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Raízen lança nova marca para atuar no setor de energia elétrica

A Raízen lançou nesta segunda-feira (8) uma marca exclusivamente dedicada a seus negócios no setor de energia elétrica, que compreendem desde comercialização no mercado livre até geração distribuída solar. Segundo a empresa, a Raízen Power se posiciona como uma "one stop shop" de soluções de energia renovável, com o objetivo de ajudar clientes em diferentes frentes em sua transição energética e redução das emissões de carbono. A marca terá atuação nacional, com foco no desenvolvimento de soluções para todos os perfis e tamanhos de clientes, disse a companhia. "Com um plano de expansão bem estruturado, tendo nas soluções renováveis cada vez mais uma fonte de diversificação dos negócios, temos o objetivo de atingir milhares de novos clientes e dar apoio aos nossos parceiros no processo de descarbonização dos seus negócios", afirmou em nota Frederico Saliba, vice-presidente de Power da Raízen. O lançamento ocorre em um cenário de expansão do mercado livre de energia elétrica, com a abertura do chamado "ACL" a novos grupos de consumidores a partir de 2024, e crescente interesse de consumidores pela geração própria de energia em telhados solares e energia solar "por assinatura". Joint venture da Shell com o grupo Cosan, a Raízen atua tradicionalmente no setor de açúcar e etanol, tendo iniciado operações em energia elétrica para atender o consumo de suas próprias unidades industrias e para vender excedentes de energia a partir da cogeração para a rede elétrica nacional. A companhia vem intensificando sua aposta no setor elétrico desde 2018, quando adquiriu participação majoritária em uma comercializadora e, mais recentemente, com sua entrada em geração distribuída solar. Hoje, a comercializadora de energia da Raízen está entre as cinco maiores do país em volume, com mais de 24 mil clientes, disse a companhia citando dados da associação do segmento Abraceel. Já em geração distribuída, a companhia possui 31 plantas operacionais e mais 35 em construção. (Reuters)

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Indicados por Haddad para o BC reforçam ala pró-queda de juro

