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Crise na Americanas: Saiba quais os ativos da varejista podem ser negociados em meio à crise

A Americanas precisará se desfazer de alguns de seus ativos na tentativa de levantar recursos para cobrir o rombo deixado pelas inconsistências contábeis encontradas no balanço da companhia. Essa é a avaliação de analistas do varejo. Entre os itens que podem ser colocados na mesa de negociações e que gerariam interesse por outros players de mercado estão as redes Hortifruti e Natural da Terra, adquiridas pela Americanas em 2021, e a fatia que a varejista possui na Vem Conveniência, uma joint venture com a Vibra, antiga BR Distribuidora. No entanto, mesmo que sejam concretizadas, as vendas dessas operações não seriam o bastante para levantar o montante necessário pela empresa. Em seu pedido cautelar apresentado à Justiça, a varejista apresenta dívidas no valor de R$ 40 bilhões. Sendo assim, as vendas por parte da Americanas seriam um movimento obrigatório em um tripé também composto pela capitalização e pela renegociação de dívidas com credores. emdash; Por mais que os acionistas de referência façam um aporte, e eles precisam fazer esse aporte, acredito que a Americanas está traçando um plano para fazer o desinvestimento de ativos, a fim de conseguir liquidez para honrar o pagamento com seus credores e continuar sua operação daqui para frente emdash; destaca Iago Souza, analista de varejo e tecnologia da Genial Investimentos. Victoria Minatto, analista de varejo da Eleven, considera eldquo;primordialerdquo; a venda de ativos, mesmo que o montante levantado não seja suficiente para resolver o problema de caixa da empresa. emdash; É um caminho que eles precisam seguir, mas não será essa a salvação do fluxo de caixa da companhia. Valor pode ser menor Souza, da Genial, destaca, entre os ativos da Americanas, a Ame Digital, as redes Hortifruti e Natural da Terra e a participação na Vem Conveniência. emdash; O Hortifruti tem mais de 70 lojas, e a Vem, mais de 1.200. São atraentes para o mercado e têm uma oportunidade de crescimento. Ele destaca que, entre os interessados, podem estar empresas que não necessariamente são rivais diretas da Americanas, como outras varejistas expostas ao e-commerce. O analista lembra que a compra das redes Hortifruti e Natural da Terra envolveu disputa com outros interessados, como o Grupo Oba. Victoria compartilha da visão de que esses ativos seriam os trunfos que a Americanas poderia usar. Ela calcula que a empresa conseguiria pouco mais de R$ 2 bilhões com a venda das operações da Vem e das redes Hortifruti e Natural da Terra. emdash; Teria demanda no mercado, tanto de um fundo de private equity como de algum competidor buscando consolidação. Mas provavelmente seria vendido num valor menor do que a Americanas adquiriu. Na mesma linha, segue a casa de análise Levante: eldquo;A venda de tais ativos, caso ocorra, seria apenas parte pequena da solução do problema, considerando o tamanho do ajuste que a companhia terá que fazer, visto que as inconsistências contábeis totalizam R$ 20 bilhões e o valor das dívidas citado no pedido de tutela cautelar é de R$ 40 bilhõeserdquo;, destacam, em relatório, os especialistas da Levante. Souza ressalta que a empresa se encontra pressionada para levantar capital, o que não é positivo para realizar o processo de desinvestimento: emdash; Impacta, no sentido, de que ela precisa de velocidade. A oferta pode ser menor, e ela não vai ter tanto poder de barganha. Em relatório, a XP calcula que a empresa possa precisar levantar entre R$ 12 bilhões e R$ 21 bilhões em um processo de capitalização, por meio da oferta de ações. O analista da Genial também avalia que o valor precisa ser superior aos R$ 10 bilhões. emdash; A capitalização vai ter que seguir e terá que ser um número superior a R$ 10 bilhões para equalizar esse balanço emdash; disse Souza.

