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Agência de risco eleva perspectiva da nota do Brasil e sobe pressão para BC reduzir juros

Uma importante agência de classificação de risco melhorou a nota atribuída ao Brasil, o que trouxe euforia ao governo Lula (PT). Imediatamente, cresceu a pressão para o Banco Central reduzir a taxa de juros. Desta vez, por meio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Essa pressão já viria com o fato de que o Federal Reserve, o Banco Central norte-americano, ter mantido inalterada a taxa deles. A nota atribuída pela SeP para o Brasil faz o país retomar o patamar que possuía em 2019. Ao justificar a eldquo;promoçãoerdquo;, a agência menciona uma política monetária e fiscal estável que possa beneficiar as perspectivas, que ela ainda considera baixas, de crescimento do PIB. Ao mesmo tempo, enumera uma série de condicionantes para que a nota seja mantida ou, eventualmente, melhorada: a aprovação de uma reforma tributária e o que a agência chama de eldquo;política econômica pragmáticaerdquo;, que leve em consideração o que a SeP chama de eldquo;vulnerabilidades das finanças públicaserdquo;. Mesmo elogiando, é disso que os investidores não tiram o olho: como o governo vai tratar das contas públicas.

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Concessões de rodovias federais terão pedágio sem parada e desconto por frequência

O Ministério dos Transportes divulgará nesta quinta-feira (15) uma nova política de concessões de estradas federais no país. Entre as medidas previstas, estão a adoção de pedágio "free flow" (sem parada) e descontos para usuários frequentes. A Folha obteve informações sobre o novo modelo de forma antecipada. A nova política será usada nos leilões de infraestrutura feitos pelo governo federal e ainda poderá sofrer alterações. Para 2023, está prevista a publicação de cinco grandes editais de concessões de estradas, que somam R$ 66 bilhões entre investimentos e despesas operacionais. A nova política será apresentada a investidores em um evento na B3, em São Paulo. Uma das medidas prevê que as novas concessões terão de adotar o formato de pedágio "free flow" até o quinto ano de contrato. Neste modelo, a cobrança é feita pela leitura automática de placas ou tags, sem que os motoristas precisem parar em cabines. A tecnologia abre caminho para que a cobrança seja feita por distância percorrida por cada veículo. "A partir do quinto ano a gente consegue colher dados, melhorar a modelagem e ajustar o que for necessário para que a gente possa ter uma justiça tarifária, uma das vantagens do free flow", diz Viviane Esse, secretária nacional de Transporte Rodoviário. Outra medida prevista é que os motoristas que passam muitas vezes pela mesma via tenham descontos progressivos no pedágio. Haveria ainda abatimentos para usuários de tags de pagamento, como as oferecidas por Sem Parar e Conectcar. A opção poderá ser usada nas situações em que o modelo free flow ainda não foi implantado. Há também a determinação de que as novas concessões tenham iniciativas voltadas à sustentabilidade, como pontos de recarga de veículos elétricos nos espaços de apoio aos usuários. "A ideia é fomentar ações com foco em sustentabilidade, mas não impor uma forma. Amanhã pode surgir uma nova tecnologia. O abastecimento de carro elétrico foi uma demanda do setor, e a gente pode construir outras", diz Esse. O governo Lula também fez mudanças no formato dos leilões. O principal critério para escolha do vencedor será o de menor tarifa a ser cobrada do usuário. No entanto, haverá limites nos descontos, para evitar que empresas deem ofertas muitas baixas que depois não sejam suficientes para custear a operação. Com isso, o governo busca evitar casos em que as concessionárias pedem revisão dos acordos ou que desistam das operações antes do fim dos contratos. Outra medida para ajudar as concessionárias a fechar as contas é estimulá-las a fazer mais projetos nas faixas de domínio, nome técnico dos terrenos ao lado das rodovias. Um modelo possível é criar ali shoppings ou centros de serviços e usar a receita obtida para baixar o valor do pedágio. A nova política abrirá espaço para que haja reequilíbrio automático de alguns contratos, mesmo antes do fim da análise do pedido pela agência reguladora. "Se a agência concordou com o mérito, mas não concluiu a análise técnica, a gente faz um reequilíbrio automático de um percentual", explica Esse.