Os nomes de Gabriel Galípolo e de Ailton Aquino foram apresentados pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) para as diretorias de Política Monetária e de Fiscalização do Banco Central, respectivamente. Caso confirmadas pelo Senado, as indicações endash; as primeiras do governo de Lula para o BC endash; vão levar para o Comitê de Política Monetária (Copom) nomes que tendem a favorecer uma queda mais rápida da taxa básica de juro, a Selic, hoje em 13,75% ao ano. A ida de Galípolo, atual secretário executivo da Fazenda, para o BC ocorre num momento de pressão pela redução dos juros sobre Roberto Campos Neto, presidente do banco indicado pela gestão Bolsonaro e com mandato até 31 de dezembro de 2024. Haddad afirmou que a primeira pessoa que mencionou o nome de Galípolo como possibilidade de indicação para o BC foi Campos Neto. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ontem a indicação de Gabriel Galípolo, seu secretário executivo, para a diretoria de Política Monetária do Banco Central. Para a outra diretoria vaga do BC, a de Fiscalização, o escolhido pelo governo foi Ailton Aquino, chefe do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira, ligado à diretoria de Administração do BC. As indicações, as primeiras do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, caso confirmadas no Senado, vão levar para o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC nomes que tendem a favorecer uma queda mais rápida da taxa básica de juro, a Selic, do que a composição atual do colegiado. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a ida de Galípolo para o BC faz parte de um movimento do governo de mudar a autarquia por dentro. A indicação vem no momento em que a pressão pela redução da Selic confronta a liderança de Roberto Campos Neto, indicado pelo governo de Jair Bolsonaro e detentor de mandato até 31 de dezembro de 2024. O Copom tem nove membros com direito a voto, sendo presidido pelo chefe do BC, que tem o voto de qualidade. Aquino, que já foi auditor-chefe do órgão, é bem avaliado, conhecido por posições técnicas, internamente. Caso confirmado pelo Senado, será o primeiro diretor negro do BC. MERCADO. Questionado sobre como seria a reação do mercado a Galípolo, o ministro da Fazenda tentou mostrar que o indicado tem a simpatia do próprio chefe do BC. Apesar disso, o dólar fechou em alta de 1,37%, cotado a R$ 5,0115. Já a Bolsa subiu 0,85% com commodities e bons resultados de bancos. Haddad afirmou que a primeira vez que ouviu o nome de Galípolo como possibilidade de indicação para o BC foi da boca de Campos Neto. eldquo;Eu estava no G20, na Índia, fomos almoçar juntos (Haddad e Campos Neto), e foi a primeira pessoa que mencionou a possibilidade de o Galípolo ir para o BC, no sentido de entrosar as equipes do BC e da Fazendaerdquo;, afirmou o ministro, ao lembrar que Galípolo já foi presidente de banco endash; o Fator. Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, a indicação de Galípolo antecipa o perfil da troca na chefia do BC. eldquo;A indicação dá uma sinalização muito clara para as próximas trocas e para a própria troca de presidente (do BC) no ano que vem, que caminha para um BC mais à esquerda, pensando em quedas mais fortes de juros à frenteerdquo;. Ele disse esperar que os nomes a serem anunciados trabalhem sob o ponto de vista técnico, e não político. Para o lugar de Galípolo na secretaria executiva da Fazenda, Haddad escolheu Dario Durigan, que foi seu assessor especial na Prefeitura de São Paulo e é chefe de políticas públicas do Whatsapp no Brasil. ebull; Sucessão Para especialista, indicação antecipa o perfil do futuro presidente do banco Economistas ouvidos pelo Estadão disseram que a indicação de Gabriel Galípolo para a direção de Política Monetária do Banco Central (BC) sinaliza como será o perfil das escolhas do governo para ocupar a direção da autoridade monetária. O governo terá mais duas trocas para fazer até 31 de dezembro deste ano, para os cargos de Fernanda Guardado, diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, e de Mauricio Moura, diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta. Além disso, no próximo ano, em conjunto com a escolha do novo presidente que irá suceder a Roberto Campos Neto, há outras duas trocas a serem feitas nas diretorias da autoridade. Para Carlos Kawall, sócio-fundador da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro Nacional, a repercussão da indicação de Galípolo dependerá das próximas declarações dele sobre a economia e a condução da política monetária no País. eldquo;Vai ser importante ouvir o que ele tem a dizer na sabatina do Senado e, em particular, qual é a posição dele sobre a execução da política monetária, se ele vai professar ou não as teses da MMT (Teoria Monetária Moderna, na sigla em inglês), que tem gerado mais nervosismo no mercadoerdquo;, diz Kawall. RECEIO. As preocupações em torno da associação de Galípolo à MMT endash; teoria econômica heterodoxa que defende que países que emitem sua própria moeda sempre poderão imprimir mais dinheiro para pagar sua dívida endash; decorrem do histórico acadêmico do economista. No ano passado, o nome dele apareceu no texto Diretrizes de Políticas Públicas para 2023, do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), ao lado do economista André Lara Resende, tido como um dos expoentes da MMT no País. Para Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC, a indicação do secretário executivo da Fazenda para o BC confirma os temores de que o governo age para ocupar o Comitê de Política Monetária (Copom) com aliados. eldquo;Está claro que ele vai para lá com uma missão: tentar interferir na política monetária hoje e, lá na frente, talvez virar presidente do BC quando Roberto Campos Neto sairerdquo;, diz. eldquo;Isso vai ser lido como sinal de que o BC pode se tornar muito mais leniente com inflação endash; não agora, mas em algum momento dos próximos anos.erdquo; Para o banco Goldman Sachs, a indicação de Galípolo para o BC tem o potencial de aumentar os ruídos na comunicação do Copom no curto prazo. eldquo;Não ficaríamos surpresos se começarmos a ver decisões divididas e visões diametralmente opostas dentro do Copom sobre qual seria a posição adequada de política monetáriaerdquo;, escreve o diretor de Pesquisa Macroeconômica do banco para América Latina, Alberto Ramos, em relatório. ebull;

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Produção de veículos cai 19% em abril e mercado 'anda de lado' devido aos juros altos, diz

