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BC eleva o tom para conter otimismo com juro em 2023

O tom mais duro da diretoria do Banco Central (BC) no início de setembro visa, mais do que sinalizar um aumento de juros residual este mês, contornar um eldquo;otimismo exageradoerdquo; do mercado, o que ajudou a apagar da curva de juros as apostas em cortes antecipados da Selic em 2023. Essa é a avaliação de economistas consultados pelo Estadão/broadcast. Apesar da ênfase dos dirigentes à chance de um eldquo;aumento residualerdquo; da taxa básica em setembro, os analistas ouvidos não mudaram a avaliação sobre o fim do ciclo atual. Na noite de segunda-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, retomou as discussões sobre uma possível alta residual da taxa básica de juros, a Selic, no Comitê de Política Monetária (Copom) de setembro, ao dizer que a mensagem do encontro mais recente segue válida, e completou que o comitê não pensa em queda de juros neste momento. A taxa está em 13,75% ao ano, e o Copom sinalizou, em agosto, que vai avaliar um possível ajuste de 0,25 ponto porcentual este mês. PARA EVITAR SURPRESAS. Na manhã de terça-feira, o diretor de Política Monetária, Bruno Serra, destacou que o BC já foi muito surpreendido no atual ciclo de aperto monetário e que é preciso cautela no encerramento, apesar de grande parte da alta de juros ainda não ter tido efeito. Além disso, destacou que é inconsistente a discussão do mercado de queda de juros rápida com alta das projeções de inflação de 2024. O BC mira como horizonte relevante o primeiro trimestre de 2024. Serra afirmou que o avanço das expectativas do referido ano tem incomodado o BC. As medianas das estimativas do mercado no mais recente relatório Focus mostram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) endash; a inflação oficial endash; de 5,27% em 2023 e de 3,43% em 2024, ambas acima do centro da meta, de 3,25% e 3,0%, respectivamente, enquanto o BC projeta 4,6% e 2,7%. No Boletim Focus divulgado na segunda-feira, a mediana aponta para a Selic em 13,75% no fim deste ano e o primeiro corte em junho próximo, para 13,50%, terminando 2023 em 11,25%. ebull;

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Aumento de produtividade é necessário para PIB de qualidade, dizem economistas

