaemdash; capazes de evitar um cenário de queda trimestral do PIB neste segundo semestre. O economista da Austin Rating afirma no entanto que haverá um "efeito gangorra", adiando essa perda de fôlego para 2023, quando o cenário internacional e os juros altos também vão contribuir mais para um crescimento menor no Brasil. Ele projeta crescimento de 2% neste ano e de apenas 0,1% no próximo. Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset Management, projeta expansão de 1,2% no trimestre, acima da mediana do mercado. "No começo do ano a gente já estava falando de crescimento, não de recessão, e o processo de reabertura acabou sendo mais expressivo do que se esperava. A percepção é de que já há um crescimento relativamente consistente", afirma. Ele diz esperar um terceiro trimestre mais fraco, por questões sazonais, mas avalia que o pacote de bondades do governo ajudará no crescimento e que não pode ser descartado o anúncio de novas medidas de estímulo até as eleições. Vieira avalia ainda que o investimento está se recuperando, com números que devem ser melhores nos próximos trimestres. O Monitor do PIB da FGV apontou crescimento de 1,1% no trimestre, destacando também o bom desempenho esperado para o consumo das famílias (1,8%) e para os investimentos (4%).

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Bolsonaro: Petrobras deve anunciar "boa notícia" até sexta-feira

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (31/8) que a Petrobras deve anunciar eldquo;mais uma boa notíciaerdquo; até esta sexta-feira (2/9), indicando uma nova redução no preço dos combustíveis repassado às distribuidoras. Segundo ele, eldquo;boas notíciaserdquo; têm sido uma eldquo;práticaerdquo; do presidente Caio Paes de Andrade, que assumiu o comando da petroleira em junho. eldquo;Combustíveisehellip; toda semana temos uma boa notícia. Hoje é quarta-feira. Eu acho que até sexta vai ter mais uma boa notícia, porque tá sendo uma prática do novo presidente da Petrobraserdquo;, afirmou em entrevista ao SBT, antes de comício eleitoral em Curitiba (PR). Bolsonaro tem o costume de antecipar algumas das reduções anunciadas pela Petrobras. Ele, no entanto, nega que tenha informação privilegiada sobre a empresa. No ano passado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) chegou a abrir um processo administrativo contra a petroleira para investigar um caso suspeito também envolvendo o presidente da República. Desde junho, a Petrobras tem feito seguidas reduções nos preços de combustíveis, como diesel, gasolina e querosene de aviação. Na última semana, a empresa anunciou uma redução de 10,4% no preço do querosene de aviação (QAV) em 10,4% a partir de 1º de setembro. É a segunda redução seguida no valor do combustível: no início do mês, a estatal havia reduzido o preço em 2,6%. A última redução no preço da gasolina vendida às distribuidoras foi feita em 15 de agosto, quando a Petrobras anunciou uma redução de 4,85%. Já o preço do diesel cobrado nas refinarias teve uma redução de 4,07% em 11 de agosto.

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Petróleo recua com relatos de que a Opep+ não deve reduzir produção

Os contratos futuros do petróleo operam em queda nesta quarta-feira em meio à possibilidade de recessão global e com comentários da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de que cortes na produção não estão sendo cogitados para a próxima semana. Por volta das 11h15, o contrato do petróleo Brent para novembro - a referência global - operava em queda de 1,56%, a US$ 95,31 por barril, enquanto o do WTI para outubro recuava 1,59%, a US$ 90,18 por barril. eldquo;Os preços do petróleo estão um pouco mais baixos novamente pelo segundo dia após o pico no início da semana. É um pouco indicativo do humor no resto dos mercados no momento e da falta de certeza. Os preços subiram no início da semana, com os investidores avaliando o potencial de interrupções no fornecimento da Líbia e do Iraque, enquanto as ameaças de cortes de produção da Arábia Saudita continuaram ecoandoerdquo;, afirmou o analista sênior da Oanda, Craig Erlam. Erlam acrescentou que os preços caíram depois que a Opep+ relatou que não considera que uma redução será feita na próxima semana. As 11h30, os dados dos estoques americanos de petróleo na semana encerrada no dia 26 de agosto serão divulgados.Para ler esta notícia, clique aqui.

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Estoques semanais de petróleo nos EUA recuam em 3,3 milhões de barris

Os estoques americanos de petróleo nos Estados Unidos caíram 3,32 milhões de barris na semana encerrada no dia 26 de agosto, para 418,34 milhões de unidades, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). O resultado superou com folga a expectativa de alguns analistas, de recuo de 1,2 milhão de barris no período. Os estoques de gasolina, por sua vez, recuaram 1,172 milhão de barris, praticamente em linha com a expectativa, que era de recuo de 1,1 milhão de unidades. Os estoques de gasolina dos EUA totalizaram 214,47 milhões de barris na semana passada. As reservas de destilados - que incluem diesel e óleo para calefação - subiram 112 mil barris, contrariando a expectativa, de queda de 900 mil unidades na semana. Os estoques de destilados nos EUA totalizaram 111,70 milhões de barris na semana passada. Os estoques em Cushing, Oklahoma, centro de distribuição do petróleo negociado na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), caíram 523 mil barris, totalizando 25,28 milhões de unidades. A utilização das refinarias caiu para 92,7% na semana, de 93,8% da leitura anterior, e a demanda por gasolina subiu 157 mil barris diários, para 8,59 milhões.

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Brasil cai para 85ª posição em ranking de preço do diesel com 167 países

O Brasil caiu para 85º lugar em um ranking que compara o valor do diesel em 167 países e territórios, uma queda de 3 posições na comparação com o fim de junho. A posição atual é exatamente a mesma de meados de março, no auge dos reflexos da invasão da Rússia à Ucrânia. Mas, naquela ocasição, o preço médio do combustível no país era de R$ 5,82 o litro, contra R$ 7,13 atualmente. O desempenho do diesel tem sido bastante diferente do da gasolina, pois, neste ranking, o Brasil subiu para a 37ª posição (em março, o país chegou a ser o 115º da lista). O ranking da globalpetrolprices.com usa o preço do litro calculado semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mas tem defasagem de uma semana. Com uma cotação de US$ 1 = R$ 5,16, o valor do combustível considerado no levantamento foi de US$ 1,382. Com isso, o Brasil está atualmente ao lado de países como Moldávia, Líbano e Austrália. O diesel mais barato do mundo continua sendo o do Irã e o da Venezuela, países que têm grandes reservas de petróleo e moedas bastante desvalorizadas. O Brasil está atrás de diversas nações, como Angola, Japão, Cuba, Quênia e Estados Unidos, além de praticamente todos os seus vizinhos sul-americanos (Equador, Bolívia, Colômbia, Argentina, Chile, Peru, Paraguai e Guiana). A exceção é o Uruguai. Entre os Brics, o país está bem atrás da Rússia, que é uma das grandes potências energéticas do mundo, atrás da Índia e da China e à frente apenas da África do Sul. O diesel brasileiro é mais barato do que em praticamente todos os países da Europa.

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