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Petrobras conclui análise de indicados e trocas no Conselho devem ficar para o meio de agosto

O presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Márcio Weber, decidiu convocar uma reunião para a próxima segunda-feira (18/7) em que deve ser convocada a Assembleia Geral Extraordinária. Na assembleia, os acionistas votarão nos novos componentes do Conselho de Administração, incluindo os futuros ocupantes das cadeiras que o governo federal detém. Weber afirmou à CNN que a assembleia deve ficar para 18 de agosto. O avanço no processo de trocas na alta administração da petrolífera só é possível porque o Comitê de Elegibilidade da Petrobras concluiu no início da noite desta quarta-feira (13) a análise dos nomes dos indicados. São nove candidatos ao Conselho de Administração para sete cadeiras em jogo. Duas hoje pertencem a acionistas minoritários e cinco ao governo federal. Os acionistas querem reconduzir os já componentes do colegiado, Juca Abdalla e Marcelo Gasparino. Já o governo indicou cinco nomes novos e dois de atuais conselheiros, que são vistos como eldquo;margem de manobraerdquo;, caso um dos cinco seja impedido de assumir o posto ao longo do processo ou desista, como já aconteceu com outros postulantes ao comando da Petrobras. Os nomes dos candidatos a estreantes são Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro, número 2 do ministério da Casa Civil; Gileno Barreto (também indicado como Presidente do Conselho de Administração), presidente do Serpro; Ricardo Soriano de Alencar, Procurador-Geral da Fazenda Nacional; Iêda Cagni, presidente do Conselho do Banco do Brasil; e Edison Antônio Costa Britto Garcia, presidente do Conselho de Administração do BRB, o Banco de Brasília. Márcio Weber, atual presidente do Conselho de Administração, e Ruy Schneider são os veteranos indicados pelo governo. Uma ata da reunião do Comitê de Elegibilidade será publicada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em até sete dias com o resultado da análise e sugestões para minimizar eventuais conflitos de interesses dos indicados. A CNN já revelou que três desses cinco potenciais estreantes indicados pelo governo tiveram ressalvas apontadas ao longo do processo de checagem de antecedentes.

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São Paulo tem a gasolina e o etanol mais baratos do Brasil, diz Ticket Log

O preço do litro da gasolina apresentou recuo de 5,46% nas bombas após a redução da alíquota de ICMS. Nos primeiros dias de julho, o combustível teve o litro comercializado ao valor médio de R$ 7,15. E São Paulo é o estado com a gasolina mais barata de todo o país, comercializada a R$ 6,36, com baixa de 8,99%. A média mais alta continua sendo a do Piauí (R$ 7,82). Os dados são do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), que comparou a média de preços entre junho e o início de julho. Trata-se de um índice de preços de combustíveis feito com base em 21 mil postos credenciados pela Ticket Log. eldquo;O IPTL identificou que todos os Estados brasileiros registraram recuos no preço da gasolina neste início de mês, que variaram de 1,91%, a exemplo da Paraíba, e chegaram a 14,24%, como é o caso de Goiáserdquo;, disse Douglas Pina, diretor-geral de Mainstream da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil. Etanol A redução mais expressiva para o etanol foi identificada nos postos de abastecimento do Mato Grosso (10,72%), que passou de R$ 5,03 para R$ 4,49. Contudo, assim como para a gasolina, a média mais baixa para o etanol foi encontrada nos postos paulistas a R$ 4,36; e o preço mais alto do litro foi registrado no Pará a R$ 6,74. eldquo;Bem como no fechamento de junho, o etanol continua sendo a opção mais vantajosa apenas para os motoristas de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e agora para os do Piauí e do Paraná tambémerdquo;, afirmou Pina. Preços por da gasolina por Estado em julho Acre endash; R$ 7,445 Alagoas endash; R$ 7,304 Amapá endash; R$ 6,693 Amazonas endash; R$ 7,070 Bahia endash; R$ 7,645 Ceará endash; R$ 7,505 Distrito Federal endash; R$ 6,797 Espírito Santo endash; R$ 7,115 Goiás endash; R$ 6,491 Maranhão endash; R$ 7,337 Mato Grosso endash; R$ 7,038 Mato Grosso do Sul endash; R$ 6,971 Minas Gerais endash; R$ 7,341 Pará endash; R$ 7,542 Paraíba endash; R$ 7,131 Paraná endash; R$ 6,728 Pernambuco endash; R$ 7,199 Piauí endash; R$ 7,824 Rio de Janeiro endash; R$ 7,375 Rio Grande do Norte endash; R$ 7,411 Rio Grande do Sul endash; R$ 6,697 Rondônia endash; R$ 7,254 Roraima endash; R$ 7,227 Santa Catarina endash; R$ 6,606 São Paulo endash; R$ 6,364 Sergipe endash; R$ 7,540 Tocantins endash; R$ 7,386 Preços do etanol por Estado em julho Acre endash; R$ 6,128 Alagoas endash; R$ 6,130 Amapá endash; R$ 6,500 Amazonas -R$ 5,433 Bahia endash; R$ 5,936 Ceará endash; R$ 6,227 Distrito Federal endash; R$ 5,738 Espírito Santo endash; R$ 5,735 Goiás endash; R$ 4,447 Maranhão endash; R$ 6,316 Mato Grosso endash; R$ 4,490 Mato Grosso do Sul endash; R$ 5,125 Minas Gerais endash; R$ 4,971 Pará endash; R$ 6,744 Paraíba endash; R$ 5,645 Paraná endash; R$ 4,960 Pernambuco endash; R$ 5,999 Piauí endash; R$ 5,570 Rio de Janeiro endash; R$ 5,679 Rio Grande do Norte endash; R$ 6,355 Rio Grande do Sul endash; R$ 6,277 Rondônia endash; R$ 6,071 Roraima endash; R$ 6,360 Santa Catarina endash; R$ 6,078 São Paulo endash; R$ 4,362 Sergipe endash; R$ 6,466 Tocantins endash; R$ 5,928