Os recentes indicadores econômicos têm apresentado resultados positivos e feito com que o mercado apresentasse revisões a respeito das expectativas de crescimento da economia brasileira. Na segunda-feira (5), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, comentou sobre os dados positivos, avaliando que o crescimento apresentado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano se deu com qualidade. eldquo;Tivemos um crescimento de 1,2% que foi um número que surpreendeu, mas ele surpreendeu no qualitativo, porque vemos basicamente [como causas] investimento e consumo das famílias, que é onde não esperávamos que viriaerdquo;, disse Campos Neto. Na quinta-feira (1º), o (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) IBGE informou que a economia brasileira registrou crescimento de 1,2% no segundo trimestre de 2022 em comparação com os três primeiros meses do ano. O resultado foi impulsionado pelo investimento medido pela Formação Bruta de Capital Fixo, que registrou alta de 4,8% no período e pelo consumo das famílias, com alta de 2,6%, maior alta desde o quarto trimestre de 2020 (3,1%). No mesmo dia, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Pedro Calhman, também considerou a qualidade dos resultados. eldquo;Esse é um crescimento puxado por investimento, que gera maior capacidade de produção no futuro. Então é o melhor tipo de crescimentoerdquo;, disse. Produtividade Especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business reforçam a qualidade do crescimento, no entanto, explicam que para o longo prazo e a continuidade de um crescimento de qualidade, país deve se preocupar com o aumento da produtividade. O economista e diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCif), Bernard Appy, explica que o ritmo de produtividade tem sido baixo nos últimos 40 anos. Segundo o especialista, para que ocorra esse aumento é necessário melhorar as instituições, corrigir distorções no modelo tributário e a aprimorar a formação da mão de obra no Brasil. Em relatório que analisa a série de produtividade anual da economia brasileira do FGV IBRE, foi comparada a trajetória entre a produtividade por hora trabalhada e uma medida de bem-estar econômico, dada pela renda per capita, entre 1981 e 2021. O resultado obtido pelos pesquisadores evidencia a relação estreita entre produtividade e bem-estar no longo prazo, uma vez que entre 1981 e 2021, enquanto a renda per capita cresceu 0,8% ao ano (a.a.), a produtividade por hora trabalhada avançou 0,6% a.a. Segundo o estudo, outra evidência da forte conexão entre produtividade e bem-estar é o fato de que períodos de aumento mais rápido da renda per capita estão associados a uma aceleração do crescimento da produtividade. Os pesquisadores citam como exemplo que, entre as décadas de 1990-2000 e 2000-2010, o crescimento da renda per capita aumentou de 1% a.a. para 2,3% a.a. (variação de 1,3 pontos percentuais). Entre essas duas décadas, o crescimento da produtividade por hora trabalhada acelerou de 0,7% a.a. para 1,6% a.a. (variação de 0,9 p.p.). Além da produtividade, especialistas ressaltam a disfunção do sistema tributário brasileiro, seus impactos na economia e, consequentemente, a necessidade de uma reforma. Bernard Appy reforça a importância das correções tributárias através de uma reforma ampla. eldquo;Hoje no Brasil temos, nos tributos indiretos endash; como PIS/Cofins, ISS, etc endash; uma quantidade enorme de benefícios fiscais, alíquotas diferenciadas. Em tributos como estes, com diferenciações, obriga a economia se organizar de formas diferentes e, consequentemente, ineficienteserdquo;, disse. Além disso, o economista lembra que o atual sistema tributário brasileiro gera insegurança jurídica e, consequentemente, afasta investimentos no país, algo importante para o crescimento da economia. Para Gabriel de Barros, economista-chefe da Ryo Asset, a questão tributária é, de fato, um dos principais pontos para possibilitar resultados de qualidade no longo prazo, elevando o PIB potencial, melhorando o ambiente de negócios e reduzindo o custo de compliance tributário. O especialista elenca outro ponto que considera relevante para a discussão, a necessidade de o Brasil buscar estar no mesmo nível em termos de inovação e tecnologia com os países pares, sendo uma agenda relevante para fomentar e internalizar os ganhos da transição para uma economia se baixo carbono, eldquo;outro vetor relevante de crescimento econômico e atração de investimentoserdquo;. Ambos os economistas concordam em pontos-chave como, por exemplo, a melhoria qualitativa e eficiente dos gastos públicos. Isso vale para diversas áreas em que o gasto público, seja federal ou subnacional, é elevado, mas de baixa efetividade. No entanto, os especialistas destacam a educação como sendo fundamental para gerar resultados no longo prazo. O resultado do PIB brasileiro fez com que o Brasil alcançasse o sétimo melhor desempenho entre as principais economias do mundo em 2022 no segundo trimestre de 2022, de acordo um levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating.

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Após última redução de 7% nas refinarias, preço da gasolina cai 0,8% nos postos

Levantamento da Ticket Log revela que, após a última redução de 7% para a gasolina vendida às refinarias, anunciada no dia 1º de setembro e válida desde a última sexta-feira, dia 2, o preço médio do litro do combustível recuou 0,80% nas bombas de abastecimento do país. O preço nos primeiros dias do mês está em R$ 5,46. No acumulado desde as últimas três reduções anunciadas em julho e em agosto, o recuo médio no preço do litro chega a 12,21%. A redução de 7% foi a maior desde 21 de abril de 2020, quando diminuiu os preços em 8% para distribuidoras no auge da primeira onda da pandemia. Dinâmica regional Por região, o Nordeste apresentou a redução mais expressiva no preço do combustível entre julho e agosto (-14,56%, contra uma média nacional de 11,62%), e o preço médio caiu para R$ 5,80. A região Norte tem o maior preço médio (R$ 5,97) e o Sul, o menor (5,48). Na análise por estado, o recuo mensal mais expressivo foi registrado no Piauí (-18,24%), onde o valor médio da gasolina passou de R$ 7,23 para R$ 5,91. Já Roraima tem a média mais alta do país (R$ 6,49) e Goiás, a mais baixa (R$ 5,35). Os patamares de preços da gasolina fazem parte do IPTL, índice de preços de combustíveis feito com base em abastecimentos em 21 mil postos credenciados da Ticket Log.

