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Petróleo fecha em alta, após perdas recentes

Depois de fechar no vermelho por três sessões consecutivas, o petróleo fechou em alta no mercado futuro nesta quarta-feira (17). O avanço foi apoiado pela queda inesperada nos estoques da commodity nos Estados Unidos. Certo alívio do dólar ante rivais e informação de aumento na recente na demanda global pelo óleo também ficaram no radar. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em alta de 1,83% (US$ 1,58), a US$ 88,11 o barril, e o Brent para outubro avançou 1,42% (US$ 1,31), a US$ 93,65 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). A sessão foi marcadamente volátil, mas os ativos conseguiram avançar com a informação pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) norte-americano de que os estoques de petróleo nos EUA caíram em 7 milhões de barris. A previsão de analistas era de alta de 100 mil barris. Os estoques de gasolina também recuaram bem mais que o previsto. O TD Securities nota que os preços se recuperaram nos níveis mais baixos desde o fim de janeiro. No entanto, seguem limitados pela preocupação de erosão na demanda pela China e todo o globo e a possibilidade de mais petróleo iraniano integrar os fluxos do mercado. Nesta quarta-feira, a Iniciativa Conjunta de Dados das Organizações (Jodi, pela sigla em inglês) informou que a demanda e produção global por petróleo endash; com exceção da China endash; cresceram 1 milhão de barris por dia (bpd) em ambos os casos em junho ante maio, trazendo o consumo para 98% dos níveis pré-pandemia de Covid-19 e a produção para 96%. A força limitada do dólar ante moedas fortes também foi acompanhada, uma vez que a queda da divisa americana favorece a compra por detentores de outras moedas.

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Grupo é preso suspeito de furtar cargas de combustíveis e causar prejuízo de R$ 7 milhões

Um grupo foi preso suspeito de furtar cargas de combustíveis e causar um prejuízo de mais de R$ 7 milhões para empresas. Segundo a Polícia Civil, pelo menos 15 ocorrências já foram registradas pelos crimes em Goiás e Minas Gerais. A elsquo;Operação Turnkeyersquo; aconteceu na segunda-feira (15), em Goiânia, Senador Canedo, Trindade e Ituiutaba (MG) e contou com a participação da Polícia Rodoviária Federal. Segundo a PC, o líder do esquema foi identificado como José Leonardo Ferreira Borges, que já foi preso outras duas vezes pelo mesmo crime. Além dele, foram presos sete motoristas de veículos de cargas, são eles: Thallis Eduardo da Silva, Edmar Divino Alves, Osvaldo Mariano Faria Neto, Carlos Henrique Silva Oliveira, José Divino da Silva, Anohades Inácio do Nascimento e Hudson de Assunção. Até a última atualização desta reportagem, o g1 não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionassem. O processo contra os suspeitos está em segredo de Justiça. Esquema de milhões As investigações duraram cerca de um ano e conseguiram identificar pelo menos 15 ocorrências e 43 veículos de cargas envolvidos com o grupo. O que resultou num prejuízo de mais de R$ 7 milhões às vítimas. A policial rodoviária federal Estela Ferraz conta que os motoristas de cargas desviavam combustíveis dos caminhões e chegavam a registrar ocorrências dos e#39;furtose#39;. eldquo;A quadrilha contratava os motoristas e eles faziam parte da organização criminosa. A PRF trabalhou com troca de informações com a Polícia Civil de Goiás e Minas Geraiserdquo;, disse Estela. eldquo;Como é um crime de estelionato, dificilmente fica preso. Agora buscamos novos indícios para fechar a investigação como organização criminosaerdquo;, disse o delegado responsável pelo caso, Diogo Barreira. A Polícia Civil informou que as imagens e as identidades dos investigados foram divulgadas para a possível identificação de novas vítimas.