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Varejo perde fôlego e cresce 0,1% em maio, mostra IBGE

Dados divulgados ontem pelo IBGE indicam uma perda de fôlego do varejo. O volume de vendas do setor registrou em maio alta de 0,1%, em relação a abril, abaixo das taxas de janeiro (elevação de 2,3% ante dezembro), fevereiro (1,4%), março (1,4%) e abril (0,8%). Além disso, a taxa acumulada em 12 meses teve queda de 0,4%. Gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos confirmou que há uma perda de ritmo do setor. eldquo;A leitura do varejo em maio é de estabilidadeerdquo;, afirmou. Quando se consideram também as atividades de material de construção e de veículos na conta (formando o conceito de varejo ampliado), o resultado é uma elevação de 0,2%, em maio, e de 0,3% no acumulado dos últimos 12 meses. De forma geral, o desempenho das vendas tem sido impactado pela inflação, pelo crédito mais caro e pelo alto nível de endividamento das famílias. eldquo;Tem a ver com o processo inflacionário, sim. É um dos fatores, e atinge algumas atividadeserdquo;, disse ele, acrescentando que os desempenhos de supermercados e de combustíveis são mais afetados. O economista Luca Mercadante, da gestora de recursos Rio Bravo Investimentos, avalia que o impulso fiscal previsto com a aprovação da eldquo;PEC Kamikazeerdquo; endash; que prevê uma série de benefícios a menos de três meses das eleições endash; pode arrefecer o ritmo da desaceleração esperada para a atividade econômica no segundo semestre, com reflexos, especialmente, no varejo e em serviços. eldquo;O segundo semestre será marcado pela elsquo;brigaersquo; entre a política monetária restritiva, que vai desacelerar a atividade, e o impulso fiscal novo que o governo planeja dar com os benefícios sociaiserdquo;, disse Mercadante. eldquo;Ainda esperamos que ocorra uma desaceleração, porque temos uma parcela grande de efeito de política monetária para ser vista nos dados, mas ela começa a ser um pouco mais devagar do que esperávamos antes da PEC.erdquo; ebull;

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Congelada desde 2015, correção da tabela do IR entra no foco de presidenciáveis

