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Banco Central mantém taxa básica de juros em 13,75% e alerta sobre cenário fiscal

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano. A cada 45 dias, o Copom define a taxa básica de juros da economia. Essa é a quarta vez consecutiva em que o comitê se reúne e fixa a Selic nesse patamar, em vigor desde agosto. O resultado já era esperado pelo mercado financeiro. A grande expectativa era em relação ao comunicado do comitê, diante da discussão da PEC da Transição, desenhada para abrir espaço no Orçamento de 2023 para programas como o Bolsa Família de R$ 600, aprovada em discussão no Congresso e que tem hoje um impacto de R$ 168 bilhões em despesas acima do teto de gastos (que trava as despesas federais). Por conta da alta da inflação, o BC subiu os juros entre março de 2021 e agosto deste ano. Foram 12 elevações seguidas da taxa Selic, que avançou 11,75 pontos percentuais, configurando o maior e mais longo ciclo de alta desde 1999, ou seja, em 23 anos. No comunicado, o Copom alertou para os riscos fiscais. "O Comitê acompanhará com especial atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal e, em particular, seus efeitos nos preços de ativos e expectativas de inflação, com potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva", afirmou. Segundo o documento, entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se "a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporados nas expectativas de inflação e nos preços de ativos". O Copom também destacou que a conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal, "requer serenidade na avaliação dos riscos". O BC também se mostrou preocupado com a manutenção dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023. O corte de impostos com maior impacto é o do tributo sobre os combustíveis, que vencem no fim deste ano, embora haja espaço no Orçamento para renová-lo. O comunicado também frisou que o ambiente externo mantém-se adverso e volátil, marcado pela perspectiva de crescimento global abaixo do potencial no próximo ano, alta volatilidade nos ativos financeiros e um ambiente inflacionário ainda pressionado. "Em relação à atividade econômica brasileira, a divulgação do PIB apontou ritmo de crescimento mais moderado no terceiro trimestre. O conjunto dos indicadores mais recentes corrobora o cenário de desaceleração esperado pelo Copom", apontou o comunicado, que também ratificou que, apesar da queda recente, especialmente em itens voláteis e afetados por medidas tributárias, a inflação ao consumidor ainda continua elevada. As expectativas de inflação para 2022, 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 5,9%, 5,1% e 3,5%, respectivamente. Marília Fontes, sócia-fundadora da Nord Research, não enxergou muitas mudanças entre o comunicado do Copom desta quarta-feira em relação às últimas divulgações. Ela destaca, apenas, a maior atenção à preocupação fiscal: emdash; O comunicado quase não teve diferença, a não ser pela leve mudança de expectativa de inflação para 2023 e 2024. O BC também comentou que está especialmente de olho no fiscal e na PEC da Transição. Se sentir que isso desencadeou piora cambial e que terá impacto na inflação perspectiva, pode ter que agir, subindo juros. Na avaliação dela, a taxa Selic não terá qualquer redução no ano de 2023 devido à inflação persistente. João Savignon, economista da Kínitro Capital, comenta que, embora muitos analistas esperassem uma alteração no balanço de risco fiscal, isso não ocorreu. Para ele, o alerta para os maiores riscos fiscais foi sutil no documento. emdash; Isso acabou sendo colocado de maneira mais cuidadosa, com o BC dizendo que acompanha com atenção especial o cenário. emdash; comenta Savignon. emdash; Outro ponto foram as projeções da inflação revisadas para cima que, mesmo assim, ainda estão melhores que o consenso do mercado. Já Andrea Damico, sócia e economista-chefe da Armor Capital, opina que, nas últimas semanas, um cenário mais negativo, com inflação mais alta diante de maiores gastos públicos, ganhou maior probabilidade. Mesmo assim, aponta que as incertezas prevalecem. emdash; O cenário está muito binário. Estamos em momento crítico, em que a gente não tem convicção nem de um lado, nem de outro. Com menor responsabilidade fiscal, temos um aumento do prêmio de risco, o que pode gerar um ciclo vicioso, forçando o Banco central a subir a taxa de juros emdash; afirma. Para Raone Costa, economista-chefe da Alphatree Capital, o comunicado mostrou que o Banco Central segue em compasso de espera a respeito da resolução da PEC da Transição, sem se comprometer: emdash; A grande evolução dos últimos 45 dias foi a incerteza fiscal. O posicionamento que ele fez foi o mais neutro possível. Reconheceu o fenômeno, mas não detalhou o que pode fazer. Adotou caminho do meio, que deixa todas as portas abertas. Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, também diz que o destaque no comunicado foi a atenção aos desdobramentos da potencial expansão fiscal em 2023, tanto pelo impacto na demanda como pela desancoragem das expectativas. Segundo ela, o aumento dos gastos fiscais no atual contexto pode resultar na retomada do ciclo de alta da Selic. Impacto da PEC No mercado, há dúvidas sobre quando o juro voltará a cair, por conta da PEC. Pelo boletim Focus, com projeções de mercado coletadas pelo BC, a expectativa de início da queda dos juros passou de junho para agosto do próximo ano. Isso vai depender também do comportamento da inflação. A inflação acumulada em 12 meses é a maior desde novembro de 2003, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o segundo mês de alta de inflação após 3 meses de deflação entre julho e setembro. Em novembro, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,95%, e, com esse resultado, acumula alta de 9,26% no ano e de 10,74% em 12 meses. A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