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Nove montadoras aderem a pacote de incentivo a carros

Nove montadoras de carros e dez fabricantes de ônibus e caminhões aderiram ao programa do governo de incentivos ao setor automotivo, de acordo com o primeiro balanço divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Do total de R$ 1,5 bilhão disponibilizado em créditos tributários que devem ser revertidos em descontos para a aquisição dos veículos, o setor já solicitou R$ 340 milhões. A divulgação ocorreu ontem, simultaneamente ao evento promovido pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para debater o processo de eletrificação no Brasil, realizado em Brasília, e que contou com a presença de Geraldo Alckmin, ministro da Pasta e vice-presidente da República. CRÍTICAS. Especialistas têm criticado o programa. Em recente entrevista ao Estadão,o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES, comparou o valor do pacote de subsídios a eldquo;dinheiro de pingaerdquo;, e disse ser absurdo aumentar o preço do diesel para bancar a verba. Para o economista Marcos Lisboa, ex-presidente do Insper, trata-se de uma política que vai beneficiar uma parte da elite e os acionistas das montadoras. Há críticas também pelo fato de o programa privilegiar o uso de componentes nacionais, o que reduziria a competitividade do veículo nacional no mercado externo. PARTICIPANTES. Na lista de fabricantes de carros de passeio que aderiram ao programa constam Renault, Volks, Toyota, Hyundai, Nissan, Honda, GM, Fiat e Peugeot. Mas na tabela do Mdic com os modelos que obtiveram descontos aparecem ainda Jeep e Citroën. De acordo com a Pasta, são 233 versões de 31 modelos. ebull;

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GM propõe suspensão de contrato de trabalho de 1.200 em São José dos Campos

A General Motors está propondo suspender o contrato de 1.200 trabalhadores da fábrica de São José dos Campos através do layoff a partir do dia 3 de julho. Com a decisão, a produção no segundo turno ficaria suspensa por até dez meses. A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região nesta quarta-feira. Procurada, a GM informou que está negociando com o Sindicato medidas para ajustar a produão à atual demanda do mercado. eldquo;A GM informa que está negociando com o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos medidas para ajustar a produção à atual demanda do mercado, de forma a garantir a sustentabilidade do negócio. Neste sentido, a empresa propôs a realização de um layoff de cinco meses na fábrica de São José dos Campos, com início programado para o dia 3 de julho, podendo ser prorrogado por mais cinco meses", disse a empresa em nota. A GM já tinha dado férias coletivas no início do ano. Neste mês de junho, a empresa tinha anunciado uma parada de dez dias em parte da produção na unidade de São José dos Campos, mas decidiu estender essa parada, em que haverá compensão dos dias mais à frente, para toda a unidade. Não se trata de um layoff, mas sim de e#39;dayoffe#39;. A parada começou na segunda dia 12, e vai até 23 deste mês. Vai atingir os metalúrgicos da produção de motores dos veículos Onix Joy e Prisma Joy, além de parte do administrativo. Haverá ainda férias coletivas para trabalhadores do setor de transmissão, no período de 19 a 28 de junho. O lay off é uma ferramenta prevista no contrato de trabalho e prevê que os trabalhadores fiquem em casa, façam cursos de requalificação e recebam parte dos salários com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Mas é necessária a aprovação dos trabalhadores em assembleia. O Sindicato está propondo, em vez da adoção do layoff, a redução da jornada de trabalho sem redução de salário. "A General Motors lucrou muito no último período e não tem por que suspender o contrato dos trabalhadores, que acabam sendo prejudicados", informou em nota o vice-presidente da entidade, Valmir Mariano. A GM em São José dos Campos conta com 3.958 trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer. Só no primeiro semestre, foram registradas 14 paralisações para ajustar a produção de veículos à demanda mais fraca. As fábricas recorreram a férias coletivas, layoff e redução de turnos para evitar demissões. Essas paradas, provocaram um efeito dominó nas fornecedoras de autopeças, que também estão tendo que adequar sua produção ao atual cenário de queda de vendas. Essa situação preocupa o governo, que criou um programa de R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 500 milhões em créditos tributários para carros de até R$ 120 mil. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, admitiu que um dos objetivos é evitar paralisações e demissões no setor, que, segundo ele, emprega 1,2 milhão de pessoas.

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Demanda por petróleo vai desacelerar nos próximos anos, e preço dos combustíveis pode cair, diz AIE

