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Petrobras irá absorver oscilações sem repassar preços imediatamente ao consumidor, diz Prates

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, deu mais detalhes sobre a nova estratégia de política de preços da estatal na tarde desta quarta-feira, 17. Segundo ele, os preços praticados vão estar dentro de um intervalo entre dois limitadores: o custo para o cliente e a vantagem econômica para a companhia. Prates disse que a nova estratégia de preços vai permitir que a estatal consiga reter parte da volatilidade do mercado, sem que os valores sejam repassados aos consumidores de forma imediata. Ele reforçou que a companhia continuará a utilizar os preços internacionais como referência, mas haverá maior flexibilidade para a companhia negociar valores que considere mais competitivos para os combustíveis. eldquo;Os importadores e as refinarias privadas serão obrigadas a concorrer com um player brasileiro, que possui refinarias no País e sabem utilizar a logística de forma cooperativa, e não de forma competitiva e predatória entre si. A Petrobras tem a melhor estrutura e foi construída com foco em oferecer a melhor alternativa para o cliente final. Essa é a nova política, a melhor alternativa para o clienteerdquo;, afirmou Prates em entrevista para a Globo News. Referência internacional Prates afirmou que, nas situações em que os preços do mercado internacional se consolidarem mais altos, a estatal vai repassar os valores. Ele mencionou ainda que a nova estratégia é transparente a despeito de críticas de setores do mercado que se queixaram de critérios pouco claros adotados pela companhia. eldquo;A diferença com esse novo modelo é que será permitido, em caso de uma oscilação de dois dias, que a Petrobras possa absorver mudanças tanto se os preços forem para cima, quanto para baixo. Para a economia brasileira e o cidadão brasileiro, haverá uma não volatilidade, diferente do que tivemos no ano inaugural da paridade de preços de importaçãoerdquo;, disse.

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Preço do diesel da Petrobras fica R$ 0,14 abaixo da paridade de importação após corte

Após a redução de preços anunciada nesta terça (17), o litro do diesel nas refinarias da Petrobras está R$ 0,14 mais barato do que a paridade de importação, conceito que simula quanto custaria para importar o produto. A estatal anunciou que deixará de seguir o indicador em sua nova política de preços, que passará a olhar mais para o mercado local, considerando a competição pelos clientes e o custo de oportunidade de venda dos produtos. A intensidade da redução anunciada pela companhia, de R$ 0,44 por litro, já reflete a nova política, questionada por concorrentes diante da ausência de referência que permita projetar o comportamento futuro dos preços no país. Na média nacional, segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem no preço do diesel é de R$ 0,12 por litro. A entidade avalia que a elevada diferença entre o preço interno e a paridade de importação fechou uma janela de oportunidade para importações privadas do combustível. No caso da gasolina, embora o corte tenha sido de R$ 0,40 por litro, o preço nas refinarias da Petrobras está praticamente alinhado ao mercado internacional, situando-se apenas R$ 0,02 por litro abaixo da paridade de importação. Na média nacional, a diferença é de R$ 0,01 por litro. O conceito de paridade de importação foi inserido na estratégia comercial da Petrobras durante o governo Michel Temer (MDB), com o objetivo de criar uma referência para os preços dos combustíveis no país. Por um lado, tentava blindar a estatal de interferências políticas, como a que gerou prejuízos bilionários após o longo período de represamento de preços no fim do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Por outro, tinha também como objetivo fomentar a abertura do mercado brasileiro de combustíveis, incentivando importações privadas e a chegada de novos agentes ao setor para, posteriormente, reduzir a participação da Petrobras no setor de refino. Conhecido como PPI, o preço de paridade de importação passou a ser alvo de críticas com a escalada dos valores cobrados pelos combustíveis, que culminou com a greve dos caminhoneiros que paralisou o país por duas semanas em 2018. Em 2022, com os preços internos atingindo recordes após o início da guerra na Ucrânia, voltou à mira tanto da oposição quanto do governo. O fim do PPI era promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sob o argumento de que o Brasil é autossuficiente em petróleo e, por isso, não precisa cobrar preços internacionais sobre os combustíveis. Para o setor, porém, a falta de uma referência de preços pode gerar impactos negativos na concorrência, reduzindo importações e beneficiando as maiores distribuidoras, e permitir novas ingerências políticas na gestão da estatal.