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Vibra inaugura 1º posto 100% elétrico do país e planeja mais instalações em SP e RJ

A Vibra Energia inaugura nesta quarta-feira (7) o primeiro posto do Brasil totalmente dedicado à recarga de veículos elétricos e prevê instalar mais dois pontos do tipo na cidade de São Paulo até o início de 2023, disseram à Reuters executivos da companhia e da startup parceira EZVolt. Segundo as empresas, o posto "100% elétrico" vem para atender a uma demanda principalmente de clientes corporativos, que vêm apostando nas frotas elétricas como forma de ganhar competitividade nos custos e reduzir sua pegada de carbono, ajudando a deslanchar a eletromobilidade no Brasil. Localizado no bairro Jardim Anália Franco, na zona leste da capital paulista, o posto terá oito pontos de carregamento elétrico simultâneos, sendo seis com equipamentos de recarga ultrarrápida e dois semirrápidos. A operação do posto fica a cargo da EZVolt, uma startup de eletromobilidade que recebeu aporte de R$ 5 milhões da Vibra. A ideia de criar um posto somente para fornecimento de energia elétrica, sem a tradicional venda de gasolina e etanol, vem de uma demanda do próprio mercado, especialmente de empresas que utilizam frotas de carros elétricos, explicou à Reuters Bernardo Winik, diretor vice-presidente executivo de comercial B2B da Vibra. Embora as empresas, principalmente do setor de logística, costumem recarregar suas frotas à noite, há casos em que os veículos necessitam de uma recarga extra durante o dia, disse. Isso ocorre, por exemplo, com carros elétricos de aplicativos de mobilidade. A Vibra e a EZVolt acabam de fechar uma parceria com a 99 e veem nos motoristas de aplicativo uma importante demanda para os novos postos. "Esse movimento vem para atender o consumidor em qualquer tipo de energia que ele precise [...] O posto 100% elétrico é mais uma peça no nosso portfólio de soluções de eletromobilidade", destacou Winik, lembrando que a Vibra também oferece pontos de carga elétrica em postos de combustíveis e está implantando um corredor com 70 eletropostos em rodovias ligando as regiões Sul e Sudeste. A companhia também já mapeou outros nove pontos estratégicos onde estão sendo erguidos "hubs" de recarga do Brasil. A capital paulista receberá os dois próximos: até o fim do ano, a região do Canindé ganhará um posto 100% elétrico e, no primeiro trimestre de 2023, será inaugurado outro na Vila Olímpia. Maior distribuidora de combustíveis do país, a Vibra passou por uma mudança de sua estratégia de negócios nos últimos anos, passando a se posicionar como uma empresa de energia. Em parceria com a EZVolt, vem oferecendo soluções de mobilidade para empresas como Americanas e a NoCarbon, locadora de veículos elétricos do grupo JBS. A energia que abastecerá os veículos nos postos elétricos será fornecida pela Comerc, geradora e comercializadora de energia renovável da qual a Vibra é co-controladora. O valor dos investimentos realizados nesse e em outros projetos de eletromobilidade da Vibra não foram divulgados. (Reuters)

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Petrobras reduz preço do gás de cozinha em 9,8%

A Petrobras anunciou nesta quarta (7) que reduziu em 9,8% o preço do GLP (gás liquefeito de petróleo), conhecido como gás de cozinha. O corte entra em vigor nas refinarias da companhia nesta quinta (8). Com a medida, o valor médio de venda para as distribuidoras passa de R$ 3,58 por quilo para R$ 3,23 por quilo. Considerando um botijão de 13 kg, a redução média é de R$ 4,55, para R$ 42,04 no total. O repasse ao consumidor final depende de políticas comerciais de distribuidoras e revendedores. Segundo a Petrobras, a redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com sua prática de preços. De fato, dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) indicam que a estatal vinha vendendo o produto a valores superiores à paridade de importação, conceito que simula quanto custaria para importar o combustível. Na primeira semana de dezembro, calcula a ANP, o preço de paridade de importação de um botijão de 13 quilos pelo porto de Santos era de R$ 39,41, enquanto a Petrobras vendia o mesmo volume, em média, por R$ 46,59. Na terça, o petróleo do tipo Brent, referência internacional negociada em Londres, fechou abaixo dos US$ 80 por barril pela primeira vez desde janeiro, pressionando para baixo os preços dos combustíveis. É o segundo corte de preços anunciado pela estatal esta semana. Na terça (6), a empresa reduziu os preços da gasolina e do diesel em 6,1% e 8,2%, respectivamente. Os dois produtos estavam há semanas sem ajustes, o que levou a estatal a passar um longo período operando com defasagens em relação às cotações internacionais. Já o GLP teve seu preço reduzido pela última vez no dia 17 de novembro, com corte de 5,3%. A escalada de preços no início do ano segurou o consumo do combustível, que tem grande peso no orçamento das famílias de baixa renda. Em julho, por exemplo, as vendas do combustível atingiram o menor patamar em 11 anos. O volume vendido caiu 10,9% em comparação com o mesmo mês de 2021. Nas revendas, o preço médio do botijão de 13 quilos ultrapassou a casa dos R$ 100 em outubro de 2021 e passou boa parte de 2022 acima dos R$ 110. Na primeira semana de setembro, o preço médio foi R$ 109,75, de acordo com a ANP.