A produção de veículos em abril deste ano caiu 19,4% em relação ao registrado em março, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Apesar disso, no acumulado dos primeiros quatro meses do ano houve alta de 4,8% na produção, na comparação com o mesmo período de 2022. O presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, afirmou que o mercado anda de lado e que o crescimento do mercado "não vai acontecer se os juros não abaixarem". No mês passado, foram produzidos 178,8 mil veículos, contra 221,8 mil em março deste ano. No acumulado de janeiro a abril, foram 714,9 mil automóveis montados, contra 682,2 mil no mesmo período de 2022. emdash; Com esses juros elevados, o mercado continuará em processo de retração, não cresce. Vamos continuar dando notícias de paradas de fábricas ou as notícias serão piores se a taxa permanecer elevada. (...) A taxa de jutos hoje é incompatível com a expectativa de crescimento da indústria emdash; afirmou ele. A posição está em linha com a pressão realizada pelo governo federal junto ao Banco Central para que a autoridade monetária inicie um ciclo de redução da taxa básica de juros, a Selic. Lima Leite disse que a Anfavea já comunicou sua posição a Roberto Campos Neto, presidente do BC, mas ressaltou que a entidade respeita a independência da autoridade monetária. O número de feriados prolongados em abril também influenciou negativamente o indicador, segundo a entidade. No mês, o desempenho foi 3,9% inferior a abril de 2022, período em que a indústria automotiva passava por crise devido à escassez de semicondutores. emdash; No mês de abril, tanto em produção quanto vendas, comparando com o mês anterior, temos queda em relação à produção, ao emplacamento, à exportação. Na produção, houve um ajuste à real demanda de mercado. As montadoras fizeram algumas paradas no mês de abril, foi o mês que concentrou o maior número de paradas emdash; explicou o presidente da Anfavea. Em abril, ocorreram 9 das 13 paralisações de linhas de montagem realizadas neste ano. Em abril, foram vendidos 160,7 mil unidades, retração de 19,2% em relação a março. De janeiro a abril deste ano, foram comercializados 632,5 mil veículos, entre leves, médios e pesados (incluindo ônibus e caminhões), alta de 14,4% em relação ao mesmo período de 2022. As retrações na comparação mensal ocorreram em todas as categorias (18,7% na venda de veículos leves, 22,2% na de caminhões e 45,2% na de ônibus). Apesar do indicador mais fraco, Márcio Lima Leite diz que é preciso ter cautela na interpretação dos dados e que a entidade espera alguma reação do mercado em maio. emdash; Tivemos três feriados em abril, então houve cinco dias úteis a mais em março. Em feriados prolongados, há reflexos (negativos) um dia antes e um dia depois. Além disso, o emplacamento diário teve crescimento em abril em relação a outros meses deste ano e em relação a 2022. No ano passado, a partir de maio o mercado teve uma boa reação e é isso que esperamos para este ano emdash; ressaltou ele. Em abril, foram vendidos 160,7 mil unidades, retração de 19,2% em relação a março. De janeiro a abril deste ano, foram comercializados 632,5 mil veículos, entre leves, médios e pesados (incluindo ônibus e caminhões), alta de 14,4% em relação ao mesmo período de 2022. As retrações na comparação mensal ocorreram em todas as categorias (18,7% na venda de veículos leves, 22,2% na de caminhões e 45,2% na de ônibus). Apesar do indicador mais fraco, Márcio Lima Leite diz que é preciso ter cautela na interpretação dos dados e que a entidade espera alguma reação do mercado em maio. emdash; Tivemos três feriados em abril, então houve cinco dias úteis a mais em março. Em feriados prolongados, há reflexos (negativos) um dia antes e um dia depois. Além disso, o emplacamento diário teve crescimento em abril em relação a outros meses deste ano e em relação a 2022. No ano passado, a partir de maio o mercado teve uma boa reação e é isso que esperamos para este ano emdash; ressaltou ele.

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Futuro dos carros no Brasil: montadoras racham entre elétricos e híbridos a etanol