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Grupo Ultra quer arrumar a casa antes de voltar a crescer

Após vender dois de seus principais negócios e levantar cerca de R$ 8,5 bilhões, o grupo Ultra vai manter o foco em colocar a casa em ordem para então voltar a crescer. Cercada de expectativas, a chegada de Marcos Lutz ao comando da companhia é vista pelo mercado como o ponto de virada do conglomerado, que é dono da rede de postos Ipiranga, Ultragaz e Ultracargo. Para quem apostava, contudo, num movimento mais agressivo de expansão, Lutz avisa: por enquanto, os esforços estão concentrados em gestão e melhoria de processos. eldquo;O objetivo é terminar 2022 com melhor eficiência operacional do que no início do anoerdquo;, disse o presidente da companhia ao Valor, em sua primeira entrevista depois que assumiu o cargo. Lutz voltou ao grupo no ano passado como acionista do bloco de controle da companhia e, em abril de 2021, foi eleito membro do conselho de administração do Ultra. Em 2023, deverá assumir a presidência do conselho de administração, posição que é ocupada por Pedro Wongtschowski. Grupo levantou cerca de R$ 8,5 bilhões com a venda da Extrafarma, Oxiteno e 50% da fatia na ConectCar Não está nos planos do conglomerado, por ora, movimentos robustos de fusões e aquisições (MeAs, na sigla em inglês). Isso não quer dizer, contudo, que o Ultra, que vendeu nos últimos meses suas divisões de varejo farmacêutico Extrafarma e a química Oxiteno, além da fatia de 50% da ConectCar, não está avaliando novas oportunidades de negócios. O Valor apurou que há conversas do grupo para uma possível parceria com empresas de energia renovável por meio da Ultragaz. O conglomerado tem uma atuação ainda pequena nesse segmento com a venda de energia elétrica de varejo em dois Estados. Lutz não quis comentar sobre possíveis movimentos de expansão por meio de aquisições. Segundo ele, o plano é voltar ao jogo dos MeAs mais à frente, com a confiança de que o balanço esteja robusto o suficiente para absorver potenciais transações. O executivo afirmou que há espaço para a chegada de sócios nas operações atuais ou em novos negócios do Ultra, sem especificar se há negociações em andamento. eldquo;No futuro, vejo o grupo ter sócios em negócios que criem valor além do financeiro.erdquo; Em sua avaliação, as três divisões de negócios do grupo - infraestrutura e logística (Ultracargo), energia (Ultragaz) e distribuição de combustíveis (Ipiranga) - ainda oferecem possibilidade de crescimento. Via Ultragaz, por exemplo, faria sentido entrar na comercialização de energia elétrica, beneficiando-se da robusta base de clientes da ddistribuidora de GLP. Reavaliar as refinarias colocadas à venda pela Petrobras não está totalmente fora dos planos, mas antes de buscar grandes negócios, reconhece o executivo, há muito trabalho a ser feito internamente, sobretudo na Ipiranga. O Ultra esteve muito próximo de comprar a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), do Rio Grande do Sul. Lutz disse ainda que o Ultra chegou a avaliar os ativos da petroquímica Braskem, mas o retorno do capital empregado não empolgou. Com performance irregular nos últimos anos, a distribuidora de combustíveis Ipiranga é o maior negócio do grupo, e também seu calcanhar de Aquiles. Estratégias inadequadas de suprimento e precificação no passado começaram a distanciar a Ipiranga de suas principais concorrentes, Vibra (antiga BR Distribuidora) e Raízen (Cosan e Shell), em termos de margens. A pandemia de covid-19, que derrubou a demanda de combustíveis, ampliou esse descolamento. A trajetória de recuperação já começou e a visão do grupo é que essa diferença de rentabilidade será fechada até o fim do ano. Para analistas que acompanham o grupo, esse trabalho pode levar mais tempo e entrar em 2023. O executivo também reconhece que é preciso lidar com a ansiedade natural dos investidores pela tão esperada guinada do grupo. eldquo;Há muitos questionamentos sobre qual oportunidade vai acontecer. Refinaria não é objeto de desejo, mas uma oportunidadeerdquo;, comentou. eldquo;É preciso separar os acionistas em duas categorias: os que pensam mais a curto prazo (investidores de bolsa) e os de longo prazo (do bloco de controle)erdquo;, afirmou. Segundo ele, os acionistas do bloco de controle da companhia querem qualidade operacional, apoiam expansão inorgânica e têm um certo conservadorismo. Para ele, o fundo Pátria, que também é sócio da companhia e está no bloco de controle, está no meio do caminho. eldquo;Buscam eficiência operacional, mas (apoiam) projetos que criem valorerdquo;, afirmou. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Novo conselho eleito da estatal terá pouca diversidade