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Preços do petróleo caem ao menor patamar em um ano com percepção de EUA a caminho da recessão

Os contratos futuros de petróleo encerraram a sessão em queda firme, para os menores níveis em um ano, depois que dados mostraram que os estoques de gasolina dos Estados Unidos subiram bem mais do que o esperado e a despeito da queda do dólar, que normalmente dá apoio aos preços. O fato acontece ao mesmo tempo que aumenta a percepção de que o país está a caminho de uma recessão - o que colocaria em risco a demanda pela commodity - enquanto agentes do mercado se preparam para a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que acontece semana que vem. No fim das negociações, os preços dos contratos para fevereiro do Brent, a referência global, terminaram em queda de 2,8%, a US$ 77,11 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os preços dos contratos para janeiro do WTI, a referência americana, caíram 3,00%, a US$ 72,01 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), no menor preço desde o início do ano. Mais cedo, foi divulgado que os estoques de gasolina subiram bem mais do que o esperado, aumentando 5,319 milhões de barris, enquanto a estimativa dos economistas era de alta de 1,5 milhão de barris, totalizando 219 milhões de barris, conforme apontou o Departamento de Energia do país na tarde de hoje. Já os estoques de petróleo caíram 5,186 milhões de barris na semana passada, terminada em 2 de dezembro. eldquo;Em última análise, os movimentos nos mercados de petróleo dependem de várias partes móveis, e é por isso que vemos tanta volatilidade, mas a tendência tem sido negativa por várias semanaserdquo;, avalia o analista de mercado da Oanda, Craig Erlam. eldquo;A questão é quanto mais fraco ele ficará antes que a Opep entre em ação mais uma vezerdquo;, completa. Ao fim da tarde, o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados desenvolvidos, operava em queda de 0,38%, aos 105,172 pontos.

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Com direito à reaparição de Bolsonaro nas redes, queda da gasolina terá limitação sobre etanol

O presidente Jair Bolsonaro reapareceu nas redes sociais para comemorar a queda de R$ 0,20 no litro da gasolina e de R$ 0,40 no diesel, em movimento da Petrobras (PETR4) que não chamou diretamente de elsquo;seuersquo; na mensagem, mas não lembrará aos consumidores de etanol que a volta do PIS/Cofins sobre os combustíveis é obra sua. Ele deixará a presidência e os impostos federais voltam a partir de 2 janeiro, depois de zerados por Medida Provisória do Executivo em junho, com potencial para voltar a tirar competitividade da gasolina. Com isso em vista, a redução do preço do combustível fóssil nas refinarias da Petrobras, a partir desta quarta (7), exercerá poder limitador nas baixas esperadas do etanol hidratado. As usinas deverão moderar os preços às distribuidoras, isso se houver, por parte delas, a necessidade de buscar maior competividade frente à gasolina. Paulo Strini, do grupo comercializador Triex, acredita nesta tendência de cautela, depois que os preços nas indústrias já haviam cedido bem na semana passada, 1,20% (R$ 2,77,57), seguindo duas semanas anteriores também em redução, em levantamento do Cepea. Martinho Ono, da SCA Trading vai na mesma linha, se dizendo surpreso com a redução da estatal já que o petróleo segue em muita volatilidade, cenário no qual a companhia sempre se disse avessa a conduzir reajustes em qualquer direção. Ele ainda a possibilidade de limitação nas indústrias de etanol às chuvas, na medida em que já há um atraso e várias usinas continuam operando quando o normal é praticamente fim das operações nesta época do ano. A safra seguinte também fica no radar do clima durante a entressafra e combinará com a subida ao cargo do presidente Lula e a expectativa se ele vai reeditar a MP dos tributos federais ou manter a decisão do presidente que sai.

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Etanol está menos competitivo que a gasolina em todo o Brasil

Na semana passada, o etanol não era competitivo em relação à gasolina em nenhum dos 26 Estados ou o Distrito Federal. Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas, referente à semana passada, na média dos postos pesquisados no País, o etanol está com paridade de 76,54% ante a gasolina, portanto desfavorável ante o derivado do petróleo. Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado. (Estadão Conteúdo)

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