O crescimento da demanda global por petróleo vai perder força nos próximos anos, segundo a Agência Internacional de Energia, à medida que os preços altos e a invasão da Ucrânia pela Rússia aceleram a transição para reduzir o uso de combustíveis fósseis. O consumo em 2024 deve crescer na metade do ritmo observado nos dois anos anteriores, e um limite final para a demanda é previsto para esta década, com o avanço de veículos elétricos e diminuição do uso de gasolina por carros, de acordo com o cenário de médio prazo da AIE, sediada em Paris. Com a capacidade de produção ainda em expansão, os mercados permanecerão eldquo;adequadamente abastecidoserdquo; até 2028, afirmou a agência. A redução na demanda, no entanto, pode reduzir os preços dos combustíveis. eldquo;O crescimento da demanda mundial por petróleo deve se desacelerar quase até uma interrupção nos próximos anoserdquo;, disse a AIE, que assessora as principais economias. eldquo;A mudança para uma economia de energia limpa ganha ritmo, com um pico da demanda global por petróleo no horizonte antes do final desta década.erdquo; Há anos, nações consumidoras se empenham em abandonar os combustíveis fósseis para limitar as emissões de gases de efeito estufa e evitar mudanças climáticas catastróficas. Essa ambição foi fortalecida quando os preços do petróleo e do gás dispararam depois que a Rússia atacou a Ucrânia no início de 2022. Os cenários de curto e longo prazo diferem muito. Os mercados mundiais de petróleo podem passar por um aperto eldquo;significativoerdquo; nos próximos meses, à medida que o consumo de combustível da China se recupera da pandemia, enquanto produtores da Opep+ liderados pela Arábia Saudita reduzem a produção, disse a agência. O petróleo é negociado perto de US$ 75 o barril em Londres. O mercado também parece apertado no ano que vem, especialmente no segundo semestre, com os estoques de petróleo em queda mesmo com a desaceleração do crescimento da demanda global para 860 mil barris por dia, em comparação com 2,4 milhões de barris diários este ano, ou cerca de 2%. No entanto, os anos seguintes sinalizam um mundo menos dependente de hidrocarbonetos. O crescimento global do consumo de combustíveis vai totalizar apenas 400 mil barris por dia em 2028, de acordo com o relatório da AIE. A estimativa para a demanda global é de 105,7 milhões de barris por dia nesse ponto. O uso de gasolina endash; o segundo maior produto petrolífero endash; entrará em declínio a partir de 2023. E, no caso do petróleo como combustível de transporte, a queda ocorrerá três anos depois. O crescimento restante da commodity ficará limitado a produtos petroquímicos e combustível de aviação, prevê a AIE. A necessidade de combustíveis fósseis atingirá um pico absoluto de 81,6 milhões de barris por dia em 2028.

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Combustível do Futuro: como governo planeja aumento do etanol na gasolina

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o Projeto de Lei apelidado de "Combustível do Futuro" está em fase final de aprovação dentro da Casa Civil e deve ser encaminhado ao Congresso Nacional na próxima semana. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (14), durante o seminário "ANFAVEA - Conduzindo o Futuro da Eletrificação no Brasil". O texto vai reunir diversas medidas para ampliar o uso de combustíveis sustentáveis no país, com baixa emissão de carbono, entre eles, o etanol. Entre as possíveis novidades do Projeto de Lei, uma das mais aguardadas e polêmicas é a elevação do nível de etanol na gasolina, também devem ser criados incentivos fiscais para o investimento em energia limpa. O ministro não deu detalhes, mas prometeu que o texto trará previsibilidade para o setor. "O Brasil tem a matriz energética mais limpa dentre as grandes economias do mundo, e os biocombustíveis fazem parte da estratégia nacional para o cumprimento da contribuição determinada no Acordo de Paris. Quando consideramos o efeito ambiental, o Brasil já conta com uma solução tecnológica altamente competitiva e eficiente, que são os veículos híbridos flex fuel rodando a etanol", disse Alexandre Silveira. O ministro disse que o novo Projeto de Lei vai integrar a Rota 2030 e o Acordo de Paris para que o Brasil tenha, do poço à roda, uma emissão de carbono muito menor. "Além de incentivos e investimentos, na medida em que a descarbonização vai acontecendo, vai acontecer também a desoneração de setores pontuais. Nós temos ali toda uma integração em um único Projeto de Lei que vai permitir mais clareza para o mundo e mais segurança jurídica para que essa descarbonização aconteça aqui", afirma o ministro, que diz ter certeza de que o Brasil será protagonista da descarbonização no mundo. O mandatário da pasta aborda a elevação do nível de etanol na gasolina como algo natural e inevitável. "A política clara do nosso governo, que já foi anunciada por mim, é aumentar a mistura do etanol na gasolina. Nós temos que descarbonizar e vamos conseguir isso com o tempo. O país tem terra, tem clima, tem energia, tem água. Então temos que fazer uma transição segura. Temos um caminho a trilhar até chegar aonde queremos: uma economia completamente verde e limpa", afirma. Anfavea aguarda estudos. Anfavea aguarda estudos Questionado sobre como anda o diálogo com o governo sobre a elevação da quantidade de etanol na gasolina, que hoje está em 27%, o presidente da Anfavea - associação das montadoras - Márcio de Lima Leite, afirmou que a entidade tem participado da discussão com técnicos. "Mas é difícil dizer qual será o novo percentual, se é 30%, 31%, 35% 40%... Ainda está em fase de estudo". Sobre o Projeto de Lei, o executivo diz que o setor busca previsibilidade. "[Sobre o carro elétrico], o que queremos no momento são incentivos para pesquisas e desenvolvimento, não só fiscal.Hoje, por exemplo, temos um modelo para veículos elétricos que está em vigor há alguns anos, que é a taxa de 0% para importação, mas sabemos que isso está em estudo para processo de transição. Enquanto não se tem clareza, você não atrai investimento, o que o mercado mais quer é previsibilidade", explica.

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