Em meio às reviravoltas nas trocas da alta direção da Petrobras, o novo conselho de administração da companhia estatal provavelmente será um grupo pouco diverso, formado, em sua maioria, por advogados ou engenheiros. Entre os indicados pela União há apenas uma mulher, Ieda Cagni, que, se eleita, se juntará à representante dos empregados Rosangela Torres. Tradicionalmente, os dois pilares para a formação de conselhos são as áreas financeira e legal, lembra o conselheiro independente e especialista em governança corporativa, Geraldo Affonso Ferreira. Mas tem sido cada vez maior a necessidade de eldquo;representatividade dos stakeholderserdquo; [partes interessadas] para considerar todo o ecossistema ligado à companhia, como funcionários, fornecedores, clientes. eldquo;Montar um conselho formado de representantes dos acionistas é uma composição atrasada. Há erro do Estado e também dos acionistas relevantes, para preservar interesseserdquo;, diz Ferreira. Na lista de indicados para o colegiado da Petrobras há quatro advogados, três deles apontados pelo controlador: Gileno Barreto, Edison Garcia e Iêda Cagni, que é procuradora da Fazenda Nacional e advogada. Ao grupo com formação jurídica, junta-se Marcelo Gasparino, nome dos minoritários, que também indicaram o banqueiro Juca Abdalla. Já Marcio Webere Ruy Schneider são engenheiros. O currículo de todos é extenso, seja com experiência na própria Petrobras - caso de Weber, que foi funcionário da empresa por 16 anos - no mercado de capitais ou na administração e conselho de empresas. Entre os dois nomes considerados inelegíveis pelo comitê de elegibilidade da petroleira, Jônathas de Castro é graduado em projeto financeiro aplicado ao setor logístico e Ricardo Alencar é advogado. De forma geral, advogados, engenheiros ou financistas, que são os profissionais mais tradicionais de conselhos, têm visões voltadas para gestão de riscos e controles internos. E as empresas precisam ir além destes temas, defende a especialista em reputação e comunicação, Simone Monteiro. eldquo;É necessário que as companhias intensifiquem a busca por mais diversidade e complementaridade nos conselhos de administração. Para essa diversidade ser efetiva, é necessário incluir olhares variados e gabaritados dentro dos conselhoserdquo;, afirma. O investidor de longo prazo, por exemplo, está atento às questões reputacionais. eldquo;Quando a crise se instala, não dá tempo de construir uma imagem. É melhor se preparar antes nas discussões, diz Monteiro. O ex-presidente da Previ e do Picpay, Gueitiro Genso, defende uma profissionalização da chamada eldquo;matriz de competênciaserdquo; nas companhias abertas. Por meio desse modelo, os conselhos podem construir uma governança para os eldquo;boardserdquo;. O objetivo é que o conselho atual reflita sobre as necessidades futuras da empresa. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Bolsonaro diz que desoneração no Orçamento de 2023 incluirá gás e pode alcançar querosene de avião

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quarta-feira (17), que vai estender a desoneração de impostos federais ao gás de cozinha. Bolsonaro afirmou ainda que "pediu" para zerar querosene de aviação, mas que a equipe econômica avaliará. "Hoje tive conversa com parte da equipe econômica de Paulo Guedes sobre PLOA [Projeto de Lei Orçamentária Anual], nosso Orçamento, para o ano que vem. Garantimos continuar com zero imposto federal na gasolina, no diesel e no gás de cozinha", disse. "Pedi pro pessoal zerar agora querosene de aviação", completou. Depois, a jornalistas, ele esclareceu que o caso ainda está sob estudo. "Tá vendo o impacto, né? Por que realmente está lá em cima e isso prejudica o turismo e realmente o movimento de passageiros no Brasil." As declarações foram dadas a uma plateia de prefeitos, em um evento de campanha em Brasília. Como mostrou a Folha, o governo vai enviar a proposta de Orçamento de 2023 prevendo a manutenção da desoneração de tributos federais sobre combustíveis, a um custo aproximado de R$ 50 bilhões, segundo fontes do governo. Técnicos do governo falavam que a medida chegava à gasolina e ao diesel. Não haverá na peça orçamentária reserva de recursos para garantir a continuidade do adicional de R$ 200 para o Auxílio Brasil. A manutenção do benefício mínimo de R$ 600 tem sido sinalizada tanto por Bolsonaro quanto pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto. Aos prefeitos, nesta quarta, Bolsonaro também voltou a prometer que o Auxílio Brasil de R$ 600 passará a ser permanente. Segundo disse, isso ocorreria por meio de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) depois das eleições. "O auxílio está acertado. Será sacramentado após as eleições com proposta de emenda à Constituição, que eu tenho certeza que o Parlamento vai apoiar novamente", afirmou a jornalistas.