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A gasolina baixou, mas, para os brasileiros, ainda vale a pena cruzar a fronteira e encher o tanque

Passa das 22h30 em Puerto Iguazú, a pacata cidade da Argentina que faz fronteira com Brasil e Paraguai. É sexta-feira, e o movimento nas ruas é maior do que se imaginaria para uma localidade de meros 100 mil habitantes: bares e restaurantes estão quase cheios. Mas, se você realmente busca agito, esqueça a boemia emdash; a casa mais disputada da cidade não serve bebidas. Carros enfileiram-se na avenida Misiones, quarteirão após quarteirão; tudo por uma chance de entrar no posto de gasolina Shell, o único que funciona 24h por dia. A busca por combustível reúne os moradores locais e os habitantes de Foz do Iguaçu, o lado brasileiro da tríplice fronteira. Dia após dia, as filas se repetem nos quatro postos do município argentino, num espelho fiel da situação econômica dos dois países. Em meio a uma inflação acumulada de 71% nos últimos 12 meses emdash; o índice oficial saltou 7,4% apenas em julho emdash;, a Argentina passa por uma situação caótica: a população tenta gastar seu dinheiro o quanto antes, de modo a evitar uma corrosão maior do poder de compra. Ou seja: há uma corrida aos caixas eletrônicos, aos postos de gasolina e aos mercados emdash; chama a atenção o número de pequenos comércios abertos noite adentro. A desvalorização de 30% do peso argentino em relação ao dólar numa janela de apenas um ano também pressiona a economia local. O Brasil não tem números tão chocantes de inflação, mas também vive seus dramas particulares: no momento mais crítico da alta global do petróleo, o litro da gasolina chegou a ser vendido acima dos R$ 8,00 em muitas regiões do país. E, por mais que os preços nas bombas brasileiras tenham recuado nos últimos meses, fato é que os postos da Argentina ainda têm preços atraentes, dada a forte desvalorização da moeda local. Pelo câmbio oficial, um real equivale a pouco mais de 27 pesos; há um ano, a relação era de um para 18. Fazendo as contas, encher o tanque na Argentina ainda vale a pena para o motorista brasileiro, por mais que a tarefa envolva horas de espera e possíveis armadilhas. Afinal, as dificuldades econômicas enfrentadas pelos nossos vizinhos, somadas à demanda por combustível pelos brasileiros, criam um ambiente cheio de distorções emdash; e pessoas dispostas a explorá-las. Há um jeitinho argentino para quem não quer passar a madrugada numa fila. A reportagem do Seu Dinheiro esteve em Puerto Iguazú na semana passada e conta os detalhes dessa situação bastante peculiar. eldquo;Eu vou à Argentina encher o carro a cada dois diaserdquo;, me disse um motorista de aplicativo. A bordo de um Renault Kwid, ele pediu para não ser identificado nesta matéria emdash; a corrida, de pouco mais de 10 quilômetros, custou perto de R$ 24,00. Num relato que foi confirmado por outros moradores de Foz, ele afirmou que é comum esperar mais de duas horas para abastecer num posto do outro lado da fronteira, isso sem contar o tempo gasto na imigração emdash; e que nem todo mundo é atendido da mesma maneira. E isso porque os motoristas brasileiros são bem-vindos, mas só até a página dois: é comum que os estrangeiros tenham que pagar um valor ligeiramente maior que o oficial para usar as bombas na cidade. Há outros mecanismos que limitam o acesso dos não-argentinos à gasolina local: alguns postos fixam horários específicos para atender os brasileiros; outros limitam a quantidade de combustível vendida aos forasteiros. Mas vale a pena enfrentar tantos obstáculos para abastecer o carro? A economia é grande o suficiente para compensar o tempo e o desgaste envolvidos no processo? Na ponta do lápis Vamos aos números: a cidade argentina conta poucos postos de combustível; o litro de gasolina custava algo na faixa de 150 a 165 pesos argentinos na sexta-feira, 26 de agosto emdash; o posto Shell citado no começo do texto é o mais caro. Considerando o câmbio de um real para 27 pesos, chegamos a um valor entre R$ 5,50 e R$ 6 por litro nos postos argentinos. Na ponta do lápis, não parece ser um preço tão competitivo assim em relação ao visto em Foz do Iguaçu. Veja abaixo como se comportou o litro da gasolina nos postos da cidade paranaense ao longo das últimas semanas, de acordo com levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Só que a conta não é tão simples assim: é preciso levar alguns outros fatores em consideração. Em primeiro lugar, há a taxa de câmbio em si emdash; a cotação oficial do peso argentino não tem muita serventia no dia a dia. No comércio, nos bares e nos restaurantes de Puerto Iguazú, é adotada uma taxa informal de conversão entre pesos e reais; para os brasileiros, é muito mais vantajoso trocar o dinheiro nesse mercado informal do que recorrer a uma casa de câmbio. Voltemos à taxa oficial, de um real para 27 pesos. A reportagem do Seu Dinheiro chegou a encontrar um restaurante que pagava 50 pesos por cada real; em geral, os comércios fazem uma conversão de, no mínimo, 1:40. É mais um retrato da situação econômica delicada da Argentina: com a moeda local perdendo valor de maneira acelerada, a