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Petrobras adiou corte maior no combustível à espera de alta nos impostos, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a Petrobras não baixou tudo o que podia do preço dos combustíveis para "guardar gordura" para quando acabar a desoneração no preço da gasolina e do diesel feita ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). "O aumento previsto para 1º de julho vai ser absorvido pela queda de preço que foi deixado para esse dia. Não baixamos tudo que podíamos, justamente esperando 1º de julho. Como vai acontecer com diesel no fim do ano", disse o ministro em audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta (17). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escalonou a reoneração tributária nos combustíveis em março deste ano através de uma MP (Medida Provisória). A alíquota cheia voltará a valer no começo do segundo semestre para a gasolina e no fim do ano para o diesel. Para evitar uma alta nos preços dos derivados de petróleo emdash;e, por consequência, um impacto negativo na inflaçãoemdash;, a Petrobras, conforme disse o ministro da Fazenda, guardou espaço para reduções dos preços dos seus produtos para quando os impostos subirem. Essa queda no preço anunciada pela estatal foi possível graças à queda do dólar e do petróleo, apontou o ministro. Ele criticou a forma como isso foi feito por Bolsonaro no ano passado, que incluiu, além de desonerações federais, uma redução do ICMS cobrado pelos estados sobre os produtos. "Na mudança de preços da Petrobras, como dólar caiu, petróleo caiu, você consegue acomodar isso sem pressão inflacionária, ajudando no combate à inflação sem desorganizar as finanças dos governadores", disse. A Petrobras anunciou nesta terça (16) o fim da política de paridade de preços internacionais. Na sequência ,reduziu o preço da gasolina nas refinarias da estatal em 12,6%, ou R$ 0,40 por litro. O preço do diesel foi reduzido em 12,8%, ou R$ 0,44 por litro. Já o preço do gás de cozinha caiu 21,3%, ou R$ 8,97 por botijão de 13 quilos. Haddad falou por quase cinco horas na Câmara. Em resposta aos questionamentos de parlamentares, defendeu a gestão de Lula, atacou Bolsonaro e disse ver espaço para a redução de juros. Ele também defendeu o projeto do arcabouço fiscal dizendo que o crescimento da economia do país não virá através de impulso no gasto do governo, mas sim a partir da estabilização da dívida e da redução da inflação. A expectativa de Haddad é de que a urgência do projeto seja aprovada hoje e o texto em si na próxima semana.

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Postos de combustíveis reduzem preço da gasolina em até R$ 0,40