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Diretor da ANP contraria área técnica e tenta liberar gasoduto da Comgás

Os maiores operadores de gasodutos do país decidiram ir à Justiça para tentar suspender negociações para liberar a operação do Gasoduto Subida da Serra, da Comgás, distribuidora que abastece a região metropolitana de São Paulo. As negociações foram abertas pelo diretor da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) Fernando Moura, contrariando pareceres técnicos da agência contrários ao modelo de construção do gasoduto. Para o setor, a proposta de Moura atropela decisões da diretoria anterior do órgão regulador, que aprovou em janeiro pedido à AGU (Advocacia Geral da União) para ação no STF (Supremo Tribunal Federal) decreto do governo de São Paulo que sustenta o projeto. O alvo da disputa é o Gasoduto Subida da Serra, que ligará um terminal de importação de gás natural no litoral paulista à região metropolitana da capital. A partir dele, a Compass poderá importar o combustível e vendê-lo diretamente a sua controlada Comgás. O projeto é conhecido como "ilha do gás", pelo potencial de desconectar São Paulo do resto da malha brasileira de gasodutos e está ancorado em decreto do ex-governador João Doria, que classificou o duto como um ativo da Comgás e não de transporte de gás. A Lei do Gás proíbe que um mesmo grupo econômico atue nos segmentos de transporte e distribuição do combustível, com o objetivo de evitar verticalização no setor. Sem o decreto, portanto, nem Comgás nem Compass poderiam fazer o investimento. O arranjo atual é defendido pela Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) mas criticado por associações de grandes consumidores de gás, ANP e pela Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Economia). Para a secretaria do Ministério da Economia, o arranjo atual, que inclui o gasoduto e a renovação da concessão da Comgás, prejudica todos os outros consumidores de gás do país, que terão que ratear os custos da infraestrutura de gasodutos sem ajuda dos consumidores de São Paulo. "Nosso posicionamento sempre foi contra, não só pelas questões técnicas do gasoduto mas principalmente pelos seus efeitos deletérios para o mercado de gás nacional", diz Adrianno Lorenzon, diretor de Gás Natural da Abrace (Associação Brasileira dos Consumidores de Energia). Ao aprovar o recurso ao STF contra decretos estaduais que avancem sobre sua competência, em janeiro, o diretor-geral da agência, Rodolfo Saboia, destacou "a importância dessa iniciativa para que seja obtida a necessária segurança jurídica, que é fator essencial para a atração de investimentos ao setor". Em ofício do dia 20 de junho, porém, Moura defendeu a reabertura de negociações com a Comgás. Ele propõe a manutenção da classificação de Doria desde que a Comgás opere o duto com algumas limitações, tanto de volume transportado quanto de conexões com outras tubulações. O diretor da ANP alega que parecer anterior da ANP "ressalta a existência de elementos de conveniência e oportunidade envolvidos no caso, e indica a possibilidade da busca de conciliação ou mediação". Eventual acordo, diz, deve passar por audiência pública antes de ser homologado. Sem experiência prévia no setor de petróleo, Moura era secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente quando foi indicado pelo governo a dirigir a ANP. Antes, passou pela Secretaria-Geral da Presidência da República e pelo Ministério da Cidadania, acompanhando Onyx Lorenzoni, apoiador de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro e hoje candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PL. Na ação, as proprietárias de gasodutos dizem que a proposta de negociação, "além de conter vícios insanáveis de legalidade, contraria, sem motivação, todas as decisões proferidas nos autos do respectivo processo administrativo". Reclamam também que, "mesmo tendo sido intimada acerca da ilegalidade do projeto, a Comgás jamais cessou as obras", o que demandaria ação célere da agência para resolver o impasse. Procurada, a ANP ainda não respondeu ao pedido de entrevista. A Compass disse que não vai comentar o assunto.

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