população prefere ter qualquer outra divisa mais forte emdash; reais, dólares ou euros emdash; a ter pesos na carteira. E, para tal, aceita pagar caro. Portanto, se adotarmos esse câmbio extra-oficial para os preços praticados nos postos, de 150 pesos, chegamos a um valor de R$ 3,00 pelo litro de gasolina. Ou seja: abastecer na Argentina ainda é negócio, mesmo que seja cobrado um valor mais alto para os brasileiros. E ainda há um segundo atrativo: a gasolina argentina é pura, enquanto o combustível vendido no Brasil é uma mistura contendo 27% de etanol anidro em sua composição. Portanto, além de mais barata, a alternativa rende mais. Considerando tudo isso, o motorista de aplicativo que conversou com a nossa reportagem não hesita ao cruzar a fronteira para abastecer, por mais que dirija um modelo econômico emdash; o Kwid faz mais de 15 km/l de gasolina em tráfego urbano, de acordo com a Renault. eldquo;Mas eu só vou nos postos, não quero mais saber dos capetaserdquo;, disse ele. Mercado paralelo e#39;e#39;Capetae#39;e#39; é o apelido dado aos argentinos que revendem combustível aos brasileiros; ao menos, no grupo de WhatsApp que compartilha os contatos desses vendedores clandestinos emdash; o motorista que falou conosco é um dos membros dessa comunidade. Funciona mais ou menos assim: os residentes de Puerto Iguazú abastecem ao preço de tabela, sem maiores complicações; eles, então, esvaziam seus tanques em galões, vendendo-os diretamente aos vizinhos da fronteira emdash; uma espécie de mercado paralelo da gasolina. De um lado, os valiosos reais; do outro, o cobiçado combustível emdash; e, na fronteira entre Brasil e Argentina, os dois lados se encontram para a troca. O preço cobrado é mais caro que o dos postos, mas o tempo perdido é quase zero. Só que, ao optar pela informalidade, os dois lados da negociação estão sujeitos a uma série de fatores que fogem ao controle das autoridades. E essa imprevisibilidade é a razão pela qual o motorista não recorre mais aos revendedores. Ele contou à reportagem que, ao abastecer com um eldquo;capetaerdquo;, seu carro começou a engasgar em poucos minutos emdash; o combustível tinha sido diluído em algum solvente, o que lhe causou um prejuízo de quase mil reais em reparos.Bolsonaro, gasolina e inflação Poucos dias após a visita da reportagem do Seu Dinheiro à Puerto Iguazú, o presidente Jair Bolsonaro esteve na região da tríplice fronteira: no dia 31 de agosto, ele inspecionou as obras da nova ponte que ligará Foz do Iguaçu a Ciudad del Este, no Paraguai. À imprensa, Bolsonaro ressaltou a redução nos preços dos combustíveis vista nas últimas semanas; segundo ele, os brasileiros antes iam ao Paraguai para abastecer seus carros; agora, ocorre o movimento contrário, com um fluxo de paraguaios aos postos de Foz. A queda na gasolina tem sido um dos carros-chefe de Bolsonaro em sua campanha para a reeleição: com o forte alívio visto nas bombas de combustível, a inflação tem passado por um alívio relevante no país. O discurso de fortalecimento da economia ainda engloba outras frentes: a redução no desemprego, as projeções de maior crescimento do PIB e o aumento do Auxílio Brasil, de R$ 400 para R$ 600, são outras apostas do atual presidente a menos de um mês da eleição. As falas de Bolsonaro dão grande peso às medidas adotadas pelo governo, como a redução de impostos federais sobre os combustíveis. No entanto, fato é que boa parte do alívio no preço da gasolina se deve à queda das cotações do petróleo no exterior. A política de preços da Petrobras, como se sabe, está atrelada às flutuações da commodity emdash; e, nos últimos meses, o petróleo saiu das máximas e voltou a ser negociado abaixo dos US$ 100 por barril. Nesse contexto, a estatal teve espaço para cortar o preço da gasolina vendida às distribuidoras, criando um ciclo de alívio para a economia como um todo. Tanto é que a inflação medida pelo IPCA ficou negativa em 0,68% em julho, apoiada no recuo dos preços de combustíveis e energia. Vale lembrar, no entanto, que a deflação mostrada pelo IPCA de julho não atinge todos os setores da economia de maneira unânime. Enquanto os gastos com transportes diminuíram, outras áreas importantes do dia a dia do brasileiro continuam com preços salgados. É o caso do subgrupo de alimentação e bebidas, que teve alta de 1,3% em julho, e de despesas pessoais, com salto de 1,13%. Ou seja: o alívio nas bombas de combustível traz o IPCA para baixo, mas os efeitos da inflação ainda são sentidos no país. E é nesse sentido que a busca por combustível barato ainda movimenta o dia a dia de Puerto Iguazú: com o custo de vida ainda muito elevado no Brasil, qualquer economia se mostra atrativa emdash; ainda mais para trabalhadores informais, como o motorista de aplicativo que falou com o Seu Dinheiro. Numa conta de padaria, os R$ 24,00 obtidos com a corrida que atendeu a reportagem equivalem a 4,63 litros de gasolina no Brasil, mas podem render 8 litros na Argentina emdash; e o combustível por lá é mais puro que o daqui, lembre-se. Até que o peso argentino volte a se valorizar, ou até que o custo geral do Brasil volte a cair, as filas em Puerto Iguazú devem continuar extensas.