Tema de campanha em 2018, a reformulação do Imposto de Renda voltará à pauta dos candidatos neste ano. A proposta de revisão é defendida pelos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT), que preveem correção da tabela e fixação de novas alíquotas. Já a campanha da candidata do MDB, senadora Simone Tebet (MS), não fala em mudança na tabela e diz que o reajuste do IR não corrigiria as distorções de quem paga pouco ou nada de imposto em aplicações financeiras. O Estadão procurou ontem as campanhas dos presidenciáveis após mostrar que o congelamento da tabela vai levar a uma situação em que trabalhadores com renda de 1,5 salário mínimo terão de pagar IR. Desde 2015, quando o salário mínimo era de R$ 788, o limite da faixa de isenção é de R$ 1.903. Pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) já aprovada, o valor do mínimo em 2023 será de R$ 1.294 endash;1,5 salário equivaleria, então, a R$ 1.941. Procurado, o Palácio do Planalto não quis comentar o tema e transferiu a resposta para o Ministério da Economia, que também não quis se manifestar. A campanha do presidente Jair Bolsonaro só começará a responder os questionamentos depois de oficializar a candidatura. Candidato à reeleição, Bolsonaro prometeu a correção da faixa de isenção do IRPF para R$ 5 mil nas eleições de 2018. Mas a promessa não foi cumprida. O governo enviou uma proposta de reforma do IR taxando lucros e dividendos, reduzindo a tributação das empresas e aumentando a faixa de isenção dos atuais R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil. O projeto foi aprovado na Câmara muito modificado e está parado no Senado. O PT defende uma revisão da tabela do IRPF coordenada com uma mudança estrutural no modelo de tributação sobre consumo, renda e patrimônio. A proposta é ampliar a cobrança sobre a renda dos muitos ricos e reduzir a tributação que incide mais sobre os trabalhadores. O economista Guilherme Mello, da Fundação Perseu Abramo e que trabalha na redação do plano de governo de Lula, disse que a tabela do IRPF terá de ser tratada no debate da reforma tributária, porque o seu congelamento amplia a base de tributação para as camadas de renda mais baixa. eldquo;A tabela terá de ser revista, mas incorporando alíquotas maiores para aqueles que ganham uma renda muito alta.erdquo; Já o PDT diz que Ciro Gomes fará uma completa revisão do IRPF, com a fixação de uma alíquota de 35%. Hoje, a alíquota mais alta da tabela é de 27,5%. Além disso, o presidenciável quer voltar com a cobrança de lucros e dividendos. A campanha não fala ainda em valores para a faixa de isenção, o que eldquo;dependerá de estudos complementares, associados à estratégia de fazer o salário mínimo subir acima da inflaçãoerdquo;, diz a sua assessoria. Em nota, a candidatura de Tebet afirma que, se é verdade que há o eldquo;congelamentoerdquo; da tabela do IR desde 2015, por outro lado o limite atual não seria baixo para um país com renda per capita de R$ 1,4 mil. eldquo;De acordo com a atual tabela, a maioria dos contribuintes não paga IR. São 10,7 milhões de declarantes na faixa de isenção, num universo de 30,4 milhões de declarantes (35,2%). O erro é achar que a pessoa passa de 0 para 7,5% sobre tudo, mas não! A pessoa pagará 7,5% apenas sobre o que excede. No caso de 1,5 salários mínimos, será pago 7,5% apenas sobre R$ 38. Não são nem R$ 3 de impostoerdquo;, diz a nota. ebull;

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MP junto ao TCU vê 'abuso do poder econômico' do Planalto

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU) soou um alerta vermelho ao governo em relação à eldquo;PEC Kamikazeerdquo;, que prevê a criação e a ampliação de uma série de auxílios a menos de três meses das eleições. O subprocurador-geral do MP-TCU, Lucas Rocha Furtado, entrou com um pedido de medida cautelar contra a PEC, sob a alegação de que eldquo;é flagrantemente inconstitucionalerdquo; e que pode, inclusive, levar à impugnação de mandato eletivo. Segundo Furtado, o presidente Jair Bolsonaro eldquo;criou, possivelmente de forma deliberada, um estado permanente de frustração do planejamento orçamentário para falsear o cabimento de créditos extraordinárioserdquo;. A avaliação do MP-TCU é a de que o presidente se utiliza de uma eldquo;suposta elsquo;imprevisibilidadeersquo; a ameaçar a segurança alimentar da população brasileiraerdquo; para justificar a PEC com base em estado de emergência endash; que, em sua avaliação, tem fins eleitoreiros. eldquo;Existem evidências de que a pretensa situação emergencial teria sido artificialmente fabricada, com o verdadeiro intuito de servir a interesses eleitorais do pretendente à reeleição presidencial, na medida em que resultaria na distribuição de benesses de forma gratuita a determinados segmentos da população, em verdadeiro abuso político e econômico e em atentado ao princípio da anterioridade eleitoralerdquo;, afirma a representação, encaminhada à Procuradoria-geral Eleitoral e aos comitês eleitorais dos pré-candidatos à Presidência da República. ebull;