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A energia limpa na agenda de Fernando Haddad em Davos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem aproveitado o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, esta semana, para transmitir uma mensagem de compromisso do governo Lula com o equilíbrio fiscal e ambiental. E, nesse sentido, tem reforçado junto a interlocutores, em sua agenda oficial, o interesse em captar investimentos externos para a agenda da reindustrialização a partir da economia verde. Haddad vê o Brasil com vantagens competitivas nas indústrias de etanol, hidrogênio verde e automotiva, no desenvolvimento de tecnologias de motores híbridos, por exemplo. Um dos encontros desta terça (17/1) foi com o ministro do Investimento da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih emdash; ex-presidente da Saudi Aramco, a maior petroleira do mundo. Segundo Haddad, o governo saudita tem interesse em investir no Brasil, sobretudo em Parcerias Público-Privadas e concessões na área de infraestrutura. eldquo;Eles têm fundos de investimentos e estão atentos a todos os editais de parcerias que o governo brasileiro, estados e municípios vão lançar no próximo período. Isso é bom porque é um volume de recursos disponível para investimento muito importanteerdquo;, disse Haddad à imprensa, em Davos. Fundo saudita mira transição energética Haddad se aproxima, assim, de uma Arábia Saudita que mira, cada vez mais, oportunidades no mercado de energias renováveis. Presidido pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o fundo soberano saudita PIF emdash; do inglês Public Investment Fund emdash; é um dos motores das reformas que visam diversificar a economia saudita para além do petróleo. O fundo anunciou em 2019, durante visita do então presidente Jair Bolsonaro ao país árabe, a intenção de investir até US$ 10 bilhões no Brasil. Até agora, contudo, o fundo fez poucos movimentos concretos no país: por meio de sua subsidiária Halal Products Development Company, fechou um acordo com a brasileira BRF, para criação de uma joint venture na indústria de frangos de abate; e entrou em dois fundos de private equity da Pátria Investimentos. Os sauditas também mantiveram conversas com o governo Bolsonaro sobre oportunidades nos setores de ferrovias e saneamento, dentre outros projetos de infraestrutura. Um dos movimentos globais mais recentes do fundo, na área de renováveis, foi a aquisição de 9,5% da Skyborn emdash; que atua no setor de energia eólica offshore. O fundo também tem investimentos em projetos de energia solar com a ACWA Power e parcerias para desenvolvimento de veículos elétricos com a E1, Lucid Motors e Ceer. Financiamento do BID para renováveis Na segunda (16/1), Haddad esteve reunido com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn emdash; que se colocou à disposição para financiamentos no país, em especial em projetos de energia solar, eólica e hidrogênio verde. eldquo;O Brasil está atrás de financiamento para produzir energia limpa e renovável e o BID se colocou à disposição para issoerdquo;, comentou Haddad após o encontro. eldquo;Se o Brasil tomar as providências que precisa, e isso precisa vir dos três poderes, como o novo arcabouço fiscal e reforma tributária no primeiro semestre, a democratização do acesso ao crédito, as parcerias público-privadas, não tem porque o Brasil não decolarerdquo;, concluiu o ministro. Nesta terça, Haddad se encontrou também com o presidente da consultoria Eurasia, Ian Bremmer, para conversas sobre oportunidades de reindustrialização do país, com destaque para a indústria automobilística e energia. eldquo;Recebi insumos sobre com quem dialogar tanto no governo americano quanto no mundo asiático, para que, à América Latina, seja reservada uma parte da indústria do mundo e em que setores nós podemos nos reindustrializarerdquo;, disse Haddad, após a reunião. eldquo;A questão da indústria automobilística de última geração, a questão do motor híbrido, do hidrogênio verde, a questão do etanol emdash; que pode se servir de eixo para reindustrializar o país emdash; e mesmo a questão do agronegócio, se tiverem o alcance de perceber que eles também dependem de insumos industriais, nós temos aí uma oportunidade de reindustrializar o paíserdquo;, completou o ministro. A conversa com Bremmer também passou por questões geopolíticas: relações do Brasil diante do contexto de guerra comercial entre Estados Unidos e China e a guerra na Ucrânia. Já no encontro com Lord Malloch Brown e Alexander Soros (da Open Society), a pauta se concentrou na agenda ambiental e democrática. eldquo;Foram três reuniões com objetivo de recolher informações sobre como o Brasil pode se colocar para atrair investidores e retomar o crescimentoerdquo;, avaliou o ministro. Gás Natural na agenda de Alckmin Conforme relatado pelo portal Metrópoles, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, sinalizou, em encontro com representantes do setor químico, na semana passada, que está interessado em ampliar a capacidade brasileira de produzir gás natural. O tema é visto como uma questão emergencial pelo setor emdash; que defende o Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert), para desoneração do gás consumido pelas fábricas de fertilizantes. A matéria tramita na Câmara, mas nunca foi colocada para votação. Em seu discurso de posse, contudo, Lula tocou em políticas industriais. Criticou, nesse ponto, a dependência externa de fertilizantes.

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Vendas de diesel tiveram crescimento de 2,4% em novembro

O mercado nacional de óleo diesel está no caminho para cravar um novo recorde. Os dados mais recentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostram 5,23 milhões de m³ do derivado foram comercializados ao longo do penúltimo mês de 2022. Esse resultado representa uma alta de 2,4% sobre os números do ano anterior. Na ponta do lápis, as distribuidoras movimentaram cerca de 122,6 mil m³ mais diesel do que em novembro de 2021. Com isso, a conta anual subiu para perto de 58,2 milhões de m³, deixando o mercado às vésperas de um novo recorde anual. Quase recorde No ano passado o Brasil demandou um total de 62,1 milhões de m³ de diesel e colocou endash; em definitivo endash; uma pedra sobre a crise que atingiu o mercado no período entre 2015 e 2016. Ao longo desse biênio, as vendas do derivado encolheram cerca de 9,6% em relação aos 60 milhões de m³ que haviam sido comercializados em 2014.