A indústria automobilística passa pelo dilema de ter de escolher qual tecnologia vai mover os carros brasileiros nos próximos anos. Se a híbrida flex, com foco no uso do etanol, combustível renovável usado há mais de 40 anos apenas no Brasil, ou a elétrica, que traz junto as discussões de reciclagem de baterias e necessidade de aumento de extração de matérias-primas, como lítio e alumínio. Os maiores produtores mundiais de veículos, como China, EUA e Europa já se definiram pelos veículos elétricos, por falta de outras opções para atenderem normas de descarbonização. No Brasil, oitavo maior na lista de fabricantes, boa parte das montadoras tende para o híbrido flex, que usa um motor elétrico e outro a combustão, que pode ser abastecido com etanol ou gasolina. O Ministério do Desenvolvimento Indústria Comércio e Serviços (Mdic), com quem as montadoras negociam benefícios para desenvolver as novas tecnologias para a segunda fase do programa automotivo Rota 2030, informa defender a exploração de todas as rotas tecnológicas disponíveis para o processo de descarbonização. eldquo;A decisão é de cada montadora, mas ela precisa avaliar se a escolha é o melhor caminho para ter competitividade no mercado e contribuir para a descarbonização, defendendo a ideia da sustentabilidade, geração de emprego, alta qualificação e rendaerdquo;, afirma ao Estadão o secretário do Mdic, Uallace Moreira Lima. Outra questão a ser avaliada, diz ele, é a inserção internacional das empresas. eldquo;O parque automotivo brasileiro tem capacidade para produzir 4,5 milhões de veículos ao ano e hoje opera com 2 milhões; as empresas não deveriam avaliar a possibilidade de maior inserção internacional para não dependerem só do mercado interno?erdquo;, questiona. Melhor alternativa Empresas que defendem o carro híbrido flex como melhor alternativa, como a Toyota, que já produz esse tipo de veículo no País desde 2019, afirmam que levam em conta a estrutura de abastecimento (que já está pronta), a matriz energética endash; que no caso do Brasil é limpa, enquanto outros países ainda são dependentes de fontes fósseis endash; e a acessibilidade do consumidor (a tecnologia elétrica ainda é cara). Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil, afirma que o grupo tem diversas tecnologias disponíveis, como híbrida, elétrica e a hidrogênio, eldquo;mas quer colocar no mercado as soluções que sejam mais práticas e sustentáveis para cada região e, no caso do Brasil, o etanol absorve CO2 na atmosfera no momento do cultivo da cana, é limpo e faz parte da economia brasileiraerdquo;. Ele informa que os híbridos da marca, Corolla e Corolla Cross, custam de 5% a 10% a mais que as versões a combustão, e representam atualmente 40% das vendas dos dois modelos. Ressalta, porém, que eldquo;cada tecnologia contribui para o processo de descarbonização, algumas mais que outras, e cada uma terá uma diferenciação de imposto de acordo com o que entrega.erdquo; A empresa exportou recentemente um modelo híbrido flex para a Índia parta testes. O país já produz cana de açúcar e tem capacidade de ampliar o plantio. No mês passado, a Toyota também anunciou investimento de R$ 1,7 bilhão na produção de mais um híbrido flex, dessa vez de um carro compacto, de menor preço. eldquo;Vamos melhorar o acesso a essa tecnologia para mais consumidores e trazer escala para nossa produçãoerdquo;, diz. eldquo;Com isso, haverá maior possibilidade de produção local de componentes.erdquo; O grupo Caoa/Chery também produz modelos híbridos flex, mas os chamados de eldquo;hibridização leveerdquo;, que ajudam a reduzir o consumo de combustível e as emissões. Eles funcionam com uma pequena bateria e um gerador elétrico que, ao contrários dos demais híbridos, não consegue tracionar as rodas do carro sozinho. Pelo menos mais três montadoras já declararam estar desenvolvendo produtos com essa solução endash; a Stellantis (dona da Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën), a Volkswagen e a Renault. A chinesa GWM endash; que comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) endash; vai iniciar a produção local daqui a um ano com um híbrido flex. Já a também chinesa BYD, que negocia a compra da planta da Ford em Camaçari (BA), deve começar operações com um híbrido plug-in. Outro reforço na discussão veio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que na semana passada levou ao presidente Lula documento com propostas para retomada do setor automotivo - que está parando fábricas e dando férias coletivas aos funcionários em razão da queda de mercado. A entidade também apoia a produção de híbridos flex. Híbrido flex pode ser outra jabuticaba Por outro lado, defensores dos carros elétricos avaliam que o País pode se isolar dos demais fabricantes e ficar para trás tecnologicamente com mais