Um dia após a Petrobras anunciar reduções nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha e mudanças em sua política de preços, postos de combustíveis começaram a reduzir o valor cobrado nas bombas. Mas a diminuição não foi tão rápida quanto a verificada em momentos de reajustes de preços. A maior redução encontrada pela reportagem nesta quarta (17) na capital paulista foi de R$ 0,40 no litro da gasolina em um posto da rede Shell na rua da Consolação. O litro do combustível comum era vendido a R$ 4,99, mesmo patamar da gasolina aditivada, que viu seu preço recuar R$ 0,60. Já o litro Diesel S-10 estava sendo vendido a R$ 5,99, depois de passar por uma redução de R$ 0,50. Segundo o gerente do posto, Arlindo Alves, os preços não eram alterados há cerca de duas semanas. O preço da gasolina nas refinarias da estatal caiu 12,6%, ou R$ 0,40 por litro. O preço do diesel foi reduzido em 12,8%, ou R$ 0,44 por litro. Já o preço do gás de cozinha diminuiu 21,3%, ou R$ 8,97 por botijão de 13 quilos. Os novos valores entraram em vigor nesta terça (16) e já refletem a nova política de preços, que abandonou o conceito de paridade de importação, que simula quanto custaria para importar os produtos. O repasse para o consumidor, porém, depende de políticas comerciais de distribuidoras e postos. No caso da gasolina, parte do ganho será compensado pelo aumento do ICMS, no início de junho. Na região metropolitana de Porto Alegre (RS), às margens da BR-116, onde costumam ser praticados os menores preços, os postos mais em conta vendiam a gasolina entre R$ 4,79 e R$ 4,99. Segundo João Carlos Dalersquo;Aqua, presidente do Sulpetro (Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do RS), a adaptação dos preços à nova política da Petrobras dependerá ainda dos estoques das distribuidoras nos próximos dias. Para Dalersquo;Aqua, a queda pode ou não ser percebida no Rio Grande do Sul ou ocorrer por um período muito curto, pois a partir de junho passa a vigorar a alíquota única de R$ 1,22 de ICMS. No RS, atualmente, o imposto corresponde a cerca de R$ 0,95 do preço do litro de gasolina. Em bairros centrais de Curitiba (PR), postos de combustíveis chegaram a exibir reduções de R$ 0,20 a R$ 0,30 no preço da gasolina comum. Em um posto localizado em uma das principais vias do bairro Rebouças, o preço cobrado pelo litro caiu de R$ 5,79 para R$ 5,49. No posto de uma grande avenida do bairro Mercês, a mudança foi de R$ 5,49 para R$ 5,29. Outros postos do mesmo bairro registraram queda de R$ 0,20. O Paranapetro (Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná) informou que não faz pesquisas de preço, mas, em nota, disse que "a velocidade e dimensão do repasse depende principalmente da política de preços das distribuidoras", já que os postos de combustíveis não podem comprar diretamente das refinarias. "Em situações anteriores, de forma geral as distribuidoras repassaram as baixas aos postos de maneira escalonada. Por outro lado, nas altas, as distribuidoras costumam repassar para os postos com grande agilidade", afirmou o comunicado do sindicato. Procurado, o Procon disse que prepara medidas de fiscalização. O governo do Paraná mantém um aplicativo chamado "Menor Preço", ligado ao programa Nota Paraná, que promete atualizar em tempo real os valores praticados em alguns estabelecimentos. A ferramenta é atualizada sempre que uma nova venda é efetivada. Em Belo Horizonte, os postos iniciaram nesta quarta(17) redução no preço dos combustíveis praticados na cidade. Na Savassi, região centro-sul da capital, o preço praticado em um dos postos mais movimentados da região era de R$ 5,19, ante R$ 5,29 antes da redução. O Minaspetro, sindicato dos postos de combustível no estado, diz que não faz levantamento de preços e que defende o modelo anterior de reajuste. "Desde que a política de preços da Petrobras foi adotada em 2016, que balizou os valores da gasolina e do diesel com o mercado internacional, o Minaspetro se posicionou favorável à estratégia, tendo em vista que o PPI [preço de paridade de importação] proporciona maior previsibilidade ao mercado e coloca a estatal mais competitiva e alinhada com as boas práticas internacionais de gestão", diz o sindicato. A entidade afirma avaliar com receio a nova política de preços anunciada pela empresa. "Inicialmente, os preços dos combustíveis podem, de fato, cair, mas a influência política nos valores de um produto que possui variáveis geradas por uma complexa indústria pode ser arriscada do ponto de vista gerencial para a estatal e tira a previsibilidade dos empresários varejistas e de outros elos do mercado", afirma a entidade. Senacon recomenda monitoramento de preços A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) emitiu um ofício aos Procons estaduais e municipais de todo o país nesta terça para pedir um monitoramento do preço dos combustíveis em todas as regiões do país. Segundo o órgão, o acompanhamento serve para garantir que a redução anunciada pela Petrobras chegue ao consumidor final. O Procon-SP disse, em nota, que no Brasil não existe controle ou tabelamento de preços, inclusive de combustíveis, e por isso recomenda que os consumidores monitorem os valores médios praticados.

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Nova política de preços pode gerar risco de crédito para a Petrobras, diz Moody's