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Paraíba reduz alíquota sobre etanol, gás natural e abre incentivo fiscal a empresas

O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), anunciou um conjunto de ações com incentivo fiscal e reduções de impostos para setores produtivos, nesta segunda-feira (16), entre elas, estão a redução na alíquota do ICSM sobre o Gás Natural, carga tributária sobre o etanol e redução dos impostos para os setores produtivos. Assim, a partir deste mês, valerá a redução de alíquota do ICMS etanol de 18% para 15,33% em 2023 e uma carga tributária efetiva de apenas 4% para o segmento da indústria bioenergética. No caso do gás natural, valerá a redução da alíquota de 18% para 12%. João Azevêdo também reduziu em 50% a base de Cálculo do ICMS incidente no diesel adquirido por concessionárias de transporte intermunicipal e por empresas de concessionárias de transporte coletivo (urbano ou metropolitano).

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Em meio à entressafra, estoques de etanol caem 13,2% na quinzena e 3,7% no ano

Com avanço da entressafra de cana-de-açúcar mais longa que o usual, os estoques de etanol iniciaram 2023 abaixo dos níveis vistos nos anos anteriores. Em 1º de janeiro estavam armazenados 7,37 bilhões de litros do renovável, queda de 13,2% ante os 8,48 bilhões de litros registrados na quinzena anterior. O volume atual também é 3,7% menor do que os 7,65 bilhões vistos no começo de 2022. Os números foram divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na última quarta-feira, 11. Do total estocado, 56,4% corresponde ao etanol hidratado, e 43,6% ao anidro. Anidro e hidratado Também houve uma tendência de queda quinzenal nos estoques de anidro e hidratado. No começo do ano, o biocombustível a ser utilizado diretamente para abastecer os veículos totalizou 4,16 bilhões de litros em estoque, retração quinzenal de 12,8%. Na comparação anual, por outro lado, houve um ligeiro aumento de 0,9% endash; em dezembro de 2021 foram estocados 4,12 bilhões de litros. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), foram produzidos 177,11 milhões de litros de etanol hidratado no período, com a maior parte das usinas já em entressafra. A queda nos estoques sinaliza que o volume comercializado ultrapassou o produzido. O anidro, por sua vez, registrou uma queda de 13,7% entre o começo e final de dezembro, com 3,21 bilhões de litros. Na comparação com os 3,53 bilhões de litros estocados no ano anterior, a retração foi de 9,2%. Ainda segundo a Unica, na quinzena, foram fabricados 145,13 milhões de litros do biocombustível a ser misturado à gasolina. O volume também não foi o suficiente para suprir a demanda, justificando a queda no armazenamento. São Paulo Em São Paulo, maior estado produtor e consumidor do renovável, os estoques somaram 3,68 bilhões de litros, queda de 9,1% em relação aos 4,04 bilhões de litros vistos na safra passada. Do total, 1,87 bilhão de litros eram de hidratado (-7,4%) e 1,81 bilhão de litros de anidro (-10,8%).

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IGP-10 desacelera alta a 0,05% em janeiro com alívio em combustíveis, diz FGV

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) passou a subir 0,05% em janeiro, contra alta de 0,36% no mês anterior, iniciando o ano com queda nos preços de combustíveis, mostraram dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,30%, depois de o índice ter encerrado 2022 com avanço acumulado de 6,08%. Com o resultado do mês de janeiro, o IGP-10 passou a acumular avanço em 12 meses de 4,27%, menor patamar desde novembro de 2019, quando o IGP-10 acumulava alta de 3,33%. "Ainda que os preços de importantes commodities estejam em elevação ao produtor, como minério de ferro (11,92%), bovinos (2,40%), café (5,23%) e feijão (10,30%), a queda registrada nos preços dos combustíveis, especialmente gasolina (-5,31%) e diesel (-7,15%), ajudaram a conter o avanço da taxa do índice ao produtor", explicou André Braz, coordenador dos índices de preços. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve recuo de 0,06% em janeiro, depois de subir 0,31% no mês anterior. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, desacelerou a alta a 0,47% no mês, de 0,58% em dezembro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez subiu 0,14% no primeiro mês do ano, abaixo da taxa de 0,36% no período anterior. O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência. (Reuters)

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