uma eldquo;jabuticabaerdquo;, termo utilizado para os carros a álcool, para os modelos populares com motor 1.0 e agora para os híbridos flex. Oficialmente, só uma grande fabricante, a General Motors, afirma que, na transição, pretende ir direto para a eletrificação, seguindo diretrizes que sua matriz norte-americana está adotando em todo o mundo. É possível que a Honda também siga esse caminho. eldquo;Queremos ser pioneiros na produção de elétricos no Paíserdquo;, afirma o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro. O executivo ressalta que o prazo vai depender do volume de vendas dos elétricos que inicialmente serão importados, pois a manufatura local depende de escala. A subsidiária brasileira já contribui com a matriz no desenvolvimento da nova geração de veículos elétricos com a realização de testes e homologações de modelos em seu Centro Tecnológico em São Caetano do Sul e sua pista de testes em Indaiatuba, ambos em São Paulo. A aposta pode implicar no isolamento da marca no País, pois nenhuma outra montadora cita prazos para a produção de carros 100% elétricos, que são mais caros que os híbridos em razão do ainda elevado custo da bateria e da alta tecnologia embarcada. eldquo;Ao transferir a produção direta para os BEVs (sigla para carros elétricos), a GM pode perder mercado e correria risco de se tornar apenas importadora, como fez a Forderdquo;, diz Fernando Trujillo, consultor da SeP Global Brasil. Trujillo avalia que, para os próximos 15 a 20 anos, a tecnologia híbrida flex pode ser uma boa alternativa para o Brasil, pois as metas de emissão de CO2 serão cumpridas com o etanol. O governo ainda não definiu as regras para a segunda fase do Rota 2030. Será preciso também definir novas normas de eficiência energética dos automóveis, tarefa que cabe ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conoma). A partir de 2040, prevê Trujillo, será preciso incluir mais carros elétricos na frota nacional para cumprir as metas do Acordo de Paris e, nesse período, a produção de elétricos deverá se intensificar. Forma de medir emissões pode favorecer o Brasil Na maioria dos países, a conta das emissões é feita pelo processo chamado de eldquo;tanque à rodaerdquo;, mas empresas brasileiras defendem o uso da metodologia que mede do eldquo;poço à rodaerdquo;, quando inclui os impactos ambientais de todo o processo produtivo do combustível a ser usado no carro elétrico, conta que deixa o etanol à frente de outras tecnologias (ver quadro). O presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Marcus Vinícius Aguiar, afirma que, independente da tecnologia a ser definida para o curto e médio prazos, é preciso desenvolver uma engenharia brasileira para a motorização elétrica. eldquo;Temos expertise e condições para isso, mas a questão hoje é volume.erdquo; "A eletrificação dos automóveis, no momento, está só nos países ricoserdquo; - Marcus Vinícius Aguiar, presidente da AEA Em sua opinião, os carros a combustão no Brasil terão vida mais longa do que na China e em países da Europa, porque lá grande parte da energia vem de fontes mais sujas, enquanto as fontes energéticas são renováveis e o uso do etanol ajuda o País a cumprir as regras de emissões, que estão mais atrasadas em relação a esses países. Ele ressalta, contudo, que eldquo;ninguém vai colocar etanol no carro se o combustível for mais caro.erdquo; Aguiar também avalia que o Brasil não vai se isolar do resto do mundo se inicialmente adotar a tecnologia híbrida flex. Segundo ele, há outras regiões que não terão condições de partir logo para os elétricos, como a Índia e vários países da África, América Latina e Ásia. eldquo;A eletrificação, no momento, está só nos países ricos.erdquo; Volta do importo de importação A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que vê uma divisão entre as associadas num momento em que discute com o governo novos incentivos à pesquisa e desenvolvimento, agora trava com o governo debate sobre a volta do Imposto de Importação, de 35%, para carros elétricos. Esses modelos estavam isentos do tributo desde 2015, para introduzir a tecnologia no País, mas agora a entidade acredita que a isenção por longo período pode atrapalhar planos de investimentos nos híbridos. A proposta da entidade é retomar a alíquota de 35% - cobrada também de todos os importados de fora do Mercosul e do México -, de uma vez ou parcialmente, e criar cotas isentas para as fabricantes e as importadoras. Lima, do Mdic, diz que o tema está em avaliação. A Anfavea também informou nesta segunda-feira, 8, que realizará no dia 14 de junho seminário me Brasília sobre carros elétricos coma intenção de mostrar o que está ocorrendo em outros países e as oportunidades para o Brasil. A ideia é levar pessoas do governo, da indústria, do legislativo e acadêmicos.