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Após manobra de Lira, Câmara conclui votação da PEC Eleitoral

Com mais dificuldade e percalços pelo caminho do que o governo imaginou, a Câmara dos Deputados concluiu, na noite desta quarta-feira, a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) Eleitoral, que autoriza o governo a gastar R$ 41,2 bilhões para conceder benefícios a menos de três meses das eleições. Segundo o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, os novos benefícios devem começar a ser pagos no dia 9 de agosto. A PEC institui um estado de emergência no Brasil, para driblar a lei eleitoral e regras fiscais. Como não houve mudança, a proposta segue para promulgação, o que deve ocorrer ainda nesta semana. Para aprovar o texto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), apostou em sessões extras para acelerar o prazo de contagem para a votação em comissão especial, fatiou a votação do piso da enfermagem para prender o quórum da oposição, suspendeu uma sessão para garantir o quórum e depois baixou um ato da mesa para liberar o registro de presença virtual dos deputados. Ainda assim, precisou de quase 9 horas votando o texto para conseguir entregar a vitória ao governo. Foram 488 votos, e 469 deputados votaram para aprovar a PEC em segundo turno. Outros 17 parlamentares votaram "não" e houve duas abstenções. Os deputados rejeitaram dois destaques, emendas que podem alterar o texto, no segundo turno. O primeiro destaque rejeitado tratava justamente do estado de emergência, e foi proposto pelo PT. O outro rejeitado foi proposto pelo Psol, para retirar o prazo de cinco meses para pagamento do valor extra ao Auxílio Brasil. A manobra de Lira para permitir o registro de presença virtual foi o que garantiu ao governo quórum suficiente para barrar as mudanças pretendidas pela oposição e aprovar a proposta. Com isso, durante a tarde, a Câmara aprovou a PEC em primeiro turno. A PEC faz parte dos planos de Jair Bolsonaro para alavancar a campanha eleitoral. A medida amplia benefícios como o Auxílio Brasil e cria outros como o eldquo;Pix Caminhoneiroerdquo;, liberando gasto total de R$ 41,2 bilhões à revelia do teto de gastos às vésperas da eleição, instituindo um estado de emergência. Este foi um dos pontos mais polêmicos do projeto. O PT propôs um destaque para retirar a menção ao estado de emergência da PEC. Na avaliação do partido, isso seria dar um cheque em branco ao presidente Jair Bolsonaro. Já para o governo, era crucial manter esse dispositivo, o que garante uma blindagem ao presidente. Pela manhã, em um primeiro momento, Lira tentou reabrir a sessão interrompida na terça-feira por questões técnicas, para garantir que haveria quórum para a votação. Mas, diante de pedidos da oposição e do partido Novo para que a sessão de terça-feira fosse interrompida, já que o regimento prevê suspensão de sessões por no máximo uma hora, Lira recorreu a um subterfúgio. Ele encerrou a sessão, convocou uma nova, mas baixou um ato da Mesa para assegurar que deputados que já saíram de Brasília possam garantir o quórum, permitindo o registro remoto de presença. Atualmente, essa modalidade só pode ocorrer às segundas e sextas. Com isso, deputados que estiverem fora de Brasília puderam votar e marcar presença. A votação virtual foi fundamental para a pretensão do governo de manter na PEC o estado de emergência A suspensão da sessão da Câmara por problemas técnicos na véspera ocorreu justamente no momento em que o tema era votado, e para a oposição havia risco de derrubada desse trecho. O governo queria aprovar o projeto o quanto antes para antecipar os pagamentos dos benefícios. O "pacote de bondades" vai durar até dezembro e não terá problemas com as legislações fiscal e eleitoral por causa desse estado de emergência. Oposição questiona manobra A discussão em plenário para a aprovação da PEC foi longa: mais de 7 horas para aprovar o texto em segundo turno. Para vários parlamentares da oposição, apesar do problema técnico, a decisão de suspender a sessão de terça-feira está relacionada ao problema de quórum: apesar de ser maioria, o governo não teria votos suficientes para barrar as mudanças propostas pela oposição em seus destaques, especialmente a questão do estado de emergência. O líder da minoria, Alencar Santana (PT-SP), disse que se fosse governista teria vergonha de aprovar uma PEC da maneira como a