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Renault, Localiza, Raízen e Uber estreiam parceria em veículos elétricos

Um projeto envolvendo a empresa de locação de veículos Localiza, o grupo de energia Raízen e a Uber inicia neste mês um programa piloto na capital paulista com 200 veículos elétricos da Renault, anunciaram as companhias nesta terça-feira. No âmbito da parceria, serão disponibilizadas 200 unidades da versão elétrica do Renault Kwids E-tech para clientes da Zarp, unidade da Localiza que aluga veículos para motoristas de aplicativo.Os 200 motoristas foram escolhidos em parceria com a Uber. Segundo as companhias, os motoristas cadastrados na plataforma poderão fazer recargas com valor promocional em postos Shell, implantados pela Raízen em pontos da Zarp Localiza. Além de postos da Shell, recargas também poderão ser feitas em três complexos de hipermercados do Carrefour Brasil. As companhias estimam que com isso o custo de abastecimento para os motoristas será reduzido em cerca de 80%. Eles também poderão comprar carregadores para instalar em casa em condições facilitadas. A primeira fase do piloto vai durar um ano. Os veículos serão disponibilizados a partir da terceira semana de setembro.

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MP do RenovaBio: quem ganha e quem perde?

As propostas do governo para reestruturar o RenovaBio podem representar mais um golpe para a indústria de biocombustíveis, que vem enfrentando retrocessos nas políticas setoriais em meio à campanha de Jair Bolsonaro (PL) para reduzir o preço dos combustíveis e tentar se reeleger ao Planalto. Na última quinta (1/9), o Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou ao mercado as linhas gerais da medida provisória do RenovaBio, com mudanças significativas na política que está há apenas dois anos em funcionamento. As medidas atendem, principalmente, a demandas antigas do setor de distribuição, como a transferência da responsabilidade de aquisição dos créditos de descarbonização (CBIOs), a liberação do diesel verde e do coprocessado para emissão de CBIOs e a possibilidade de abater as metas com outros créditos, como o de carbono. O governo tem defendido junto aos agentes que ao alterar a parte obrigada emdash; de distribuidores para produtores e importadores emdash; espera uma redução nos preços ao consumidor final. Além disso, a transferência da obrigação de compra para o primeiro elo da cadeia facilitaria a fiscalização do programa, já que a responsabilidade recairá principalmente sobre a Petrobras, que supre 80% ou mais do mercado de diesel e gasolina. E com um incentivo a mais para o diesel coprocessado da estatal emdash; a proposta prevê que as metas possam ser abatidas com a ampliação do uso de biomassa na produção de combustíveis. A Petrobras, inclusive, está há mais de um ano se movimentando para colocar no mercado o diesel R5, isto é, combustível de petróleo coprocessado com 5% de óleo vegetal nas refinarias, rota patenteada como HBIO. Para o setor de biocombustíveis, a transferência de obrigação é uma mudança brusca e que requer análise de impacto regulatório. Uma das preocupações é com a concentração de obrigação em um agente, que, se descumprir a meta, tem potencial de causar um grande desequilíbrio no mercado. Outra, é com o tempo de maturação para que novos agentes se ajustem a esse mercado como partes obrigadas. Pela proposta do governo, as distribuidoras deixarão de ser a parte obrigada em 2026. Potencial desestabilizador A Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) prepara um documento para o MME indicando os pontos que considera sensíveis na proposta de MP. A pasta recebe contribuições até sexta (9/9). Além da transferência de obrigações, a associação critica a possibilidade de cumprir as metas usando outros créditos de carbono e a Cédula de Produto Rural (CPR). eldquo;São coisas