Incertezas sobre a nova política comercial da Petrobras podem gerar risco de crédito à estatal, segundo analistas da agência de classificação de risco Moodye#39;s. A avaliação é que, sem uma fórmula definida, a empresa pode ser levada a perdas por represamento de preços do mercado interno. Entre analistas do mercado financeiro, uma das grandes preocupações após a divulgação da nova estratégia comercial é a possibilidade de a estatal ter que assumir importações com prejuízo em momentos de alta das cotações internacionais do petróleo. "A nova política é negativa para o crédito da Petrobras porque adiciona incerteza à continuidade das práticas de paridade de importação, o que pode levar a perdas se a Petrobras não repassar volatilidades das cotações internacionais do petróleo aos preços domésticos dos combustíveis", diz a Moodye#39;s. O relatório da agência diz não acreditar, neste momento, que a Petrobras se desviará significativamente das cotações internacionais, já que o mercado deve se manter pressionado, mas ainda abaixo do patamar atingido após o início da guerra na Ucrânia. "Contudo, se variáveis macroeconômicas como a taxa de câmbio ou a cotação do petróleo estiverem estressadas, a Petrobras pode segurar aumentos de preços e ter perdas", afirma, lembrando que a nova estratégia comercial da estatal não definiu uma fórmula de reajustes. A preocupação é a mesma de analistas que cobrem a estatal, segundo relatórios divulgados após teleconferência com o diretor financeiro da companhia, Sergio Caetano Leite, sobre as mudanças na política de preços. Leite reforçou aos analistas que a companhia seguirá vendendo produtos com margem de lucro, em algum patamar entre a paridade de importação e o custo de produção, segundo relataram analistas do UBS BB. Em geral, os participantes do encontro afirmam que a política, porém, será testada de verdade em cenário de alta das cotações internacionais ou de desvalorização abrupta do real frente ao dólar. Para o UBS BB, a nova política tem menos "freios e contrapesos" para forçar a empresa a elevar os preços em um cenário de disparada do petróleo e deterioração da taxa de câmbio, como ocorreu em 2022, por exemplo. "Isso pode ser visto de forma negativa pelo mercado e pode pressionar as margens", diz o banco. "Além disso, se o petróleo dispara e a Petrobras se mantém estruturalmente abaixo da paridade, a companhia pode ter que importar para garantir o abastecimento do mercado. "Mesma visão tem o analista Daniel Cobucci, do BB Investimentos. "Caso os preços se descolem demais da referência internacional, existe risco de desabastecimento ou de prejuízo pela Petrobras na importação", escreveu. Os importadores privados consideram que a janela para importação de diesel se fechou após o corte de R$ 0,44 por litro anunciado pela estatal na terça-feira (17). De acordo com a Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis), o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras está R$ 0,12 por litro abaixo da paridade de importação. Nos pontos de entrega da Petrobras, a diferença é maior, de R$ 0,14 por litro. Cerca de 25% do mercado brasileiro de diesel é abastecido com produto importado.

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Distribuidoras que devem ser as "vencedoras" com a nova política preços da Petrobras