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IGP-DI cai 1% em abril e taxa em 12 meses tem maior queda da série histórica

O IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna) intensificou a deflação em abril e registrou a maior queda no acumulado em 12 meses na série histórica, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta segunda-feira (8). O IGP-DI caiu 1,01% em abril, depois de queda de 0,34% no mês anterior, devido à redução nos preços de grandes commodities. Essa foi a queda mensal mais intensa desde setembro de 2022, e ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 1,08%. O resultado levou o índice a intensificar a deflação em 12 meses a 2,57%, de 1,16% em março, quando marcou o primeiro resultado negativo desde fevereiro de 2018 nessa base de comparação. Foi a taxa negativa mais forte desde o início da série histórica desse dado em janeiro de 1998. No mês, o IPA-DI (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que responde por 60% do indicador geral, caiu 1,56%, de queda de 0,71% no mês anterior. "A redução nos preços registrada por grandes commodities, como soja (de -5,66% para -9,89%), minério de ferro (de 3,45% para -7,94%) e milho (de -1,59% para -8,06%), contribuiu para o aprofundamento da deflação registrada pelo IPA", explicou André Braz, coordenador dos índices de preços. A pressão para o consumidor em abril diminuiu uma vez que o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) endash;que responde por 30% do IGP-DIendash; desacelerou a alta a 0,50% no período, de 0,74% em março. Isso se deveu, segundo Braz, ao comportamento da gasolina, cuja variação passou de 8,66% em março para -0,38% em abril. O INCC (Índice Nacional de Custo de Construção), por sua vez, registrou desaceleração da alta a 0,14% em abril, de 0,30% antes. O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência. (Reuters)

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Petrobras e parcerias aprovam R$ 45 bi para produzir gás natural no litoral do Rio

Petrobras, Equinor e Repsol Sinopec anunciaram nesta segunda-feira (8) investimento de US$ 9 bilhões (cerca de R$ 45 bilhões) para produzir um volume de gás natural equivalente ao consumo atual do estado de São Paulo. As três empresas são sócias em um projeto conhecido como BM-C-33, na Bacia de Campos, e aprovaram o investimento definitivo no desenvolvimento das jazidas, que têm reservas estimadas em um bilhão de barris de petróleo e gás. Quando iniciar as operações, em 2028, o projeto terá capacidade para produzir 126 mil barris de petróleo e 16 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, que serão levados ao continente por um novo gasoduto ligando a plataforma produtora a Macaé, no litoral norte do Rio de Janeiro. No bloco, que é operado pela Equinor, foram descobertas três acumulações de óleo e gás, batizadas preliminarmente de Pão de Açúcar, Seat e Gávea. Ficam a cerca de 200 metros da costa, em lâmina de#39;água (distância entre a superfície e o fundo do mar) de 2.900 metros. A plataforma de produção terá como inovação a capacidade de tratar o gás natural, enviado ao continente o produto já especificado para venda - em geral, nos projetos atuais, o gás é tratado em unidades instaladas no litoral. "Este desenvolvimento vai contribuir para a segurança energética e desenvolvimento econômico do país, criando novas oportunidades de trabalho locais", afirmou, em nota Veronica Coelho, presidente da Equinor no Brasil. De origem norueguesa, a Equinor tem 35% do projeto, que foi adquirido na sétima rodada de licitações da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), em 2005. Parceria entre Espanha e China, a Repsol Sinopec tem outros 35%. A Petrobras tem os 30% restantes. Coelho ressalta que o volume de gás produzido pelo campo deve representar 15% do mercado brasileiro quando o projeto entrar em operação. "É um dos principais projetos do país a fornecer novos volumes de gás, contribuindo de forma relevante para o desenvolvimento do mercado doméstico", afirmou. Petrobras inicia revitalização de campo na Bacia de Campos Também nesta segunda, a Petrobras comunicou o início das operações da plataforma Anna Nery, instalada no campo de Marlim, também na Bacia de Campos. A unidade é parte de um projeto de revitalização do campo, que foi o maior produtor de petróleo do país na virada dos anos 2000. A Anna Nery tem capacidade para produzir até 70 mil barris de petróleo e 4 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Além dela, o campo receberá a plataforma Anita Garibaldi, com capacidade para 80 mil barris de petróleo e 7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Assim, a produção do campo subirá dos atuais 43 mil barris por dia para cerca de 150 mil barris por dia. Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, é o maior projeto de revitalização de um campo maduro de petróleo e gás no mundo. "Por meio dele, vamos ampliar a produção, manter empregos e abrir uma importante frente de aprendizado e conhecimento para outros projetos similares em todo o Brasil", afirmou o executivo, que esteve na plataforma neste domingo (7). Com início da produção em 1991, Marlim chegou a ter dez plataformas de produção de petróleo em operação emdash;atualmente, são apenas quatro. O projeto de revitalização prevê a retirada de todas elas, mantendo apenas as duas novas unidades.

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