Câmara está tratorando. emdash; É uma proposta que o governo considera tão importante, tão importante, que os seus deputados não estão aqui para aprovar esta matéria. Não estão presentes, não deram presença no plenário. Criou-se uma situação extraordinária, para que eles possam, de onde estiverem, depositar o seu voto. É lamentável! emdash; afirmou em plenário. Ele também criticou a interrupção da votação do destaque sobre o estado de emergência na terça-feira, porque se tivesse ocorrido, a oposição teria chance de derrubar a mudança: emdash; O tal estado de emergência, uma coisa não existente na Constituição, porque não trata somente do aumento do auxílio que está se criando, mas, criando-se o estado de emergência, teria sido derrotado. Ouvi aqui Deputados falando, cochichando conosco: "Gostaria de estar votando contra o estado de emergência, porque, de fato, isso é perigoso". O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ) criticou a manobra e o caráter eleitoreiro da PEC, que usa a pobreza para criar um estado de emergência quando a preocupação é com o resultado das urnas a 80 dias da eleição. emdash; Nós sabemos que não há neste plenário 308 votos para derrotar a primeira emenda presencial, daí a necessidade de mudar a regra do jogo durante o jogo, para que o novo painel possa ser eletrônico. Não há problema. O painel pode ser só eletrônico ou pode ser só presencial. O problema é mudar isso para ganhar uma votação emdash; afirmou. Os problemas do quórum da base governista também foram destacados por Glauber Braga (Psol-RJ) em plenário: emdash; O fato é que até se conseguiria o quórum de 308 votos, quanto a isso não haveria dificuldade. Mas não conseguiria os 38 votos, ontem, para derrotar o destaque do PSB e o destaque do PSOL, que garantem uma política de natureza permanente, e não só uma política eleitoral. O deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) fez uma crítica direta ao comportamento de Lira, que avaliou estar agindo mais como líder do governo do que como presidente da Câmara: emdash; Vossa excelência tem se comportado aqui na Casa muito mais como Líder do Governo do que como Presidente da Câmara dos Deputados, tem controlado o quórum nesta Casa sempre com mãos de ferro, inclusive ameaçando o corte de ponto, ameaçando cortar salário de Deputado. Eu sugiro a vossa excelência que reavalie, pelo menos até o final do ano, para o bom nome da Câmara dos Deputados, que quem preside a Câmara não pode ser Líder do Governo. O deputado Thiago Mitraud (Novo-MG) também questionou a manobra de Lira e disse que a mudança era casuística: emdash; Sabemos que, quando se vota uma PEC, o interesse de colocar um quórum maior é somente de quem quer aprová-la. Afinal de contas, não interessa o número de votos contrários à PEC, só interessa o número de votos favoráveis. Então, cada voto extra conta para quem quer aprová-la, e essa mudança no Ato da Mesa de ontem para hoje veio simplesmente para beneficiar e facilitar a aprovação dessa PEC. O que está em jogo na PEC? A PEC Eleitoral é considerada muito importante não só para o governo, mas principalmente para a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, que tem tido dificuldades de se aproximar do líder das pesquisas, o ex-presidente Lula. A proposta viabiliza um pacote que cria e amplia uma série de benefícios sociais a menos três meses da eleição, mas que pode ter consequências muito mais sérias do que as "bondades" de caráter eleitoreiro. O governo pretende ampliar o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, turbinar o vale-gás e criar o eldquo;Pix Caminhoneiroerdquo; de R$ 1 mil, por exemplo. A proposta fere regras fiscais e piora as contas públicas ao permitir gastos extraordinários que somam R$ 41,2 bilhões. A instituição de um estado de emergência prevista na proposta permite burlar não só regras fiscais como o teto de gastos, mas também eleitorais, já que a concessão de novos benefícios perto da eleição reduz o princípio de igualdade de condições entre os candidatos no pleito. A legislação proíbe a concessão de aumento ou a criação de benefícios em ano de eleição, abrindo exceção apenas em casos de calamidade ou emergência. Para contornar isso, o texto articulado pelo governo no Congresso prevê, então, o estado de emergência relacionado ao preço dos combustíveis, após as sucessivas altas.

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