diferenteserdquo;, alerta Tamar Roitman, gerente executiva da ABiogás. eldquo;Esses outros créditos de carbono têm metodologias diferentes. Não são comparáveiserdquo;. À agência epbr, ela explica que o RenovaBio tem critérios que avaliam o ciclo de vida de toda a cadeia para medir a intensidade de carbono dos combustíveis, diferente, por exemplo, de um crédito de reflorestamento. Para a executiva, este seria o ponto mais crítico da proposta, capaz de desestabilizar totalmente o programa. eldquo;[A transferência de obrigação] ainda mantém a meta de redução de emissões. Está mudando a parte obrigada, mas não muda o objetivo final da redução da intensidade de carbono do programaerdquo;. Na justificativa do governo, ele está estimulando novos combustíveis e ativos ambientais. Para o setor que já está no programa, é um desestímulo a novas certificações. eldquo;Como existem créditos mais baratos, pode fazer mais sentido a planta se certificar para outro crédito, ao invés do CBIOerdquo;, diz Tamar. Atualmente, o RenovaBio conta com 312 usinas certificadas para emitir créditos de descarbonização. A maior parte delas (282) produz etanol. Apenas três são de biometano emdash; de um total de cinco que são autorizadas a produzir o biocombustível. eldquo;Para o biometano, sendo um combustível novo, que está começando o mercado agora, qualquer alteração no programa tem um impacto bastante importante. Hoje são cinco plantas autorizadas, mas tem 25 novas plantas para entrar em operaçãoerdquo;, conta. Embora o CBIO não tenha o poder de colocar uma planta de pé, ele já entra no balanço de viabilidade dos investimentos. eldquo;Se o mercado de CBIO não se desenvolver, vai desestimular porque não vai ter valor. A ideia é que o CBIO consiga dar o valor para a redução de emissões que o biocombustível proporcionaerdquo;, finaliza. Energia limpa no G20 Durante reunião ministerial de Transições de Energia do G20 na última sexta (2/9) em Bali, na Indonésia, o diretor executivo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) voltou a fazer um apelo para que as maiores economias avancem nos investimentos em energia limpa. Fatih Birol exortou os ministros de energia dos países membros do G20 a priorizar ações para garantir energia segura, acessível e sustentável em resposta à crise que o mundo enfrenta atualmente. Birol destacou o impacto do aumento dos preços da energia, especialmente em países emergentes e pobres, onde as pessoas já não conseguem pagar por eletricidade e combustíveis e estão migrando para fontes mais poluentes, como carvão e lenha. Segundo o diretor da IEA, a melhor saída para a crise é um aumento maciço no investimento em energia limpa, especialmente nas economias emergentes e em desenvolvimento. Ele também pediu às economias avançadas que mobilizem mais financiamento para apoiar as transições de energia limpa. Fast-food com GD A Raízen vai fornecer energia renovável para 44 restaurantes Burger King e Popeyes no Brasil. O contrato prevê o fornecimento de 4,3 GWh/ano de eletricidade limpa no modelo geração distribuída compartilhada. A energia será fornecida por usinas solares e de biogás da Raízen nos estados Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Ceará, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina, Bahia, Pará, Sergipe, Maranhão e Mato Grosso do Sul, sendo distribuída por 15 concessionárias diferentes. A expectativa das empresas é evitar a emissão de 244 toneladas de COe#8322; por ano, o equivalente ao plantio de 1.745 árvores. Waze elétrico Uma nova funcionalidade no aplicativo de navegação Waze vai mostrar rotas específicas para motoristas de veículos elétricos, indicando rotas com pontos de recarga em todo o país. A partir do trabalho voluntário da comunidade de editores de mapa, o Waze mapeou mais de 1.000 eletropostos e pontos de recarga.

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