Enquanto há debates sobre se a nova política de preços da Petrobras (PETR3;PETR4) é positiva ou negativa para a estatal (ou apenas se a mudança é menos negativa do que o esperado), analistas destacam que o que se sabe até agora sobre os novos parâmetros para decidir os valores de gasolina e de diesel serão positivos para um setor: o de distribuição de combustíveis. Neste segmento, destaque para os grandes, como os listados em Bolsa, no caso Raízen (RAIZ4), Ultrapar (UGPA3) e Vibra (VBBR3), esta última valendo destacar que está a voltas com os rumores de que a Petrobras quer recomprá-la, o que também pode impactar as ações. A nova estratégia comercial utilizará referências de mercado como: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação; e o valor marginal para a Petrobras. O custo alternativo do cliente considera como principal alternativas de fornecimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou substitutos. Já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade, dadas as diversas alternativas para a empresa, como produção, importação e exportação do produto e/ou dos óleos utilizados no processo de refino. Os reajustes continuarão a serem feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da variação cíclica da volatilidade dos preços internacionais e da taxa de câmbio, aponta o BBA. A nova política tem como um dos objetivos reduzir a volatilidade dos preços de combustíveis aos consumidores. Ela tentará atingir isso por meio de um equilíbrio entre alternativas para clientes no mercado, limitadas àquelas que sejam financeiramente viáveis para o negócio da Petrobras. Mas isso não significa que os preços não serão mais reajustados de acordo com o sobe e desce do petróleo nos mercados internacionais. E sim, que esses passarão a ser feitos sem uma periodicidade predefinida, destaca a Rico Investimentos. Pontos positivos para o setor Assim como destacado acima, os novos preços de gasolina e diesel serão formados levando em consideração o custo do cliente, valorizando a perspectiva dos compradores de longa data ou que adquirem um volume maior, o que pode ser positivo para distribuidores, como Ultrapar, Raízen e Vibra, que podem ter acesso a valores mais competitivos. Além disso, durante teleconferência com analistas, ao falar sobre a estratégia da estatal para ganhar mercado, o CFO da estatal, Sergio Leite, esclareceu que a Petrobras não vai poder diferenciar preços na mesma região devido à regulamentação da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). No entanto, outros aspectos da oferta comercial total podem ser melhor explorados do que são atualmente, como condições de pagamento, prazo de entrega e quantidade disponibilizada. eldquo;Isso, combinado com nossa visão de que o país terá menos importações de players independentes, pode ser marginalmente positivo para os principais distribuidores do paíserdquo;, avalia a XP. O Bradesco BBI também destaca que as distribuidoras podem ser vencedoras neste cenário. Em primeiro lugar, uma volatilidade de preço muito menor implica em menores flutuações de estoque, menores perdas de hedge e maior volatilidade de margem. Além disso, os players maiores provavelmente podem ter condições de pagamento diferenciadas, o que deve contribuir para o capital de giro e a desalavancagem. O nome preferencial no setor de distribuição de combustíveis do BBI é a Vibra, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 24. Por outro lado, o Credit Suisse faz uma ponderação, apontando que pode haver um ponto negativo para elas se a Petrobras priorizar a mitigação da volatilidade dos preços, já que eldquo;abriria espaço para importações oportunistas em tempo de queda dos preços internacionais, o que seria negativo para as distribuidoras de combustíveis de marcas maioreserdquo;. Levando isso em conta, os analistas do banco suíço apontam que períodos curtos, mas frequentes, de preço doméstico mais alto são prejudiciais para os distribuidores listados, especialmente em comparação com as importações russas, uma vez que Vibra (detentora da marca BR), Raízen (Shell) se abstiveram dessa fonte de combustíveis. O Credit também aponta que o anúncio da nova política pode inicialmente aumentar o risco de importação de combustíveis para o Brasil, já que a nova estratégia comercial ainda passará por testes. eldquo;Essa percepção de risco, juntamente com as reduções significativas de preços anunciadas na véspera, devem limitar muito a atratividade das importações russas, e melhorar a competitividade das três distribuidores de combustíveis listadas na Bolsa, (Vibra, Ultrapar e Raízen), que obtêm a maior parte de seu abastecimento de refinarias locaiserdquo;, apontam. Os distribuidores sem marca têm menos incentivos a incorrer nos riscos relacionados à importação de combustíveis, deixando as três empresas do setor em uma boa posição para capturar parte desse mercado, já que a maior parte da indústria voltará a comprar o máximo que puder de Petrobras. eldquo;A estrutura de custos dos postos de gasolina consiste principalmente em custos fixos (energia, imóveis, mão de obra), portanto vendas menores significam forte desalavancagem operacional. Com potencialmente menos importações no mercado, isso significa que garantir o abastecimento de combustível internamente para diluir uma parcela maior dos custos fixos será essencial. Portanto, o fato de os três principais players provavelmente conseguirem obter combustível em melhores condições também aumentará o valor de suas marcaserdquo;, destacou o BTG Pactual sobre o setor. Cabe ressaltar que, em relatório do início do ano, o BTG havia apontado que eldquo;o setor de distribuiçãoerdquo; está preparado para anos melhores e que poderia se beneficiar relativamente de uma política mais intervencionista do governo no mercado de petróleo, como aconteceu entre 2013 e 2017, anos classificados pelos analistas como a eldquo;era de ouroerdquo; para o setor de distribuição. O início da última década ofereceu aos incumbentes da distribuição de combustível vantagens competitivas muito relevantes que lhes permitiram surfar altos retornos, apontou o banco. Foram elas: (i) abastecimento seguro e estável de combustível da Petrobras, com ofertas limitadas de fontes alternativas, como importações; (ii) concentração de mercado com mais de 70% de market share e infraestrutura que colocam grandes players em posição favorável em termos de escala; (iii) maior valor da marca; e (iv) uma demanda crescente de combustíveis que limitava a disputa por participação de mercado. eldquo;Mesmo a Vibra, então estatal [então BR Distribuidora], apresentou ROIC [Retorno sobre o Capital Investido] médio antes dos impostos de 17% no períodoerdquo;, apontou. Assim, apesar de ainda muitas incertezas no cenário, os analistas destacaram que a história poderia trazer de volta alguns dos diferenciais setoriais de 2013-2017 que suportaram os retornos dos grandes operadores do setor.

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